Você conhece as histórias de Grajaú- Ma? “Arraial Zeca Teixeira” Pág

Você conhece as histórias de Grajaú-Ma?

Parte II ARRAIAL ZECA TEIXEIRA

Ofamoso Arraial Zeca Teixeira recebeu esse nome devido à homenagem dada pelo senhor Arruda Filho “em memória“ ao senhor Zeca Teixeira Filho.

Nos idos do século passado, o senhor Zeca Teixeira Filho (nascido em 26 de janeiro de 1900 e falecido em 22 de fevereiro de 1998) já era animador de quadrilha junina, ele e todos os brincantes se vestiam a caráter fazendo uma linda festa.

Em 1942, Teixeira e seus brincantes foram chamados para animar o aniversário do senhor Aniba Brito, no bairro conhecida como Olaria, próximo ao bairro Gruta. Logo no inicio da festa teve uma chuva muito forte, mas não apagou o brilho da mencionada festividade. Onde o tocador da noite era o senhor Baliloia e seu grupo. A bebida denominada S.O.S, que era uma mistura de quinado, gemado e alcatrão. A festa foi até o dia amanhecer. Vale mencionar que a iluminação na época era à base de Petromax.

O senhor Zeca Teixeira dava início a abertura da quadrilha obedecendo ao ritual da cultura, com a dança dividida em cinco partes: primeiro a saudação à plateia de um lado e do outro, o passo francesa, e assim por diante e no final a grande valsa. O início geralmente era às 20h e se prolongava até às 23h. Obs.: E como a energia ia até às 21h tinha que falar com o senhor Cólo Rezende, o qual era responsável pela usina de luz, para que ele prolongasse o fornecimento e assim era cobrado certo valor.

Casamento de Melita e Clésio na residência do Raimundo Assunção

Em 1960 foi realizada uma grande festa junina na residência do senhor Raimundo Assunção. Lá foi festejado o casamento da senhora Melita com senhor Clésio Teixeira. A noiva estava na residência do senhor Raimundo Brito, durante o trajeto até a residência do senhor Raimundo Assunção, na qual encontrava toda ornamentada para o grande casamento, a noiva ia montada sobre um cavalo, a montaria era numa cela especial e no percurso soltavam fogos de artifícios nas ruas e as pessoas vibravam em suas portas. O centro da cidade parou para contemplar o feito. Tinha na cidade um pessoal da Petrobras que ficaram encantados ao ver a organização e beleza da festa. O casamento começou com senhor Sadir Duarte pedindo para entrar o pai da noiva, depois pediu para os convidados assistirem a quadrilha.

O senhor Carlito cobrava os ingressos para entrar na festa casamento. Esse grandioso evento foi até às 5h da manhã, com o senhor Adeladio animando a festa, com ritmo típico da época.

O senhor Messias Figueira “em memória” foi um dos participantes dessa comemoração. Vale destacar que no evento o senhor Raimundo Assunção vestiu um figurino diferente, tais como: Cabeça coberta de cinza, barba, camisa manga comprida, cinto, facão, bornal, cartucheiras, cabaça e outros. O mesmo estava irreconhecível.

Arraial do Alrino Eugenio Andrade

Na localidade conhecida como Custa me ver, onde hoje fica o campo Society, no começo de 1945, o senhor Alrino cercou toda área com pés de Patí e ao redor colocou arame farpado retirou grande quantidade de areia que existia no local. E organizou um arraial, onde só entrava quem pagasse, e é claro que o Zeca Teixeira era o grande animador da festa junina.

O grande animador de quadrilha e seus participantes foram chamados para animarem festas fora da cidade por várias vezes, isso demonstrou credibilidade e confiança ao grupo.

Zeca Teixeira deixou muitos seguidores, tais como: Paulo do senhor Neco, “em memória”, em 1984 o arraial do senhor Francisco (Chichico) “em memória”. O Bonfim do Talma e Piter “Bacuri” conduziram por um grande período a quadrilha junina. E o Antonio da Vila Kenedy iniciou nos anos de 1986 e permanece até hoje. Rosa Soraída, atual secretária da cultura, continua com dando sequência a realizar as festas juninas na cidade.

O JC agradece a todos que continuou com essa magnífica festividade e aos que não deixam essa tradição ser esquecida.

“E viva ao São João!”

Nélio Rezende - Jornalista