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Colégio Politécnico da UFSM Amanda Vielmo Sagrilo Cássia Kozloski Miguel Chaiben Neto Renata Michelon Cocco Silvana Antunes Rodrigues
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Análise da evasão escolar em dois cursos de nível técnico subsequente do Colégio Politécnico da UFSM
Amanda Vielmo Sagrilo12 Cássia Kozloski12 Miguel Chaiben Neto12 Renata Michelon Cocco12 Silvana Antunes Rodrigues12
Resumo
Os fatores que levam os alunos de cursos técnicos subsequentes à evasão são de pouca compreensão pelos professores e agentes educacionais, uma vez que tal fato é percebido por indicadores métricos posteriores às desistências, havendo pouca relação pessoal entre as instituições e o número de alunos evadidos. Diante disso, considerando as diferentes características dos alunos e suas dificuldades específicas, o presente trabalho busca desenvolver um questionário como ferramenta de identificação do perfil dos alunos desses cursos, de forma a colaborar com o processo de reconhecimento do perfil dos alunos pelos professores e posteriores ações pedagógicas. Para isso, utilizando metodologia de abordagem quali-quantitativa, um questionário-piloto foi elaborado e aplicado em quatro turmas de dois cursos técnicos subsequentes do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria. O processo de aplicação junto aos alunos e os resultados obtidos pós aplicação do questionário demonstraram a necessidade de reformulação, a fim de melhor responder à realidade dos estudantes e ao problema de pesquisa. Conclui-se que o processo de reconhecimento do perfil do aluno demonstra indícios que podem estar relacionados às razões ou motivações que levam os estudantes a persistirem ou a desistirem dos cursos técnicos frente às suas adversidades de aprendizagem. Palavras-chave: Curso técnico subsequente; Evasão escolar; Perfil do aluno.
1. Introdução
O desenvolvimento do presente trabalho iniciou-se através da indagação a respeito da possível relação entre as dificuldades de aprendizagem com
desistências em disciplinas e evasões nos cursos técnicos subsequentes
de Paisagismo e de Agropecuária, do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Essa possível associação foi percebida durante a realização
12 Acadêmicos do Programa Especial de Graduação de Formação de Professores para a Educação Profissional, da Universidade Federal de Santa Maria.
dos Estágios Supervisionados de Ensino II e III, do Programa Especial
de Graduação de Formação de Professores para a Educação Profissional (PEG) da UFSM, nas disciplinas de Projeto de Paisagismo I e III e Topografia, dos cursos técnicos citados. A partir dessa observação realizada em sala de aula, levantaram-se diversas hipóteses em relação às prováveis causas de desistência dos cursos técnicos
pelos alunos, entre as quais se destacam causas externas, como
a incompatibilidade de horários dos alunos que já estão no mercado de trabalho, a aprovação em cursos de graduação ou, ainda, a necessidade de dedicação exclusiva ao trabalho. Entre as possíveis causas internas levantadas, ressaltam-se as dúvidas ou dificuldades de compreensão em relação ao conteúdo e atividades expostas pelo professor ou, então, o desestímulo em algumas disciplinas, gerado por reprovações consecutivas. Ainda, fatores como grande variação da faixa etária em sala de aula e, consequentemente, diferentes experiências de vida, podem exercer influência no desempenho acadêmico dos alunos. A união entre os fatores externos e internos colabora para a caracterização denominada neste trabalho como “perfil do aluno”. dos indivíduos, sendo
Desse modo, trabalhos de pesquisa como este, que investigam o perfil do aluno e as possíveis interferências no seu desenvolvimento escolar, que engloba a aquisição do conhecimento, competências e atitudes, são imprescindíveis para que o docente consiga aprimorar suas estratégias metodológicas de ensino. A partir disso, torna-se possível ao professor entender quem são as pessoas que fazem parte do processo de ensino-aprendizagem em sala de aula, e, assim, desenvolver metodologias específicas voltadas ao perfil do aluno. O estudo tem por objetivo identificar o perfil dos alunos de cursos técnicos subsequentes, a fim de determinar os fatores que podem levar à evasão escolar. Para isso, houve a elaboração, aplicação e análise de um questionário. Assim, além desta Introdução, o artigo traz, ainda, as seções identificadas como Revisão de Literatura, em que se aborda um breve histórico da Instituição estudada, bem como os referenciais teóricos que embasam apresente temática; Metodologia, em que se ilustra o método empregado através do questionário-piloto, o tipo de pesquisa a qual se aplica, o público-alvo envolvido e os procedimentos de
análise da metodologia; Resultados e discussões em que, tem-se os dados obtidos por meio da aplicação dos questionários e a análise cruzada desses dados;e por fim,Considerações finais, em que apresenta-se a contribuição desta pesquisa, assim como os pontos a serem melhorados. técnico-científica
2. Revisão de Literatura
