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Diferentes cobranças

O governador Romeu Zema tem enfrentado turbulências neste início de novo mandato porque as expectativas se renovam quanto ao que não pôde atender anteriormente e ainda surgem novas demandas num vicioso ciclo difícil de vencer. As cobranças políticas somamse às de governança agravando o atual cenário como às relativas à justa readequação do salário do governador e, consequentemente, dos cargos comissionados.

O próprio Zema ao assumir o governo no primeiro mandato no entusiasmo do discurso de moralidade congelou o seu salário em R$ 10 mil por mês que até dezembro de 2022 foram enviados para instituições filantrópicas. Ainda leigo na administração pública sem saber o que atingiria de fato, ele deve ter se surpreendido quanto à dificuldade de manter um bom staff mediante ao medíocre teto que não contribuía em nada para valorizar o secretariado até para prevenir a corrupção. Então, Zema acertadamente recompôs o seu salário para R$ 41 mil ao reassumir o cargo e, consequentemente, agora trabalhar no governo estadual torna-se um pouco mais atrativo para os bons pro- fissionais blindados à picaretagem no poder público.

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Embora essa atitude tenha colocado lenha na fogueira do discurso político em ano que antecede as eleições municipais esvazia-se por si só com o decorrer do tempo, inclusive porque dessa vez não é eleitoreiro. O governador não deve ter revisto o seu salário anteriormente porque precisava honrar o compromisso de enviá-lo às entidades até o fim do primeiro mandato e ainda porque não tinha maioria na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para aprovar a decisão. Hoje com a base formada no parlamento e amadurecido politicamente, Zema dá o primeiro de muitos passos planejados na sua gestão passada como o das privatizações e municipalizações para reduzir a dívida do Estado com a União e cumprir o teto de gastos.

Por outro lado, há importantes cobranças que urgem solução porque se referem às demandas básicas da população como educação, saúde, segurança e mobilidade. Uma demanda comum em todo o Estado da qual repetidamente Zema diz ter ciência e estar correndo para resolver os casos mais urgentes é a da precária situação das já ruins estradas mineiras. A falta de investimentos nos últimos 10 anos levou ao limite de trafegabilidade várias rodovias e acessos a exemplo das da região como BRs 452 e 262 e MG 428.

A assistência à saúde dos mineiros também urge de providências e a construção dos hospitais regionais com retomada das obras paralisadas em todo o Estado é outra das prioridades de Zema neste novo mandato. Para não dizer mais de tantas demandas represadas que se agravam e crescem contra o tempo. Assim como o acordo relativo ao rompimento da barragem de Brumadinho compensou o Estado pelos danos ambientais permitindo-lhe inclusive pagar dívidas com os demais municípios mineiros, neste mandato existe a expectativa do de Mariana que permitirá novas ações ao governo.

Quiçá Zema também mude o seu comportamento com Araxá que apesar de ser uma das mais importantes economias do Estado tem sido relegado e, erroneamente, tendo as suas demandas comparadas às de municípios pobres que não contribuem em nada com os cofres públicos. Pelo contrário, precisam de recursos gerados pelos demais municípios como Araxá. O governo do Estado recebe anualmente da mineração e metalurgia no município através da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) R$ 1,4 bilhão gerado pela sociedade com a CBMM. Já com relação à operação da Mosaic Fertilizantes o Estado recebe mais R$ 30 milhões por ano e ainda mais R$ 1 milhão dos royalties da operação do Tauá Grande Hotel e Termas de Araxá. Porém, o governador mineiro que nasceu no município em trono dourado e sempre atuou na iniciativa privada não viu as importantes ações que dependem do Estado para a continuidade do seu desenvolvimento e adotou um discurso e postura até de distanciamento. É incontestável a precária situação do complexo do Barreiro diante da sua importância não só para o país, mas internacionalmente, como nunca antes vista. E foram quatro anos de protelação e lamentação, como se Zema não tivesse ciência e nem o poder da caneta para resolver essas situações de vez, porque como dito recursos não faltam se for justa a contrapartida do Estado com Araxá.

