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Unidade 1 - Quanto tempo o tempo tem?
Esta unidade introduz noções de tempo e suas durações, estabelecendo diferenças entre tempo histórico e cronológico. Além disso, aborda os mecanismos de medição e de registro da passagem do tempo cronológico, como os relógios e os calendários, e de planejamento do tempo no cotidiano, como as agendas. Trabalha também com a ideia de passado, presente e futuro e com noções de mudanças e permanências na História, apresentando aos estudantes a linha do tempo, um instrumento útil de organização do tempo histórico. Propõe, ao final, um primeiro questionamento sobre a origem da humanidade e o fato de os mais antigos ancestrais humanos terem surgido na África.
Proposta pedagógica
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O tema central desta unidade é a concepção de tempo. A intenção é que os estudantes consigam compreender os principais conceitos sobre esse tema e a diferença entre tempo histórico e tempo cronológico. Além disso, ao serem apresentados a organização linear do tempo, eles ampliam as noções de passado, presente e futuro e de mudanças e permanências na História.
A unidade foi planejada e construída para auxiliar os estudantes também a refletir sobre as ações da humanidade no espaço e ao longo do tempo.
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Objetivos da unidade
• Introduzir noções conceituais de tempo em História. • Perceber a diferença entre tempo cronológico e tempo histórico. • Refletir sobre as mudanças e permanências na História e as durações do tempo histórico. • Conhecer e aprender a usar uma linha do tempo. • Apresentar noções sobre a origem da humanidade.
Habilidades trabalhadas: EF04HI01 EF04HI03
Pré-requisitos
• Ter noções de temporalidade (passado, presente, futuro). • Saber identificar mudanças e permanências na história pessoal, familiar e da comunidade. • Compreender e reconhecer marcos de memória.
NUVOLANEVICATA/SHUTTERSTOCK
Para começar...

O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.
Parlenda.
1. De que maneiras podemos contar a passagem do tempo? 2. É possível saber quanto tempo o tempo tem? Por quê?
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Para o professor
AQUINO, M. de. Memória e temporalidade no ensino de História: questões conceituais e possibilidades metodológicas. VII Congresso Internacional de História. 6 a 9 de outubro de 2015, Maringá, PR. Disponível em: www.cih.uem.br/anais/2015/ trabalhos/1380.pdf. Acesso em: 2 ago. 2021.
O texto discute conceitos relacionados à temporalidade e à memória, e suas possibilidades de aplicação ao ensino de História. Pode contribuir para uma reflexão sobre a tarefa pedagógica de ajudar o aluno a pensar historicamente, considerando as questões da memória e do tempo em suas dimensões sociais.
Explore a leitura coletiva do trava-língua e o ritmo das frases com os estudantes, de forma a integrar aos conhecimentos de Língua Portuguesa. Incentive-os a refletir sobre a imagem, perguntando o que eles veem e o que acham que significa o relógio sendo dissolvido, desintegrado.
Aproveite, ainda, o momento da leitura do trava-língua para trabalhar outras questões com os estudantes, como a percepção pessoal da passagem do tempo. Para isso, comece perguntando a eles se o tempo parece passar mais rapidamente quando fazem algo de que gostam muito ou quando fazem algo de que não gostam. Ao refletir sobre esse questionamento, os estudantes poderão perceber que ainda que seja possível contar o tempo de muitas maneiras, a sensação da passagem do tempo varia.
O tempo pode ser contado em segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos, séculos, milênios etc.
Ao discutir essa questão, é importante que os estudantes percebam que o tempo é uma convenção humana e que elas não são meramente convencionais, pois muitas vezes se baseiam em fenômenos da natureza. Por exemplo, o dia de 24 horas é decorrente do movimento de rotação da Terra, ou seja, o tempo que o planeta leva para dar uma volta ao redor do próprio eixo. Também a duração do ano de 365 dias (ou 366 em anos bissextos) está relaciona ao movimento de translação da Terra, ou seja, o tempo que a Terra demora para dar uma volta completa ao redor do Sol. Com esses exemplos, é possível estabelecer relações interdisciplinares com Geografia e com Ciências.
Habilidade trabalhada:
As questões iniciais do texto retomam a discussão anterior sobre a relatividade do tempo. Aproveite a ocasião para explicitar esse aspecto junto aos estudantes fazendo a leitura compartilhada com eles.
Explore as imagens da página buscando relembra-los da discussão inicial sobre as convenções criadas pelo ser humano para delimitar os períodos de tempo, retomando os fenômenos do dia e da noite em relação à rotação da Terra e os das estações do ano com o movimento de translação.