O Colégio Politécnico, criado no ano de 1961, quando então se denominava Escola Agrotécnica (posteriormente Colégio Agrícola), está situado no Campus Sede da UFSM e se caracteriza como uma unidade de ensino médio, técnico e tecnológico que objetiva proporcionar à comunidade do município de Santa Maria, RS, e região uma educação básica, inicial e continuada. Desse modo, com o intuito de acompanhar a demanda profissional técnica e tecnológica em relação ao
mercado regional, atualmente,
o Colégio Politécnico oferece 17 cursos técnicos distribuídos em sete eixos tecnológicos (Gestão e Negócios; Recursos Naturais; Produção Alimentícia; Ambiente e Saúde; Infraestrutura; Informação e
Comunicação e Produção Cultural e Design). No ensino técnico profissionalizante existem três modalidades de ensino:
ensino técnico integrado, ensino técnico concomitante; e ensino
técnico subsequente. Na modalidade do ensino técnico integrado, o aluno cursa o ensino técnico ao mesmo tempo em que realiza o ensino médio, na mesma instituição de ensino. No ensino técnico concomitante, o aluno cursa o ensino técnico em uma instituição diferente daquela em que ele cursa o ensino médio ou na mesma instituição, porém com matrículas distintas, ou seja, o aluno está cursando o ensino médio e o técnico ao mesmo tempo, mas cada curso é realizado separadamente. E por fim o ensino técnico subsequente, voltado para os alunos que já concluíram o ensino médio. Diante disso, a modalidade de ensino técnico subsequente é destinada a alunos que já possuem o ensino médio concluído, abrangendo assim uma ampla faixa etária, desde alunos recém-formados, até pessoas com idade mais avançada que buscam uma qualificação. Como esse público é diversificado, os fatores, principalmente externos, que podem interferir no processo ensino-aprendizagem,
também podem abranger muitos aspectos e, por isso, é importante a identificação desses fatores através do conhecimento do perfil destes estudantes. Os questionários são formas de investigar e identificar perfis de grupos de pessoas, por exemplo. Segundo Gill (1999), o questionário é conceituado como um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses,
expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado
etc. Podem se caracterizar por questões abertas ou fechadas. As questões fechadas são as mais usuais, pois uniformizam as respostas de modo que se tornam mais fáceis de serem processadas e analisadas. Ainda segundo Gill (1999), o
questionário é construído basicamente em função dos objetivos da pesquisa,
traduzindo-os em questões específicas. As respostas das questões
irão proporcionar a descrição de características da população pesquisada, ou servirão para testar hipóteses que foram construídas durante o planejamento da pesquisa. Essa construção exige uma série de cuidados, como: constatação de sua eficácia, para verificação dos objetivos; determinação da forma e do conteúdo das questões; quantidade e ordenação das questões; construção das alternativas; apresentação e pré-teste do questionário. Silva (2016), ao estudar os fatores que influenciam a evasão escolar, relata
que a permanência do estudante nos cursos depende de variáveis de diversas
dimensões de cunho individual, social, socioeconômico e institucional, no
que tange ao seu suporte social, cultural, financeiro e pedagógico. Por isso, é muito importante que os alunos tenham igualdade de oportunidades de acesso e garantia de condições de permanência, primando por uma educação de qualidade inclusiva, combatendo os problemas escolares, principalmente através do conhecimento da realidade dos alunos e suas necessidades, garantindo suporte e isonomia. A identificação dos perfis dos estudantes se faz necessária, diante da diversidade desse público e, com isso, dos diversos fatores, tanto internos quanto externos, que podem influenciar na persistência ou desistência escolar. Os diversos fatores internos que provocam a evasão escolar podem ser identificados como a estrutura das instituições de ensino, as práticas pedagógicas, a
metodologia do professor, a dificuldade para assimilar o que é ensinado e etc.
Dentre os fatores externos à instituição, destacam-se as péssimas
condições político-econômicas, os problemas de saúde, a falta de motivação para estudar e a ausência de perspectivas (CAMPOS; SANTANA, 2013). No cenário institucional, segundo Libâneo (1994), as práticas de sala de aula requerem princípios básicos para orientar as atividades dos professores. O ensino precisa ser compreensível e possível de ser construído, precisa estabelecer
relação entre a teoria e a prática, deve
assentar-se aprendizagem e garantir a solidez dos conhecimentos. no processo de ensino
Segundo Nunes e Madureira (2015), a prática da educação inclusiva requer mudanças significativas, tanto no papel da escola e dos professores no processo educacional, quanto no que diz respeito à diversificação das práticas pedagógicas. Com isso, procuram-se formas eficazes de garantir a aprendizagem de todos. Como exemplo dessa abordagem, De Almeida et. al. (2016) realizou um estudo adaptando o modelo resposta à intervenção (RTI) ao contexto educacional brasileiro, com alunos de duas turmas de primeiro ano do ensino fundamental, a fim de identificar, monitorar e intervir com estudantes que apresentavam dificuldades de aprendizagem. Ao final da pesquisa, obtiveram respostas positivas dos alunos com o uso desse modelo. Ainda, Da Silva et al. (2015), ao aplicar e avaliar atividades lúdicas na disciplina de Ciências, com alunos do 6° e do 7° ano do ensino fundamental, constatou que esses obtiveram melhor aproveitamento,
