Jornal_VivaDouro_ed105_nov23

Ano 8 - n.º 105- NOVEMBRO 2023 | Preço 0,01€ Mensal | Diretor: Miguel Almeida | Dir. Adjunto: Carlos Almeida

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Fungo afeta produção de

castanha

Vila Real

“Estou convencido que Medicina estará aprovada em 2024 na UTAD” Emídio Gomes, reitor Pág. 13

Armamar

Qualidade do fruto abrilhantou Festa da Maçã

Págs. 22/23

V. N. Foz Côa

Autarquia procura revitalizar produção de Sumagre

Aparecimento de um fungo com o calor dos primeiros dias de outubro provocou quebras que podem chegar aos 25% Págs. 6/7 ESPECIAL

NO CAMINHO DOS VINHOS DO TÁVORA-VAROSA

O

VivaDouro faz-se à estrada pelos caminhos da região Távora-Varosa para lhe dar a conhecer alguns dos melhores néctares desta região vinícola. Apostada essencialmente na produção de espumantes, os vinhos tranquilos têm vindo a crescer de produção. Acompanhe-nos nesta viagem e fique a conhecer produtores e vinhos desta região. Pág 27

Pág. 26

| ABERTURA |

2 | VIVADOURO | NOVEMBRO 2023

Editorial José Ângelo Pinto Economista e Prof.

Adjunto da ESTG.IPPPT Grupo Vivacidade, Administrador Estimados Leitores, Por razões que não se conseguiam prever há uns dias o Sr. Primeiro Ministro pediu a demissão. Podia ser pela clara incapacidade de promover a reestruturação dos serviços do estado. Podia ser por ter ido muito para lá da troika nos cortes absurdos aos profissionais dedicados da administração pública, ou aos professores ou aos médicos ou aos enfermeiros, entre muitos outros. Podia ser pela forma caótica como geriu as sucessivas crises políticas dos dois últimos anos, especialmente a partir da maioria absoluta. Ou podia ser por causa da cisma em fazer um pacote legislativo que persegue os investidores e beneficia os infratores, como é o pacote mais habitação. Ou até podia ser pelo Imposto Único de Circulação…. Mas não.

A demissão é por causa de uma investigação judicial que envolve pessoas que lhe são muito próximas e, pelo que se percebe, o próprio Primeiro Ministro, no âmbito das licenças de lítio e de hidrogénio verde.

Com a demissão dificilmente poderá continuar a carreira brilhante como político que teve oportunidade de ser durante muitos anos.

Dizia-se que iria para a Europa, que os socialistas europeus o queriam muito lá, que quando tivesse (nunca o promoveu) um sucessor à altura seria um politico europeu excecional.

Dificilmente tal poderá acontecer agora.

Porque a demissão, sem o ser, é uma espécie de assunção de culpa; mesmo que nada tenha a ver com os processos em curso vai ficar sempre com o ónus de ter sido ele a escolher e a manter; em alguns casos como o do Sr. Ministro Galamba muito para lá dos limites do aceitável, as pessoas que agora são constituídas arguidas e que são objeto de uma ampla investigação.

E se, na política portuguesa, algumas demissões deram aos próprios demitidos uma projeção e uma capacidade de influenciar muito mais forte do que a que tinham como membros do governo (p.e. Jorge Coelho) isso ao nível europeu não acontece; dificilmente um politico que cai em desgraça por causa de suspeitas de corrupção conseguirá sobreviver na selva europeia.

A não ser que o Sr. António Costa seja o cabeça de lista do PS ao parlamento europeu, o que lhe poderá dar uma capacidade de influenciar a sua família politica mas, ao mesmo tempo, dificultar essas eleições ao PS pois os portugueses gostam pouco de pessoas que não acabam mandatos, como está provado pela ciência estatística com muitos casos individuais.

Até ontem vivíamos num país maravilhoso.

Quem ouvisse os políticos a falar, particularmente os dos partidos mais centrais, parecia que todos os problemas do país se resumiam ao aumento do Imposto Único de Circulação, que acabou por ser o bombo da festa do orçamento, como, aliás, tem sido apanágio dos orçamentos dos últimos anos. Sempre há um bombo no orçamento para entreter o povo e dar que falar e comentar aos jornalistas e aos comentadores profissionais.

Porque o que não está no orçamento é assustador, como, aliás, foi muito bem explicado pelo presidente da CIP, que disse que o problema do orçamento para 2024 não é o que lá está, mas sim o que não está.

Será que vamos viver em 2024 com este orçamento feito por um governo cujo Primeiro-Ministro se demite a meio da sua discussão? ○

PRÓXIMA EDIÇÃO 13 DE DEZEMBRO

SUMÁRIO: Carrazeda de Ansiães Página 4 Freixo de Espada à Cinta Página 5 Destaque Páginas 6 e 7

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal.

Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

POSITIVO As chuvas intensas que se fizeram sentir nas últimas semanas vieram repor a capacidade hidrográfica das diferentes barragens que abrangem o território duriense.

Sabrosa Páginas 8 e 21 Lamego Página 9 Mesão Frio Página 10 Alijó Página 11 Armamar Páginas 12, 22 e 23 Vila Real Páginas 13 e 31

NEGATIVO Governo falha pagamentos de verbas da PAC. Organizações representativas dos agricultores tinham alertado para a possibilidade de o calendário de pagamentos de verbas do PEPAC ficar comprometido devido aos problemas durante a fase de candidaturas.

Santa Marta de Penaguião Páginas 14 e 28 Entrevista Página 16 e 17 Moimenta da Beira Página 18 S. João da Pesqueira Páginas 19 Penedono Página 20 Sernancelhe Página 24 Vila Nova de Foz Côa Página 26 Especial Távora-Varosa Página 29 Opinião Páginas 2, 9, 20 e 30

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N E S T E

C O M P R E

N O

| CARRAZEDA DE ANSIÃES |

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Ansiães Douro Trail 2023 reuniu 250 atletas

250 atletas participaram no Ansiães Douro Trail, uma fantástica prova desportiva que se mistura com a promoção turística do território.

O evento aconteceu a 15 de outubro, resulta de uma parceria

entre o Município Carrazeda de Ansiães e a PORTUGAL NTN, responsável pela organização, e à semelhança dos anos anteriores trouxe ao território atletas de diversos pontos do país, de Espanha e França.

Alunos do agrupamento de escolas viajaram a bordo do Comboio Histórico do Douro

Viajar no Comboio Histórico do Douro é fazer uma viagem no tempo, num percurso a beijar Rio Douro, a locomotiva a vapor e as 5 carruagens históricas, percorrem a o troço de linha que liga as estações da Régua e do Tua, numa viagem única ao passado, marcada pela beleza da paisagem classificada pela UNESCO como Património Mundial.

Foi esta a viagem que o Agrupamento de Escolas de Carrazeda de Ansiães em colaboração com a Câmara Municipal e a Comboios de Portugal proporcionaram aos alunos do 7º ao 12º ano de escolaridade.

Uma tarde diferente onde puderam usufruir da paisagem do Douro, em plena harmonia com a historicidade da região e os seus produtos regionais. ○

O Ansiães Douro Trail, responde às preferências e à preparação e capacidade física de diferentes públicos, os praticantes de corrida em trilhos rurais, com diferentes níveis de dificuldade, mas também os amantes das cami-

nhadas na natureza.

Aliás, é a diversidade que permite aliar a componente desportiva à vertente turística que se destaca nesta prova A organização da prova agradeceu ao Município Carrazeda de

Ansiães, pela renovada confiança, aos atletas que acompanham o evento desde a primeira edição e aos que se juntaram de novo este ano, e, obviamente, aos padrinhos deste evento, Flor Madureira e João Oliveira. ○

| DESTAQUE |

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Fungo responsável por segundo ano c As expectativas eram de um ano de excelente produção de castanha, e em termos de quantidade essa tem sido uma realidade, contudo, a qualidade tem sido afetada por um fungo que retira do mercado boa parte da produção, reduzindo significativamente a disponibilidade do fruto no mercado.

Deitando abaixo as previsões otimistas de que a produção pudesse ultrapassar as 43 mil toneladas registadas em 2019, um fungo (septoriose) atacou fortemente as árvores de castanheiro nos primeiros dias de outubro, provocando a secagem e queda antecipada das folhas, o que resultou na queda prematura dos ouriços que contêm as castanhas, sem o fruto.

A septoriose (causada por várias espécies de fungos do género Septoria) costuma afetar principalmente culturas de cereais, como o trigo e a cevada, bem como diversas plantas ornamentais e hortícolas. A doença caracteriza-se pela formação de manchas foliares castanhas ou cinzentas, muitas vezes com um tom amarelado à volta. Estas manchas podem conter pequenos pontos pretos, que são os corpos frutíferos do fungo.

Estima-se que a produção caia para cerca de metade de um ano normal, embora ainda possa ser um pouco superior à de 2022, que foi de aproximadamente 23 mil toneladas, afirmam os especialistas do setor.

Esta ideia foi também transmitida pelos produtores que falaram à nossa reportagem. Manuel Gomes é um dos produtores de castanha da região dos Soutos da Lapa e garante que apesar da quantidade exceder a do ano passado, existe alguma apreensão no setor.

"A nível de quantidade é uma campanha muito boa, supera em três vezes a do ano passado.

Eu produzo cerca de 20 toneladas habitualmente, no ano passado produzi um terço disso. A nível de qualidade, no início da campanha houve alguns problemas, mas com a chuva recuperamos e está também a ser um bom ano.

Tivemos um problema que nós nem sabíamos que existia, um fungo que surgiu por causa do excesso de calor tardio mas com o regresso do frio e da chuva estamos a conseguir superar mais esse desafio".

Quase tirada a papel químico é a opinião de outro produtor, José Augusto. "Em termos de quantidade é um ano normal, o que significa que melhoramos substancialmente relativamente ao ano passado. O calibre este ano é bom, a castanha está grande e brilhante, como o consumidor

gosta.

No início da campanha tivemos alguns problemas com o calor excessivo que se fez sentir e que fez desenvolver um fungo na castanha que tem prejudicado a qualidade da campanha".

A abrupta redução na produção poderia levar a acreditar que o preço pago ao produtor atingisse os 2€/quilo, situação que, segundo os produtores ouvidos pela nossa reportagem, está longe da realidade.

“O preço da castanha está subestimado este ano em especial por causa das primeiras recolhas que apresentavam o tal fungo, nota-se agora algum receio das pessoas em comprar castanha, é preciso alertar as pessoas que a qualidade está garantida e esse problema está ultrapassado.

Também os grossistas têm que valorizar esta qualidade pagando melhor ao produtor pela castanha que é entregue, não podem valorizar o produto tendo em conta os primeiros frutos recolhidos.

Estamos a vender a castanha a 1,5 euros, isso não paga a própria apanha, quanto mais o trabalho no resto do ano, isto é subvalorizar o nosso produto e temos que contrariar essa tendência. A ser paga a este preço mais vale deixar a castanha nos soutos", contesta Manuel Gomes.

Para José Augusto é preocupante a situação económica apesar de entregar toda a sua produção na cooperativa e não saber o preço que irá receber, perspetivando ainda um futuro complicado para o setor.

"O problema este ano é também o preço que nos estão a pa-

gar pela castanha, no meu caso, como coloco na cooperativa nem tenho preço, será estipulado depois de ser vendida e do valor que se conseguir por ela.

A castanha infelizmente não é futuro para os mais novos. Demora muitos anos a produzir e para manter uma árvore sadia a despesa é muito grande, e pior agora com todos os custos associados à produção a subir".

Também preocupante para os produtores de castanha é a situação da mão de obra que é cada vez mais escassa para a apanha deste fruto, o que tem obrigado a uma aposta na utilização de máquinas, com os custos que isso tem inerentes, desde a aquisição à sua manutenção. "É difícil encontrar mão de obra para a campanha, aca-

Manuel Gomes - produtor

bamos por ter que recorrer às máquinas, mas isso também nos traz despesas avultadas em combustível e maquinaria, já para não falar na preparação prévia que é necessário primeiro fazer aos soutos", afirma preocupado Manuel Gomes.

Alcino Pires, Presidente da RefCast — Associação Portuguesa da Castanha, explica também que apesar das previsões favoráveis pouco antes do início da campanha, a apanha do fruto tem revelado uma outra realidade, mais desfavorável para o setor.

“Em termos de quantidade e pensando nas previsões que foram feitas em setembro, estaríamos a falar talvez da melhor campanha do século, contudo a realidade tem-nos mostrado outra face.

Alcino Pires

| DESTAQUE |

NOVEMBRO 2023 | VIVADOURO | 7

consecutivo de quebra de produção

Há mais castanha do que no ano passado, talvez o dobro, mas ainda não é uma campanha normal para esta região.

Haver esta quantidade contudo não significa que haja muita disponibilidade do fruto no mercado por causa da qualidade, que nos obriga a perder muitos volumes.

De acordo com a evolução futura da conservação, havendo um desconhecimento como este fungo se irá desenvolver, mesmo nos meios académicos, pode haver ainda menos produto disponível. Vai-se perder muita quantidade. O que nos preocupa agora é a conservação e o volume que vamos conseguir fazer chegar ao mercado.

Já conhecíamos este fungo mas em localizações mais res-

- Presidente RefCast

José Augusto - Produtor

tritas, este ano o problema está mais alargado”.

Para o responsável associativo, a situação na região dos Soutos da Lapa, que integra os concelhos de Penedono e Sernancelhe é ainda mais preocupante porque para além do fundo a castanha tem apresentado também uma forte presença de bichado, o que faz diminuir ainda mais a quantidade disponível para comercialização.

"Nos Soutos da Lapa no início da campanha pensava-se que a situação não fosse tão grave como em outras regiões do país, contudo temos vindo a notar que há 15 a 25% de podridão. O problema nesta região é também o bichado que se mostra muito persistente, especialmente quando comparado com outras

zonas".

Alcino Pires recusa-se olhar para os dois últimos anos da fileira da castanha como decisivamente dramáticos, para o presidente da RefCast esta realidade deve alertar todo o setor para a urgência de mudanças que é preciso implementar apostando numa prevenção feita ainda nos soutos.

“São dois anos com problemas completamente distintos, mas ingratos para a produção de castanha e toda a sua fileira. No ano passado a redução da quantidade foi aliviada pelo aumento do preço, tal como é a esperança para este ano com perdas que já registamos de 50, 60 ou 70% e mais, já temos conhecimento de situações em que foi perdida 100% da produção.

