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ONDE MORA A LONGEVIDADE?
CIENTISTA MAYANA ZATZ LANÇA LIVRO EM PARCERIA COM A JORNALISTA MARTHA SAN JUAN FRANÇA QUE DESTACA CARACTERÍSTICAS DE PESSOAS QUE PASSARAM DOS 80 ANOS E SE MANTÉM SAUDÁVEIS E ATIVAS
POR KÁTIA CAMARGO
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Aprofessora titular de genética e coordenadora do Centro de Pesquisas sobre o Genoma Humano e Células-Tronco da Universidade de São Paulo (USP), Mayana Zatz, 75 anos, lançou recentemente o livro “O Legado dos Genes: o que a ciência pode nos ensinar sobre o envelhecimento” em parceria a jornalista Martha San Juan França. Baseado no projeto 80+ (que vem coletando amostras de sangue de pessoas saudáveis com mais de 80 anos para investigar o DNA de cada um deles), a geneticista teve a ideia de contar histórias sobre os octogenários, nonagenários e até alguns centenários que impressionam pela agilidade mental, disposição e capacidade de inspirar os mais jovens.
No livro, as autoras apresentam, de modo simples e acessível, pesquisas científicas sobre o envelhecimento na área da genética, concluindo que, embora ajude cada vez mais a prever ou a prevenir problemas futuros, ela não determina totalmente o destino das pessoas. “Hoje já sabemos que para um indivíduo envelhecer bem, o ambiente é responsável por 80% e a genética por 20%”, destaca Mayana Zatz, em entrevista para a revista Trinova.
Mayana contou que durante as conversas com os entrevistados ficou claro que a maioria tem o que os franceses chamam de joie de vivre, ou seja, a alegria de viver. “São pessoas otimistas, de bem com a vida”, destaca a pesquisadora.
A cientista conta ainda que os padrões de envelhecimento vão além do nosso patrimônio genético. “Fatores histórico-culturais, sociais, emoções e sentimentos fazem a experiência do envelhecer diversa e heterogênea, e devem ser levados em conta nessa jornada para uma vida mais longeva e feliz”, diz.
Outro ponto levantado que também está presente no livro é sobre se manter ativo. Mayana, que aos 75 anos esbanja longevidade e beleza, relatou que na sua rotina diária caminha pelo menos cinco quilômetros logo pela manhã. “Todos nós devemos fazer alguma atividade física para ter saúde. Ser sedentário pode causar obesidade, hipertensão e muitas outras doenças. Claro que, além disso, é importante cuidar da alimentação, ter hobbies, dormir bem, gerenciar o estresse e cuidar da saúde mental. Mas manter-se ativo é fundamental”, diz.
Mayana Zatz, professora titular de genética e coordenadora do Centro de Pesquisas sobre o Genoma Humano e Células-Tronco da Universidade de São Paulo (USP)

A lista de entrevistados conta com pessoas que atuam em diferentes profissões como artistas, escritores e jornalistas. Dentre eles estão o físico José Goldemberg, 93 anos, e a atriz Beatriz Segall (falecida em 2018 aos 92). “Todas as entrevistas foram muito inspiradoras. E se considerarmos que cada vez mais teremos mais octogenários, nonagenários e centenários, essas entrevistas trazem informações importantes para seguirmos estudando a longevidade”, completa.
COMO OS IDOSOS REAGIRAM A COVID? Os estudos não param e Mayana segue agora estudando nonagenários e centenários que resistiram à Covid-19. “Coletamos amostras de sangue de 95 nonagenários e de 15 centenários que resistiram à Covid-19. Tiveram formas leves ou superaram. Eles têm variantes genéticas de resistência e brinco que resistem a qualquer desafio, inclusive a Covid-19. Essa experiência está nos dando a oportunidade de conhecer pessoas incríveis”, destaca. Durante a entrevista ela relatou que estava indo para Brasília entrevistar um senhor de 106 anos ativo e saudável.
BANCO DE DADOS DE GENOMAS DE IDOSOS BRASILEIROS Mayana também atuou na pesquisa que sequenciou o genoma de 1.171 brasileiros não aparentados, com média de idade de 72 anos, e identificaram 77 milhões de mutações genéticas, das quais 2 milhões delas estavam ausentes em bancos de dados internacionais.
“Chegamos à conclusão que precisávamos ter um banco genômico da nossa população. Resolvemos focar em idosos. A criação de um banco genômico brasileiro já era vista como uma necessidade pelos cientistas, pois a população do País, até então, não estava representada nos bancos de dados internacionais.
Ela conta ainda que o grupo focou em estudar idosos porque uma das metas era avaliar a incidência de doenças associadas ao envelhecimento, como Mal de Parkinson, Alzheimer, hipertensão e câncer”, relata Mayana.

MULHERES E OSTEOPOROSE:
VOCÊ SABE O PORQUÊ DESSA RELAÇÃO?