Incentive-os a expressarem oralmente quais são as atividades de que mais gostam e pergunte se são eles que definem o tempo gasto com essas atividades, ou se seguem um planejamento pré-determinado por alguém. Aproveite para reforçar as regras da boa convivência, como esperar a vez de falar, ouvir os colegas e respeitá-los, não permitindo qualquer manifestação depreciativa e/ou discriminatória entre os colegas.
A pergunta tem como objetivo fazer com que os estudantes relacionem o tema estudado nesta unidade com atividades de lazer de seu cotidiano.
Você alguma vez ouviu as expressões: “O tempo está demorando a passar.”, “Não temos tempo a perder.” ou “Como o tempo passou rápido!”? São expressões que revelam como percebemos a passagem do tempo.
Mas o que é tempo?
Tempo é o período entre um acontecimento e outro. Esse período pode ser curto, como a duração de uma aula na escola, ou mais longo, como o intervalo entre o seu aniversário deste ano e o do próximo ano.
Existem diferentes formas de observarmos a passagem do tempo.
Como notando a sucessão dos dias e das noites.

LAZYLLAMA/SHUTTERSTOCK
Vista do Elevador Lacerda, em Salvador (Bahia), durante o dia. Vista do Elevador Lacerda, em Salvador (Bahia), durante a noite.
Vista do Jardim Botânico, em Curitiba (Paraná) na primavera, no verão, em outono e no inverno.

VINICIUS TUPINAMBA/SHUTTERSTOCK
E observando as mudanças na natureza, como o crescimento das plantas e a alternância das estações do ano.
VINICIUS BACARIN/SHUTTERSTOCK CASSIANO CORREIA/SHUTTERSTOCK MARCIO JOSE BASTOS SILVA/SHUTTERSTOCK PEDRO MORAES/SHUTTERSTOCK
1 Conte aos colegas qual é o seu período do dia e a estação do ano preferidos.
Resposta pessoal.
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Foi observando os fenômenos da natureza, como a posição do Sol e das estrelas no céu, que nós, seres humanos, passamos a contar o tempo. Veja ao lado um exemplo de divisão do tempo.
A divisão do tempo marcada pelas horas do relógio diz respeito ao chamado tempo cronológico.
O tempo cronológico também pode ser organizado em dias, semanas, meses, anos ou décadas. Os espaços de tempo muito longos podem ser divididos, por exemplo, em séculos e milênios.
Essa maneira de contar o tempo foi aprimorada pela invenção dos calendários e de instrumentos como o relógio. As agendas também nos ajudam a organizar o tempo cronológico. Relógio de ponteiros marcando as horas, os minutos e os segundos: uma hora 1 Como você divide seu tempo no dia a dia? contém 60 minutos; um minuto contém
No caderno, elabore um quadro, conforme o modelo a seguir, com as atividades 60 segundos. Por isso, dizemos que as unidades de medida do tempo pelo relógio são marcadas por intervalos precisos que você realiza durante a semana nos e regulares. Na foto, uma criança segura períodos da manhã, tarde e noite. um relógio. 2 A organização do tempo por meio de calendários permite que os acontecimentos significativos da nossa vida sejam ordenados cronologicamente, ou seja, um depois do outro. Além disso, datas relevantes podem ser lembradas a cada ano. Em que dia e mês do ano você faz aniversário? Por que essa data é importante?

YONGTICK/SHUTTERSTOCK
Resposta pessoal.
Agenda da semana
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo
Manhã |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| Tarde |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| Noite |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||| ||||||||||||||||||||
Espera-se que os alunos respondam que a data de seu aniversário é importante porque marca o início da vida deles, o seu nascimento.
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Avaliação
O preenchimento da agenda semanal pode ser utilizado como um material de avaliação processual que te ajudará a perceber se os estudantes compreenderam o conteúdo e se preencheram coerentemente os espaços do quadro ou propor uma correção coletiva. O que deve ser avaliado é se eles souberam ou não usar essa ferramenta (agenda) e se as anotações feitas serão úteis para ajudá-los a cumprir os compromissos do dia a dia.
Faça a leitura compartilhada com os estudantes e mobilize-os para o preenchimento da agenda semanal, iniciando com uma atividade oral em que todos possam contar aos colegas aquilo que realizam regularmente nos períodos da manhã, tarde e noite. Com a ajuda deles, selecione as atividades comuns a todos, por exemplo, o período em que estão na escola ou dormindo. Depois, incentive-os a lembrar do que fazem em um ou mais dias da semana quando não estão na escola. A lembrança de um aluno pode ajudar outro a se lembrar de tarefas ou compromissos semelhantes (como o momento da lição de casa), ou ainda, atividades diferentes praticadas nos dias e horários citados pelo colega. Permita também que eles se manifestem sobre atividades dos fins de semana.
