8 minute read

Quadro 3 Apresentação dos 30 bairros de Fortaleza com pior IDH

Posição Bairro IDH Posição Bairro IDH Posição Bairro IDH 90 Lagoa Redonda 0,2526 100 Pici 0,2186 110 Aeroporto 0,1768

91 Parque Dois Irmãos 0,2510 101 Barra do Ceará 0,2157 111 Jangurussu 0,1720

Advertisement

92 Paupina 0,2461 102 Ancuri 0,2043 112 Granja Lisboa

93 P. Santa Rosa 0,2431 103 São Bento 0,1982 113 Planalto Ayrton Senna 0,1699

0,1683

94 Mondubim sede 0,2327 104 Bom Jardim 0,1948 114 Praia do Futuro II 0,1679

95 Pirambu 0,2298 105 Granja Portugal 0,1901 115 Siqueira 0,1486

96 Passaré 0,2246 106 Curió 0,1881 116 Genibaú 0,1386 97 Floresta 0,2238 107 Barroso 0,1868 117 Canidezinho 0,1362 98 Cais do porto 0,2235 108 Autran Nunes 0,1821 118 Parque Presidente Vargas

99 Quintino Cunha

0,2225 109 Dendê 0,1811 119 Conjunto Palmeiras Quadro 3 Apresentação dos 30 bairros de Fortaleza com pior IDH

Fonte: Prefeitura de Fortaleza (2020). Adaptado pela autora 0,1351

0,1194

Pode-se identificar que todas as SERs de Fortaleza possuem um ou mais bairros que estão entre os trinta com IDH mais baixo, entretanto a maioria destes se concentram nas áreas periféricas.

Figura 17 Mapa do valor da renda média pessoal mensal por bairros de Fortaleza

Fonte: IPECE (2010)

Visto o mapa acima é notório que os bairros mais ricos se concentram apenas em uma Secretaria Executiva Regional, representada pela SER II composta por: Meireles, Guararapes, Cocó, De Lourdes, Aldeota, Mucuripe, Dionísio Torres, Varjota e Praia de Iracema. Entre os dez bairros mais ricos, nove são da SER II, e o décimo é representado pelo Bairro de Fátima.

Já os dez bairros mais pobres de Fortaleza são: Conjunto Palmeiras, Parque Presidente Vargas, Canindezinho, Siqueira, Genibau, Granja Portugal, Pirambú, Granja Lisboa, Autran Nunes, e Bom Jardim. Sendo que desses, seis bairros pertencem a SER V.

Sendo assim, visto as diretrizes para escolha do bairro que irá receber a instituição acolhedora e com base nos dados apresentados neste tópico, adota-se os seguintes critérios para escolha do bairro: ● Renda ● IDH baixo ● Terreno com dimensão apropriada para o projeto ● Cobertura vegetal

O Mata Galinha, que posteriormente foi integrado ao bairro Boa Vista/Castelão, localizado na SER VI, atendeu os parâmetros citados e foi escolhido para se trabalhar no projeto do Centro de Acolhimento Educacional para crianças. O bairro possui renda geral baixa e se adequa ao perfil dos usuários vulneráveis que a instituição e escola visa receber, também se encontra em uma zona que acolhe e não causa distanciamento e segregação como é o caso de áreas com adensamento de prédios luxuosos.

Além disso, o bairro está entre os 51 com menor IDH da cidade - 0,3131- estando na posição 68º de 119º , esse dado significa que a renda, a educação e a saúde estão abaixo do esperado e um equipamento educacional neste local pode contribuir para a melhoria de todos estes parâmetros, uma vez que a educação é o principal método de conseguir um emprego qualificado e bem remunerado, e também diminui as chances de seguir a criminalidade onde muitos envolvidos perdem a vida mais cedo e impacta diretamente na expectativa de vida do país.

No antigo Mata Galinha (Figura 15), também pode ser observado a presença de mais opções de terrenos com boas dimensões, além de ser uma área com boa cobertura vegetal fator determinante para escolha do bairro e terreno a ser trabalhado, uma vez que será inserido o conceito de biofilia na concepção do projeto.

Figura 18 Imagem de satélite do bairro Mata Galinha

Fonte: Google Earth (2020)

CAPÍTULO 3

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

3.1 Centro de educação infantil da faculdade comunitária Mt. Hood

3.1.1 Ficha Técnica - Localização: Gresham, Estados Unidos - Arquitetos: Mahlum escritório de arquitetura - Área: 6.934.5m² - Ano do projeto: 2011

Figura 19 Vista do centro de educação infantil Fonte: Lincoln Barbour, 2011

3.1.2 O projeto

O centro de educação infantil substitui uma instalação existente dentro da faculdade Mt. Hood,e contou com doadores privados para o financiamento desse novo centro (Figura 17). O projeto oferece espaços para bebês e crianças de até cinco anos de idade (Archdaily, 2011). A faculdade foi pensada para criar um ambiente que permite transições entre o aprendizado e a diversão em ambientes internos e externos, com seu design inspirado por conceitos de Richard Louv em seu livro Last Child in the Woods, que promove fortes conexões com a natureza ( Archdaily, 2011).