pois aprenderam de forma prazerosa e divertida. Porém, salienta-se que esse
desempenho só é alcançado se o educador possuir objetivos claros para a
aprendizagem que se quer atingir. Ramos e Boll (2018) relatam que a persistência é um esforço psicológico, em que os estudantes realizam atividades, a fim de superar suas dificuldades e concluir os estudos. Considerando que os cursos evoluem e são transformados positivamente, essa característica é essencial para que esse aluno alcance seus objetivos perante o curso. Na realidade escolar, geralmente, acontece um cenário de não compreensão dos alunos com dificuldades, como relata Souza (2007, p. 34), que observou que as crianças enviadas para atendimento, geralmente,
“apresentam uma história escolar conturbada, repleta de mal-entendidos ou até
produtora de uma cronificação na relação da aprendizagem em que acaba sendo convencida de sua própria incapacidade de aprender”. No contexto da dificuldade de aprendizagem em relação ao professor, cabe salientar que, na prática docente, a atenção ou o acompanhamento individualizado ideal para cada aluno, muitas vezes, é insuficiente, principalmente, em escolas públicas, local em que o número de discentes atendidos por apenas um professor é, relativamente, alto. Dessa forma, a relação professor/aluno torna-se
insatisfatória, uma vez que o docente se encontra em um contexto limitado de
relações pessoais, fator que pode resultar em descaso do aluno em relação à
disciplina ou ao curso. Motta (2014) propôs um estudo para caracterizar o perfil dos estudantes de cursos técnicos, aplicando um questionário sobre gênero, situação familiar, relação com as tecnologias, trabalho, lazer e situação educacional. Neste estudo, o
resultado mostrou que
cidade onde estudam, grande parte dos estudantes são mulheres, nascidas na com idade média de 24 anos, trabalham com ou sem
carteira assinada e estudam à noite.
3. Metodologia
do
O presente trabalho dividiu-se em quatro etapas metodológicas: elaboração questionário-piloto; aplicação do questionário-piloto; análise dos dados
adquiridos; e revisão e formulação do questionário final. A construção do questionário-piloto, segundo Gil (1999), fundamenta-se em transformar os objetivos da pesquisa em questões específicas, nas quais as
respostas devem fornecer os dados necessários para testar as hipóteses de
pesquisa. Dessa forma, as
questões objetivos e resultados esperados. objetivas devem estar de acordo com os
Quanto aos objetivos, esta pesquisa de natureza aplicada é tida
como exploratória e explicativa. Exploratória, porque tem como finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto investigado e explicativa,em razão de que, além de registrar, analisar, classificar e interpretar os fenômenos estudados, tem como preocupação central identificar seus fatores determinantes. Também é possível
identificar que a investigação abrange procedimentos técnicos de caráter
bibliográfico (PRODANOV; FREITAS, 2013). No que tange à forma de abordagem do problema, a presente pesquisa é de caráter quali-quantitativo. Qualitativa, porque a escolha das questões abordadas no questionário envolve a subjetividade dos pesquisadores e quantiva, pois requer o uso de técnicas quantificáveis, tanto na aplicação, quanto na tradução das
informações obtidas através da análise do questionário aplicado nos cursos
técnicos (GIBBS, 2009; SILVA; MENEZES, 2001). O desenvolvimento das questões utiliza como base referências
bibliográficas, como Santos (2017),
e observações realizadas pelos autores em sala de aula durante o período dos Estágios Supervisionados de Ensino II e III. Entre outros objetivos, Santos (2017) buscou traçar o perfil dos alunos e
identificar fatores que os levam à desistência ou permanência em cursos
do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC). Para isso, a autora aplicou um questionário em uma amostra de respostas envolvendo 85 alunos dos cursos técnicos subsequentes do PRONATEC, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, em seis cidades do campus Congonhas. O questionário foi estruturado em duas partes, sendo a primeira composta por questões fechadas, com intuito de traçar o perfil socioeconômico do aluno, e a segunda, composta por questões relacionadas à evasão ou permanência nos cursos. Como meio de experimentação, o questionário-piloto foi aplicado em duas turmas do curso técnico em Paisagismo e duas turmas do curso técnico em Agropecuária, todas do Colégio Politécnico, da UFSM. O público-alvo da pesquisa está constituído por 31 discentes de duas turmas do curso técnico em Paisagismo, do primeiro e quarto semestres, e por 40 discentes de duas turmas do segundo semestre do curso técnico em Agropecuária. A partir da coleta e análise dos dados é realizada uma avaliação sobre as questões abordadas, para que, então, possa ser desenvolvida uma nova versão ou versão final do questionário-piloto.
3.1. Método empregado
O método de análise empregado é composto por um
questionário-piloto (Figura 1), impresso contendo dezessete questões de múltipla escolha divididas em três partes, aplicado nas turmas dos cursos Agropecuária do Colégio Politécnico da UFSM. técnicos
em Paisagismo e