A distinção entre tempo cronológico e tempo histórico é fundamental no estudo de História. Por isso, é necessário garantir que os estudantes compreendam as diferenças entre os dois e que percebam que as noções de antes e depois, de sucessão, de continuidades e descontinuidades e de mudanças e permanências são fundamentais para a compreensão dos fenômenos históricos. Na condução das atividades propostas, procure garantir a compreensão dos estudantes dessas noções.
As habilidades de observação e interpretação de imagem devem ser desenvolvidas por toda a escolaridade básica. Solicite aos estudantes que observem a imagem e que citem os principais elementos para compreender o contexto (termômetro, manchas pelo corpo; o convite para a festa e a feição de desapontamento no rosto da criança).
Ainda que não seja possível saber como e quando a criança ficou doente, é importante que os estudantes percebam que há consequências para ela a partir da análise da cena. Assim, mesmo sem saber as causas ou a situação que a levou ao quadro, os estudantes podem lançar hipóteses acerca dos desdobramentos do quadro como, por exemplo, o fato de não poder ir à festa.
Não é possível saber com certeza o que acontecerá com a criança no dia seguinte, mas é possível instigar os estudantes a lançarem hipóteses.
Embora seja uma boa referência para a história, o tempo cronológico não deve ser confundido com o tempo histórico.
Diferentemente do tempo cronológico, cuja unidade de medida é precisa, no tempo histórico não é possível saber com exatidão quando um acontecimento começou ou vai terminar.
Para estudar História, precisamos prestar atenção não apenas ao instante em que um evento acontece, mas também ao que já vinha ocorrendo antes dele e ao que aconteceu depois.
É importante também lembrar que há coisas no mundo que acontecem ao mesmo tempo. Vamos usar um exemplo simples do dia a dia para compreender essa ideia. Observe a ilustração e responda.

ULISSES FIGUEIREDO/YAN
1 O que você acha que aconteceu com essa criança?
Espera-se que os estudantes indiquem que a criança ficou doente. Caso um aluno diga que imagina tratar-se de catapora, aproveite a oportunidade para destacar as características dessa doença. 2 É possível saber com exatidão o que teria provocado essa situação?
Espera-se que os estudantes indiquem que não, pois não temos os acontecimentos anteriores a esse evento. 3 O que você imagina que os colegas dessa criança estão fazendo no momento em que ela lê o cartão? 4 O que você acha que vai acontecer com essa criança no dia seguinte?
Resposta pessoal. Os estudantes podem indicar, entre outras possibilidades, que os colegas estariam na festa ou preparando-se para a festa.
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes indiquem que, no dia seguinte, essa criança estaria se cuidando para ficar saudável novamente.
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Tema contemporâneo
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) sugere a incorporação nos currículos de propostas pedagógicas com abordagens de temas contemporâneos que afetam a vida humana. Explore os elementos da ilustração da página, integrando os conhecimentos de Ciências, para uma reflexão sobre os cuidados com a saúde. Converse sobre a importância do repouso e do tratamento adequado que devemos receber quando estamos doentes e sobre nossa responsabilidade em cuidar da própria saúde física e emocional, aprendendo a reconhecer as emoções e os desconfortos físicos para poder lidar com eles de maneira saudável. Esse tema é, aliás, uma das dez competências gerais destacadas pela BNCC.
De olho no tempo
Como nos localizamos no tempo?
O modo mais natural de nos localizarmos no tempo é por meio da ideia de passado, presente e futuro.
O passado é tudo aquilo que já aconteceu. Por exemplo, o dia em que você nasceu é um acontecimento do passado.
O presente se refere ao que está acontecendo no momento atual. Por exemplo, neste momento, você está estudando História e refletindo sobre o tempo histórico.
Já o futuro se refere ao que ainda vai acontecer. Os resultados do que planejamos e realizamos agora não serão obtidos imediatamente, mas no futuro. E há muitas coisas que ainda vão acontecer que não planejamos.
EDITORIA DE ARTE
1. Converse com um colega sobre as atividades que cada um fez ontem e os planos de ambos para amanhã. Sigam o roteiro e anotem as respostas no caderno. a) O que você fez ontem quando não estava na escola? Enquanto isso, o que Respostas pessoais. fazia seu colega? b) O que você vai fazer amanhã quando não estiver na escola? E seu colega, quais são os planos dele para amanhã? 2. Leia o ditado popular a seguir e pense sobre seu significado. Em sua opinião, qual é a relação entre o conteúdo deste texto e o que você aprendeu do tempo histórico? Espera-se que o estudante indique que, no tempo histórico, um acontecimento precede e influencia o outro, assim como o plantio e a colheita.
Para colher depois, deve-se plantar antes.
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Atividade complementar
Criando um livro
Esta atividade foi pensada para ser solicitada como tarefa para casa.
Como forma de incentivar a compreensão dos diferentes tipos de tempos, sobretudo o cronológico, sugerimos a leitura do livro De hora em hora, de Ruth Rocha. Nesse livro, a autora traça o dia de uma criança indicando as atividades que ela realiza. É uma boa oportunidade para compor com as atividades propostas. Dessa forma, você pode solicitar aos estudantes que façam um “livro” ilustrado com as atividades que realizam ao longo de um dia. Como forma de apoio na tarefa, eles podem consultar a tabela que preencheram na atividade da página 13.
Marque um dia no calendário para que todos tragam e compartilhem o “livro” que criaram.
A atividade propõe o trabalho com as noções de passado e futuro. É importante que os estudantes percebam que o passado está relacionado com aquilo que já aconteceu e que não pode ser modificado. Já para a noção de futuro é importante que eles percebam que, como ainda não aconteceu, pode vir ou não a acontecer. O futuro é o tempo da intenção, do planejamento, assim, pode ou não ocorrer.
Estimule os estudantes a comparar suas atividades com a do colega, que ocorreram ao mesmo tempo em um determinado momento do passado, mas em espaços diferentes. Pode haver semelhanças ou diferenças nessas atividades. É importante que todos os relatos sejam respeitados, pois as atividades podem variar de acordo com os hábitos e costumes de cada um.
A interpretação do ditado popular é pessoal, mas espera-se que os estudantes percebam que as ações humanas têm consequências, sejam elas individuais ou coletivas. Assim, aquilo que fazemos hoje terá consequências amanhã. Procure trazer alguns exemplos para ajudá-los a compreender. Você pode mencionar a poluição e a produção de resíduos sólidos como eventos que podem impactar o futuro. Pode, ainda, mencionar que, se um estudante não estuda e não realiza as atividades solicitadas, dificilmente, no futuro, ele conseguirá interpretar o mundo de forma racional e consequente.
Habilidade trabalhada:
EF04HI01
Antes de pedir aos estudantes que façam as atividades 1 e 2, explore oral e coletivamente os elementos das duas fotos, incentivando-os a identificar o que mudou e o que permaneceu inalterado na praça, no intervalo de tempo que separa as duas paisagens retratadas. Ajude-os a perceber o que indica uma interferência instantânea na imagem (por exemplo, o automóvel e as pessoas que aparecem na foto de 1935) e os elementos que, de fato, foram incorporados à paisagem da praça (como a nova construção ao lado esquerdo da igreja, na foto de 1939).
O trabalho de leitura das imagens pode ser ampliado explorando diferentes pontos de vista da paisagem. Desse modo, pode-se integrar os conhecimentos de Geografia.
Habilidade trabalhada:
EF04HI01
O tempo na história é marcado pelas mudanças e permanências em determinada sociedade.
As fotos a seguir representam uma praça da cidade de São Paulo, a praça Cornélia, situada no bairro da Lapa. A primeira foto é de 1935 e a segunda, de 1939. Observe-as com atenção.
ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL DA CIDADE DE SÃO PAULO – AHM

COLEÇÃO PARTICULAR À esquerda na imagem, a Igreja de São João Maria Vianney. Praça Cornélia, Lapa, São Paulo (São Paulo). Foto de 1935.

Em foto de 1939, a praça Cornélia é vista de um ângulo diferente do observado na foto anterior. Note que nesta imagem a Igreja São João Maria Vianney aparece à direita.
1 Pelo fato de as fotos não terem sido tiradas do mesmo ângulo de visão e terem sido produzidas em datas diferentes, pode até parecer que elas retratam locais distintos, mas isso não é verdade. Que elementos fotografados nos permitem saber que se trata da praça Cornélia, na Lapa, em São Paulo?
