4 minute read

IGREJA MATRIZ DE OUTEIRO

A Igreja de Nossa Senhora da Assunção, classificada como Imóvel de Interesse Municipal pelo Decreto 67 de 31–12–1997, está parcialmente delimitada por muro de xisto que arranca da sacristia e contorna a cabeceira, definindo uma pequena área correspondente ao cemitério, disposto ao longo da fachada S., e terminando na linha da fachada O., onde se encontra um portão de ferro.

Igreja de fundação medieval, cuja planta longitudinal foi adulterada pelo desaparecimento do portal axial, de que se mantêm vestígios dos degraus internos, passando a transversal, com eixo longitudinal interno, levemente distorcido pelo desvio da cabeceira.11

Advertisement

Apresenta uma planta simples, composta por nave rectangular e cabeceira, com telhado de duas águas e empena encimada por cruz, como Duarte d’ Armas a desenhou no século XVI. No interior, amplo arco triunfal, em curvatura levemente quebrada, permitindo uma considerável visualização da capela-mor. Em termos decorativos, a ausência é total, sendo os portais despidos de elementos escultóricos.

Característica singular é a proeminência do campanário, cuja massa pétrea obrigou ao entaipamento do portal principal. Na origem, este campanário, de duplo arco sineiro, terminando em empena triangular, devia sobrepujar a entrada principal.

Contudo, num momento da sua história, que poderá ter coincidido com as obras efectuadas no século XVIII, o reforço estrutural de que necessitava levou à construção de um imponente maciço pétreo, que se adossou a grande parte da fachada principal, e que foi, ainda, reforçado, a poente, pela inclusão de uma escadaria de acesso às sineiras. Com esta solução, deslocou-se a entrada principal para o alçado Sul da nave, que passou, desde então, a ser o único acesso ao interior da igreja.

Dessa mesma intervenção, poderá ter resultado a nova configuração da capela-mor que, mantendo o mesmo perfil quadrangular, foi alteada e dotada de janelas laterais de características barrocas.12

Na década de 80 do século XX, a população procedeu ao seu restauro. As obras limitaram-se a consolidar a estrutura, com substituição de telhados e pintura geral de rebocos. Memoriza esta intervenção a inscrição na fachada S.:

“A MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO DO OUTEIRO FOI TOTALMENTE RESTAURADA PELO POVO DA FREGUESIA EM 1980-1984”.

11. In – www.monumentos.pt.

12. In - www.ippar.pt/patrimonio/patrimonio.html

Casa Da C Mara

Actualmente o edifício da antiga Casa da Câmara é composto por dois pisos amplos. Uma pequena escadaria, abrigada por um alpendre, permite o acesso ao piso superior, onde decorriam as sessões da Câmara e julgamentos.

Na fachada oeste, entre duas janelas, observa-se a Pedra de Armas da realeza, esculpida a granito, e ainda um pequeno sino. O edifício contíguo serviria de cadeia. De acordo com a tradição oral, memória de antigos julgamentos é a cadeira do juiz, único testemunho local do exercício da justiça. Exemplo desta prática é o episódio, passado em meados do século XVII, que conduziu à condenação de Francisco Mendes por assassinato de Gaspar Gonçalves, juiz de Carção, do qual resultou a sua condenação à morte por enforcamento na então vila de Outeiro.

A designação de Casa da Câmara remete para a principal função que este edifício teve. Aqui se reuniram presidentes e vereadores que deliberavam, conforme consta nas Actas das Sessões, sobre orçamento, obras, trabalhos agrícolas, preços, costumes, …, tudo “o que for a bem do Município.”

Fontes Com Informa Es Sobre Outeiro

A) DOCUMENTAIS

Arquivo da Câmara Municipal de Bragança

FUNDO: Câmara Municipal de Outeiro

Actas de Vereação, 1847-1854

Arquivo Distrital de Bragança

FUNDO: Confraria do Santíssimo Cristo de Outeiro

Estatutos da Confraria do Santíssimo Cristo de Outeiro, ca. 1698-1836 – PT-ADBGC-CSCO.

