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Mulheres, 22 anos depois

A galeria Hold On To Hope, da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), inaugura, este domingo, a exposição de fotografia “20 Artistas de Macau”, da autoria de Lúcia Lemos, directora da Creative Macau. Mais do que recordar um projecto exposto em 2001, este é também um exercício expositivo que celebra o Dia Internacional da Mulher

EM 2001, tinha a RAEM pouco tempo de vida, Lúcia Lemos expôs 20 retratos de mulheres artistas de e a viver em Macau, como é o caso de Anabela Gralhados, Elisa Vilaça, Fernanda Dias, Margarida Cheung Vieira e Wong Lai Chi, entre outras. Entre a pintura, a performance ou as palavras, são várias as artes que dominam as mu- lheres destes retratos. Agora, 22 anos depois, é altura de estas imagens saíram da gaveta para onde voltaram e serem de novo expostas na galeria Hold On To Hope, em Ka-Hó, Coloane, espaço sócio-cultural gerido pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM). A inauguração acontece no domingo às 16h.

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Além de recordar um projecto antigo, esta mostra visa também celebrar o Dia Internacional da Mulher que se comemora na próxima quarta-feira. Lúcia Lemos mostrou o material à ARTM que prontamente disponibilizou o espaço para a exposição. No entanto, as fotografias não estarão à venda, por se tratar de “retratos pessoais”, contou Lúcia Lemos ao HM.

“Na altura convidei várias mulheres, mas muitas não se quiseram expor porque é uma coisa muito pessoal. Uma das condições é que elas só veriam o seu retrato no dia da exposição, porque não queria nenhuma influência. Tive inteira liberdade e fiz por isso. Quis contribuir para a divulgação de muitas artistas que as pessoas, por vezes, não conhecem”, disse.

Alguns nomes já deixaram Macau, outros permanecem, como é o caso de Elisa Vilaça, que continua a desenvolver um trabalho ligado ao teatro de marionetas com a Casa de Portugal em Macau. Neste projecto, Lúcia Lemos fotografou sempre com recurso ao analógico e usando diversas máquinas fotográficas, nomeada - mente a Rolleiflex, Canon, Nikon, Pentax. O trabalho de edição das imagens foi feito no laboratório do artista Wong Ho Sang.

Captar emoções

Lúcia Lemos não sabe precisar porque decidiu fotografar apenas mulheres artistas. “Já fiz trabalhos com homens também, e com várias pessoas, e talvez um dia os exponha. Simplesmente interessou-me fazer um trabalho sobre mulheres, talvez por eu ser mulher e ter contacto com esse meio artístico.

Não tem nada de particular. Algumas artistas foram fotografadas no local onde fazem a sua arte, como o estúdio, enquanto outras foram fotografadas em minha casa. É um trabalho de filme, analógico.”

Paris Joana Vasconcelos Instala Valqu Ria No Desfile Da Dior Na Semana De Moda

Aartista portuguesa Joana Vasconcelos instalou, a convite da marca de alta-costura Dior, uma das suas Valquírias monumentais no desfile que decorreu esta terça-feira em Paris, dedicado à colecção feminina para a temporada Outono/ Inverno 2023-2024.

Joana Vasconcelos aplicou nesta Valquíria, “Valkyrie Miss Dior”, os tecidos usados nesta colecção, algo “nunca feito” segundo a artista.

As Valquírias de Joana Vasconcelos são grandes estruturas com vários braços, inspiradas no mito escandinavo em que as mulheres enviadas de Odin tinham a missão de escolher os vencedores e acompanhar os guerreiros mais corajosos após a morte.

Na hora de fotografar foi dada total liberdade à pessoa fotografada para ser ela própria ou, por exemplo, criar um personagem para a câmara. “Elas sentavam-se, faziam o que lhes apetecia enquanto conversavam comigo, mas sempre quis captar um olhar que transmitisse o seu interior. Sempre quis captar as emoções”, rematou Lúcia Lemos.

Estas imagens mostram ainda mulheres para quem a arte “tem uma importância maior para a sua vida”. “Algumas delas faziam parte da arte e do ensino da arte a sua profissão. Todas elas se libertaram na criação artística”, acrescenta-se numa nota, que diz que Lúcia Lemos ainda hoje “se revê nessas fotografias pela intuição estética e espontaneidade que apresentam”, por “gostar de ler nos olhos e gestos das pessoas e adivinhar o que lhes vai lá dentro”.

Neste tipo de fotografia há sempre “uma tensão que define a obra e a torna especial”, pelo que Lúcia Lemos considera “o seu trabalho não convencional”. No final da mostra as fotografias poderão voltar ao seu lugar de origem ou ficar nas mãos dos fotografados. Andreia Sofia Silva

Hoje Terapia

Paula Bicho Naturopata e Fitoterapeuta • obichodabotica@gmail.com

Mundo da moda é interessante, porque é uma outra relação e isso é inovador. Nunca as artes plásticas se cruzam com a moda desta maneira, pode haver uma peça, pode haver uma interação, mas a este grau de escala, esta colaboração tão estreita que é partir do mesmo material em duas direcções diferentes, acho que nunca foi feito”, afirmou a artista em declarações à agência Lusa, durante a montagem da peça em Paris.

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