O elemento mais visível é a Igreja São João Maria Vianney. Mas há outras evidências, como a construção que está à esquerda da igreja e que na imagem mais antiga só aparece em parte. 2 E que mudanças ocorreram nesse local no intervalo de quatro anos entre 1935 e 1939? Na foto de 1935, percebe-se que a praça está sendo modernizada e há materiais para o calçamento de seu entorno por toda parte. O prédio à direita da igreja, que aparece na foto de 1939, ainda não havia sido 16 construído. Na foto mais recente, o calçamento está pronto, há grama plantada e também mudas de árvores.
Atividade complementar
O espaço que habitamos
Esta atividade foi pensada para ser solicitada como tarefa para casa.
Integre os conhecimentos de Arte para explorar a percepção dos estudantes sobre mudanças e permanências ocorridas em um espaço que seja significativo para eles. Peça a eles que tragam para a aula uma foto antiga que retrate um ambiente da casa onde moram ou de outro local que possa ser revisitado. Pode ser um retrato tirado durante um evento (Natal, aniversário, casamento etc.), ou simplesmente a foto da fachada ou de um cômodo da casa, em que apareçam elementos que possam ser comparados (como móveis e objetos, cor das paredes ou outros). Os estudantes devem observar os detalhes da foto e, então, comparar com o que existe hoje no mesmo local, anotando todas as mudanças percebidas, assim como tudo o que permaneceu inalterado. Depois, eles deverão fazer um desenho representando como está esse ambiente, hoje, incorporando na cena as anotações feitas. Para concluir, em uma roda de conversa, cada aluno deve apresentar seu desenho com a respectiva foto antiga, para que todos juntos identifiquem o que mudou e o que não mudou com o tempo.
Habilidades trabalhadas: EF04HI01 EF04HI03
Observando as fotos da praça Cornélia, na página anterior, você percebeu que, em quatro anos, houve várias modificações provocadas por ações humanas. Veja abaixo como está a praça nos dias atuais.
TOM VIEIRA FREITAS/FOTOARENA

Praça Cornélia, na Lapa, São Paulo (São Paulo) com a Igreja São João Maria Vianney ao centro, 2012.
Vista da Igreja São João Maria Vianney, São Paulo (São Paulo), 2020.

RONNY SANTOS/FOLHAPRESS
3 Entre 1939 e 2012, que mudanças você percebe na praça Cornélia e em seu entorno?
Espera-se que os estudantes indiquem que a igreja se manteve, mas o traçado da praça mudou bastante, assim como as árvores cresceram e se tornaram mais volumosas. 4 As mudanças ocorridas entre 2012 e 2020, na igreja São João Maria Vianney, foram maiores do que as que aconteceram no local entre os anos de 1935 e 1939? Explique.
Espera-se que o estudante indique que não, pois apesar de, ao fundo, podermos notar a presença de mais edifícios, a igreja permanece com a mesma estrutura.
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Atividade complementar
Lugares digitais
Os estudantes podem navegar pela internet usando ferramentas que permitem ao usuário visitar diferentes regiões do mundo, com imagens de vistas panorâmicas ou verticais. Peça a eles que procurem o endereço (Praça Cornélia, Lapa, São Paulo). Eles terão acesso a um registro fotográfico recente do local, podendo visualizá-lo de diferentes ângulos e pontos de vista.
Se a escola estiver situada em uma das cidades que já possuem o serviço, pode-se orientar uma atividade de pesquisa, solicitando aos alunos que tragam fotos antigas de ruas e/ou edificações da cidade para que possam comparar.
Em duplas, solicite aos estudantes que retomem as fotos da página 16 para que possam comparar as mudanças e permanências com base nos registros feitos em épocas diferentes. Nesse momento, pode-se retomar o trabalho sobre pontos de vista, sugerido anteriormente.
Os estudantes devem perceber que a praça e seu entorno estão bastante alterados: o calçamento já não é o mesmo, as árvores cresceram, há muito mais construções, incluindo vários edifícios ao fundo. Há vários automóveis, vendedores ambulantes e pessoas frequentando o local. Dessa forma, é possível dizer que em 4 anos a praça mudou menos do que em 73 anos. Destaque que, de um modo geral, quanto maior o tempo decorrido maiores são as possibilidades de mudanças, pois durante um período mais longo, mais mudanças sociais e políticas, por exemplo, tendem a acontecer e essas mudanças acabam por modificar os espaços.
Essa atividade pode ser utilizada como avaliação continuada, pois ajuda a perceber se os estudantes compreenderam mudanças e permanências de espaços.
Habilidades trabalhadas:
EF04HI01 EF04HI03
As imagens dessa página podem ser utilizadas para complementar o texto. Assim, faça a leitura compartilhada do texto do livro do estudante e chame a atenção deles para as diferenças entre a ponte no passado e atualmente. Incentive-os a prestar atenção aos detalhes como edificações, vestimentas, automóveis e tipos de comércio nos dois momentos.
Muitas vezes, as mudanças na história são percebidas lentamente. Um fato ou acontecimento causado pela ação humana não provoca uma mudança imediata, mas marca o começo de uma transformação que vai demorar para ser percebida.
Por isso, chamamos essas ações que se prolongam no tempo de processo histórico. Nele, existe um encadeamento entre os acontecimentos. Isso quer dizer que um fato não pode ser analisado isoladamente.
Uma sequência de acontecimentos pode ser medida por períodos de tempo variáveis: de curta, média ou longa duração. Mudanças rápidas e bruscas, que causam uma ruptura na sequência de acontecimentos, definem um período histórico de curta duração. Outras, não muito rápidas ou que são bem lentas, determinam períodos de média ou de longa duração.
Encadeamento:
relação entre coisas semelhantes ou que estão ligadas entre si.
COLEÇÃO PARTICULAR

HANS VON MANTEUFFEL/PULSAR IMAGENS

18 Gravura de Recife (Pernambuco) feita por F.H. Carls, 1848. Nela vemos a ponte Maurício de Nassau, construída em 1643.
Foto de 2020 da ponte Maurício de Nassau, em Recife (Pernambuco). Situada sobre o rio Capibaribe, no centro da cidade, a ponte foi reformada e melhorada em vários períodos diferentes da história do Brasil.
Para ampliar
A Ponte Maurício de Nassau era chamada de Ponte do Recife. Somente em 1917 que foi reinaugurada com o nome atual. Ela é um dos marcos da passagem dos holandeses em Pernambuco (de 1630 a 1654). A expulsão definitiva dos holandeses, em 1654, influenciou fatos e acontecimentos no Brasil que vieram depois.
A foto da Ponte do Recife é um testemunho material do passado, ao mesmo tempo em que faz parte da vida atual dos recifenses. Apesar das reformas que sofreu com o tempo, está presente na paisagem da cidade há mais de 350 anos, participando de acontecimentos históricos nos mais diferentes contextos.
Para organizar os acontecimentos no tempo (e entender melhor o que veio antes, o que veio depois e o que aconteceu ao mesmo tempo), um instrumento importante é a linha do tempo.
A linha do tempo é uma representação na qual incluímos datas e acontecimentos significativos. Tais eventos, quando registrados ou descritos, ocupam períodos com durações variáveis.
Veja o exemplo a seguir, com base em informações das páginas anteriores.
ULISSES FIGUEIREDO/YAN

1 A linha do tempo representada acima compreende 90 anos de história da praça
Cornélia. Nela, há indicações de datas que dizem respeito às mudanças e às permanências ocorridas naquele local em três épocas distintas. Identifique os períodos de média e longa duração indicados, consultando as informações da legenda. a) Com que cor foi representado o intervalo de tempo maior? Qual é o nome dado a ele? b) Com que cor foi representado o menor intervalo de tempo? Qual é o nome que esse período recebeu?
2 Agora, localize na linha do tempo a data da fundação da igreja situada na praça. Por que esse evento foi indicado como sendo de curta duração?
Porque ele marca uma data específica, a igreja foi fundada em 1932.
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A construção de uma linha do tempo é um instrumento pedagógico importante, pois por meio dela, é possível elencar uma série de informações ao longo de um dado período de tempo. Da mesma forma que tabelas e gráficos, a linha do tempo é uma maneira de reunir e apresentar dados e as habilidades para montá-la e interpretá-la devem ser desenvolvidas ao longo da escolaridade básica. Dessa forma, faça a leitura compartilhada do texto com os estudantes e explore a ilustração da linha do tempo da praça Cornélia a fim de que os estudantes compreendam o que as linhas e suas respectivas cores estão indicando. Esse conteúdo desenvolve noções importantes e abstratas como curta, média e longa durações. Justamente por serem noções abstratas e relativas, os estudantes podem apresentar alguma dificuldade de entendimento. Assim, se possível, traga exemplos de outras linhas do tempo para garantir uma melhor compreensão.
O período de longa duração está indicado na cor azul e o período de média duração, na cor verde.
Habilidade trabalhada:
EF04HI01
Esse evento é considerado de curta duração porque está precisamente localizado no tempo em um ano específico em uma linha do tempo de 90 anos de História. Assim, um ano em um escopo de 90 anos é pouco representativo em termos de duração, portando considerado curto.
