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Há vida nas duas margens

se as minhocas nadam, deve ser na lama. a lama tem seu charme. é de lá que veio o ser humano do barro, que é como fazem os vasos ou da palavra, como fazem os versos um ornamento feito de barro e palavra com pulmão, coração mãos e pés.

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eu gostei quando acordei e essa que me carrega como se carrega uma bolsinha colocou a mão sobre a barriga e se demorou pensativa: fez cócegas em mim.

acho que começamos a nos amar.

amar não tem a ver com contorno

amar não precisa de cor

se ama na verdade também o que não se vê.

ou melhor, acho que a vida é amor e ela é o que não se vê. então a gente ama mais ainda o que não consegue ver nem tocar, nem abraçar. a dimensão dos nossos sentidos é bem grande vai muito além de tudo o que podemos compreender.

ela é esse território que eu habito

e assim sei que ela, a minha terra muito diz: “vai ficar tudo bem” ela chama isso de oração, mas eu acho que na verdade é só ela percebendo a vida crescer.

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