4 minute read

Aumento da produção agroindustrial é projetada pela FGV Agro

Avanço foi puxado, principalmente, pelo segmento de produtos alimentícios e bebidas, cuja alta foi de 8,2% em relação ao ano anterior

Projeções revisadas pelo Centro de Estudos do Agronegócio (FGV Agro) apontaram para um crescimento da produção agroindustrial em 2022, mostrando maior cautela quanto aos resultados. Em novembro, a entidade havia estimado crescimento de 2,2% ante 2021. Agora considera um intervalo entre 0,8% e 2,2%, como mostra a pesquisa mensal da instituição. Segundo o estudo, a revisão das previsões é baseada nos resultados de outubro de 2022.

Advertisement

Em relatório, a FGV Agro ponderou que a produção agroindustrial precisaria crescer 8,1% no último bimestre do ano frente ao mesmo período de 2021 para chegar ao cenário base de 2,2% de avanço. “Apesar de não ser impossível, não é algo esperado, mesmo com a estreita base de comparação verificada no último bimestre de 2021”, afirma no documento. No mês de outubro, a agroindústria brasileira registrou aumento de 3,9% na sua produção física ante outubro de 2021.

Apesar do avanço, a FGV ressalta que a base de comparação de 2021 era bem estreita, já que houve contração de 11,8% do índice com efeitos da Covid-19. “O país conta, atualmente, com um cenário interno de maior aquecimento do mercado de trabalho e redução dos custos de produção (queda nos preços de combustíveis e de energia elétrica e menores patamares das cotações de matérias primas)”, explica a entidade.

O avanço foi puxado, principalmente, pelo segmento de produtos alimentícios e bebidas, cuja alta foi de 8,2% em relação ao ano anterior. O segmento de produtos não-alimentícios, por sua vez, registrou leve contração, de 0,5%. A expansão na produção industrial registrou alta acumulada de 1,1% no ano e, desde março, a produção nacional não apresenta taxas de variações abaixo de zero, na comparação interanual.

O resultado, segundo a instituição, reflete o melhor desempenho da produção de produtos alimentícios e bebidas. O setor registrou, até setembro, alta de 2,1% no volume de produção do segmento.

Agroneg Cio E Exporta Es

Os produtos do agronegócio somaram US$ 6,9 bilhões no acumulado de janeiro a novembro de 2022, o que representou 90% dos US$ 7,595 bilhões exportados por Mato Grosso do Sul no mesmo

Apoio da Federação

Em recente visita às instalações da Pasa, em Paranaguá, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Carlos Valter Martins Pedro, reafirmou seu apoio à indústria, destacando o apoio ao setor portuário.

período. Os dados foram obtidos com base em análise feita na Carta de Conjuntura da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). Dos 12 principais produtos exportados pelo estado, de janeiro a novembro de 2022, os sete primeiros são da cadeia produtiva do agronegócio.

“Não sabia que tínhamos índices de produtividade tão expressivos no Porto de Paranaguá. Acredito que temos a responsabilidade de disseminar essas informações para a mentalização do industrial paranaense em relação ao valor do nosso porto. Eu fiquei pessoalmente impressionado com a sua eficácia. Isso nos motiva a valorar os investimentos que estão sendo feitos em relação à indústria do Paraná. A atividade portuária está na pauta da Fiep”, considerou o presidente da Federação.

Amparado por uma safra recorde próxima de 12 milhões de toneladas, o milho foi a vedete em crescimento na balança de exportações do agronegócio sul-mato-grossense em 2022, com um aumento de 667,13%. Em valores, Mato Grosso do Sul exportou US$ 585,5 milhões de janeiro a novembro. Já em volume foram 2,8 milhões de toneladas comercializadas ao exterior. Um dos motivos deste desempenho recorde na produção do milho foi o maior uso de tecnologia e variedades nas lavouras. Mesmo com os problemas de clima a produtividade do milho safrinha chegou a 96 sacas por hectare, o dobro de 2021, quando saíram dos campos estaduais 47 sacas por hectare.

Segundo Paulo Meneguetti a expectativa é grande junto à atual gestão da Fiep porque houve uma dinâmica na Federação consoante à retomada de crescimento nacional. “Entre as forças de defesa da indústria, a Fiep é uma trincheira muito importante para o setor industrial do Paraná. Nos cabe apresentar as demandas e buscar apoio para nossas necessidades, seja nas reformas em andamento, como a trabalhista, a fiscal ou a tributária. O Brasil precisa ser passado à limpo e a Fiep tem poder para centralizar esse debate no Paraná”, frisou Meneguetti. n

O secretário Jaime Verruck, da Semagro, destaca que a força do agronegócio com o avanço dos preços das commodities, a agroindustrialização e o investimento público direto foram os alicerces que impulsionaram as riquezas de Mato Grosso do Sul e levaram o estado a registrar o maior incremento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2020 a 2022 entre os estados da Federação.

Ele acrescenta que o estado é tradicional exportador de grãos para os estados do Sul do país, mas a mudança na matriz econômica está impactando em maior consumo interno dos grãos. “Temos projetos de ampliação da agroindustrialização, como duas usinas processadoras de etanol de milho, uma já em operação em Dourados e outra em Maracaju. Isso sem contar a expansão na produção de suínos e aves, que também consomem o milho na fase da engorda”, salientou.

A demanda interna é de 6 milhões de toneladas, o que, segundo o secretário, é suficiente para atender a cadeia produtiva. No entanto, a industrialização vai mudar estes números. “Existe uma tendência em reduzir ainda mais o quantitativo enviado para fora de MS e beneficiar cada vez mais dentro do estado, transformando este milho em ração de suínos, de aves”, sinalizou.

No caso do etanol de milho, Verruck lembra que já entrou na pauta de exportação o DDG [sigla em inglês para grãos secos e destilados] do milho, que novamente entra na cadeia produtiva, principalmente na pecuária. “A agregação de valor é uma de nossas metas dentro da política industrial. Buscamos a eficiência para que Mato Grosso do Sul seja um estado multiproteína e exporte não só as proteínas vegetal e animal mas também avance em outros produtos”, concluiu.

A soja manteve em 2022 o protagonismo em valores de exportação com mais de US$ 2 bilhões obtidos até novembro, ou o equivalente a 26,7% do total exportado pelo Mato Grosso do Sul. No entanto, em termos de receita houve um recuo de 8,57%. O segundo produto da pauta foi a celulose com 18,24% de participação na balança e US$ 1,3 bilhões de receita. Já o setor de carne bovina registrou aumento de 30,7% nas vendas externas de janeiro a novembro, com US$ 1,1 bilhão negociados. Já em carne de aves foram US$ 344,6 milhões exportados no ano. n