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BOX INDIVIDUAL X BAIAS COLETIVAS,
by agriNews
ESTIMATIVAS DO DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO DE GRANJAS SUÍNAS
A suinocultura brasileira é competitiva seguindo diretrizes do bem-estar animal conforme preconizado pelas normas e políticas públicas de Estado, do mercado, de organizações agroindustriais e da sociedade civil.

Mesmo produzindo alimentos seguros e sob políticas sociais, econômicas e ambientais sustentáveis, o setor produtivo reconhece e adota inovações tecnológicas. Para um empreendimento ter vida longa é necessário que a geração de caixa seja positiva, ou seja, que o aspecto financeiro resulte em viabilidade econômica.
Assim, este trabalho estimou o desempenho econômicofinanceiro de granjas suínas produtoras de leitões, no âmbito do projeto de bem-estar de matrizes em gestação alojadas em box individual e em baias coletivas.
As informações e os dados de campo foram obtidos por meio de entrevistas diretas realizadas em granjas tipo UPD e UPL, vinculados a uma agroindústria catarinense de produção de proteína animal, entre os anos de 2018 e 2021.

Ao todo, 15 suinocultores com contratos de produção de leitões por meio de comodato participaram do trabalho, sendo:
Os resultados foram segregados em dois grupos; alojamento de matrizes em box individual, e alojamento de matrizes em baias coletivas. Os dados primários refletem as informações declaradas pelos entrevistados.
Os resultados foram obtidos seguindo a metodologia:
Custo de produção de suínos (Girotto e Santos Filho, 2000),
Custo de produção, geração de caixa e o retorno sobre o investimento (Miele e Fischer, 2017) e
Planilha eletrônica disponível na CIAS/Embrapa (Miele, Benelli e Sandi, 2018).
GRUPOI–ALOJAMENTOE GESTAÇÃODEMATRIZESSUÍNASEM
O quantitativo de reprodutoras e o número de lotes ao ano depende de condições nanceiras e de infraestrutura tecnológica da granja.
Ao passo que, a quantidade de leitões comercializados, depende das condições genéticas do rebanho associadas às tecnologias nutricionais, de manejo e ambiência.
O peso vivo dos leitões depende do conjunto de tecnologias, bem como do tempo (dias) de permanência desses animais na granja, e pode implicar na renda bruta obtida por cada suinocultor.
O valor que o suinocultor recebe por leitão comercializado, é de nido de acordo com regras e critérios estabelecidos em contratos jurídico-comerciais e negociados com a agroindústria integradora junto a entidades paritárias, como a Cadec, por exemplo.
No quadro 2 apresenta-se os resultados de custos de produção de leitões.


Quadro 2.- Custos variáveis, custos fixos e custos totais de produção.
Os custos variáveis refletem a manutenção das atividades da granja, que somados à depreciação do patrimônio imobilizado, compõe os custos operacionais/COP de um empreendimento.
Contudo, a depreciação se configura em reserva de capital para reposição futura de infraestrutura tecnológica. Outrossim, todos os demais itens pertencentes aos custos variáveis causam saída de caixa.
Verifica-se grande variabilidade nos resultados de custos entre os suinocultores entrevistados. Por exemplo: o custo com a mão obra do suinocultor “D” é 921% maior do que o mesmo item de custo do suinocultor “E”.
No entanto, ao analisar os resultados financeiros de ambos os suinocultores se verifica que apesar de “D” ter um fluxo de caixa elástico em relação a “E”, o mesmo tem um lucro líquido e uma taxa interna de retorno/TIR (%) infinitamente menor do que “E”.
O fluxo de caixa é afetado pelo custo da mão de obra do suinocultor “D” que é mais onerosa ou menos eficiente do que o suinocultor “E”, e a taxa interna de retorno do suinocultor “D” é menor do que a do suinocultor “E” devido à imobilização de capital do suinocultor “D”.

No Quadro 3, apresentam-se os resultados econômico-financeiros da produção de leitões a partir do alojamento de matrizes em box de gestação individual.

A receita líquida/RL é um indicador financeiro obtido a partir da comercialização dos leitões e dos compostos orgânicos (dejetos), menos a alíquota destinada ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural – Funrural.
Já a margem bruta/MB se constitui em um indicador financeiro obtido a partir da diferença entre a receita bruta e o custo variável.
O lucro líquido/LL é o resíduo que remunera o capital investido na atividade, após a dedução dos custos variáveis, da depreciação e do custo de capital, e, o fluxo de caixa/FC é um indicador de liquidez financeira que mede o saldo que sobra entre as entradas e saídas financeiras (em espécie) em um período de tempo analisado.

A geração de caixa é composta pela receita bruta menos a soma entre as despesas com salários, custeios operacionais e a prestação do financiamento.
A taxa interna de retorno/TIR é uma taxa de desconto que, quando aplicada a um fluxo de caixa faz com que os valores das despesas, trazidos ao valor presente, sejam iguais aos valores dos retornos dos investimentos, também trazidos ao valor presente.
Projetos cujos fluxos de caixa têm uma TIR maior do que a taxa mínima de atratividade/TMA, podem ser escolhidos como uma boa alternativa de investimento.
No Gráfico 1, apresentam-se a variação dos custos de produção e os indicadores econômico-financeiros de cada suinocultor com matrizes suínas alojadas em box individual.
Gráfico 1.- Custos e indicadores financeiros – Matrizes alojadas em box individual.
Neste caso a receita líquida/RL média de todos os entrevistados ficou em R$ 1,11/kg de leitão vivo.
No grupo II constam informações de matrizes alojadas em baias de gestação coletiva.
Grupoii
A receita líquida em reais por matriz ao ano apresenta grande variabilidade, principalmente entre os suinocultores produtores de leitões desmamados.
Enquanto que, a quantidade de capital de giro necessário para as atividades operacionais, está relacionado com o tempo de permanência dos animais na propriedade, sendo maior para suinocultores tipo UPL, e menor para produtores de leitões UPD.
Quadro 4.- Dados zootécnicos e econômicos coletados e calculados da gestação de matrizes suínas alojadas em baias coletivas.
Chama a atenção a diferença de receita líquida dos suinocultores
“H” e “I” comparado aos mesmos suinocultores produtores de desmamados. No quadro 4 constam os resultados de custos de produção deste grupo.
Há muita disparidade nos custos operacionais de produção entre os suinocultores, principalmente os relacionados à energia elétrica.
Estes resultados refletem a variação nos preços e na quantidade de insumos e fatores de produção utilizados pelos suinocultores, bem como no montante de capital imobilizado por estes para a realização das reformas e a ampliação das granjas.
No quadro 6 constam os resultados econômico-financeiros do alojamento de matrizes suínas em baias de gestação coletiva.
Quadro 6.-Resultados econômico-financeiros.
A renda líquida dos suinocultores é calculada em conformidade aos critérios de desempenho zootécnico obtido pelos leitões, sendo que o preço recebido é acordado entre os suinocultores integrados e a agroindústria integradora a partir da Lei 13.288/2016, conhecida também como a Lei que regulamenta a relação contratual no sistema de integração da produção.

A receita líquida só foi inferior aos custos totais de produção em uma amostra, evidenciando um resultado financeiro desconfortável.

Há de se relevar tal resultado, porque cada suinocultor tem suas peculiaridades produtivas, inclusive de contrato com a integradora e de gestão econômica da sua atividade.

Contabilizando o resultado de todos os suinocultores com gestação de matrizes em baias coletivas, o valor médio do lucro líquido ficou em R$ 0,77 por quilograma de leitão vivo, ou seja, R$ 0,34 a menos do que o verificado entre os suinocultores optantes pelo sistema de gestação de matrizes em box individual.
No Gráfico 3, apresenta-se um comparativo médio dos indicadores de custos e financeiros para ambas as modalidades de gestação de matrizes suínas.
Apesar de a receita líquida ter sido menor entre os optantes pelo sistema de alojamento de matrizes suínas em box, os resultados econômicofinanceiros foram melhores em termos de fluxo de caixa, margem bruta e lucro líquido, sendo este último indicador 44,1% superior aos suinocultores optantes pelo alojamento da gestação de matrizes suínas em baias coletivas.
Box individual x Baias coletivas, estimativas do desempenho econômico-financeiro de granjas suínas
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Gráfico3.-Comparativo de indicadores entre suinocultores adotantes da gestação de matrizes em box individual e em baias coletivas.

Reduzindo O Estresse Oxidativo E Melhorando O Desempenho De Porcas Em Reprodu O Desafiadas Por Micotoxinas

Introdu O
A produção de suínos atual apresenta uma série de desafios nutricionais, ambientais e de comportamento que influenciam o desempenho, aumentando seus custos e impactando na rentabilidade da granja.

Podemos dizer, que o período de Gestação, lactação e desmame dos leitões são os que mais afetam o resultado zootécnico da atividade.
Nos leitões, por exemplo, aspectos relacionados a transição da dieta ou problemas sanitários são bem conhecidos e podem atuar de forma sinérgica, agravando o desafio.
As porcas, por sua vez, produzem um número muito maior de fetos. Uma comparação recente mostra que um feto suíno é 40% mais pesado do que 40 anos atrás.
Assim, a nutrição e o manejo alimentar são utilizados para atender o crescimento dos fetos e das glândulas mamárias durante a gestação.
Se a ração não fornecer quantidade e qualidade suficientes de nutrientes, as porcas podem estar em estado catabólico grave durante o final da gestação, especialmente durante o final da gestação.
Os animais são dotados de um sistema antioxidante natural constituído por componentes endógenos e exógenos que são capazes de atenuar os efeitos das espécies reativas de oxigênio (ROS) e, quando o nível de ROS excede os mecanismos de defesa, diz-se que uma célula está em um estado de "estresse oxidativo”.

