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História do Bairro
HISTÓRIA DO BAIRRO A área do Caju é lembrada por sua beleza nos documentos e aquarelas datadas do início do século XIX, devido suas praias de águas cristalinas e areias alvas. Após a chegada da família real ao Brasil, quando o bairro ainda fazia parte de São Cristóvão, no Caju foram construídos nesse bairro, hospitais, cemitérios, a Casa de Banho do Imperador D. João VI e casas de repouso em razão de sua localização geográfica (Oliveira et al., 2014). No início do século XX, no entanto, essa área cuja geografia lhe conferiu fama, foi completamente alterada por retificação, aterros e canalização de riachos, mangues, além de serem extintas praias e ilhas. Essas obras faziam parte do programa de reformas executadas pelo então engenheiro Pereira Passos, no mandato do presidente Rodrigues Alves, modificando não só a área do Caju como toda a Zona Portuária. A Reforma Pereira Passos foi intensa nessa área, demolindo cortiços, removendo moradores, abrindo novos acessos e ruas, modificando assim, as construções existentes (Oliveira et al., 2014). Nesse período, teve início o projeto da construção de um cais que, partindo do Arsenal de Marinha, estender-se-ia até um poço além da embocadura do Mangue, totalizando 3.500 metros de comprimento. Os 2.000 metros posteriores iriam até a Ponta do Caju (Azevedo., 2003). Apesar de fazer parte da região portuária do Rio de Janeiro, o bairro do Caju, não está dentro do escopo do projeto de reurbanização desta região. Fato este, que o consolida como umas das principais zonas de sacrifício ambiental da cidade (Oliveira., 2012; Monié & Silva, 2019). O bairro do Caju passou a ser caracterizado pela expressão “complexo”, indicando a ideia de uma grande zona de pobreza e de usos “sujos”. Sob a denominação de Complexo do Caju estão incluídas zonas de habitação de classe média baixa, oito favelas, empreendimentos industriais de suporte à atividade naval, terminais portuários, três unidades militares e cinco grandes cemitérios (Alvez., 2007).

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Imagem 37: Mapa Regiões Administrativas (RAs) Fonte imagens da página: https://www.data.rio/ Imagem: 38: Mapa de Áreas e Regiões de Planejamento (APs) e (RPs)

Faz parte da Região Administrativa 1 - RA Portuária e da Área de Planejamento 1.1 - Centro


Imagem 39: Praia do Caju 1915 Fonte: https://brasilianafotografica.bn.gov.br/

Aárea de estudo está localizada em uma área que foi aterrada, com o objetivo de área de passagem, ligando o centro da cidade à Zona Oeste, Baixada, Cidade Imperial (Petrópolis) entre outros através da construção do elevado e acesso a Ponte Rio Niterói. Conforme mostra na figura abaixo, toda a área marcada de amarelo foi aterrado.
Como resultado destas obras, o bairro do Caju, que antes era frequentado pelos Nobres da Cidade, se tornou um bairro esquecido, abandonado pelo poder público e segregado, principalmente pela abertura da Avenida Brasil, gerando uma “parede invisível” só servindo para a passagem dos carros. E toda a vitalidade que a região tinha foi perdida, como é possível notar nas fotos (a direita) é a Igreja de São Cristóvão antes do aterramento, e a praia chegava até na sua porta.
Na foto da esquerda é a praia do Caju em 1915, onde os nobres se banhavam e posteriormete foi construído os cais onde os pescadores atracavam seus barcos repletos do fruto de suas pescas.

Imagem 40: Marcação do aterramento do local Fonte: Autor sobre baso do Google Earth. Imagem 41: Mapa Rio de Janeiro Fonte: Autor sobre base do https://www.data.rio/



Imagem 42: Igreja Matriz de São Cristovão em 1916 Fonte: https://rioquepassou.com.br/2013/08/30/igreja-de-sao- cristovao-1916/