4. Resultados e Discussões

Figura 1: Questionário-piloto. Fonte: Autores (2019).
Os dados, tabulados e ilustrados em forma de gráficos, mostraram que, dos 72 respondentes a essa pesquisa, 44,4% possuem idades entre 20 e 25 anos. Na parte 1 do questionário, quanto ao perfil social dos 72 respondentes, 65,3% são mulheres. Dessas, 41% possuem idade entre 20 e 25 anos, 25% entre 15 e 19 anos. Entre 30 e 50 e mais que 50 anos, estão, respectivamente 13,6% e 11,3%, e por fim, 9% entre 25 e 30 anos. Já entre os 33,3% de homens, mais de 58% possuem idade entre 20 e 25 anos, 16,6% entre 15 e 19 anos, e entre 25 e 30 anos e mais que 50, 12,5% cada (Figura 2).
Figura 2: Gênero e faixa etária. Fonte: Autores (2019).


As aulas das turmas
participantes ocorrem 69,4% no turno da manhã e, aproximadamente, 33,3% no turno da tarde. Ainda, 87,5% dos alunos relataram não ter realizado outro curso além da formação técnica em desenvolvimento. Dentre os 12,5% que já possuem alguma formação, 16,7% possuem formação em curso de graduação, entre 7% e 5,6% possuem especialização e pós-graduação, respectivamente, e aproximadamente 3% possuem uma formação técnica (Figura 3).
Figura 3: Nível de formação. Fonte: Autores (2019).

Quando questionados sobre trabalho, 43,1% atuam no mercado de trabalho, desses 52,8% não trabalham na área do curso técnico em formação. Pode ser observado que 7% dos alunos desses cursos técnicos já são aposentados. Ainda, 89% relataram não ser a principal fonte de receita da família e, nesse quesito, somente 20,8% possuem filhos (Figura 4).


Figura 4: Trabalho e relação com a área do curso técnico e com a família. Fonte: Autores (2019).


Em relação ao comportamento acadêmico dos respondentes, na parte 2 do questionário, 39% relataram não possuir período diário fixo de estudos e dentre os mais de 60% que possuem, 26,4% estudam
41,7% dos 72 alunos declararam estudar no período da noite. Além disso,
extraclasse exclusivamente
para avaliações, somente nos dias que as antecedem. Ainda, 58,3% utilizam sempre a internet como meio complementar de estudo, e 40,3% a utilizam às vezes (Figura 5).
O questionário mostrou também que uma minoria é bolsista em projetos de pesquisa, ensino e extensão, sendo respectivamente estudantes que responderam ao questionário (Figura 6). 7%, 15,3% e 9,7% dos
Figura 5: Trabalho e relação do mesmo com a área do curso técnico e com a família. Fonte: Autores (2019).



Figura 5: Trabalho e relação do mesmo com a área do curso técnico e com a família. Fonte: Autores (2019).