Não podemos ver estes dois anos como decisivos a não ser quanto à urgência de tomar medidas logo nos soutos. Teremos que efetuar mais tratamentos na fase inicial da produção para garantir que na próxima campanha a situação melhore. Este problema pode repetir-se no futuro e de uma forma mais grave se não tomarmos medidas urgentes”.

Uma das preocupações dos produtores é a valorização do produto, com dois anos consecutivos de problemas a afetarem a produção vêm um futuro pouco risonho, contudo Alcino Pires recusa-se a aceitar essa realidade defendendo que o maior problema será sentido a jusante do produtor, nas centrais e nos pontos de venda.

“A produção será cerca do dobro da produção do ano passado e o preço metade o que representará para o produtor um rendimento sensivelmente igual ao de 2022.

O problema maior coloca-se a jusante até porque este problema no fruto só é percetível após aberta, ou seja, o produtor vai entregar um fruto aparentemente saudável e grande, pago ao preço de mercado. Depois de algum tempo irá manifestar-se o problema nas centrais fruteiras e nos postos de venda, e são esses que vão sofrer com esta situação.

Isto também pode afetar a perceção do consumidor que está habituado a ter uma castanha de grande qualidade e isto pode mudar apesar de haver em toda a cadeia um sistema que previna que o produto afetado chegue ao consumidor final". ○

| SABROSA |

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Município de Sabrosa celebrou o 187.º aniversário O Município de Sabrosa assinalou, dia 6 de novembro, o seu 187.º aniversário, e as comemorações, que decorreram no Auditório Municipal, ficaram marcadas pela apresentação da imagem “Descobrir Sabrosa”.

O programa do Dia do Município iniciou com a visita à exposição patente “Sabrosa da Serra ao Rio – Novos Olhares”, composta pelas fotografias da última obra editada pelo município, da autoria do fotógrafo João Paulo Sotto Mayor, e que retrata o concelho de Sabrosa de norte a sul, seguindo-se a apresentação da imagem “Descobrir Sabrosa” e do novo vídeo promocional do município.

A Presidente da Assembleia Municipal, Helena Pavão, na

sua intervenção oficial fez questão de destacar um dos segredos do sucesso do poder autárquico, que passa pelo “estabelecimento de uma relação próxima entre os governantes locais e os governados, de proximidade e

confiança, entre eleitos locais e eleitores, incentivando a participação cívica e mobilizando os cidadãos para participarem ativamente em assuntos do concelho”, ainda no decorrer do seu discurso destacou que “a

democracia local é muito mais do que uma eleição periódica de Câmaras, Juntas de Freguesia e Assembleias Municipais, o poder local deve ser o grande parceiro do cidadão e no nosso concelho o munícipe ocupa o lugar central na nossa ação, somos um verdadeiro parceiro na resolução dos seus problemas”.

Por sua vez, a Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, aproveitou o momento para reforçar o sentimento de honra, orgulho e a responsabilidade sentida por representar o cargo de presidente da autarquia, referindo que o seu objetivo para o concelho “é fazer dele um concelho ainda mais feliz”, acrescentando ter “perfeita noção que para atingirmos este objetivo, muito trabalho, muitas iniciativas, em muitas vertentes e necessi-

dades do nosso território e das nossas pessoas têm de ser concretizadas. É nisso que estamos a trabalhar afincadamente, de forma equilibrada, valorizando as pessoas, o território, material e imaterialmente, mas também a dotá-lo infraestruturalmente de condições que abracem o presente e o futuro convenientemente.” Terminou a sua intervenção parabenizando o concelho de Sabrosa e agradecendo a todos os munícipes e aos que contribuíram para fazer dele o que é nos dias de hoje.

O Dia do Município terminou com um momento musical de “Mariana Vergueiro & Joaquim Rodrigues”, seguindo-se o cantar de parabéns, entoado pela multidão presente, e a abertura do bolo de aniversário distribuído a todos os presentes. ○

Desfolhada Tradicional recriada por dezenas 5.ª edição do Festival Rir Sem Bilhete chegou ao fim de pessoas em Parada de Pinhão No passado dia 8 de outubro, a aldeia de Parada de Pinhão, em Sabrosa, recriou a Desfolhada Tradicional, um evento especial, que trouxe à memória de todos os presentes uma das principais tradições ancestrais do norte do concelho.

Com uma programação variada, a animação deste dia foi garantida pelo grupo de Bombos Zés Pereiras de Sabrosa, a atuação do grupo de concertinas Marotos Flavienses e pela participação da Filandorra – Teatro do Nordeste, com uma encenação da recriação da Desfolhada.

No evento estiveram presentes o Presidente da Junta de Freguesia de Parada de Pinhão, Gilberto Taveira, e a Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, que, na ocasião, demonstrou a sua enorme satisfação com a afluência da população, convicta de que “são estas tradições que deve-

com Eduardo Madeira

mos preservar e reavivar, pois elas são a nossa identidade e a identidade do nosso território. É nosso dever mantê-las vivas!”

Depois do ponto alto do dia, a tradicional Desfolhada, todos os

visitantes puderam degustar de uma merenda típica da época.

A Desfolhada Tradicional foi organizada pela Junta Freguesia de Parada de Pinhão com o apoio do município. ○

No passado dia 28 de outubro, a 5.ª edição do Festival Rir Sem Bilhete chegou ao fim com o espetáculo de “Stand Up Comedy” de Eduardo Madeira, que encheu o Auditório Municipal.

Eduardo Madeira, famoso ator e humorista e cabeça de cartaz da edição deste ano, subiu ao palco e proporcionou um espetáculo hilariante ao público presente, onde não faltou a música, a comédia, e acima de

tudo, as gargalhadas de quem encheu o auditório.

A edição de 2023 teve início em abril com o espetáculo de “Stand Up Comedy” de Carlos Vidal, seguindo-se em julho a Revista à Portuguesa “Olha que Duas”, com Florbela Queiroz e António Calvário, e por fim, a 28 de outubro, a atuação de Eduardo Madeira.

O Festival Rir Sem Bilhete regressa em 2024. ○

“Corpo São em Mente Sã” de regresso às freguesias O programa “Corpo São em Mente Sã” percorre novamente as freguesias do concelho de Sabrosa levando à população atividades que promovem uma melhor qualidade de vida e o combate ao isolamento.

Este programa, uma parceria do município com a APPACDM de Sabrosa, pretende continuar a satisfazer as necessidades da população, numa lógica de proximidade,

tendo sido promovido até então pelo CLDS 4G Sabrosa.

Com o protocolo de cooperação assinado, para dar continuidade ao “Programa Corpo São em Mente Sã”, o município de Sabrosa continuará com um projeto tão apreciado pelos participantes, o qual, em complementaridade com outros programas já em vigor, irá dar resposta ao condicionalismo da população sénior. ○

| LAMEGO |

NOVEMBRO 2023 | VIVADOURO | 9

Miguel Mota empossado para novo mandato à frente da ESTGL A cerimónia, que aconteceu no dia 20 de outubro, teve lugar na Sala de Pintura Europeia, do Museu de Lamego, marcou o arranque de mais um mandato de Miguel Mota à frente da instituição de ensino superior.

No seu discurso de tomada de posse, Miguel Mota aproveitou para um balanço dos últimos quatro anos da instituição sob a sua égide, sublinhando que "é hoje possível ver a presença, a importância e o reconhecimento da ESTGL no território, tendo já assumido um papel de liderança no desenvolvimento regional, mas também a importância, reconhecimento e a notoriedade da escola para o Instituto Politécnico de Viseu (IPV)".

O crescimento da ESTGL é comprovado pelo crescimento no número de cursos disponíveis, assim como o aumento de professores e alunos.

"Ao longo destes 4 anos, mesmo atravessando dois anos de pandemia, conseguimos a criação de quatro novos CTeSPs nas 1 áreas de AF_An_Imp_120x160.pdf turismo, de gestão e de tecnologia, aprovamos e inicia-

mos a licenciatura em Gestão Comercial e abrimos mestrados em Assessoria nas Organizações, Tecnologias de Informação e em Controlo de Gestão e Ciência de Dados.

Estabelecemos parcerias com empresas tecnológicas de referência que nos têm permitido estar na linha da frente nas áreas de programação, automação e cibersegurança.

Os números de candidatos colocados e de matriculados, neste ano letivo, foram um recorde tendo sido, sem dúvida, um resultado histórico, tanto para a ESTGL, como para o IPV".

No atual ano letivo matricularam-se na ESTGL 329 novos 30/10/2023 12:57 alunos, preenchendo 75% das vagas disponíveis dos cursos de

licenciatura com os candidatos do Concurso Nacional de Acesso, um indicador de elevada importância.

"Atualmente a escola tem um total de 740 alunos, valor que adicionado ao pessoal docente e não docente, representa uma comunidade de cerca de mil pessoas, podendo afirmar que a ESTGL é um dos maiores motores económicos da região e da cidade de Lamego, afirma Miguel Mota".

O Presidente referiu ainda a abertura de cursos em Sernancelhe e Moimenta da Beira, tendo as respetivas autarquias aceite "o desafio que a ESTGL e a Presidência do IPV lhes lançaram, permitindo descentralizar algumas das nossas formações para

os seus concelhos, dando-nos as condições necessárias para fazer história e pôr em prática algo por que há muitos anos se esperava.

Inclusive, em Moimenta da Beira, temos ao nosso dispor um edifício fantástico, o Externato Infante D. Henrique, onde temos atualmente 3 turmas, e no qual já lecionamos alguns cursos breves. " Uma das lacunas com que a Escola se tem deparado é a falta de alojamento para os estudantes, "tendo já sido iniciada a obra da residência de estudantes a cargo do Município de Lamego, com capacidade para 46 camas e com sala de estudo, que estará disponível para gestão da ESTGL em dezembro de 2024.

Está também em curso, por parte do Município de Lamego, o projeto de arquitetura e especialidades para o edifício 2 da ESTGL, que será no piso superior do Mercado Municipal e que contemplará cinco novas salas de aula, um auditório com capacidade para 125 pessoas e uma moderna cantina, além de variadas salas de apoio. Este será um projeto conjunto entre a Câmara Municipal de Lamego e o IPV."

Antes de terminar a sua intervenção, Miguel Mota deixou ainda uma garantia de continuidade do trabalho já desenvolvido, mantendo também a aposta na inovação.

"Este será um mandato de continuidade, no qual pretendo consolidar todas as metas já alcançadas e continuar a projetar, a promover e a afirmar a ESTGL no território, continuando na vanguarda na captação de novos alunos e não descurando a formação contínua dos já diplomados, pretendendo-se para isso a criação de formações que vão ao encontro das necessidades atuais.

Pretendemos fomentar a implementação de novos modelos de aprendizagem, tais como o e-learning ou o b-learning, os quais já estão a dar os primeiros passos na nossa escola e para o qual já temos o equipamento necessário para montar uma sala de Ensino Distância.

Criar uma unidade de apoio à investigação, à elaboração de projetos e candidaturas e apostar fortemente, em linha com o IPV, na internacionalização são também objetivos já planeados". ○

Miguel Guimarães Médico Especialista em Urologia | Consultor e Assistente Graduado Urologia | Centro Hospitalar Universitário S. João Porto Competência em Gestão | Presidente Associação Auditores Cursos Defesa Nacional | Bastonário da Ordem dos Médicos 2017-2022 Ilustre Amigo e Sócio da www.girohc.pt/

A Importância da Prevenção: Próstata e Diabetes

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A saúde e a prevenção caminham lado a lado. Neste contexto, o cancro da próstata e a diabetes merecem uma atenção especial.

Ambas as situações clínicas têm impacto significativo na qualidade de vida dos homens e necessitam de medidas preventivas eficazes. Neste pequeno texto, exploramos a relação entre a próstata e o diabetes, bem como estratégias de prevenção para manter a saúde em dia.

A diabetes é uma doença metabólica caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue. Estudos recentes sugerem que pode haver uma relação entre a diabetes e o cancro de próstata, o cancro mais comum entre os homens. Embora a conexão não esteja totalmente esclarecida, existe alguma evidência de que homens com diabetes têm um risco ligeiramente aumentado de desenvolver cancro da próstata. Nesta perspetiva, a gestão cuidadosa da diabetes pode contribuir para a prevenção de problemas relacionados com a próstata.

A prevenção da diabetes envolve também a adoção de um estilo de vida saudável: Alimentação Equilibrada: Opte por uma dieta rica em fibras, grãos integrais, frutas, legumes e proteínas magras. Evite o consumo excessivo de açúcares e gorduras saturadas.

Atividade Física: Manter-se ativo é essencial. O exercício regular ajuda a controlar o peso, melhorar a sensibilidade à insulina e r-eduzir o risco de diabetes.

Controle do Peso: Manter um peso saudável é crucial na prevenção da diabetes tipo 2. O excesso de peso aumenta o risco de resistência à insulina.

Monitorização Médica: Realize exames médicos regularmente para verificar os níveis de glicose no sangue e esclarecer qualquer preocupação com o seu médico.

A prevenção do cancro da próstata e da gravidade da doença também é importante: Exames de Rotina: Homens com mais de 50 anos ou com história familiar de cancro da próstata devem realizar regularmente o PSA (Antígeno Específico da Próstata) e o exame clínico.

Alimentação Saudável: Dietas ricas em vegetais crucíferos, como brócolos e couve-flor, podem ter algum efeito protetor contra o

cancro da próstata.

Atividade Física: Manter um estilo de vida ativo também tem sido associado a um menor risco de cancro da próstata.

Evitar Tabagismo e Álcool em Excesso: Fumar e o consumo excessivo de álcool têm sido associados a um maior risco de cancro, incluindo o da próstata.

Em resumo, a prevenção é importante para manter a nossa saúde e evitar doença grave ou complicações relacionadas com a diabetes. Adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercício, pode ajudar a prevenir ambas as doenças. Além disso, a avaliação clínica e analítica regulares e o diálogo com o médico assistente é essencial para monitorizar a saúde da próstata e controlar a diabetes.

Referências: - American Diabetes Association. (2020). Lifestyle Management: Standards of Medical Care in Diabetes - 2020. Diabetes Care, 43(Supplement 1), S89-S97.

- World Cancer Research Fund & American Institute for Cancer Research. (2018). Diet, Nutrition, Physical Activity, and Prostate Cancer. Continuous Update Project Expert Report 2018.

- American Cancer Society. (2021). Prostate Cancer Early Detection.

- Leitzmann, M. F., Rohrmann, S., Risk Factors for Prostate Cancer Collaborative Group, et al. (2011). Physical activity recommendations and decreased risk of mortality. Archives of Internal Medicine, 171(14), 130-138.

- Freedland, S. J., Platz, E. A., & Gerber, L. (2007). Smoking and Prostate Cancer: A Systematic Review and Meta-analysis. American Journal of Epidemiology, 166(9), 959-972.

- Aune, D., Giovannucci, E., Boffetta, P., et al. (2009). Fruit and vegetable intake and the risk of type 2 diabetes: a systematic review and dose-response meta-analysis of prospective studies.

European Journal of Clinical Nutrition, 63(12), 1255-1265.

10 | VIVADOURO | NOVEMBRO 2023

Toy e Ivandro cabeças de cartaz na Feira Anual de Santo André em Mesão Frio Está de regresso a Mesão Frio a centenária Feira Anual de Santo André, uma das mais antigas feiras tradicionais do país, que é realizada de 30 novembro a 8 de dezembro.

As imperdíveis atuações de Toy e Ivandro, o Mercado e Desfile Medieval, o inédito evento «Vinhos de Santo André», a Feira dos Burros, uma renovada e confortável Praça da Alimentação e ainda muita animação de rua, música popular, mostra de produtos endógenos e gastronomia, são os principais ingredientes de um evento que promete ser memorável, com seis dias recheados de surpresas.

Dia do Município A 30 de novembro, Dia de Santo André e feriado municipal, vai decorrer a habitual Sessão Oficial, com homenagens e distinções honoríficas, na presença do Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, Paulo Silva e de outras entidades municipais. À tarde, a Biblioteca Municipal de Mesão Frio inaugura a exposição de fotografia «9 Meses de Inverno e 3 de Inferno», de João Pedro Marnoto.

Sob o tema «Natal na Avenida»,

milhares de luzes vão acender-se para dar luz, cor, alegria e beleza à Avenida Conselheiro José Maria Alpoim. Para os mais novos, não faltarão motivos para diversão, nomeadamente, malabarismo, espetáculos de magia, a casa do Pai Natal, pinturas faciais, pipocas e um carrossel.

da Câmara Municipal com a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino, com o objetivo de continuar a dignificar este animal que tanta tradição tem no Concelho de Mesão Frio. Em paralelo decorrerão também outras atividades equestres, com cavalos e póneis.

Noite Musical nos Bombeiros A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Mesão Frio, com a colaboração da Câmara Municipal de Mesão Frio, vai proporcionar uma noite musical de Santo André, com concertos de dois conhecidos artistas, presenças habituais em programas televisivos.

Hannibal Henriques, ex-membro da dupla Ricardo & Henrique, virá a Mesão Frio com o seu novo projeto a solo, com um estilo eclético, combinando diferentes sonoridades num espetáculo único e intimista. O cantor Márcio Pereira, também uma presença habitual na televisão e em vários palcos do país, irá oferecer um espetáculo com ritmo, originalidade e vivacidade, numa mistura de estilos latinos, reggaeton e dance.

Concerto do Toy A tarde popular, na Avenida Conselheiro José Maria Alpoim será marcada pelas atuações de duas artistas que prometem muita música.

Maria Celeste, com o seu jeito único para as rimas e com natural capacidade para o improviso, irá entreter o público com desgarradas engraçadas e o timbre típico do folclore regional.

A cantora Sofia Portela sobe ao palco da terra que a viu nascer pela primeira vez, com temas bem alegres que convidam à dança. Os seus ritmos latinos vão pôr o público a mexer com temas que têm vindo a ser presença assídua na televisão nacional. Durante todo o dia haverá a feira tradicional, onde os visitantes poderão fazer as suas compras de Natal.

Na Praça da Alimentação, no Multiusos Municipal, haverá muita gastronomia e vinhos para os visitantes

Feira dos Burros No dia 1 de dezembro, no Mercado Municipal de Mesão Frio, decorrerá a Feira dos Burros, numa colaboração

se deliciarem, e karaoke com Georges Canário, pelas 18 horas, antes do grande concerto do famoso cantor de música popular português, Toy, que atuará pelas 21h30, numa tenda gigante a instalar no parque de estacionamento da zona de lazer.

Mercado Medieval O Mercado Medieval, que irá voltar a concentrar-se na zona histórica da Praça do Pelourinho e da Rua do Balcão, vai ter várias barraquinhas, atividades e muita animação de rua, nos dias 2 e 3 de dezembro. Haverá animação com jogos itinerantes, recriações históricas, jogos medievais, espetáculo de fogo, teatro assombrado, um concerto medieval e trovadores. O momento alto do Mercado Medieval é no dia 3 de dezembro, com o Grande Cortejo aberto à participação de todos a percorrer as ruas da vila.

«Vinhos de Santo André» O edifício da antiga Residência de Estudantes irá receber o evento vínico «Vinhos de Santo André – Portos e Tintos do Douro», uma das novidades desta Feira Anual de Santo André e que vai decorrer nos dias 7 e 8 de dezembro. Haverá palestras e provas comentadas, com especialistas da

| MESÃO FRIO |

área e conversas sobre a temática.

Douro Colective A banda pop de artistas durienses, que se estreou em palco na última edição dos "Concertos na Avenida", está de regresso a Mesão Frio, para uma atuação na tenda gigante do parque de estacionamento da zona de lazer. A banda sobe ao palco no dia 7 de dezembro, pelas 21h30.

Concerto de Ivandro No dia 8 de dezembro e em dia da feira tradicional, será a última oportunidade para os visitantes fazerem as suas compras de Natal. Os Arribamonte vão animar as ruas no segundo e último dia dedicado ao evento vínico «Vinhos de Santo André – Portos e Tintos do Douro». À tarde, o grupo de música popular Sol & Dó irá atuar na Avenida Conselheiro José Maria Alpoim, haverá também animação de rua proporcionada pela Filandorra – Teatro do Nordeste, a atuação da oficina da Biblioteca Municipal de Mesão Frio, «Bibliodance» e o grande concerto do conhecido cantor e músico luso-angolano, Ivandro, que alcançou o topo dos tops nacionais com canções como "Moça", "Lua" e "Como Tu". ○

| ALIJÓ |

NOVEMBRO 2023 | VIVADOURO | 11

Utentes de IPSS e da USA a bordo do Comboio Histórico do Douro

O Município de Alijó proporcionou a oportunidade de subir a bordo do Comboio Histórico do Douro a utentes de IPSS do Concelho e alunos da Universidade Sénior de Alijó (USA), que fizeram a viagem entre a Régua e o Tua, com passagem pela Estação do Pinhão. Enquanto apreciavam a beleza da paisagem, os viajantes partilharam sorrisos e histórias e viveram momentos de animado e saudável convívio.

Esta iniciativa resultou de

uma parceria de promoção dos produtos locais estabelecida entre o Município, a Comboios de Portugal e a Adega de Favaios, que permitiu promover produtos locais a bordo, nomeadamente o Moscatel de Favaios.

Um dos principais pontos de interesse da viagem no Comboio Histórico do Douro foi a paragem na Estação do Pinhão, onde foi possível observar o abastecimento de água à locomotiva. ○

Concelho promove gastronomia e produtos endógenos em Espanha

O Município de Alijó, em parceria com Juntas de Freguesia, esteve presente no XANTAR - 24º Salão Internacional de Turismo Gastronómico, em Ourense (Espanha), com uma mostra dos melhores produtos endógenos do Concelho. Esta presença foi uma oportunidade de promoção dos produtos e do nosso território no mer-

cado espanhol, assim como de estabelecimento de contactos e negócios com operadores turísticos.

O Rancho Folclórico de Santa Eugénia e os Gaiteiros dos Zés P’reiras de Sanfins do Douro também marcaram presença e atuaram durante o evento, que é o mais importante certame gastronómico da Península

Ibérica. Esta iniciativa insere-se no plano de ação de divulgação, valorização e promoção dos produtos endógenos.

O Município de Alijó agradeceu a participação das Juntas de Freguesia que se associaram a esta ação de promoção do território, assim como às duas associações culturais que animaram o público. ○

ALIJÓ 1 1 DE NOVE MBRO

07h00

Início da Feira de São Martinho

DIA DO MUNICÍPIO SÃO MARTINHO 2023

08h30

Animação | Arruada Zés Pereiras de Sanfins do Douro Zés Pereiras de Cheires Zés Pereiras de Castedo do Douro Marcha Viva de Cabeda Amigos dos Bombos de Pegarinhos

08h30

Mostra Gastronómica das Freguesias

10h00 Tripas | Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Magusto Tradicional

11h00

Animação com Quim Blino

14h30

Animação | Freguesias em Concerto - Hinos e Marchas

M A G U S T O .T R I PAS . M A R R Ã .V I N H O N O V O . A N I M A Ç Ã O FEIR A TR ADICIONAL.MOSTR A GASTRONÓMICA

16h15

Prova da Marrã e do Vinho Novo

17h30

Bolo de Encerramento do Dia do Município

Evento integrado na

| ARMAMAR |

12 | VIVADOURO | NOVEMBRO 2023

Armamar adere ao programa "Diabetes em Movimento"

O programa comunitário de exercício físico para pessoas com diabetes tipo 2, "Diabetes em Movimento", conta com atividades em Armamar até junho de 2024. A inscrição é gratuita.

As sessões de exercício físico terão lugar às segundas, quartas e sextas-feiras, das 14h30 às 16 horas, no Pavilhão Aldeias Século XXI, e serão realizadas por profissionais de desporto e enfermeiros. A participação está sujeita a referenciação pelo/a Médico/a ou Enfermeiro/a de Família.

O projeto é resultado de uma parceria entre o Município de Armamar e o ACES Douro Sul, da Administração Regional de Saúde do Norte, e tem como objetivo promover a prática de exercício físico nas pessoas diagnosticadas com a diabetes, uma doença causada pela falta de insulina no organismo. ○

Município de Armamar assinala o Dia Municipal para a Igualdade Dia 24 de outubro, o município de Armamar assinalou o Dia Municipal para a Igualdade, com o objetivo de sensibilizar para a importância da igualdade entre homens e mulheres nas diferentes esferas da vida pública e privada.

A Autarquia Armamarense dinamizou uma ação a nível interno, junto de trabalhadores do município, para identificar a perceção a respeito da temática.

O Dia Municipal para a Igualdade assinala-se em várias organizações da sociedade civil, autarquias e entidades públicas, um pouco por todo o País.

Apesar das políticas implementadas persistem situações de desigualdade e discriminação em função do sexo. As autarquias, beneficiando da proximidade com a população, têm um papel importante na promoção dessa igualdade, em

que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos e deve-

res.

A igualdade de género está

consagrada no artigo 13.º da Constituição da República Por-

tuguesa, cabendo ao Estado a tarefa de a promover. ○

| VILA REAL |

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UTAD atinge novo máximo de novos alunos colocados A Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro bateu um novo recorde de novos alunos, ultrapassando as 1900 inscrições. O Jornal VivaDouro esteve à conversa com o Reitor da Universidade, Emídio Gomes, para perceber a importância destes números para a Instituição de ensino.

Este ano a UTAD recebeu 1900 novos alunos, está satisfeito com estes resultados?

Não posso deixar de estar mais que satisfeito, mas olho sempre para o lado, para os 3% que me faltam para completar os 100% (de vagas disponíveis), e que estão mais focalizados nas áreas mais clássicas e antigas da Universidade, nomeadamente, no setor florestal, setor agrário e zootecnia.

Temos um plano especial para corrigir essa nuance, porque uma Universidade nunca é um processo acabado, é um processo contínuo e que todos os dias tem de ser reinventado.

Temos um plano de investimento ambicioso, em curso, para melhorar as polivalências da universidade, dentro de duas semanas vamos inaugurar a nossa adega experimental, por exemplo.

Já concluímos duas enfermarias experimentais de topo, o pavilhão da ginástica, que nunca existiu e um centro de enogastronomia.

No ponto de vista do Reitor, quais são os fatores de atração para os alunos virem para esta universidade? É o destino universitário como um todo, é um destino seguro, mais amigável comparativamente ao das metrópoles.

Hoje olho para a UTAD como um espaço territorial, em que a atividade do ensino superior é a atividade mais relevante.

Quanto melhor e mais evidente isso for, mais as pessoas acabam por deixar de limitar o seu tempo enquanto estudantes e passam a ficar por cá, criando novas dinâmicas.

A UTAD cada vez mais tem um impacto forte na cidade de Vila Real?

Não só na cidade. Conseguimos abrir uma formação em gerontologia no Marco de Canaveses e estamos a articular abrir em Sabrosa. É uma realidade geográfica que nos coloca a 10/20 minutos da UTAD. O Túnel do Marão permite-nos isso, saímos do campus da Universidade de carro e num espaço de 5 a 7 minutos estamos em Amarante, ou Marco de Canaveses, a 10 minutos estamos em Sabrosa, Régua e Lamego. Temos uma realidade

geográfica distinta que nos permite expandir a Universidade.

Este é claramente um momento importante em termos de ensino superior?

Sim, é.

Repare, há um antes e um depois da Reforma de Bolonha.

Até à reforma de Bolonha uma pessoa que se inscrevesse na Universidade ficava no mínimo cinco anos. A partir daí nós perdemos um terço dos alunos diretamente pela Reforma de Bolonha e isto obrigou ao crescimento da importância dos mestrados e doutoramentos e à nossa reorganização enquanto modelo e forma de ensino.

Esta adaptação que está agora numa fase de consolidação mais forte. A Universidade está, neste momento, numa fase de segmentação nas mudanças de Pós-Bolonha.

Conseguiu atingir o número de vagas estipuladas para os dois novos cursos que abriram na UTAD, as Ciências Biomédicas e a Cultura e Transformação digital?

Vai ser preciso paciência, mas estamos num bom caminho, porque se nos dissessem que a proposta era má tínhamos de corrigir, quando nos dizem que a proposta é boa e inovadora é difícil corrigir alguma coisa.

Diria que a Medicina estará aprovada em 2024 na UTAD. Sim, e ainda ficaram alunos de fora. O objetivo foi atingido.

A Agência da Avaliação e Graduação reprovou a existência do curso de Medicina na UTAD, o que é que acha que falhou?

Nada. Há uma visão completamente fechada por parte da Agência que não nos quis dar o curso, quando temos todas as condições para que arranque. O único entrave que nos colocam é a colocação de médicos doutorados, queremos contratar com

a garantia que o curso é aprovado, mas eles não aprovam sem a garantia que contratamos médicos doutorados.

Vai ser preciso paciência, mas estamos no bom caminho, porque se nos dissessem que a proposta era má tínhamos de corrigir, quando nos dizem que a proposta é boa e inovadora é difícil corrigir alguma coisa.

Diria que a Medicina estará aprovada em 2024 na UTAD. Tendo em conta a situação da saúde em Portugal, que contributo poderia dar a UTAD para a solução deste problema?

Ia contribuir para um país mais equilibrado, com um Centro Hospitalar que existe aqui que envolve Vila Real, Chaves e Lamego, com três ACES do melhor que há, além de ser uma população carente deste tipo de recursos.

A formação médica é uma peça fundamental na nossa estratégia enquanto Universidade. A UTAD sempre viveu sem medicina, mas vai fazer de tudo

para ter esta formação, porque faz falta à Universidade, à região e ao país.

Um dos problemas dos alunos da UTAD prende-se com o alojamento, como pretendem solucionar este problema?

Já temos projetos prontos que irão iniciar no próximo semestre, e aumentar a oferta em mais 600 camas. O custo para os alunos é o estipulado pelo Estado, até porque os que já estão a usufruir da nossa residência já pagam esse valor. A aquisição das camas é financiada pelo PRR. Em Novembro vão ser apresentados os queijos e os vinhos ALUMNI, já teve oportunidade de os provar?

Ainda não, normalmente os antigos alunos envolvidos neste projeto esmeram-se sempre muito, seja nos vinhos, seja nos três queijos. Todos os anos somos surpreendidos, não por serem melhores que os anos anteriores, mas por serem diferentes, num patamar de excelência que nos orgulha imenso. ○

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Auditório Municipal celebrou 20 anos ao serviço da cultura Foi com a "casa cheia" que se assinalaram os 20 anos de Cultura do Auditório Municipal de Santa Marta de Penaguião, no dia 3 de novembro.

Para assinalar a efeméride, a casa da cultura penaguiense recebeu a exposição "Rui Pires na coleção Museu do Douro", uma exposição de fotografia das gentes, património e paisagem do Douro que se encontra patente até ao dia 29 de dezembro.

Para abrilhantar a noite, subiram ao palco atores penaguienses, atores D’Ouro do teatro "Roda Viva" de Paradela do Monte que apresentaram a peça "Os céus mandaram-no de volta para a terra", uma adaptação de um original de Ivan Ferratti Machado.

Um momento teatral que arrancou imensas gargalhadas ao público presente que assistiu assim a um serão cultural genuíno e que marcou o 20º aniversário do Auditório Municipal. ○

| SANTA MARTA DE PENAGUIÃO |

| ENTREVISTA |

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DANIEL PROENÇA DE CARVALHO Texto: ANDRÉ RUBIM RANGEL

Se não tivesse seguido Direito teria, certamente, singrado na música? A ver pelo sucesso tido quando começou e pela paixão ao jazz que ainda se mantém…

Alguns dos meus colegas da primeira banda em que toquei, enquanto estudante em Coimbra – José Cid, José Niza, Rui Ressurreição e Portela –, seguiram carreiras musicais com grande sucesso. Mas todos tinham mais talento do que eu. Acho que fiz bem em seguir para o Direito, embora continue a participar em grupos musicais como amador. A música teve e tem um lugar importante na minha vida e tem-me dado grandes compensações e ajudado ao meu equilíbrio emocional.

Entende que o ter sido inspetor da PJ, antes do 25 de Abril, o viria a ajudar na forma pragmática como exerceu depois toda a sua atividade jurídica?

Ter passado pelo Ministério Público e pela PJ ajudou-me a compreender o mundo judiciário, as suas virtudes e os seus defeitos, a conhecer melhor as suas culturas, as suas formas de olhar a realidade, por vezes influenciadas por uma visão pessimista das pessoas e da sociedade.

Sente que foi iludido/ enganado em jovem quando se ligou ao PCP? Dado que mais tarde assumiu ver realmente que tipo de partido ele era e ainda é…

Enquanto desconheci a realidade a que conduziu a ideologia comunista, fui seduzido pela sua ideia generosa de justiça social, de igualdade entre os humanos.

Isso na minha juventude. Mas cedo percebi que as experiências do socialismo científico tinham conduzido ao absoluto desprezo pelos direitos individuais, a perseguições brutais, a ditaduras sanguinárias, à incapacidade de criar riqueza e por isso à generalização da pobreza, com exceção dos dirigentes do partido. Quando chegou a libertação do 25 de abril de 1974, tinha plena consciência dos perigos de cairmos nesse logro. E, de facto, entre o 25 de abril de 74 e o 25 de novembro de 75 corremos esse risco. Se é certo que venceu a democracia contra a tentação totalitária, as consequências do período revolucionário, em que governaram as forças da extrema-esquerda, em especial as chamadas nacionalizações do 11 de março de 1975, tiveram um impacto económico muito negativo que deixou marcas até ao presente.

Na relação profissional e

amiga que teve com altas figuras – tais como com Sá Carneiro, Mário Soares, António Champalimaud, entre outras ainda vivas –, sente que o país foi justo para com elas e para a preservação dos seus legados?

Creio que a história fará justiça a Sá Carneiro e Mário Soares pelo papel que tiveram na consolidação e aperfeiçoamento do nosso regime democrático. Sá Carneiro não teve oportunidade de liderar pelo tempo suficiente o bloco político com o projeto modernizador necessário ao crescimento económico que nos levasse ao patamar dos países mais desenvolvidos da Europa.

Camarate foi uma tragédia, não só para os que perderam a vida, como para Portugal.

Mário Soares ficará como o mais relevante protagonista na luta pela liberdade, pelos direitos individuais, pela democracia contra as tentativas da extrema-esquerda de instaurar um

regime não democrático no pós 25 de abril; e também na sua visão de uma Europa mais unida na defesa da paz e da prosperidade. Foi uma figura maior do nosso tempo.

António Champalimaud terá sido o maior empresário do séc.

XX, criou indústrias altamente competitivas, criou emprego com valor, modernizou o sector financeiro; no auge revolucionário a 11 de março de 1975, todas as suas empresas foram confiscadas, ele voltou-se para o Brasil e aí renasceu na indústria cimenteira e na agropecuária, gerou recursos que lhe permitiram regressar em força a Portugal e em pouco tempo voltou a criar um poderoso grupo financeiro. Foi um empresário excecional. Tendo sido perseguido no seu País e incompreendido, acabou por deixar-nos uma Fundação, que é hoje uma referência mundial na investigação e tratamento

das doenças que mais nos afligem.

No seu livro de memórias não aborda nenhuma relacionada a José Sócrates, por ter sido o advogado dele, como o faz com outras grandes figuras. Algum motivo especial?

O livro que publiquei no ano passado termina antes da ascensão de José Sócrates à liderança do PS e à chefia do governo; escrevi nesse livro que "posteriormente aos casos que relatei, tive intervenção em outros processos com forte repercussão pública. Não tenho espaço neste livro para os comentar.

Mas também não o faria agora porque me falta distanciamento temporal para uma análise serena. Ficará para mais tarde, se viver o suficiente e com lucidez para o necessário distanciamento". Em qualquer caso, não tive qualquer intervenção no processo em que foi acusado

José Sócrates; fui seu advogado anteriormente em casos de abuso de liberdade de imprensa, na sua maioria, casos em que ele foi queixoso.

Já não sendo o seu advogado, que comentários tece a todo esse processo, das razões pelas quais ainda não esteja resolvido e se a ligeira atuação do juiz Ivo Rosa foi a mais correta?

Não me pronuncio sobre casos em que não tenho intervenção e não conheço o suficiente; não quero cometer o pecado que vejo cometer diariamente, de opinar acerca de factos sob influência de juízos prévios sobre as pessoas a quem são imputados. No caso de José Sócrates esse pecado tem sido levado ao extremo.

E não apenas por cidadãos comuns, também por magistrados de quem se exige maior cuidado.

A Comunicação Social está bem longe de viver os melho-

O

| ENTREVISTA |

NOVEMBRO 2023 | VIVADOURO | 17

"Precisamos de emagrecer o Estado, baixar impostos, gerir melhor os serviços públicos…"

DR

naro, para falar de dois países que nos são tão próximos, deve alertar-nos para os perigos do populismo.

Olhando à atualidade, e à crise política que se vive com a enorme carga fiscal sentida com esta maioria governativa sempre a aumentar nos impostos, para onde vamos?

Como devemos ir?

Desde a instauração da democracia, Portugal teve grande sucesso nas políticas sociais (saúde, educação, segurança social) mas falhou no modelo económico capaz de as financiar.

Por isso temos financiado o sector público com dívida pública e apoios europeus. Mas agora os próprios serviços públicos estão a revelar-se incapazes de corresponder às necessidades dos portugueses. Como parece óbvio, quem gera riqueza é o sector privado, são as empresas – os empresários, os trabalhadores, os gestores. Mas o Estado absorve demasiados recursos, não sobra o suficiente para o investimento e a melhoria da competitividade, sem os quais não há crescimento sustentável. Esse é o nosso problema e, com franqueza, não vejo soluções à vista. Vamos tendo um crescimento económico fraco que não nos permite o salto que todos desejamos.

res tempos. Não seria um perigo enorme para a Democracia acabar com ela, com os jornalistas profissionais e com a essência da Informação?

A Comunicação Social enfrenta desafios enormes em resultado da revolução digital que ocorreu nas últimas décadas.

Deixou de ser a única e talvez mesmo a principal fonte de informação. Tradicionalmente, as receitas das empresas de comunicação provinham da publicidade e eram repartidas entre a imprensa escrita, as televisões e as rádios. Com o surgimento e a hegemonia das grandes plataformas digitais – Google, Facebook, Instagram, Twitter, e outras – as pessoas passaram a consumir a informação e o entretenimento servidos por essas plataformas e as receitas de publicidade seguiram o mesmo percurso. A consequência é que o bolo publicitário passou a ser distribuído também por es-

sas plataformas, que atraem a maior fatia. São óbvias as consequências dramáticas deste fenómeno para as empresas de media tradicionais. Em Portugal a crise faz-se sentir com maior gravidade, dada a pequena dimensão do nosso mercado. Até agora não se encontraram remédios para esta crise, que, sim, afeta os regimes democráticos porque as informações e opiniões deixaram de ter mediação e qualquer regulação. Daí a proliferação de fake news, de teorias de conspiração, de desinformação à solta, caldo de cultura dos populismos.

O que falta à nossa Política nacional para ela ser melhor, mais apetecível e credível, a ponto de os cidadãos se envolverem mais e se absterem menos?

Hoje, o brutal e sem piedade escrutínio sobre os políticos (envolvendo as suas famílias e ami-

gos), sem compensação adequada, afasta da política as pessoas mais qualificadas. Confesso que tenho admiração por quem assume esse risco por idealismo.

Por outro lado, há um cada vez maior distanciamento dos jovens em relação à política, não apenas em Portugal, mas em geral nas democracias, em parte porque as ideologias do século passado deixaram de ser atrativas. Este desencanto está a ser explorado por populismos simplistas, que perturbam a discussão dos problemas que enfrentamos e oferecem receitas simplistas para questões complexas. A situação que vivemos aparenta algumas semelhanças com o que se passou entre as duas guerras do século passado; as frustrações dessa época acabaram em tragédia.

Esperemos que a experiência não se repita. Mas o que se passou recentemente nos EUA com Trump, no Brasil com Bolso-

Apontando, há muito, o dedo para o débil crescimento económico no país e não sendo apologista da regionalização e/ou descentralização, que reforma para o país seria possível para libertar o peso do Estado? E quem estará, realmente, em condições de a conceber até ao fim?

No meu livro explico porque sou contra a regionalização.

Em síntese, acho que multiplicar os centros de decisão política agrava a situação: mais burocracia, mais despesa pública, mais desperdício. O que precisamos é de emagrecer o Estado, baixar impostos, gerir melhor os serviços públicos, criar poupança, investir, melhorar a competitividade.

Recorrendo, de novo, às suas memórias desafio-o a encontrar nelas o Alto Douro.

Que boas lembranças guarda e o que deseja para esta região?

Sou um beirão da Beira Interior e nunca esqueci essa minha pertença. Mas adoro viajar e conhecer todo o nosso riquíssimo território. O Alto Douro é das regiões mais bonitas que temos, as suas paisagens, os seus vinhos, as suas pessoas constituem um património

que temos de valorizar.

No seu livro «Justiça, Política e Comunicação Social», de 2022, no capítulo sobre "E o futuro?" escreve ver em Portugal "start-ups inovadoras crescerem e tornarem-se globais". A salvação do país e do futuro passará por elas? Ou por quem (mais)?

Acredito que temos jovens muito qualificados e iniciativas empresariais com potencial no mundo global em que vivemos. É neles que deposito esperança no futuro dos meus netos e bisnetos.

Atualmente, dedica-se à agricultura no Alentejo e preside ao Conselho de Curadores de três Fundações. Como descreve estas atividades, em que têm consistido e que contributo dão à sociedade?

A Fundação Champalimaud, a que me referi atrás, presidida por uma grande mulher, a Dra. Leonor Beleza, está a dar um forte contributo para a ciência e a saúde no nosso País e a prestigiar Portugal na área da ciência. Outra instituição criada por António Champalimaud, a Fundação Batalha de Aljubarrota, contribui para o conhecimento e valorização da nossa história, em especial das guerras da Independência e da Restauração que permitiram a afirmação de Portugal como nação independente. A Fundação Arpad Szènes–Vieira da Silva tem desempenhado um papel relevante na divulgação e estudo da obra dos artistas Arpad Szenes e Maria Helena Vieira da Silva.

Criou um museu e um centro de documentação e investigação, promove exposições, colóquios, conferências, concede prémios, subsídios ou bolsas a artistas e estudiosos, com o fim de contribuir para o desenvolvimento da arte e o seu conhecimento.

Para terminar, e quebrando um pouco o gelo do pessimismo generalizado que se vai vivendo cada vez mais, que mensagem de otimismo nos pode deixar?

Acho que há um ambiente de pessimismo, de desvalorização dos sucessos que alcançámos, de excesso de agressividade na discussão dos temas políticos, de falta de moderação.

Há dias, o meu colega de liceu e amigo Prof. Eduardo Marçal Grilo publicou no Público um artigo com o apelo: "Moderados de todo o Mundo uni-vos", cuja leitura recomendo. Quem viveu longamente, como é o meu caso, e passou por tantos momentos difíceis, só pode ter uma visão otimista do futuro. ○

| MOIMENTA DA BEIRA |

18 | VIVADOURO | NOVEMBRO 2023

Na "Sessão de Boas-Vindas" aos alunos do Ensino Superior em Moimenta da Beira foi anunciado um novo curso O Externato Infante D. Henrique, em Moimenta da Beira, recebeu no dia 23 de outubro a sessão de boas-vindas aos alunos que estão a frequentar os dois Cursos Técnicos Superiores Profissionais (Informática Industrial e Assessoria e Comunicação Organizacional). Ao todo estão três turmas ativas com alunos provenientes de diferentes concelhos do distrito de Viseu.

Na cerimónia, Hugo Bondoso, Vereador com o pelouro da Educação, anunciou a nova oferta formativa para o próximo ano letivo. "Aos dois cursos em funcionamento queremos muito, já em 2024/25, acrescentar um terceiro: o de ‘Fruticultura e Viticultura’, este em colaboração com a Escola Superior Agrária de Viseu. É uma área que vem responder àquilo que entendemos ser uma das necessidades

do nosso território, e esperamos que aqui venha ter bastante relevância no âmbito do que são as nossas atividades letivas".

Paulo Figueiredo, Presidente da Câmara Municipal, corroborou da importância da nova oferta formativa. "Nos sabemos o quanto a fruticultura e viticultura representa na nossa região, não só em Moimenta da Beira, mas em toda esta área

territorial, e obviamente temos que ir ao encontro deste grande setor económico. Temos que trazer conhecimento, temos que aprender todos para que este setor possa ter aqui uma economia mais pujante e mais valorizada". Na intervenção, o autarca falou ainda sobre os custos de estudar fora da sua área de residência. "Para combater esse problema foi elabo-

Encontro Nacional ‘Comunidade JeePortugal’ realizou-se em Moimenta da Beira pela primeira vez

Foi no fim de semana, 28 e 29 de outubro, que Moimenta da Beira recebeu pela primei-

ra vez o Encontro Nacional ‘Comunidade JeePortugal’, que é anual. A sexta edição

do passeio turístico monomarca (Jeep), sem qualquer componente competitiva, contou com a presença de 40 viaturas e cerca de 80 participantes de todo o país.

Os dois dias foram cheios de emoções fortes, com o desafio da condução em todo-o-terreno pelas melhores paisagens do concelho de Moimenta da Beira.

O encontro foi organizado pela Comunidade JeePortugal e contou com o apoio da Padaria - Pastelaria "O Tó" e da Câmara Municipal de Moimenta da Beira. ○

Serranias, um regresso em grande Dois dias em cheio! Programa cumprido na íntegra! Um regresso pós-pandemia verdadeiramente em grande! O cartaz gastronómico marcou pontos, uma vez mais pela perseverança da tradição, e o da animação musical também.

O Serranias, Festival de Sabores e Tradições, realizou-se nos dias 4 e 5 de novembro, em Soutosa, Moimenta da Beira, uma organização conjunta entre os "Baldios Terras de Aquilino Ribeiro", a União das Freguesias de Peva e Segões, a Câmara Municipal de Moimenta da Beira, as associações de Soutosa, Peva, S. Martinho e Segões e ainda a Casa Nossa.○

rada e submetida uma candidatura no ano passado para a construção de uma residência para estudantes. A candidatura foi uma das 131 aprovadas no país. O prazo para a conclusão da obra, que embora atrasada deve arrancar muito brevemente, está estimado para setembro do próximo ano".

Miguel Mota, presidente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego (ESTGL), abordou a importância do ensino superior no interior do país. "É já uma realidade e uma marca a existência do ensino superior em Moimenta da Beira. Foi muito falado, como todo sabemos, e creio que temos todos os ingredientes para crescer, prova disso é a presença do representante da Escola Superior Agrária de Viseu, que nos permitirá a nós, Instituto Politécnico de

Viseu, ter aqui em Moimenta da Beira, a curto prazo, formações não só nas áreas de tecnologia, administração e gestão, mas também na área agrícola, na área florestal e na zootecnia".

Ao palco subiu também Joaquim Rocha para dar testemunho do seu percurso académico.

Tirou um Curso Técnico Superior Profissional (CTeSP), fez estágio na Câmara Municipal e entrou depois para o quadro de funcionários. Está agora a frequentar a licenciatura (área de Informática), aproveitando todas as equivalências (cerca de metade) concluídas no CTeSP. A sessão de boas-vindas teve ainda dois momentos musicais por elementos da Academia de Música ‘Quinta do Ribeiro’ e o apoio logístico da Escola Profissional Tecnológica e Agrária de Moimenta da Beira. ○

Albergue "Eu, Peregrino" acolheu peregrino número 100

Armindo Soares, de Moimenta da Beira, foi o centésimo peregrino a passar pelo albergue "Eu, Peregrino", situado em Beira Valente, na freguesia de Leomil, aí iniciando a sua peregrinação a pé com destino a Santiago de Compostela.

Para assinalar esse número especial foi realizado um jantar comemorativo durante o qual três lembranças foram entregues ao caminhante: uma pelo Município de Moimenta da Beira, outra pela Junta de Freguesia de Leomil e outra ainda pela Associação "Eu, Peregrino". A Câmara Municipal esteve

representada por Francisco Aguiar, Adjunto do Gabinete de Apoio ao Presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira.

Desde que entrou em funcionamento, em 2021, na antiga Escola Primária, o albergue "Eu, Peregrino", que dá apoio aos peregrinos que percorrem os caminhos de Santiago, especialmente o Caminho de Torres (Salamanca – Santiago de Compostela), já recebeu caminhantes de 19 nacionalidades. O albergue tem 8 camas, uma cozinha e um espaço de convívio com mesa, cadeiras e televisão. ○

Moimenta da Beira com duas ‘PME Excelência 2022’ A "Polimagra - Granitos, S.A." e a "Gresdemo - Comércio de Materiais de Construção", ambas sediadas em Moimenta da Beira, foram recentemente distinguidas com o ‘Estatuto PME Excelência 2022’, um selo de mérito empresarial do IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, e do Turismo de Portugal, que seleciona entre o universo das PME Líder (são nove no concelho, em 2022), as empresas com melhor desempenho económico-financeiro.

A lista das ‘PME Excelência’, referentes ao ano de 2022, foi divulgada no dia 31 de outubro, no Europarque, em Santa Maria da Feira. A cerimónia contou com a presença de António Costa Silva, Ministro da Economia e do Mar, e de Pedro Cilínio, Secretário de Estado da Economia.

Nesta edição foram distinguidas empresas representativas dos vários setores de atividade que, em conjunto, são responsáveis por perto de 125 mil postos de trabalho. ○

| S. JOÃO DA PESQUEIRA |

NOVEMBRO 2023 | VIVADOURO | 19

Município de S. João da Pesqueira distinguido com selo ODSlocal A Câmara Municipal de S. João da Pesqueira foi uma das vencedoras do Selo ODSlocal.

O Município, na pessoa do seu Presidente, Manuel Cordeiro, foi distinguido na Conferência ODSlocal´23, que decorreu no Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, pelo seu desempenho exemplar nos Indicadores de Referência ODSlocal com o Prémio ODS Local pelas Dinâmicas Municipais, categoria que valoriza os Municípios ODSlocal que manifestem dinâmicas de evolução mais positivas nos indicadores de progresso do Portal ODSlocal.

O Presidente da Câmara Municipal, Manuel Cordeiro, participou ainda de uma Mesa Redonda onde partilhou com os presentes toda a atividade e boas práticas que tem desenvolvido no concelho.

O Selo ODSlocal é uma certificação que visa distinguir os

Municípios ODSlocal que subscreveram a versão avançada de compromisso com a Plataforma ODSlocal.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda mundial (Agenda 2030) adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em setembro de 2015, composta por 17 objetivos e 169 metas a serem

atingidos até 2030.

Nesta agenda estão previstas ações mundiais nas áreas de erradicação da pobreza, segurança alimentar, agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos

oceanos e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura, industrialização, entre outros.

Os ODS constituem uma oportunidade única e necessária para apoiar um crescimento sustentável, regenerativo e inclusivo, sem o que será impossível fazer face à emergência climática, à perda galopante de biodiversidade e às desigualdades e assimetrias sociais.

Os ODS pretendem acabar com a pobreza e proteger o planeta, promovendo a paz e prosperidade para a vida de toda a população do mundo.

Um "apelo universal para a ação", os ODS visam ao crescimento sustentável e à promoção da cidadania por meio de iniciativas de governos, instituições, empresas e organizações.

O Município de S. João da Pesqueira pretende criar um alinhamento entre os objetivos

estratégicos e políticos definidos pelo executivo e a ação dos seus trabalhadores, tendo, para o efeito, através da contratação pública, criado uma metodologia de associação da despesa pública ao cumprimento das metas de cada ODS. Neste sentido, através do Despacho do Presidente da Câmara n.º 13/P/2023, foi delineada a estratégia e a equipa a alocar para que se perceba de que forma as políticas públicas estão em consonância com o Desenvolvimento Sustentável Local, porque só agindo localmente se conseguem resultados globais.

Desde que aderiu à plataforma ODS Local, em 28 de setembro de 2023, o Município de S. João da Pesqueira registou um conjunto de indicadores e de boas práticas que tem vindo a desenvolver ao longo do tempo e que contribuem para o cumprimento dos ODS. ○

Ação de Educação Ambiental "Planeta Oceano" em S. João da Pesqueira De 15 a 17 de novembro, o Oceanário de Lisboa, vai estar no concelho de S. João da Pesqueira a desenvolver a ação de educação ambiental "PLANETA OCEANO", dirigida a todos os alunos do primeiro, segundo e terceiro ciclo e ao secundário.

Esta ação, desenvolvida em parceria com o Município de S. João da Pesqueira e a empresa Van Zellers & CO, tem como objetivos principais sensibilizar para a importância do Oceano, conhecer a biodiversidade marinha, criar uma ligação emocional ao oceano e motivar para a conservação da natureza.

Com vista a alcançar o maior número possível de estudantes serão desenvolvidas várias

sessões de 60 minutos, onde os alunos são guiados por dois educadores marinhos atra-

vés da exploração de conceitos como conservação do oceano, biodiversidade, sustentabilida-

de, lixo marinho e economia circular.

Este é um desafio conjunto

desta parceria, que no final espera-se que resulte na adoção de comportamentos azuis. ○

Cerimónia de contratualização para reposição de equipamentos e infraestruturas municipais O Ministério da Coesão Territorial e a CCDR-NORTE, I.P., realizaram no dia 23 de outubro, na Villa Moraes, em Ponte de Lima, a Cerimónia de Contratualização para Reposição de Equipamentos e Infraestruturas Municipais.

A Vereadora Susana Carvalho, esteve presente nesta cerimónia, em representação do Município de S. João da Pesqueira, juntamente com a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa e o Presidente da CCDR-NORTE, I.P., António M. Cunha, onde foram

formalmente contratualizados os apoios à reparação dos danos em infraestruturas e equipamentos municipais provocados pelas cheias e inundações ocorridas nos meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023.

Os contratos homologados são os celebrados no âmbito do Despacho n.º 3484/2023 de 17 de março, que autorizou a apresentação de candidaturas para atribuição de apoio no âmbito da Resolução do Conselho de Ministros n.º 12B/2023, de 6 de fevereiro. ○

| PENEDONO |

20 | VIVADOURO | NOVEMBRO 2023

Mercado Magriço regressa a Penedono entre 10 e 12 de novembro Entre os dias 10 e 12 de novembro, o tecido empresarial de Penedono mostra-se na 12ª edição do Mercado Magriço, um certame onde pode ainda provar a melhor gastronomia e doçaria local, bem como apreciar o artesanato e muita animação.

O Mercado Magriço está inserido num plano de ação, desenvolvido pela Câmara Municipal de Penedono, que visa, essencialmente, o apoio incondicional aos empreendedores e empresários deste concelho.

O certame pretende ser espaço de encontro, permuta de experiências, mas, e acima de tudo, potenciador de oportunidades e conquista de novos ho-

António Luis Marques Presidente da OPF AFLODOUNORTE Diretor Nacional da CAP

A paisagem diz muito sobre nós: como somos, como nos comportamos e que escolhas fazemos.

Conhecer a paisagem não resulta apenas de estudo e de análise. É necessário perceber, antes de mais, que a paisagem e o mundo rural, são marcados pelos nossos hábitos. Deixemo-nos da experiência da observação e passemos à experiência vivida.

Amiúde discutimos o despovoamento do mundo rural quando a conversa deveria ser / outra: falta de gestão. E, quando falo de gestão não quero que se entenda que é a gestão produzida a partir de novos planos, estratégias e projetos. Isso temos.

E muitos até. Entenda-se outra coisa: como podemos valorizar,

rizontes comerciais.

Ao longo dos três dias em que decorre o certame, os visitantes são convidados a descobrir os produtos endógenos destas terras, outrora calcorreadas pelo insigne Magriço, e o artesanato que ao longo dos anos se tem reinventado acompanhando os tempos, uma mescla de sabores e saberes.

Ao longo dos três dias o visitante é convidado a saborear: a sopa de castanha, o mel, a doçaria à base de castanha, o Folar do Magriço, as filhoses, o azeite de excelência produzido nas encostas sobranceiras à região duriense, verdadeiro néctar dos Deuses e os produtos hortícolas de sabores ím-

pares.

Durante o certame terá ainda a possibilidade de saborear, de forma gratuita, a castanha assada no tradicional assador, uma castanha de altitude de sabor único e reconfortante.

O Mercado Magriço pretende ainda premiar e incentivar, através da realização de vários concursos, o trabalho desenvolvido por produtores agrícolas, produtores florestais e criadores de ovinos e caprinos, verdadeiros embaixadores da essência penedonense.

Quem visita o Mercado Magriço encontra um conjunto de iniciativas, promovidas em articulação com diversas instituições concelhias, nas quais

pode participar. Se é amante da prática desportiva pode participar, no dia 11 de novembro, na II Caminhada do Mercado Magriço — PR3 — Rota do Azeite, tal como o seu nome indica, percorre paisagens onde o denominador comum é o azeite.

Se por outro lado é adepto da caça e, está habilitado para tal, poderá participar, nesse mesmo dia, 11 de novembro, na Montaria ao Javali, uma ação organizada pelo Clube de Caça e Pesca de Penedono que o convida a descobrir as potencialidades cinegéticas deste concelho.

Já no dia 12 de novembro, pelas mãos da Associação Beselguense, acontece a "XVIII

Maratona de BTT da Beselga", uma prova profundamente enraizada no panorama desportivo nacional que leva a Penedono centenas de praticantes da modalidade.

Durante o evento terão lugar diversos espetáculos musicais, entre os quais se destacam as atuações dos artistas NÉMANUS e dos CALEMA, entre outras, planeadas de forma a tornar a sua estadia em Penedono bem mais agradável.

A gastronomia é um dos pontos altos do Mercado Magriço, o visitante poderá degustar, nos diversos restaurantes e tasquinhas aí presentes, diversas iguarias características desta região. ○

cularmente enquanto decisores.

Estamos a dar a possibilidade | oportunidade aos mais novos, de conhecerem e viverem o mundo rural, nas suas diferentes dimensões? Particularmente no que à alimentação de raiz tradicional e rural, diz respeito?

Vamos lá a um simples exercício: se comermos uma boa torrada com azeite estamos a financiar a produção e por essa via a manutenção dos olivais. Quando comemos um saboroso caldo de legumes financiamos a produção hortícola e assim se mantém a pequena parcela. Quando fazemos um belo assado de cordeiro ou cabrito estamos a fomentar a pecuária e pelo seu pastoreio, a reduzir a carga de combustível nos espaços agroflorestais.

cessária e devida moderação. Não aceitemos que sejam os impostos, que não param de aumentar sobre este produto, que nos levem, também, a que bebamos outras coisas.

Não discuto o gosto de cada um, discuto sim, que condicionem a nossa possibilidade de escolha, por via de mais taxas e impostos.

O custo final cai na minha e na tua carteira enquanto consumidores, mas também na dos produtores que, rapidamente sentem as reações do mercado.

Esta é mais uma razão que nos leva a comprar menos, a produzir menos e a abandonar mais.

Enfim, onde está a primazia pelos produtos agroalimentares de base local?

Estamos a fazê-lo em casa ou nas escolas, por exemplo?

Pensemos de forma simples numa lógica de promoção dos circuitos curtos de comercialização e economia circular. ○

Senta-te à mesa e gere a paisagem compensar, ou, mais correto até, recompensar o maneio de áreas vistas como marginais, aquelas áreas em que o seu potencial económico não desperta grande interesse, ou até, interesse nenhum.

Isto, deve levar-nos a colocar a mão na consciência e pensar se estamos verdadeiramente a fazer o que podemos, quer individualmente quer enquanto coletivo/sociedade. Naturalmente, cada um na sua medida e dimensão.

No tempo dos nossos pais e avós, palmilhavam-se quilómetros para amanhar a lenha que aquecia as casas e o mato era cortado para as "camas" dos animais.

Nessa época os espaços florestais e as parcelas agrícolas eram naturalmente tratadas por um modo de vida que deixou de existir.

Nesse tempo, não tão distante, a questão dos combustíveis que alimentam fogos que nos custam os olhos da cara, que destroem vidas,

que devastam a economia e a paisagem, não era assunto. Certo é, que esse modo de vida não volta mais. É um capitulo do passado.

Mas mesmo com todas as diferenças no uso do solo, nas prioridades individuais e coletivas, será que, mesmo assim, estamos a fazer o que está ao nosso alcance?

Não me parece.

A realidade deixa a nu que nem os comportamentos mais simples, somos capazes de pôr em prática. Comportamentos eficazes para manter, modelar ou melhorar a paisagem. O que é simples também pode ser eficaz.

A paisagem pode gerir-se com pequenas escolhas. Escolhas que fazemos todos os dias. À mesa.

Não quero pôr-me a jeito, mas não passo sem levantar questões quanto ao nosso papel, enquanto pais, enquanto educadores e formadores de crianças e jovens de hoje, amanhã adultos, e, parti-

Sem esquecer o bom vinho. Não sejamos responsáveis por limitar o seu consumo, a não ser pela ne-

| SABROSA |

NOVEMBRO 2023 | VIVADOURO | 21

II Festival dos Produtos Durienses reuniu região em Sabrosa No passado fim de semana, 4 e 5 de novembro, Sabrosa foi o palco principal do Douro com a realização do II Festival dos Produtos Durienses.

Com casa sempre cheia, o festival teve o vinho como protagonista principal, e teve como destaques o espetáculo do artista Ivandro e a animação e promoção do programa Somos Portugal da TVI, além da gastronomia, da cultura e da música tradicional.

Na cerimónia de abertura oficial, marcou presença a Ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, que manifestou o seu contentamento em fazer parte de um momento tão marcante "que junta todos aqueles que promovem o que de melhor se faz na região e especialmente no concelho de Sabrosa".

Na ocasião, a Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, destacou a importância do evento, referindo que "há um ano o nosso desafio passou por termos aqui representado todo o território duriense,

com o que de melhor cada um dos que o compõem tem.

Este ano desafiamo-nos a crescer e a ter connosco muitos e bons produtores que dão nome e exclusividade a esta região, que é a região demarcada mais antiga do mundo. O resultado está à vista, temos entre nós mais de 50 stands e expositores relacionados com o vinho

e com o território, contemplando também os nossos produtos endógenos e onde não falta a boa gastronomia, bem como a representação dos 19 municípios da CIM Douro, que juntam nestes metros quadrados, uma riqueza inestimável, tão apreciada, importante para Sabrosa, para a região e para o país. Foi a isto que nos propusemos, e con-

seguimos concretizar."

Após a abertura oficial, a comitiva, liderada pela Ministra da Agricultura e da Alimentação, e pela Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, visitou o certame, assistindo ainda à mostra cultural apresentada pelos vários grupos que animaram a tarde.

O primeiro dia terminou com

a atuação do artista nacional Ivandro, que este ano foi nomeado para os PLAY — Prémios da música portuguesa para a categoria de artista revelação, e que encheu a tenda exterior onde presentou o público com um concerto memorável.

O segundo dia do Festival teve como destaque a presença do programa Somos Portugal da TVI que, durante uma tarde inteira, promoveu o nome de Sabrosa em todos os cantos do mundo.

Com momentos para todos os gostos, com provas de vinho, gastronomia variada, mostra de produtos endógenos, degustações, show cooking, animação musical e cultural, conversas e apresentações sobre temas da atualidade da região, esta II edição do Festival dos Produtos Durienses fica na memória de todos como um dos eventos de maior afluência de público e de maior projeção e divulgação do concelho de Sabrosa.

O município de Sabrosa agradece a todos os envolvidos no evento e a todas as entidades presentes que, com o seu trabalho e presença, ajudaram a elevar a qualidade do mesmo. ○

| ARMAMAR |

22 | VIVADOURO | NOVEMBRO 2023

Armamar celebrou maçã de mon Como já é tradição, o mês de outubro é significado de Feira da Maçã em Armamar. Ao longo de três dias (de 13 a 15 de outubro), a maçã de montanha foi o centro das atenções de todos os que visitaram o concelho, num evento organizado em conjunto com a Associação de Fruticultores de Armamar.

Anualmente, neste território são produzidas cerca de 80 mil toneladas deste fruto, uma característica que garante a Armamar o epíteto de "Capital da Maçã de Montanha".

Juntando-se à maçã, na Feira da Maçã o visitante pode ainda conhecer As associações culturais, recreativas e desportivas do município que, com a sua riqueza etnográfica e a sua experiência, proporcionaram momentos de animação muito interessantes.

Cláudia Damião, vereadora do município, em declarações à nossa reportagem, mostrou-se satisfeita com o sucesso do certame, mesmo com as condições climatéricas adversas para um evento que acontece ao ar-livre.

"Estamos naturalmente satisfeitos, foi mais uma edição de sucesso com uma particularidade, simultaneamente ao destaque que demos à nossa maçã, foi um evento âncora da Cidade Europeia do Vinho, dando mais expressão a este setor do que o habitual.

Apesar do ensombramento devido às condições meteorológicas, porque o evento é todo ele ao ar livre, tivemos milhares de visitantes a passar pelo evento o que sublinha o sucesso desta realização".

A vereadora autárquica mostrou ainda mais satisfação por este ser um "ano agrícola de excelência".

"Ainda há alguns problemas por resolver, como a ausência de regadio em todo o concelho, só uma parte é que efetivamente é servida. O território que não é irrigado apresenta ainda algumas dificuldades. Contudo conseguimos já minimizar uma das questões mais preocupantes que são as condições climatéricas mais adversas, em especial as tempestades de granizo.

Ainda tivemos algumas ameaças de trovoadas fortes com granizo, que foram dispersas com o sistema de canhões anti granizo. Não fora este sistema as nossas culturas teriam sido praticamente dizimadas.

De facto, aliando a quantidade à qualidade e à saúde do fruto, podemos dizer que foi um excelente ano agrícola, es-

tamos todos muito satisfeitos".

Para Cláudia Damião este é um cenário bastante positivo porque pode garantir a sustentabilidade do concelho no futuro com a manutenção dos pomares e vinhas de Armamar.

"Isto é bom porque os investimentos em termos agrícolas têm estado continuamente a aumentar em Armamar, com enfoque nas novas gerações.

Já há três gerações consecutivas a produzir maçã, o que é

muito bom e continuam a ser feitos investimentos quer na plantação, quer na qualificação do processo agrícola, com a mecanização, quer com a conservação (armazenamento e embalamento), o que é muito

satisfatório para nós.

Posso mesmo afirmar, que a aposta que o concelho tem feito no que toca à promoção e alavancagem de algumas áreas, têm sido, realmente, uma aposta ganha". ○

| ARMAMAR |

NOVEMBRO 2023 | VIVADOURO | 23

ntanha num ano de excelência

Bruna Gomes (Lamego)

Sou de Lamego e acho que a Festa da Maçã em Armamar é uma mais-valia para a região pois demonstra o bom que temos na nossa região.

Os nossos produtos endógenos são o melhor que temos para dar às pessoas que não são daqui, para não falar que numa altura de crise económica, como a que estamos a viver, comprar ao produtor acaba por ficar mais em conta para nós. ○

Maria Pimentel (Tarouca)

Sou de Tarouca, apesar de não residir, venho sempre a Armamar pela qualidade da Maçã. Este ano estava cá a passar este fim-de-semana e como soube que a RTP vinha cá até aproveitei. Acho que é uma iniciativa muito boa para o concelho porque promove o seu desenvolvimento e dá a conhecer os seus produtos. ○

24 | VIVADOURO | NOVEMBRO 2023

Castanha Martaínha foi rainha na 31ª edição da Festa da Castanha de Sernancelhe Entre 27 e 29 de outubro, o ExpoSalão de Sernancelhe recebeu a 31ª edição da Festa da Castanha. Ao longo dos três dias do evento foram milhares os que passaram pelo salão de exposições sernancelhense.

O cheiro da castanha assada logo à entrada do certame tira todas as dúvidas, quentes e boas vão chegando em pequenos pacotinhos as castanhas assadas aos convivas que se juntam para a inauguração de mais uma edição da Festa da Castanha.

O arranque do certame contou, este ano, com a presença da Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes que, após uma visita aos expositores, elogiou o trabalho das autarquias na promoção dos produtos endógenos.

"Quando as autarquias se jun-

Este é o nosso maior evento de promoção territorial, suportados pela castanha promovemos outros dois aspetos muito importantes do nosso concelho, Aquilino e a Senhora da Lapa, assim como mais recentemente a praia e os passadiços do Paiva. tam, congregam os seus produtores e a sociedade civil se mobiliza, é possível pegar nos produtos endógenos e acrescentar-lhes valor".

A Ministra sublinhou ainda a capacidade de criar outras formas de promover um produto endógeno como a castanha, "provei aqui uma alheira de castanha, um produto distintivo que valoriza a própria castanha".

Maria do Céu Antunes afirmou ainda que este tipo de eventos são fundamentais para o trabalho que o Governo desenvolve no setor da agricultura.

"Eventos como este que assistimos um pouco por todo o país mas especialmente a norte são fundamentais para dar sequência aquilo que nós queremos fazer na agricultura portuguesa, que é, em territórios como Sernancelhe, dar uma valorização acrescida aos produtos endógenos e que com isso possamos potenciar a economia, fixando pessoas e mantendo a ocupação territorial".

A importância deste tipo de eventos para a promoção dos produtos endógenos foi também destacada pelo autarca de Sernancelhe, Carlos Silva Santiago.

"Este é o nosso maior evento

| SERNANCELHE |

de promoção territorial, suportados pela castanha promovemos outros dois aspetos muito importantes do nosso concelho, Aquilino e a Senhora da Lapa, assim como mais recentemente a praia e os passadiços do Paiva”.

Após o término do evento, Armando Mateus, vereador da cultura do município de Sernancelhe, em declarações ao nosso jornal fez um balanço "extremamente positivo do evento", destacando os milhares de pessoas que passaram pelo concelho ao longo de todo o fim de semana.

"O balanço que fazemos é extremamente positivo, apesar do tempo que nos obrigou a fazer alguns ajustes na programação foi um evento que mais uma vez fica marcado pelos milhares de pessoas que vieram até Sernancelhe.

A Festa da Castanha é um evento âncora para o nosso município, aqui promovemos o produto que mais nos identifica, a castanha Martaínha. É um trabalho que desenvolvemos já há 31 anos na promoção deste produto".

Para além da castanha, a Festa da Castanha contou com dezenas de expositores, provas de queijos, vinhos, azeite, doçaria e gastronomia regional, bem como muita animação com música e showcookings.