POR LEILA LEMES BRANCO
Aosteoporose é uma doença silenciosa que atinge cerca de 10 milhões de brasileiros. Responsável pela desmineralização óssea, com enfraquecimento progressivo dos ossos, no Brasil, ocorrem aproximadamente 2,4 milhões de fraturas devido à doença. Para as mulheres, um alerta: uma em cada três, após os 50 anos, acabará apresentando uma fratura por fragilidade óssea durante a vida.
A médica Juliana Graf, ortopedista, traumatologista e especialista em doenças osteometabólicas, explica que a incidência é maior nas mulheres porque a doença ocorre mais comumente após a menopausa, quando perdem a proteção hormonal, o que acarreta a perda óssea acelerada. “Já os homens não apresentam tal alteração hormonal de forma tão brusca, além de terem um estoque ósseo maior, e por essa razão apresentam osteoporose mais tardiamente, por volta dos 70 anos, em uma proporção menor, sendo 1 em cada 5 homens.”.
De acordo com Juliana, por ser uma doença que não apresenta sintomas, o rastreamento e o diagnóstico precoce são essenciais. Além da consulta presencial em seu consultório, ela faz atendimento domiciliar e por telemedicina e, muitas vezes, quando é chamada, a fratura já ocorreu. “Além de causar dor e incapacidade, há muitos casos de mortes em idosos em decorrência das complicações dessas fraturas. Por isso a doença deve ser levada à sério”, revela.
VAMOS FALAR SOBRE DENSITOMETRIA ÓSSEA? A densitometria óssea é um exame simples, com baixa exposição à radiação, importante para o diagnóstico e acompanhamento da osteoporose e é indicado para todas as mulheres com mais de 65 anos ou a partir da menopausa, e homens a partir dos 70 anos. “O exame deve ser realizado uma vez ao ano. Para as pessoas com fatores de risco de desenvolverem a doença, o importante é não esperar a idade indicada ou a menopausa. Ter um especialista fazendo o acompanhamento anual contribui para que o paciente tenha o diagnóstico e o tratamento precoce, evitando o desfecho da fratura por fragilidade”, complementa Juliana.
HISTÓRICO FAMILIAR ESTÁ ENTRE OS FATORES DE RISCO Entre os principais fatores de risco para osteoporose, segundo a médica, estão: histórico familiar da doença; alterações hormonais como menopausa; medicamentos como glicocorticóides; dieta defi ciente em cálcio e vitamina D; falta de exposição ao sol; sedentarismo; e consumo de álcool em excesso e tabagismo.
PREVINA-SE DESDE JÁ! A ortopedista recomenda que o principal tratamento da doença seja a prevenção. “É preciso, além do exame anual de densitometria óssea, ter uma dieta rica em cálcio e estar atento aos níveis ideais de vitamina D; praticar atividades físicas resistidas, com exercícios que requeiram força muscular; exposição ao sol; não fumar e evitar consumo de álcool excessivo estão entre os hábitos de prevenção, sem esquecer da visita periódica ao especialista, que indicará, quando necessário, o tratamento adequado para contribuir com a saúde óssea do paciente”.

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POR QUE A INCIDÊNCIA DE ALERGIA
ESTÁ AUMENTANDO?
POR LEILA LEMES BRANCO
Você sabia que cerca de 30% dos brasileiros possuem algum tipo de alergia e que esse índice pode quase dobrar até 2050? Os dados são da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
Mas afi nal, o que é alergia? É uma doença que afeta diretamente o sistema imunológico e consiste em uma reação a qualquer substância que deveria ser inofensiva ao organismo. Os tipos mais comuns são as alergias respiratórias, alimentares e cutâneas.
A médica Mariana Pachani, que atua na área de alergologia e pediatria em Piracicaba, explica que a mudança no estilo de vida das últimas décadas tem relação direta com o aumento da doença. “O estilo de vida contemporâneo em ambientes mais fechados, com redução das atividades ao ar livre, exposição ao estresse, além do uso de produtos industrializados cada vez mais frequente no dia a dia são fatores que podem favorecer quadros de reações alérgicas. E com a pandemia, pessoas com predisposição a alergias, após a infecção de Covid-19, desenvolveram a doença”.
IDENTIFIQUE OS SINTOMAS Para cada tipo de alergia há sintomas diferentes e é importante lembrar que para cada pessoa a alergia pode se manifestar de uma forma diferente. De modo geral, Mariana conta que a alergia respiratória pode provocar coriza, tosse, espirro e até falta de ar. Urticária, angioedema (edema em mucosas como de olhos e lábios) e prurido estão associados às alergias cutâneas.
Já a alergia alimentar pode causar sintomas intestinais importantes, como diarreia e vômito, queda de pressão e até sintomas respiratórios e cutâneos, como os já mencionados. “A alergia alimentar pode desencadear uma reação imediata, manifestando os sintomas em até duas horas após a ingestão do alérgeno”, diz Mariana.

Mariana Pachani, médica pediatra com especialização em alergia e imunologia adulto e infantil pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
PREVENÇÃO Manter um estilo de vida saudável, desde a alimentação, qualidade do sono e atividade física são importantes atitudes que ajudam a equilibrar o estresse e a ansiedade. Esses são dois grandes gatilhos de manifestações alérgicas dos últimos anos, segundo a médica. Para as pessoas com alguma alergia respiratória, o controle do ambiente é fundamental, deixando livre dos fatores que provocam a reação.
BEBÊS COM PAIS ALÉRGICOS: CUIDADOS DESDE A GESTAÇÃO A médica Mariana une a pediatria com a atuação em alergologia e faz acompanhamento das gestantes com histórico de doenças alérgicas na família. “A recomendação é iniciar as consultas a partir do último trimestre da gestação. Desde lá, prescrevo orientações simples a serem tomadas no parto e em casa nos cuidados com o bebê, ao mesmo tempo em que fazemos o acompanhamento pediátrico. O objetivo é criar barreiras de proteção à criança para reduzir os riscos de desenvolvimento de alergias”, destaca.
NÃO SE AUTOMEDIQUE Atualmente, com o avanço da medicina, há excelentes tratamentos individualizados para cada perfi l de paciente, além de testes e exames que ajudam no diagnóstico. Por isso, o acompanhamento médico é essencial. “O tipo de tratamento vai depender da causa e da intensidade dos sintomas para que o paciente tenha melhor qualidade de vida”, fi naliza a especialista.

CLINICA ECONATTUS
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