Já a parte 3, em que eles assinalaram mais de uma opção de resposta, correspondente exclusivamente às dúvidas ou motivos de desistência dos discentes, ao serem questionados sobre sua atitude, quando em dúvida com algum conteúdo em sala de aula, 54,2% dos participantes questionam o professor durante a aula, e 41,7% buscam esclarecer as dúvidas com os colegas. Ainda, 5,6% dos alunos declararam não questionar nem o professor, nem os colegas, e 19,4%
procuram o professor após a aula (Figura 7).
Figura 7: Dúvidas em sala de aula. Fonte: Autores (2019).

Já quando as
dúvidas ocorrem durante o período de estudo extraclasse, 75% esclarecem as dúvidas com os próprios colegas, e 39% procuram o professor
da disciplina. Somente 1,4% declarou
não professor e nem com os colegas (Figura 8). esclarecer as dúvidas nem com o
Figura 7: Dúvidas em sala de aula. Fonte: Autores (2019).

Quando questionados sobre desistência de alguma disciplina, 30,6% das
respostas apontaram que os estudantes pensaram em desistir em função
de dificuldade de aprendizagem e 22,2% dizem que problemas pessoais e familiares levaram os estudantes a cogitar a desistência. Aproximadamente estudantes não pensaram em desistir de alguma disciplina (Figura 9). 30% dos
Figura 9: Possibilidade de desistência de alguma disciplina. Fonte: Autores (2019).

Considerando o curso como um todo, 59,7% dos estudantes não pensam
em desistir do curso técnico (Figura 10). Problemas familiares também foram
relatados, mas em menor frequência (16,7%). Outras razões como falta
de entendimento do conteúdo e problemas de gestão do tempo também estão em as possíveis razões para tal desistência.
Figura 10: Possibilidade de desistência do curso. Fonte: Autores (2019).

Ainda, genericamente, no que se refere
à faixa etária dos estudantes, é possível perceber que os estudantes, majoritariamente, caracterizam-se por jovens egressos recentemente do ensino médio, apesar de haver porcentagem significativa de alunos com mais de 50 anos, principalmente entre mulheres, já que elas corresponderam a aproximadamente 65% dos entrevistados.
4.1. Formulação do questionário final
Considerando as respostas obtidas a partir da
aplicação do questionário piloto, percebeu-se a necessidade de complementação de algumas questões, a fim de disponibilizar maior número de opções aos respondentes nas perguntas das partes 2 e 3. Essa identificação ocorreu a partir do momento em que os alunos questionaram o aplicador sobre a possibilidade de marcar mais de uma ou nenhuma resposta em uma questão, pois não havia identificação pessoal com as opções apresentadas.
Além disso, novas questões na parte 1 e 2 foram adicionadas, no intuito de conhecer basicamente o contexto social do aluno, possibilitando uma melhor
compreensão acerca das respostas do aluno na parte seguinte. Nesse sentido,
facilita-se o reconhecimento de fatores externos que influem nas decisões dos
alunos no decorrer da formação técnica. As questões adicionadas, bem como a
complementação existentes encontram-se em vermelho na Figura 11. de questões já
Figura 11: Questionário final Fonte: Autores (2019).

5. Considerações Finais
A partir da formulação do questionário-piloto, resultado principal da presente pesquisa, espera-se auxiliar no processo ou nos meios de reconhecimento do perfil de aluno, demonstrando indícios das razões/motivações que levam os estudantes a persistirem ou a desistirem frente às adversidades de aprendizagem, a fim de embasar o aprimoramento das estratégias didático-metodológicas dos docentes em sala de aula, como também a revisão do questionário-piloto para a possível
formulação do questionário final em trabalhos futuros. Logo, a partir
desta pesquisa, torna-se possível compreender quem são os principais atores que fazem parte do processo de ensino-aprendizagem e quais são algumas de suas dificuldades ou empecilhos frente ao processo, permitindo o desenvolvimento de metodologias de ensino específicas para o contexto de cada turma. Entre os pontos a serem melhorados na tabulação dos dados, constatou-se
que a análise poderia ter sido dividida conforme os cursos em Paisagismo
e Agropecuária e não realizadas em conjunto. Alguns outros parâmetros poderiam ter sido abordados, como situação socioeconômica da família, opções de lazer, a
existência ou
não de alguma deficiência. Esses aspectos são determinantes do processo ensino-aprendizagem e não foram contemplados na versão piloto. Diante do exposto, é muito importante que a equipe diretiva e o corpo docente das instituições tenham conhecimento do perfil de seus alunos, para poder identificar, analisar e planejar soluções que possam proporcionar a permanência desses estudantes no ambiente escolar. Além disso, o corpo docente deve atualizar ou modificar suas metodologias dentro de sala de aula para que os alunos se motivem e sejam instigados a buscar conhecimento.
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