Com o Douro a celebrar a Cidade Europeia do Vinho, a Festa da Castanha apostou na ligação aos néctares durienses com cerca de 20 produtores presentes no certame. ○

| VILA NOVA DE FOZ CÔA |

26 | VIVADOURO | NOVEMBRO 2023

Sumagre: Uma cultura esquecida que Foz Côa pretende recuperar O sabor ácido e adstringente, com uma persistência cítrica no final são as características mais evidentes quando provamos o Sumagre, uma planta com um longo historial em Vila Nova de Foz Côa, mas que perdeu relevância no concelho até ao abandono completo. Atualmente o município tenta recuperar esta cultura.

Nos séculos XVI e XVII, "havendo mesmo relatos do seu uso no período romano", explica a vereadora Ana Filipe, o Sumagre foi a cultura principal do concelho de Vila Nova de Foz Côa, atingindo o pico em finais do século XVII com registos de elevadas quantidades exportadas.

"Nesta região, nos séculos XVI, XVII tinha uma importância muito grande, equiparada à realidade da cultura da vinha hoje, toda a gente vivia do Sumagre. A época mais significativa terá sido em finais do séc.

XVII em que grande parte da produção era exportada.

No século XVIII com a expansão das culturas da vinha e do amendoal, o Sumagre entrou em declínio. Com o surgimento da filoxera no século XIX o sumagre ainda regressou como alternativa à cultura da vinha e, no concelho de Foz Côa, manteve-se ate à década de 50 do século passado".

Atualmente o Sumagre é muito utilizado em alguns países europeus como França e Alemanha, mas também no médio oriente onde tem uma importância significativa.

A ligação do concelho a esta cultura é evidente até na toponímia com nomes relacionados à atividade a serem atribuídos a algumas ruas como a Rua da Atafona, na Muxagata.

Uma planta, vários usos A recuperação do Sumagre para a gastronomia é apenas uma das soluções possíveis para esta planta. A vereadora foz-coense, Ana Filipe, explica que a mesma planta tem diferentes usos, seja para a gastronomia, curtumes, tratamentos ou mesmo tinturaria.

"Toda a planta é importante, o fruto é usado para temperos, tem um gosto ácido e cítrico substituindo perfeitamente o limão e o vinagre e é esta utilização que gostávamos de recuperar, combinando bem com carnes como o frango e o borrego, os peixes e na alimentação vegetariana e vegana. Em Portugal já há chefes de cozinha que usam este tempero mas têm sempre que o comprar lá

Ana Filipe - Vereadora Câmara Municipal de Foz Côa tinturaria era também comum para este fruto".

Pelourinho da Muxagata fora porque ninguém o produz cá.

Devido aos taninos a folha era usada nos curtumes, para as peles e os couros. Com a intro-

dução no mercado de outro tipo de taninos, o sumagre deixou de ter este uso.

O fruto passa ainda por uma fase, normalmente em agosto

em que, se lhe pegarmos, percebemos que tem um óleo que nos deixa as mãos pegajosas e que era utilizado para o tratamento de eczemas e acne. O uso na

Criação de um Centro Interpretativo Usadas para moer as sementes do Sumagre, transformando-as em pó para usar como tempero, as atafonas eram comuns no concelho. Atualmente existe apenas uma na Muxagata, que "se necessário amanhã estaria pronta a trabalhar novamente", diz a vereadora Ana Filipe que explica ainda que está já feito um contrato de comodato com o proprietário da mesma com o objetivo de "criar ali um Centro Interpretativo".

"O objetivo é criar um espaço onde possamos explicar às pessoas como se produzia, que usos se dava e a importância que este produto já teve para o nosso concelho, podendo servir de inspiração para alguém que se queira dedicar a ele novamente".

Para Ana Filipe, existem em Foz Côa as condições ideais para que alguém recupere esta cultura, a vereadora acredita mesmo que este pode ser um negócio que contribua para colocar um travão ao processo de envelhecimento tão habitual nos concelhos do interior.

"Gostava que alguém no concelho olhasse para esta planta e visse o seu potencial, pelo menos ao nível da gastronomia. A planta é arbustiva, espalha-se com muita facilidade e está muito adaptada ao nosso clima".

Apaixonada por esta planta, Ana Filipe revela que já tem feito algumas experiências gastronómicas "a título particular", destacando as amêndoas assadas com Sumagre que, segundo diz, "ficam com um sabor divinal". ○

28 | VIVADOURO | NOVEMBRO 2023

Regulamentação para Enoturismo arranca em Santa Marta de Penaguião

| SANTA MARTA DE PENAGUIÃO |

O auditório municipal de Santa Marta de Penaguião recebeu, nos dias 24 e 25 de outubro o I Congresso Internacional sobre Legislação no Enoturismo, com a presença de dezenas de especialistas de todo o mundo, um evento considerado o "primeiro passo" para regulamentar o setor.

Sete dezenas de especialistas provenientes da Alemanha, Argentina, Áustria, Bolívia, Brasil, Croácia, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Estados Unidos da América, França, Grécia, Hungria, Itália, México, Perú, Polónia, Portugal, Uruguai e Venezuela enfrentaram uma grande diversidade de temáticas neste primeiro congresso.

Desde logo, a análise da precursora legislação italiana de 2019 sobre enoturismo, incluindo o mais recente quadro legal da Sardenha, as estradas do vinho, vindima turística e a ligação ao turismo cultural.

Outro exemplo apresentado foi o de França com uma atividade muito pujante no setor e criadora do primeiro Código do Turismo. Contudo o enoturismo francês evidencia constrangimentos que se repetem noutros Estados Membros da União Europeia (UE). Na ausência de um abrangente quadro legal foram analisadas as potencialidades da sua organização institucional (Conselho Nacional do Enoturismo) e da marca Vignobles & Découvertes.

A elaboração de um contrato de enoturismo e os elementos do mesmo, a sua ligação à sustentabilidade, à economia circular, alterações climáticas e às rotas do vinho foram aspetos desenvolvidos ao longo dos dois dias do congresso. Na mira dos congressistas estiveram ainda, a ligação do enoturismo ao alojamento, designadamente ao agroturismo e ao alojamento local, possibilidades de classificação e a incidência de normas ISO no setor.

Os aspetos da fiscalidade do enoturismo, a Carta Europeia de Enoturismo, a Declaração OMT da Geórgia sobre Enoturismo, o conceito de consumidor/ enoturista, situações em que a Diretiva das Viagens Organizadas é aplicável, enquadramento de profissionais especializados como o guia de enoturismo e gastronómico, o estatuto do enoturista que participa na vindima e outros trabalhos agrícolas, assim como os diferentes contratos agrários também estiveram em análise.

Este evento foi organizado pela ESHTE e pela fundação

INATEL, instituições que anualmente vêm realizando iniciativas em matéria de turismo, tendo como parceiros o ISEG, as universidades de Buenos Aires e a do Rio Grande do Sul, a Associação Mundial de Enoturismo (AMETUR), bem como a ADEVI (Asociación del Derecho de la Vid y del Vino), a International Wine Law Association (AIDV) e a Rede Europeia das Cidades do Vinho (RECEVIN).

Nas palavras do Presidente do Município de Santa Marta de Penaguião, Luís Machado, "este congresso inicia um novo ciclo

na região, a construção e uma nova forma de vida no Douro.

Nova forma essa que tem de ser legislada e regulamentada, para que todos sejamos respeitados e valorizados, para que as lideranças possam emergir, e finalmente para que a criação de riqueza no Douro seja diária, organizada, rigorosa, regulamentada, sustentada com trajetória crescente e forçosamente de confiança para com todos os parceiros".

O autarca desejou ainda que "esta seja recordada como uma data importante para o nosso Douro".

Carlos Torres, Professor da ESHTE e organizador do Congresso, destacou o envolvimento da autarquia na organização do evento, associando-o ao apoio que o município tem prestado ao setor.

"A câmara de Santa Marta de Penaguião tem aqui um papel essencial e determinante dando o pontapé de saída com o apoio à organização deste congresso, não me lembro nunca de ter reunido com um autarca para organizar um congresso como aqui aconteceu e isso é um sinal claro do envolvimento do

município nesta questão".

Assumindo o "crescimento do setor", Carlos Torres reconhece que "eventualmente há vários aspetos que carecem de disciplina, seja do ponto de vista legal ou outra forma. Temos aqui vários especialistas de diferentes países e que estão em diferentes níveis de desenvolvimento no setor. Não existe ainda uma visão concreta do que vamos fazer mas a ideia é mesmo discutir e encontrar o melhor caminho".

O organizador do evento explica ainda que "o objetivo é fazer pré-publicações na área, dentro de um ano pensamos já ter a primeira, bem como um draft daquilo que será o Código do Enoturismo a nível internacional, com normas que sejam aceites por todos.

Esta é uma atividade que é essencialmente desenvolvida por unidades de pequena dimensão por isso é necessário adequar as normas a esta realidade, para que não impeçam o desenvolvimento normal da atividade".

Para além das apresentações, os congressistas usufruíram de um programa social no qual, o Município de Santa Marta de Penaguião fez questão de dar a conhecer o melhor que Santa Marta de Penaguião tem para oferecer.

Proporcionou-se assim a todos uma visita ao património religioso, na Igreja Paroquial de São João Baptista, uma visita ao Museu das Caves Santa Marta durante a qual os congressistas tiveram a oportunidade de se deliciar com um cálice de vinho generoso, e uma visita ao Museu do Douro onde se deu a conhecer um pouco mais a região.○

| VIAGEM |

NOVEMBRO 2023 | VIVADOURO | 29

A REGIÃO

No caminho dos vinhos do Távora-Varosa Albergando os municípios de Moimenta da Beira, Sernancelhe, Tarouca e ainda algumas freguesias dos concelhos de Penedono, São João da Pesqueira, Tabua-

ço, Armamar e Lamego, a região é limitada pelos dois rios que lhe dão o nome, o Távora e o Varosa.

As características edafo-climáticas, as suas vinhas plantadas em solos graníticos, solos litólicos e solos de transição, reúnem boas condições para a criação de vinhos geralmente frescos, e com teores de acidez ideais para a produção de vinhos espumantes.

No ano de 2022 a região do Távora-Varos registou um crescimento de produção de 40%.

João Silva (Cooperativa Agrícola do Távora)

– De Aquilino ao espumante, Terras do Demo carrega história Armamar, Tarouca e Tabuaço, os caminhos dos vinhos do Távora-Varosa têm sido uma descoberta de néctares únicos, numa região que apesar de pequena se mostra ao mundo com produtos singulares. Um dos mais conhecidos espumantes da região é produzido em Moimenta da Beira, sede da Cooperativa Agrícola do Távora, detentora da marca Terras do Demo.

João Silva é o presidente da cooperativa que soma quase sete décadas de existência, tendo começado com um grupo de 11 homens que juntaram as suas produções ganhando escala no mercado.

"A Adega Cooperativa tem neste momento 67 anos de existência.

Começou com um grupo de viticultores de Moimenta da Beira que, em 1955 fizeram os primeiros 350 mil litros de vinho. Eram 11 homens que nós apelidamos de "11 notáveis" Era o período do pós-guerra e Portugal e os vinhos portugueses sofreram um pouco nesse período com quebras nas exportações.

Na época o Governo apercebendo-se disso foi entregando a grupos de pequenos produtores a exploração de grandes adegas, para que pudessem competir de outra forma no mercado, e é neste contexto que surge a nossa cooperativa".

Inicialmente dedicada ao setor vinícola, com o passar dos anos e com o crescimento de associados houve a necessidade de "criar a secção de frutas que permitiu aumentar a resposta aos produtores da região, sobretudo de maçã".

Depois de décadas a produzir vinhos tranquilos e vinho base para espumante que era vendido a empresas privadas que por sua vez o utilizavam para a produção dos seus espumantes, a cooperativa decidiu, em 2003, acrescentar um novo produto ao seu portefólio e criou o espumante Terras do Demo.

"O Terras do Demo vai buscar o seu nome a um romance de um escritor fantástico da nossa região, Aquilino Ribeiro. Foi criado pelo meu antecessor, o Comendador Acácio Osório, que contactou a família e chegaram a um

acordo para utilizar o título de um dos romances mais conhecidos do autor.

Sendo nós produtores de excelência de vinho base para espumante, que era comprado pela Raposeira e pela Murganheira, achamos por bem, em 2003 começar a produzirmos o nosso próprio espumante. Tínhamos que aproveitar aquilo que a natureza nos dá e fazer esta aposta, tornou-se imperioso.

Começamos com 7500 garrafas em 2003, fomos caminhando paulatinamente e neste momento estamos a chegar a 1,8 milhões de garrafas. Já conseguimos reconverter os nossos vinhedos e hoje temos um produto que se adequa às nossas necessidades, os agricultores foram ao encontro daquela que foi a matriz técnica que definimos para produzir espumantes de qualidade".

Para João Silva, a concorrência não se faz internamente, nem mesmo olhando para as fronteiras nacionais, o presidente da cooperativa olha para o mercado externo e para outras regiões produtoras de espumante internacionais.

"Os nossos ‘rivais’ de mercado não são os espumantes da Murganheira ou da Raposeira, nem

os da Bairrada, para nós os ‘rivais’ de mercado são os Champanhe, o Cava, e outros espumantes internacionais de reconhecida qualidade. A nossa região tem que rivalizar com quem está lá fora.

Estamos em crescendo e é bom existir uma concorrência interna que é saudável acabando por nos completar porque apresentamos produtos finais distintos uns dos outros. Nós só trabalhamos espumantes brutos, por exemplo, há outras empresas que apostam no meio-seco ou no doce, cada um tem o seu espaço".

Questionado sobre o que distingue o espumante Terras do Demo de outros do mercado, João Silva sublinha as características mais jovens que permitem um consumo mais fácil para diferentes públicos, mas também o significado que carrega pelo nome que ostenta.

"Alguma juventude e frescura, é um espumante que funciona entre os 500 e os 850 metros de altitude. As nossas castas principais são Malvasia Fina, Verdelho, Folgosão e até mesmo a Touriga Nacional e vindimamos quase um mês antes das vindimas dos tintos. É um espumante gastronó-

mico mas que não obriga a pensar muito, quisemos criar um espumante que fosse consumido com mais facilidade, com um aroma que as pessoas procuram, e que deixasse satisfeito o consumidor.