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Sensacionalismo - Os cinco vereadores que se autodenominam independentes, enquanto na verdade fazem sistemática oposição ao governo municipal, genericamente acusam a imprensa local de não dar divulgação à malfadada CPI aberta no rastro de investigações sigilosas em andamento pela Polícia Civil (PC) no âmbito da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária. Provavelmente por isso, a CPI foi liminarmente suspensa pela Justiça nesta quarta-feira, 12, devido ao mandado de segurança impetrado por 8 vereadores da situação. A comissão quis fazer alarde em torno do trabalho policial que está para ser concluído, a fim de promover o vazamento de informações de forma a implicar agentes políticos visando à próxima disputa eleitoral. Tanto é que houve especulações, distorção de diferentes apurações policiais, tentativa indevida de interferência do Legislativo no Judiciário que começam a ser desnudadas.

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Perseguição - Os vereadores ditos independentes sistematicamente também insinuam contra a imprensa local querendo desmoralizá-la no cumprimento do exercício privado de prestar serviços de informação sejam ao poder público e à iniciativa privada. Por outro lado, a Câmara Municipal investe pesadamente em comunicação interna e unilateral, enquanto desde 2015 não divulga nada nos veículos de comunicação sérios da cidade que empregam, pagam impostos, fornecedores e etc. para informar a população. O termômetro desse trabalho de imprensa é a credibilidade que uns vereadores tentam abalar sem sucesso.

Demagogia - A Câmara Municipal há sete anos não investe nas empresas de comunicação da cidade via licitação para dar transparência ao seu trabalho, a exemplo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e demais poderes Legislativos do país. E ainda por cima uns vereadores usam politicamente a imprensa dizendo que a prefeitura investe muito na área usando como parâmetro a distorcida informação sobre a administração anterior que perseguia os veículos de comunicação e chegou a investir apenas R$ 500 mil por ano na área em meio a escândalos de corrupção. Eles alegam que a rubrica de R$ 3 milhões aprovada pela Câmara Municipal para a Comunicação Social em 2023 é exorbitante se comparada à anterior, no entanto ainda é insuficiente diante das demandas internas e externas da prefeitura conforme os princípios da transparência e publicidade da gestão pública. Em municípios que valorizam a informação pública, o investimento na área é em torno de 1% do Orçamento Municipal, o que em Araxá seria R$ 7,2 milhões em 2023.

Autoritarismo - Próprio da ditadura, “o autoritarismo é uma forma de governo que é caracterizada por obediência absoluta ou cega à autoridade, oposição à liberdade individual e expectativa de obediência inquestionável da população (Wikipédia)”. Os resquícios dessa épo- ca ainda fazem mal politicamente a Araxá, impedindo a criação de novas lideranças pelo povo. Apesar da juventude do presidente da Câmara Municipal, Bosco Jr., deve se cuidar para não deixar-se influenciar por esse tipo retrógado de exercício político. Ele está tendo dificuldade em conduzir com diálogo a participação dos vereadores nas reuniões sem que extrapolem a ética parlamentar.

Interditado - O cruzamento entre as avenidas Senador Montandon e Getúlio Vargas está interditado nesta sexta-feira, 14, até às 12h para instalação da nova rede semafórica. A av. Senador Montandon chegou a contar com um projeto executado pelo arquiteto e urbanista Marcelo Gusmão Machado (em memória) que privilegiava o pedestre ao invés do trânsito pesado como fez na av. Aracely de Paula com a retirada dos trilhos que é um dos locais mais valorizados da cidade, residencial e comercial. No entanto, por questões políticas e não técnicas fizeram um projeto que retirou as palmeiras da avenida sem resolver o problema do trânsito nem com a colocação de uma dezena de semáforos que impedem a sua fluidez. Os moradores estão ainda mais inseguros sem lugar para estacionar e muito menos para atravessar a via com segurança.

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