3 minute read

Metáfora

Next Article
Metáfora

Metáfora

Fruto também da pesquisa para o File#2, encontrei alguns trabalhos interessantes sobre temas coincidentes. Para o livro, proponho-me a trabalhar sobre “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, de José Saramago, com enfoque na perspetiva do tempo pósmorte de Fernando Pessoa, transpondo-o para a realidade da pandemia. Ou seja, encarar todo o período pré-Covid como uma recordação ainda bastante presente e em diálogo permanente com o “novo normal”.

5. A Imagem como Testemunho. Ler Imagens.

Advertisement

Alberto Manguel

Neste capítulo, Manguel reflete no papel da fotografia como possibilidade de reviver e testemunhar, segundo Paul Valéry. Desde a sua descoberta, a fotografia veio mostrar, em muitos casos, que a sociedade havia sido iludida. Acredita que uma simples fotografia pode oferecer uma verdade mais profunda e mudar o curso de muitas proposições. Ao mesmo tempo, com base em Berger, alerta para o facto de o seu enquadramento, os seus limites, a própria luz/sombra, a manipulação seletiva e digital, entre outros, poderem vir a interpretar erradamente a realidade, de forma propositada, mostrandose como restrições e suprimindo informação pertinente à sua leitura.

Podemos ler um quadro da mesma forma que lemos um livro? Existe algum vocabulário que possamos de aprender para nos ajudar a deslindar os seus significados? Quererá ele ser descodificado, decifrado e compreendido? Em Ler Imagens, livro profusamente ilustrado, Alberto Manguel oferece uma instigante meditação sobre as questões que nos colocamos quando estamos diante de uma obra de arte. Alberto Manguel (1948, Buenos Aires) cresceu em Telavive e na Argentina. Aos 16 anos, trabalhava na livraria Pygmalion, em Buenos Aires, quando Jorge Luis Borges lhe pediu que lesse para ele em sua casa. Foi leitor de Borges entre 1964 e 1968. Em 1968, mudou-se para a Europa. Viveu em Espanha, França, Itália e Inglaterra, ganhando a vida como leitor e tradutor para várias editoras. Editou cerca de uma dezena de antologias de contos sobre temas tão díspares como o fantástico ou a literatura erótica. É ensaísta, romancista premiado e autor de vários best-sellers internacionais, como Dicionário de Lugares Imaginários, Uma História da Curiosidade, A Biblioteca à Noite e Embalando a Minha Biblioteca (Tintada-china, 2013, 2015, 2016 e 2018, respetivamente). É atualmente cidadão canadiano e foi diretor da Biblioteca Nacional da Argentina entre 2016 e 2018. Foi galardoado com o Prémio Formentor das Letras em 2017.

6. Festa. Fúria. Femina.

MAAT

7. Abstract The Art of Design Platon.

Netflix

A série de televisão surge numa clara reação ao documentário Civilization de Kenneth Clark, em que o seu autor tem uma visão muito mais tradicional e conservadora sobre a arte. Neste primeiro episódio, Berger baseia-se em Walter Benjamin e tem como tese fundamental “A Obra de Arte na Era da Reprodutibilidade Técnica”. Procura explicar como que, com a invenção da fotografia, a perceção do mundo mudou por completo e tornou a reprodução e a cópia de obras originais de tal forma acessíveis que fez aumentar o valor de mercado das mesmas e quase que criar uma aura em redor das obras genuínas.

Ways of Seeing é uma série de televisão de 1972 de filmes de 30 minutos, criada principalmente pelo escritor John Berger e pelo produtor Mike Dibb. Foi transmitido pela BBC Two em janeiro de 1972 e adaptado para um livro de mesmo nome. Berger e sua equipa recorrem à tradição da pintura europeia para nos fazer questionar sobre a maneira como vemos e lemos as imagens.

John Berger (1926-2017), crítico de arte, pintor e escritor inglês, ícone da contracultura e um dos pensadores mais influentes dos nossos dias, avançou contra a corrente num tempo de especialistas e especializações. Em quadros, ensaios, poemas ou textos para cinema ou televisão, foi plural também nas suas inspirações, tomando interesse nas franjas da sociedade (presos, camponeses, migrantes) como exemplos de resistência à ignomínia de governos e mercados. Ganhou o Prémio Booker em 1972 com o romance feminista G., e o seu ensaio mais famoso, Modos de Ver, é uma referência na crítica de arte ainda hoje a ser redescoberta.

8. Modos de Ver.

John Berger

This article is from: