VACA DE MILHÃO – LEITE DE TOSTÃO

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VACA DE MILHÃO – LEITE DE TOSTÃO Ivan Luz Ledic Médico Veterinário, M.Sc. Melhoramento Animal, D.Sc. Produção Animal Leovegildo Lopes Matos Pesquisador Embrapa Gado de Leite, PhD Atualmente a produção individual é o ‘chavão’ de forte promoção comercial. Essa ênfase exagerada que atualmente é dedicada à genética para elevação da produção por vaca não tem levado em consideração alguns fatores importantes:  O primeiro é o aumento da consangüinidade pelo uso exagerado de poucos touros (só os melhores) e de vacas que caem na ‘preferência’ dos criadores.  O segundo é que nem todos os compradores desses animais darão o devido desconto nessa alta produção, tendo em vista as condições em que foi obtida em relação ao modo em que será criado.  O terceiro se refere ao balanço estequiométrico e a termodinâmica (transformações metabólicas e fisiológicas).  O quarto é que as respostas marginais vão sendo reduzidas para cada incremento unitário de insumo utilizado (lei dos retornos decrescentes), fazendo com que os custos médios aumentem com o aumento da produção. Outra questão seria se não é mais apropriado aumentar o número de vacas em vez de aumentar suas produções individuais além do ponto de escala otimizado. PARA OS TRÓPICOS SERIA MAIS EFICIENTE TER VACAS DE LEITE COM ALTO POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE 40 KG OU TER OS MESMOS 40 KG COM QUATRO VACAS DE 10 KG DE MÉDIA? Nesse último caso haveria 4 mantenças a serem gastas, contra apenas uma do primeiro exemplo. Entretanto devemos atentar para as diferenças de custos das dietas exigidas por esses dois tipos de animais! Para o caso de VACAS DE ALTA PRODUTIVIDADE, com 650 a 750 kg de peso, a mantença provém de uma dieta constituída de silagem de milho, concentrados, tampões, aditivos, etc. Os programas de melhoramento genético e seleção de raças leiteiras conseguiram ganhos genéticos que não foram acompanhados por aumentos na capacidade de ingestão de matéria seca desses animais, assim a relação concentrado:volumoso tem de ser maior para animais de maior produção, para que possam mostrar desempenho compatível com seu potencial. Essas vacas necessitam de uma dieta mais rica em energia, com mais demanda por concentrado e o sistema de produção precisa ainda de máquinas e equipamentos (consumindo combustível fóssil e energia elétrica) para cultivo, colheita, processamento, armazenagem, mistura e transporte de sua dieta, pois “caminhar não é uma atividade natural para ela”. Além disso, as construções de obras específicas e vultuosas para este modelo de produção fazem com que os sistemas se façam ‘engessados’ e, também, altamente dependentes dos concentrados, com custos adicionais elevados pelo uso de maquinas, nebulizadores e ventilação (Figura 1).


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