Figura 20 Planta baixa do Centro de educação primária

Fonte: Mahlum (2011)

Locado em um ambiente rodeado de pinheiros. os ambientes naturais e artificiais formam um espaço envolvente de playgrounds, ecossistemas, jardins e áreas de lazer internas. As crianças podem desfrutar de oportunidades de exploração, criatividade e interação, podendo se sujar numa caixa de areia que possui uma bomba manual de água (Archdaily, 2011).

Figura 21 Crianças brincando em espaço livre

Fonte: Lincoln Barbour (2011)

Definido como um vilarejo com pequenas comunidades lúdicas, o centro de educação infantil lembra um aglomerado de casas. Em sua parte interna, há tetos mais baixos para se adequar a escala das crianças, além de proporcionar um ambiente bem iluminado para áreas de brincadeira e aprendizagem. Também foi pensado na transparência, obtida com janelões de vidro (Figura 22), que garante a conexão das crianças com o entorno e cada sala de aula a comunidade em geral ( Archdaily, 2011).

Figura 22 Sala bem iluminada e com teto baixo

Fonte: Lincoln Barbour (2011)

Nos espaços para jogos, as paredes profundas permitiram a criação de nichos nas janelas que foram aproveitados para o uso de bancos, os quais as crianças podem fazer uso da sua maneira ( Archdaily, 2011). Com recursos limitados, uma grande quantidade de madeira não utilizada guardada no porão da faculdade foi reformada e disponibilizada para instalação e uso no centro como teto nos corredores ( Archdaily, 2011). As texturas e móveis de madeira contribuem para a atmosfera acolhedora e caseira do ambiente (Figura 23).

Figura 23 A madeira como principal material, utilizada de diversas formas

Fonte: Lincoln Barbour (2011)

Esse centro de educação infantil é uma referência para o Centro educacional de acolhimento a ser proposto principalmente pela conexão criada entre os espaços construídos e os espaços livres e a natureza. O aproveitamento de áreas livres para brincadeiras com contato direto com a natureza proporciona vivências mais saudáveis e estimulantes para as crianças, onde a criança pode aprender se divertindo (Figura 24).

Figura 24 Crianças brincando em mobiliário urbano na natureza

Fonte: Lincoln Barbour (2011)

3.2 Jardim de infância e creche KM

3.2.1 Ficha Técnica - Localização: Izumi, Osaka, Japão - Arquitetos: Hibinossekei, Youji no Shiro - Área: 1244m² - Ano do projeto: 2016

Figura 25 Vista do jardim interno para o prédio que o circunda

Fonte: Ryuji Inoue / Studio Bauhaus (2016)

3.2.2 O projeto

Todo o projeto é pensando no incentivo a atividades físicas, devido ao local limitado, e a falta de conhecimento sobre a história local entre as crianças. Por isso, criou-se um ambiente onde elas podem correr, em um terreno ondulado, desencadeando o movimento naturalmente (Archdaily, 2016).

Figura 26 Vista para o jardim interno

Fonte: Ryuji Inoue / Studio Bauhaus (2016)

O telhado é projetado para se transformar gradualmente no playground, incentivando o movimento para cima, e possui uma rampa integrada ao jardim que permite o acesso a esse pavimento e também está conectado a uma escada, criando um tipo de circuito e corrida (Archdaily, 2016).

Figura 27 Rampa integrada ao jardim interno

Fonte: Ryuji Inoue / Studio Bauhaus (2016)

Pode-se observar melhor a disposição dos ambientes no prédio em relação ao jardim na planta abaixo (figura 28):

Figura 28 Planta baixa, Planta 2º Pavimento e Coberta

Fonte: HIBINOSEKKEI , Youji no Shiro (2016)

Esse projeto além de trazer a integração do jardim central com todas as outras salas do prédio, fez uso do declive do próprio terreno para atender os seus objetivos de incentivo ao movimento. Assim, o uso do perfil natural do terreno no projeto será estudado para aproveitá-lo com criatividade em busca de oferecer as melhores condições de lazer para as crianças da escola.

3.3 Centro de Educação Infantil Bambi

3.3.1 Ficha Técnica - Localização: Córdoba, Espanha - Arquitetos: Plan9, escritório de arquitetura - Área: 1008m² - Ano do projeto: 2011

Figura 29 Vista externa do Centro de Educação Bambi

Fonte: José Luque, Archdaily (2011)

3.3.2 O projeto O projeto partiu do fato que o Centro Educacional Bambi era localizado em uma casa unifamiliar e teve que mudar de terreno para se adequar às necessidades da legislação local, formando um novo espaço que permite o desenvolvimento diferenciado das outras atividades do centro, aliado a vegetação abundante que tornam o espaço um local agradável para as crianças (Archdaily, 2011).

This article is from: