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Na ponta da língua
from Anayde Beiriz MDP
by EdLab Press
Proposta de atividades I
Antes da leitura
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DE OLHO NA BNCC As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC:
(EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação. (EM13LGG704) Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conhecimento na cultura de rede.
(EM13LP12) Selecionar informações, dados e argumentos em fontes confiáveis, impressas e digitais, e utilizá-los de forma referenciada, para que o texto a ser produzido tenha um nível de aprofundamento adequado (para além do senso comum) e contemple a sustentação das posições defendidas. (EM13LP20) Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/ problemas/ questões que despertam maior interesse ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins.
1. Na atividade de pré-leitura, sugere-se, para que haja uma maior compreensão dos alunos das questões entremeadas na obra e na vida de Anayde Beiriz, que seja aberta uma roda de conversa livre sobre o feminino, o feminismo e o histórico da mulher frente à sociedade e à família, bem como os movimentos de emancipação e a oposição conservadora. Ao final, devem os alunos produzir um texto argumentativo-opinativo sobre as questões.
Para orientar a roda de conversa comece com questionamentos como: • Você conhece alguma mulher que foi impedida de trabalhar por ser mulher? • Para as alunas da turma: vocês já sentiram que não poderiam estar em algum lugar por ser mulher?
Após as respostas dos alunos, apresente dados sobre a situação da mulher no Brasil. Você pode encontrar informações no site do IBGE, em estatísticas de gênero.
Ao compreender a situação da mulher nos dias de hoje, os alunos terão mais repertório para a leitura da biografia em quadrinhos de Anayde, uma mulher que enfrentou as convenções sociais da época (anos 1920) para manter vivo seu sonho de escrever.
Espera-se que os alunos compreendam que as mulheres passam por problemas relacionados ao seu gênero. Em pleno século XXI as mulheres ainda recebem menos para exercer as mesmas funções que homens. Há também o assédio, que mesmo com campanhas para a denúncia e leis recentes, as mulheres não encontram canais públicos para falar sobre o assunto. Há ainda falta de incentivo à participação das mulheres na Ciência e na política, o que leva a jovens a não pensar nessas áreas como possibilidade de carreira para o futuro.
É importante que os alunos homens participem da conversa e escutem os anseios e problemas que suas colegas passam. Apenas com a ajuda de todos que conseguiremos a igualdade de gêneros.
Durante a leitura
DE OLHO NA BNCC As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC:
(EM13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais). (EM13LP02) Estabelecer relações entre as partes do texto, tanto na produção como na recepção, considerando a construção composicional e o estilo do gênero, usando/ reconhecendo adequadamente elementos e recursos coesivos diversos que contribuam para a coerência, a continuidade do texto e sua progressão temática, e organizando informações, tendo em vista as condições de produção e as relações lógico-discursivas envolvidas (causa/efeito ou consequência; tese/argumentos; problema/ solução; definição/exemplos etc.). (EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários (a apreensão pessoal do cotidiano nas crônicas, a manifestação livre e subjetiva do eu lírico diante do mundo nos poemas, a múltipla perspectiva da vida humana e social dos romances, a dimensão política e social de textos da literatura marginal e da periferia etc.) para experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
2. Durante a leitura, sugerimos que os alunos busquem outras fontes para conhecer melhor da biografia da protagonista da obra que está sendo lida. Atente à postura contestadora de Anayde e quais são suas contribuições para a emancipação feminina. Também, para formar um arcabouço intertextual mais robusto, sugere-se que se pesquise também sobre o Modernismo e a Semana de Arte
Moderna de 1922 e os impactos destes no desenvolvimento da temática ora abordada.
A Semana de Arte Moderna marcou uma ruptura na literatura brasileira. Autores contemporâneos à Anayde Beiriz, como Mário de
Andrade, foram influência em sua carreira e seu estilo de vida.
Semana da Arte Moderna
A Semana de Arte Moderna realizou-se no Teatro Municipal de São Paulo nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. A conferência de Graça Aranha intitulada "A emoção estética da arte moderna" abriu o evento. Houve ainda palestras, conferências e discursos de escritores como Ronald de Carvalho, Menotti Del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade.
Entre os pintores que participaram da Semana estavam Anita Malfati, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, Oswaldo Goeldi, John Graz, Zina Aita, Inácio da Costa Ferreira, João Fernando de Almeida Prado, Antônio Paim Vieira e Alberto Martins Ribeiro. Tomaram parte também os escultores Vitor Brecheret, Wilhelm Haerberg e Hildergardo Leão Veloso, e os arquitetos Antônio Garcia Moya e Georg Przyrembel.
Os músicos modernistas que participaram da Semana foram Villa-Lobos, Guiomar Novaes, Ernani Braga, Frutuoso Viana, Paulina D'Ambrosio, Lucília Villa-Lobos, Alfredo Corazza, Pedro Vieira, Antão Soares, Orlando Frederico e outros coadjuvantes. A dança teve a contribuição de Yvonne Daumierie.
Vários outros escritores estiveram presentes, dando apoio aos conferencistas. Entre eles, Guilherme de Almeida, Agenor Barbosa, Plínio Salgado, Cândido Mota Filho, Renato de Almeida, Sérgio Buarque de Holanda, Paulo Prado, Henri Mugnier, Rubens Borba de Morais e Luís Aranha.
Disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/ anos20/ArteECultura/SemanaDaArteModerna>. Acesso em 15 de abril de 2021.
Depois de ler
DE OLHO NA BNCC
As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC:
(EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias como forma de ampliar suas as possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/ na realidade.
(EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas. (EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso, respeitando os usos das línguas por esse(s) interlocutor(es) e sem preconceito linguístico. (EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais. (EM13LP15) Planejar, produzir, revisar, editar, reescrever e avaliar textos escritos e multissemióticos, considerando sua adequação às condições de produção do texto, no que diz respeito ao lugar social a ser assumido e à imagem que se pretende passar a respeito de si mesmo, ao leitor pretendido, ao veículo e mídia em que o texto ou produção cultural vai circular, ao contexto imediato e sócio histórico mais geral, ao gênero textual em questão e suas regularidades, à variedade linguística apropriada a esse contexto e ao uso do conhecimento dos aspectos notacionais (ortografia padrão, pontuação adequada, mecanismos de concordância nominal e verbal, regência verbal etc.), sempre que o contexto o exigir. (EM13LP16) Produzir e analisar textos orais, considerando sua adequação aos contextos de produção, à forma composicional e ao estilo do gênero em questão, à clareza, à progressão temática e à variedade linguística empregada, como também aos elementos relacionados à fala (modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc.) e à cinestesia (postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.).
(EM13LP29) Resumir e resenhar textos, com o manejo adequado das vozes envolvidas (do autor da obra e do resenhador), por meio do uso de paráfrases, marcas do discurso reportado e citações, para uso em textos de divulgação de estudos e pesquisas. (EM13LP30) Realizar pesquisas de diferentes tipos (bibliográfica, de campo, experimento científico, levantamento de dados etc.), usando fontes abertas e confiáveis, registrando o processo e comunicando os resultados, tendo em vista os objetivos colocados e demais elementos do contexto de produção, como forma de compreender como o conhecimento científico é produzido e apropriar-se dos procedimentos e dos gêneros textuais envolvidos na realização de pesquisas. (EM13LP53) Produzir apresentações e comentários apreciativos e críticos sobre livros, filmes, discos, canções, espetáculos de teatro e dança, exposições etc. (resenhas, vlogs e podcasts literários e artísticos, playlists comentadas, fanzines, e-zines etc.).
3. Como atividade pós-leitura, e inspirados pela obra Anayde Beiriz – uma biografia em quadrinhos, sugerimos a produção de uma fanzine. Fanzine é uma publicação não oficial e não profissional, realizada por fãs ou entusiastas de uma determinada obra ou de um determinado universo. A característica artesanal desse tipo de produção permite que os amantes de uma determinada história possam interagir com ela, completá-la, expandi-la, restaurá-la, preenchendo seus furos de roteiro, por exemplo, entre outros. Na obra, viu-se que Anayde gostava muito de escrever cartas. Uma sugestão para a fanzine é criar uma correspondente para Anayde, com quem discutiria questões do seu dia a dia e a repressão do machismo estrutural que sofriam. Ou, então, abordar como foram os dias após a prisão de João Dantas. Nesse caso, os alunos poderiam ler a peça As troianas, de Eurípedes. Podem também criar narrativas completando momentos não abordados na obra sobre o cotidiano da protagonista. A produção final pode ser exibida e divulgada na página do colégio.
No canal da TV Brasil do YouTube você encontra uma matéria sobre a produção de fanzines durante evento em Brasília, DF. A matéria está diponível no seguinte link: https://www.youtube.com/ watch?v=nd8xsioAJBs. Acesso em 9 de março de 2021.
As troianas, de Eurípedes (480 a.C. a 406 a.C.), conta a história das mulheres escravizadas após a Guerra de Troia. A peça é marcada pelo sofrimento e brutalidade da guerra e suas consequências.
Escrita por volta de 400 a.C., a peça continua atual ao condenar a brutalidade contra as mulheres.
Sugerimos também o filme homônimo, baseado na peça teatral de 1971, dirigido por Michael Cacoyannis.