Habilidade trabalhada:
EF04HI01
Nessa atividade é possível trazer novamente a noção de duração para reforçar e verificar a compreensão dos estudantes, servindo também como método de avaliação continuada. Assim, ao construírem a linha do tempo de suas vidas, eles perceberão que o momento do nascimento, por exemplo, tem curta duração porque está precisamente localizado em um dia, mês e ano específicos em uma história de 9 anos. No entanto, o tempo que decorre do nascimento aos primeiros passos pode ser entendido como de média duração, pois gira em torno de 1 a 1, 5 anos. O mesmo pode ser dito em relação ao abandono das fraldas. Já o tempo que passam (e passarão) frequentando a escola, é de longa duração. É fundamental que os estudantes percebam essas diferenças em relação à duração dos períodos entre um evento destacado e outro.
Para a realização da atividade, faça a leitura compartilhada do texto e solicite a ajuda dos familiares ou responsáveis pelos estudantes para a obtenção das informações que colocarão na linha do tempo. Assim, a atividade deve ser feita parte em casa e parte em aula.
Concluída a linha do tempo, proponha a eles que compartilhem suas produções com os colegas. Certamente, algumas datas vão coincidir. É importante que eles criem a linha do tempo de forma cronológica, ou seja, na ordem em que as datas se sucederam. Dessa forma, terão mais noção de encadeamento dos fatos, de mudanças e permanências, bem como as consequências de alguns eventos na determinação de eventos posteriores.
Atividade complementar Linha do tempo coletiva
Há várias outras possibilidades de temas que podem ser explorados em linhas do tempo. Você pode sugerir, por exemplo, temas que permitam a construção de uma linha do tempo coletiva, utilizando datas significativas da história da escola (fundação, mudanças etc.).
Pode-se, por exemplo, trabalhar na construção de uma linha do tempo coletiva com o registro das datas de aniversários dos estudantes da turma. Ou, ainda, fazer uma linha do tempo das festas que são comemoradas ao longo do ano, entre outras possibilidades.
Há diferentes maneiras de se usar uma linha do tempo. Ela pode conter registros que dizem respeito à história de um lugar (por exemplo, a praça Cornélia), à história de um grupo específico, de uma empresa, de uma família, de um indivíduo ou de toda a humanidade.
Ao longo deste ano, você vai trabalhar diferentes linhas do tempo.
1 Agora, que tal montar uma linha do tempo contendo os marcos importantes da sua história? Siga o roteiro. a) No início da linha traçada, marque o ano do seu nascimento. Cada centímetro da linha representa um ano. b) Pense em datas importantes da sua história e registre-as na linha do tempo, escrevendo também o que cada data representa. Por exemplo: 2010 - eu nasci. c) Outras datas importantes da sua história podem ser: o ano em que entrou na escola, o ano em que fez uma viagem de férias que marcou sua vida, se mudou de casa, ganhou um animal de estimação etc. d) Se você tem um ou mais irmãos/irmãs mais novos do que você, registre também o ano do nascimento deles. Momentos tristes, como a morte de alguém querido, também podem ser registrados. e) Faça desenhos ou colagens para ilustrar sua linha do tempo. Para isso, use os espaços em branco acima e abaixo da linha do tempo.
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A origem da humanidade é muito antiga. Tão antiga que é até difícil imaginar um tempo que existiu há milhões de anos. Não é à toa que os estudiosos têm ainda muito o que descobrir dessa história.
A origem da humanidade pode ser comparada a um grande quebra-cabeça, que ainda não está completo. Faltam muitas peças para preencher a imagem, mas também há muitas partes prontas. F1_ACH4_U1_M001 Em resumo, hoje já temos várias certezas sobre a origem da humanidade. Uma delas é que o ser humano teve origem no continente africano.
GEOGRAFIA
0° M a r M edit e r r â n África atual e o
ALLMAPS
Trópico de Câncer Mar Vermelho
Linha do Equador 0°
OCEANO ATLÂNTICO
Trópico de Capricórnio Meridiano de Greenwich OCEANO ÍNDICO
Locais em que foram encontrados alguns dos mais antigos sinais da humanidade Fronteiras atuais 0 935
km
Fonte: Jeremy Black. World History Atlas. Nova York: Dorling Kindersley, 2008. p. 14-15.
1 Sabia que a África é um grande continente dividido em 54 países, cada um com cultura própria? O que mais você conhece da África? Conte aos colegas.
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A despeito da linha do tempo que se resolva construir coletivamente, o mais importante é que os estudantes sejam capazes de compreender a lógica que a embasa e interpretá-la garantindo a apreensão das noções de passado, presente, futuro e de duração.