FUNDO: Juízo Ordinário do Julgado de Outeiro

Inventário de menores e maiores, [1830-1854]

– PT-ADBGC-JOOUT

FUNDO: Cartório Notarial de Outeiro

Escrituras e Testamento, 1800-1859–PT-ADBGC-CNOUT

FUNDO: Paróquia de Outeiro

Registos de baptismos, casamentos, óbitos e tombos, 1616-1911 – PT-ADBGC-PBGC26

COLECÇÃO DE PERGAMINHOS

Carta de Povoamento de Outeiro, 1270 – Doc 003P

Arquivo Nacional Torre do Tombo

Documento de troca com os Monges de Avelãs que dão

Outeiro e recebem Gostei e Castanheira, 1290 – Chancelaria de D. Dinis, IV. 1, f. 277 e Gavetas, 12, mç. 8, n.º 5.

Museu Abade de Baçal

Foral da Vila de Outeiro, 1514

B) BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Francisco Manuel – Memórias ArqueológicoHistóricas do Distrito de Bragança. Bragança: reed.

Câmara Municipal de Bragança / Instituto Português de Museus – Museu do Abade de Baçal, 2000, 12 vols.

AFONSO, Ana Maria – O mosteiro de S. Salvador de Castro de Avelãs: um património monástico no dealbar da Idade Moderna (1500-1538). Cascais: Patrimonia – Associação de Projectos Culturais e Formação Turística, 2001.

CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGANÇA – Monografia das Freguesias do Concelho de Bragança, Bragança, 2004.

CASTRO, José de Castro – Bragança e Miranda. Porto: Tipografia Porto Médico, Ldª., 1946-1951, 4 vols.

FELGUEIRAS JÚNIOR, Francisco – “Monografias bragançanas. Outeiro.” Boletim do Grupo Amigos de Bragança, Ano XI, 3ª Série (4). Bragança (1966), pp. 49-63.

FERNANDES, Hirondino da Paixão – Bibliografia do Distrito de Bragança: Série Documentos – Documentos (textos) Publicados, (569-1950). Tomo I. Bragança, Instituto Superior Politécnico de Bragança, Câmara Municipal de Bragança e Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Bragança, 1966.

GARRIDO, César – “Outeiro. Apontamento Monográfico”. Brigantia. Bragança, n.º1 (1981), pp. 109-119.

GOMES, Rita Costa – Castelos da Raia. Lisboa: Ministério da Cultura/Instituto Português do Património Arquitectónico, 2003.

LEAL, Augusto Soares A. B. Pinho – Portugal Antigo e Moderno. Lisboa: Liv. Editora de Mattos Moreira

& Cª; Editora de Tavares Cardoso & Irmão, 18731890, 12 vols.

MOURINHO, António Rodrigues – Arquitectura religiosa da Diocese de Miranda do Douro - Bragança.

Miranda do Douro: Câmara Municipal, 1995.

MOTA, José Peixoto Pinto – “A identidade de algumas aldeias transmontanas: subsídio para o seu estudo. 2 – Outeiro”. Brigantia, Vol XXIV (3/4) – Vol XXV (1/2). Bragança (2004 – 2005), pp. 59-80.

RODRIGUES, Luis Alexandre – “O Santuário transmontano de Santo Cristo do Outeiro: obras e artistas”, Artis – revista do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Lisboa (2005), pp 311-330.

SERRÃO, Vítor –“O Santo Cristo do Outeiro (1698-1739) e a arquitectura de “retorno a 1500” no tempo de D. João VI”, A cripto - História de Arte. Lisboa, 2001. VERDELHO, Pedro–Roteiro dos Castelos de Trásos-Montes. Chaves, 2000.

C) ELECTRÓNICAS www.cm-braganca.pt www.outeirobraganca.no.sapo.pt www.ippar.pt/patrimonio/patrimonio.html www.monumentos.pt

FICHA TÉCNICA

Promovido pela

Câmara Municipal de Bragança

Recolha de Peças

Junta de Freguesia de Outeiro

Súmula Histórica

Rosa Maria Cadime, CMB

Coordenação e Produção

IDEIAS EMERGENTES, CRL_www.imerge.com.pt

Projecto de Arquitectura

ARQUIMERGE_Susana Milão e Alda Coelho

Consultoria

Conceição Rios

Fotografia

Alberto Plácido e Joaquim Pinheiro

Instalação Sonora

INEAR, Marco Jerónimo

Conservação e Restauro Cadeira do Juiz

Ilda Nunes

Design

100 FERRUGEM

Impressão

Greca, Artes Gráficas

Tiragem, Setembro de 2009

1000 exemplares