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DE LITERATURA 2022

NOBEL DE LITERATURA

ANNIE ERNAUX

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PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA 2022

Annie Ernaux, escritora francesa, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2022. O anúncio foi feito no dia 6 de outubro de 2022, pela Academia Sueca, em Estocolmo. Segundo a Academia, o prêmio foi concedido "pela coragem e acuidade clínica com que desvenda as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal." Uma das mais importantes autoras da França, Annie escreve romances sobre a vida cotidiana em seu país. Segundo o jornal "The Guardian", ela era uma das favoritas para ganhar o prêmio. Durante o anúncio, a Academia informou que ainda não tinha conseguido o contato com ela pelo telefone. Professora universitária de Literatura, Annie Ernaux escreveu quase 20 livros, nos quais aborda o peso da dominação das classes sociais e a paixão do amor, dois temas que marcaram sua trajetória. Sua obra, essencialmente autobiográfica, constitui uma radiografia da intimidade de uma mulher que evolui na esteira das grandes mudanças na sociedade francesa do pós-guerra. Entre seus livros está "O Acontecimento", de 2000, em que relata um aborto clandestino que fez nos anos 1960. A Academia afirmou que sua "narrativa clinicamente contida" sobre o aborto ilegal de uma narradora de 23 anos no livro continua sendo uma obra-prima entre seus trabalhos. "É um texto implacavelmente honesto, onde entre parênteses ela acrescenta reflexões em uma voz vitalmente lúcida, dirigindo-se a si mesma e ao leitor em um único e mesmo fluxo", disse a Academia. A estreia da autora foi em 1974, com o romance "Les Armoires Vides", que não foi lançado no

Brasil. Ela só obteve reconhecimento internacional após a publicação de "Os Anos", em 2008, com o qual ganhou o prêmio Renaudot. Sobre este livro, a Academia disse que "é seu projeto mais ambicioso, que lhe deu uma reputação internacional e uma série de seguidores e discípulos."

PRIMEIRA FRANCESA A RECEBER PRÊMIO

Annie é a primeira mulher francesa a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura. Segundo a agência de notícias Reuters, a escritora disse que vencer era "uma responsabilidade". "Fiquei surpresa. É uma grande responsabilidade testemunhar, não necessariamente em termos de escrita, mas testemunhar com precisão e justiça em relação ao mundo", disse a escritora em entrevista à emissora sueca SVT. Ainda segundo a agência de notícias, a autora já tinha dito anteriormente que escrever é um ato político, abrindo os olhos para a desigualdade social. "E para isso ela usa a linguagem como 'uma faca', como ela chama, para rasgar os véus da imaginação", disse a Academia. A escritora é uma das convidadas da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano. Ela participará da mesa Diamanto Rubro, ao lado de Veronica Stigger, no dia 26 de novembro. A Flip começa em 23 de novembro. Entre a centena de homens, o Prêmio Nobel de Literatura foi concedido a dezessete mulheres desde 1901. A primeira delas foi Selma Lagerlöf, em 1909.