Habilidade trabalhada:
EF04HI01
Explore a leitura do mapa destacando os elementos cartográficos (título, fonte, escala, rosa dos ventos, linha do Equador e outros) e integrando os conhecimentos de Geografia. Explique que o mapa é uma representação gráfica do espaço e pode ser elaborado para destacar diferentes tipos de informação. Cite alguns tipos de mapa: político, físico, climático, demográfico, econômico, histórico, temático e outros, apontando brevemente a função de cada um.
Pergunte se eles sabem onde fica a África e de quais países africanos já ouviram falar. Para a atividade, permita que discutam livremente e compartilhem seus conhecimentos com a turma toda.
Você ainda pode aprofundar e complementar a atividade indicando aos estudantes a leitura de contos africanos. Dessa forma, eles conhecem um pouco mais sobre as culturas africanas e podem se interessar a conhecer cada vez mais.
A Universidade Federal de Santa Catarina disponibiliza gratuitamente, na internet, um conjunto de contos africanos. Cada estudante pode escolher um conto e, em um dia marcado no calendário da turma, compartilhar a história que leu ou lê-la na sala de aula.
Mural África – UFSC. Disponível em: https://muralafrica.paginas.ufsc.br/acervo-2/ sugestoes-de-algumas-obras/. Acesso em: 2 ago. 2021.
As atividades que fecham a unidade são fundamentais para perceber o quanto os estudantes compreenderam os conceitos e temas trabalhados. Dessa forma, sugere-se que, em duplas, possam resolver as questões discutindo e apontando suas dúvidas. Esse é um momento importante para perceber as dificuldades que ainda persistem e retomar os conteúdos que se mostrarem pertinentes de forma individual ou com a turma toda.
As atividades 1 e 2 retomam o conceito de tempo e de que maneira os seres humanos resolveram o problema da sua contagem, isto é, quais os meios e as convenções adotados para marcar a passagem do tempo. Para que os estudantes realizem essas atividades, retome as discussões feitas anteriormente acerca da relatividade do tempo e os fenômenos que auxiliaram o ser humano a marcá-lo.
A atividade 3 trabalha com a noção de tempo cronológico trazendo o dia de uma coruja. Nessa atividade, o fundamental é que os estudantes sejam capazes de interpretar e reconhecer as diferentes atividades realizadas pela coruja e os horários em que aconteceram.
Juntar saberes
1 O que é tempo?
Tempo é o período entre um acontecimento e outro.
2 Como podemos perceber a passagem do tempo?
Observando a natureza ou registrando em objetos como relógios e calendários. 3 Observe a rotina da corujinha Azul.
Acordar.
Escovar os dentes.
Tomar banho.
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Ir para a escola. Voltar para casa.
22 Fazer a lição de casa. Brincar no computador. Brincar com os amigos.
Jantar.
Assistir televisão.
Dormir.
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a) Em que horário a corujinha Azul: • acorda? • vai para a escola? • faz a lição de casa? • brinca no computador?
7h00 • janta? 8h00 • assiste televisão? 15h30 • vai dormir? 16h00 b)A medida de tempo usada pela coruja Azul é a de tempo histórico ou a de tempo cronológico? Explique. 4 Reescreva no caderno o texto a seguir completando com os termos do quadro.
19h00 21h00 20h00
Tempo cronológico, pois ela teve início e fim e pode ser medida no relógio.
curtos grandes mudanças transformações
transformações
As
||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| na História são mais perceptíveis grandes quando analisamos ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| intervalos ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
de tempo. Não é tão fácil, portanto, perceber as
mudanças
e as permanências quando curtos analisamos períodos de tempo.
5 Explique a frase: “A África é o berço da humanidade.”
A África pode ser considerada o berço da humanidade porque lá foram encontrados os vestígios mais antigos dos seres humanos.
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Avaliação formativa
Como forma de avaliação final, verifique se os estudantes compreenderam conceitos históricos bastante importantes: mudança, permanência e duração e as as diferenças entre tempo histórico e tempo cronológico.
A atividade 4 retoma os conceitos de mudanças e permanências e de duração. Verifique, no momento da correção coletiva, se todos compreenderam esses conceitos fundamentais para o estudo da História.
A atividade 5 retoma a origem humana no continente africano. Explore essa ideia e reforce as evidências desse fenômeno explicando que, com o passar do tempo, os seres humanos foram migrando e ocupando outros continentes. Comente com os estudantes que o continente americano, no qual estamos incluídos, foi o último a ser ocupado pelos seres humanos.