A nossa região produz espumantes para consumir em qualquer ocasião, seja um encontro de amigos, uma boa refeição ou uma conversa mais profunda sobre política.

Quando bebemos um Terras do Demo estamos a recordar o romance de Aquilino e a descrição que ele fazia das tradições e costumes destas gentes. Isto tem um peso importante para nós e para a promoção dos nossos produtos. É um vinho de memórias".

Para o crescimento não só do espumante produzido na Cooperativa do Távora, mas de toda a região, o responsável cooperativo destaca o papel da CVR no garante da qualidade do produto e do presidente da instituição que se tem dedicado a ela a tempo inteiro trazendo uma nova dinâmica entre os 21 produtores que a compõe.

"A CVR garante a qualidade do espumante do Távora-Varosa, todos os vinhos com o selo de

qualidade respondem a apertados critérios de aprovação e isso é desde logo uma mais valia para a região.

A Comissão está hoje entregue a um homem, o José Pereira, que se pode dedicar a ela a tempo integral. É um homem que esteve sempre ligado ao vinho e está atento a todas as problemáticas no setor, portanto perfeitamente capacitado para liderar a região nos desafios que tem pela frente".

Uma preocupação de João Silva é também o ambiente social na região. Sendo um dos maiores empregadores da região, a cooperativa tenta ainda garantir aos produtores uma valorização justa do seu trabalho.

"Este ano notei que tivemos um decréscimo de produção nos produtores mais pequenos que normalmente são também mais idosos e que aos poucos têm vindo a abandonar. Não podemos perder área de vinha, mas para isso temos que garantir que quem cá está recebe justamente por aquilo que produz, e essa é uma das nossas grandes preocupações. Só no último ano distribuímos mais de 7 milhões de euros pelos nossos produtores em pagamentos". ○

| OPINIÃO |

30 | VIVADOURO | NOVEMBRO 2023

António Fontaínhas Fernandes Professor Universitário Liga dos Amigos do Douro Património Mundial O Douro não está imune ao cenário global de mudanças climáticas. O aumento das temperaturas e a diminuição da precipitação constituem uma ameaça para a região, exigindo atenção dos agentes económicos, dos decisores políticos e do sistema científico.

A exposição do setor vitivinícola às alterações climáticas torna-o mais vulnerável, com consequências na sustentabi-

Gilberto Igrejas Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP)

O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP, IP) está a desenvolver um projeto denominado "IVDP+Educa: Saber Beber, Viver Melhor". Esta iniciativa visa combater o alcoolismo entre os jovens, promover o consumo moderado de vinho, apenas em idade adulta, como parte da cultura e tradição, e destacar a pluridisciplinaridade associada à cultura da vinha e à produção de vinho. Para desenvolver este projeto do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P., no cenário atual, em que a saúde pública enfrenta desafios relacionados ao consumo de álcool, foi

Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro

A cidadania mobiliza-se para fazer mais Douro. São diversas as áreas em que se juntam vontades para fazer Comunidade, fazer Cidade.

Por exemplo, na cultura, no amparo social, na saúde.

lidade ambiental, económica e, logicamente, social atendendo às profundas raízes históricas e culturais de um setor preponderante para o desenvolvimento do território.

O cenário de transformação do Douro exige inovação ao nível das soluções tecnológicas e das práticas culturais. No plano tecnológico, a mudança reclama instrumentos para uma gestão mais eficiente e a sensorização

O Douro está a mudar da vinha, o recurso a satélites e drones, ferramentas de imagem, com vista a oferecer maior resiliência às variações meteorológicas e tendências climáticas.

Em termos de práticas culturais, é essencial inovar ao nível dos sistemas de condução da vinha e das técnicas agrícolas como a poda, dos tratamentos foleares e da gestão dos solos.

A este nível de complexidade deve corresponder uma nova agenda de investigação e de ação para o território que, no domínio dos recursos hídricos, exige mais conhecimento e a

adoção de tecnologias inovadoras, visando implementar práticas que fomentem o uso mais eficiente da água e a redução do seu desperdício pelos utilizadores.

A investigação passa ainda pela seleção de material genético com maior potencial adaptativo, incluindo a seleção de castas mais resilientes ao calor e à secura, entre as variedades autóctones do Douro.

A adaptação às alterações climáticas pode exigir a relocalização das vinhas em áreas de microclima mais favorável,

atender à orografia, exposição solar e ao uso de solos com maior capacidade de retenção de água e, entre outras estratégias, repensar ensombramentos com vegetação autóctone ou outras espécies florestais.

Dito isto, um futuro mais sustentável requer mais e melhor conhecimento, qualificação dos agentes e inovação, indispensáveis à transformação das práticas de gestão da água e à gestão mais eficiente da vinha, contribuindo assim para a sustentabilidade e competitividade do Douro. ○

IVDP+Educa: Saber Beber, Viver Melhor - um passo importante na prevenção do alcoolismo entre os jovens celebrado um protocolo com a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), representando um passo significativo na promoção da educação, da responsabilidade social e na prevenção do alcoolismo entre os jovens.

Dados recentes refletem uma realidade que é necessário enfrentar. O alcoolismo é um problema de saúde pública que afeta pessoas de todas as idades, mas tem sido particularmente preocupante entre os jovens. O consumo excessivo de álcool não coloca apenas em risco a saúde física e mental dos indivíduos, mas também pode resultar em consequências sociais e económicas devastadoras. É imperativo, por isso, que a sociedade se envol-

va ativamente na prevenção e consciencialização sobre os riscos associados ao consumo excessivo de álcool. É, a partir deste pressuposto, que o protocolo assinado entre o IVDP, IP e a DGEstE estabelece um amplo espetro de atividades voltadas para educar, informar e prevenir o alcoolismo entre os jovens. O projeto inclui workshops, ações de sensibilização sobre os efeitos do consumo de álcool, visitas a bibliotecas, vinhas e adegas, práticas de voluntariado e atividades experimentais em campos de seleção de videira.

Além disso, os estudantes que demonstrarem compromisso e envolvimento no projeto receberão distinções anuais como reconhecimento do seu

esforço.

Este projeto inicia-se no ano letivo 2023/2024, na Região Demarcada do Douro, um local rico em história e cultura. O Douro é conhecido mundialmente pelos seus vinhos de alta qualidade e pela sua tradição vinícola centenária. É, por isso, o cenário ideal para promover a cultura do vinho e demonstrar como o seu consumo equilibrado e responsável, apenas em idade adulta, pode ser parte dessa tradição.

Estaremos, com esta iniciativa, a dar um contributo importante na luta contra o alcoolismo entre os jovens. A consciencialização sobre os riscos do consumo excessivo de álcool e a promoção da cultura das gentes e do terri-

tório da Região Demarcada do Douro são objetivos valiosos.

Este projeto não apenas educa os jovens, mas também os envolve em atividades que ampliam o seu conhecimento sobre a cultura vinícola e as suas tradições.

Esta iniciativa mostra o compromisso do IVDP, IP em fornecer uma educação completa e envolvente, promovendo a cultura do vinho, garante, simultaneamente, que os jovens estejam munidos de informação adequada para fazer escolhas responsáveis. É uma atividade para a cidadania que, esperamos, possa inspirar outras instituições a abraçar projetos semelhantes em prol da saúde e bem-estar das gerações futuras. ○

Também o Aldeias Humanitar procura juntar respostas e soluções para o grande projeto de humanização a que se deu o nome de Douro Humanitar.

Do teatro amador, à música, até às parcerias no âmbito do turismo cultural e vínico, às atividades desportivas e ar livre, são muitas as parcerias.

Também os municípios es-

tão no bom caminho dando o exemplo de partilha e envolvimento recíproco.

Poderia afirmar que vivemos um momento histórico único.

Há cada vez mais Douro. Há cada vez menos individualismo. A geografia e o destino aproximou-nos.

As atitudes de muitas pessoas que nos últimos tempos,

no exercício de uma cidadania ativa e solidária, a título individual, nas funções em instituições, nas juntas de freguesia, nos municípios, têm sido capazes de abraçar e aproximar.

Os horizontes alargam-se e isso vai ter consequências muito positivas para o desenvolvimento económico e humano.

No Douro! ○

Está a acontecer!

Há no ar muita complementaridade, para se obter escala, unir e fazer evoluir, integrar e fortalecer.

A Associação Vale D'Ouro, que celebrou os seus primeiros 15 anos de existência, é bem o exemplo de mobilização de vontades, de compromissos estruturais, e de trabalho em rede.

| VILA REAL |

NOVEMBRO 2023 | VIVADOURO | 31

Oportunidades com Fundos Europeus debatidas em Vila Real

O Teatro Municipal de Vila Real recebeu, a 26 de outubro, a conferência "Vila Real 2030: Oportunidades de Financiamento 20232030", organizada pela JME – Soluções Informáticas, que celebra o seu 30º aniversário, em parceria com a Frederico Mendes & Associados.

Para além dos momentos de networking que tiveram lugar no átrio do Teatro, no pequeno auditório teve lugar a conferência onde se exploraram as oportunidades de financiamento que moldarão o futuro da região.

A sessão iniciou com uma análise da aplicação dos Fundos do último Quadro Comunitário no distrito, discutindo já as diretrizes dos futuros programas, com foco em temas vitais como os Incentivos Fiscais, os Incentivos Financeiros e os Apoios Agroindustriais.

Foi uma oportunidade única para aprender, partilhar conhecimento e estabelecer ligações valiosas.

Jorge Rodrigues, administrador da JME olha para este como "é um momento de partilha com aqueles que nos fizeram chegar até aqui. São 30 anos ao serviço das empresas e muitos nos orgulhamos de ter feito crescer algumas delas com os serviços que prestamos".

O empresário explicou ain-

da a maior importância deste evento pela interioridade que, ainda hoje, é um fator diferenciador na hora do acesso às informações sobre o tema.

"No interior tudo demora a chegar e muita coisa não chega. Com este evento queremos ajudar a quebrar essas barreiras. Hoje em dia o empresário de Vila Real, ou do interior, pode ter acesso às ferramentas fi-

nanceiras e fiscais de qualquer outro empresário, noutra região do país, é preciso que a informação chegue, e este é o nosso contributo".

Frederico Mendes, consultor financeiro, explicou que no primeiro momento o evento teve o propósito de "fazer um diagnóstico do que se passou e percebermos se a utilização tem sido bem feita ou não e onde tem

sido feita, traçando o perfil dos utilizadores no distrito de Vila Real, aproveitando em seguida para "é lançar as bases para o que aí vem".

"Temos um Quadro com cerca de 23 mil milhões de euros que neste momento tem 0% de atribuição e durante os próximos quatro anos terão que ser injetados na economia, o prazo mais curto que alguma vez tivemos.

O quadro plurianual é de sete anos, e três já passaram, não foi lançado nenhum concurso, por isso só nos restam quatro. Para além dos 23 mil milhões há também o PEPAC, que somado, no total, são quase 30 mil milhões", explicou o consultor que acrescentou ainda que uma das grandes vantagens deste próximo Quadro "é que as empresas é que dizem onde querem investir, ao contrário de outras medidas comunitárias".

Para Frederico Mendes, os empresários do distrito de Vila Real poderão essencialmente olhar para as ajudas à contratação de licenciados e também para apoio à exportação, olhando à realidade socioeconómica da região.

"Estes fundo não existem no vácuo, existem para tentar colmatar deficiências que existem.

Há apoios à contratação de jovens licenciados porque há alguma resistência por parte dos empresários, criando um instrumento de poio a estas contratações, as mesmas podem ser promovidas mais facilmente. No interior talvez isso se sinta de forma mais intensa.

Em zonas do país onde os mercados são menos dinâmicos, temos que sair da zona onde estamos para procurar esse mercado. É o que acontece num distrito como Vila Real, daí justificarem-se mais este tipo de apoios nestas zonas do país". ○

| MEDA |

XIII ExpoMêda promete quatro dias de muita animação Entre 9 de 12 de novembro o concelho da Meda reúne-se na Nave de Exposições do Mercado Municipal, e zona envolvente, para a 13ª edição da ExpoMêda — Feira das Atividades Económicas.

Como o próprio nome indica, o certame pretende dar a conhecer o tecido empresarial e os produtos do concelho, sem esquecer as tasquinhas e a animação musical. Ao longo dos quatro dias serão ainda organizados alguns momentos solenes como a celebração do feriado Municipal ou uma homenagem à Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

João Mourato, Presidente da Câmara Municipal da Mêda antecipa o evento à nossa reportagem afirmando que esta é uma oportunidade do concelho se mostrar ao mundo e dos visitante conhecerem o território, lembrando ainda que o certame este ano conta com

mais um dia do que o habitual.

"A ExpoMêda terá este ano mais de uma centena de expo-

sitores ao longo de quatro dias, mais um do que no ano passado. Entre os expositores te-

mos diversas áreas da economia e, apesar de haver alguns que vêm de fora do concelho, a sua maioria são empresas e produtores locais que, na sua maioria, são do setor vinícola, aquele que tem mais expressão na Mêda. É uma boa ocasião para as pessoas terem a oportunidade de adquirir produtos locais e para a Mêda se mostrar ao mundo. É também uma ótima forma para os visitantes poderem ficar a conhecer o nosso território.

Outra virtualidade deste evento é ser um local de encontro para as pessoas, com tasquinhas onde se podem reunir a beber e comer.

O evento tem ainda uma vertente cultural, durante o dia há sempre vários momentos de música e animação, à noite temos os concertos do Toy, Elena Correia, Diogo Piçarra e o Festival de Folclore da Região do Douro. Um cartaz bastante completo para que os nossos vi-

sitantes se divirtam bastante".

Para o autarca é difícil olhar para o cartaz e destacar um momento, contudo não deixa de sublinhar os momentos solenes como aqueles que merecem maior atenção.

"O momento mais importante é o dia da abertura porque é quando se inicia o certame. No dia seguinte, 10 de novembro vamos ter aqui um momento simbólico com uma homenagem à nossa Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa com a inauguração de um topónimo com o seu nome na aldeia que a viu nascer. Dia 11 é o nosso feriado municipal, momento que contará com a presença do Secretário de Estado da Justiça que é daqui da Mêda".

João Mourato deixa ainda um convite a todos os que pretendam visitar o certame sublinhando que a Mêda "é um bom concelho para se viver, mas também para visitar". ○