Dentre os principais antioxidantes celulares os quais fazem parte da linha de frente na defesa contra as ROS, estão o Superóxido dismutase (SOD), o qual constitui um grupo de metaloenzimas e a Glutationa Peroxidase (GPx), que atua como agente redutor, evitando a formação do radical hidroxila.
Um fator que pode agravar esse quadro é a presença de micotoxinas.
O consumo de alimentos contaminados pode trazer efeitos negativos em vários órgãos, incluindo o trato gastrointestinal, fígado e rins, além de afetar o status imunológico e o aparelho reprodutivo das fêmeas suínas e em geral reduzem a produtividade e lucratividade.
O estresse oxidativo tem impacto negativo significativo no desempenho reprodutivo de fêmeas suínas, incluindo:
Desenvolvimento embrionário prejudicado
Redução na ingestão de ração e consequentemente produção de leite,
Além de causar atraso na puberdade de marrãs.
Além dos problemas citados acima, as micotoxinas são capazes de induzir diversos desequilíbrios a nível celular, causando por exemplo, a indução do estresse oxidativo.
A síntese das espécies reativas de oxigênio (ROS), em quantidades moderadas, são cruciais para manutenção da homeostase, uma vez que as ROS participam de uma ampla variedade de funções e manutenção do sistema imunológico.
Antioxidantes naturais, como as vitaminas A, C e E, também retardam ou inibem significativamente a oxidação das membranas celulares, proteínas, lipídeos e ácidos nucléicos, devido ao potencial de atuarem como eliminadores de radicais livres e mitigar as implicações causadas pelo estresse oxidativo.
Para avaliar o efeito do inativador de micotoxinas Unike Plus, foi realizado um experimento nas dependências do Laboratório de Produção de Suínos do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais em parceria com o Núcleo de Estudos em Produção de Suínos da UFMG (Montes Claros, MG, Brasil). Foram utilizadas 60 marrãs comerciais (LW X LD) divididas entre três tratamentos.
60 marrãs comerciais (LW X LD) divididas entre três tratamentos.
Os tratamentos foram os seguintes:
CON (controle negativo; sem níveis significativos de micotoxinas);

Mic (controle positivo; com adição de micotoxinas na dieta);
Mic + Unike Plus (controle positivo + adsorvente de micotoxinas; 2 kg/ton).
Os níveis totais de micotoxinas adicionadas às dietas 2 e 3 do dia 75 de gestação até o parto foram:
Desoxinivalenol (DON) a 2,5 mg kg -1
Fumonisina (FUMO) 10 mg kg -1 e Zearalenona (ZEA) a 0,75 mg kg -1.
Esses níveis são considerados suficientes para interferir no desempenho do animal sem intoxicação grave.
Nos dias 49, 84 e 110 de gestação e dia 18 de lactação (D 18 Lac) amostras de sangue (subamostra de 12 marrãs/ tratamento e 3 leitões/leitegada/tratamento) foram coletadas a fim de avaliar os níveis séricos de Superóxido Dismutase total (TSOD), Glutationa peroxidase (GPx), Malondialdeído (MDA), vitamina C, vitamina E e vitamina A.
Resultados
Desempenho da Gestação
Dos 75 dias de gestação até o parto, os tratamentos influenciaram a mortalidade das marrãs.
Enquanto o grupo controle não apresentou mortalidade, os tratamentos Mic e Mic + Unike Plus apresentaram 15,8% e 10,5% de mortalidade, respectivamente (Tabela 1).
Desempenho de Lactação
Do parto até o 21º dia de lactação, os tratamentos influenciaram a taxa de mortalidade das marrãs.
O tratamento controle apresentou menor taxa de mortalidade em comparação com as marrãs alimentadas com micotoxinas (5,0 vs. 31,2 vs. 11,8%, respectivamente para CON,
Na tabela 2 é possível notar o significativo aumento da mortalidade nos grupos de animais desafiados com as micotoxinas e, também de maneira significativa, a redução da mortalidade no grupo onde o inativador de micotoxinas foi utilizado em comparação ao grupo de animais desafiados e sem o uso do Unike Plus.

A produção de leite das marrãs foi influenciada pelos tratamentos, enquanto as porcas que receberam a dieta CON apresentaram a maior produção de leite (11,66 vs. 9,53 vs. 9,67 kg/d, respectivamente CON, Mic e
+

17 11 15 -
Tabela 2. Efeitos do Unike® Plus no desempenho de marrãs lactantes e suas leitegadas alimentadas com dietas contendo micotoxinas purificadas do dia 75 de gestação até o desmame

As marrãs do tratamento controle desmamaram os leitões mais pesados
6667 g CON 5475 g MIC 5950 g MIC + Unike Plus e leitegadas
72,0 kg CON 62,9 kg MIC 64,8 kg MIC + Unike Plus quando comparado com Mic e Mic + Unike Plus.
Quando comparado entre Mic e Mic + Unike Plus, os tratamentos influenciaram o ganho médio diário dos leitões. Leitões do grupo controle apresentaram os maiores valores, seguidos pelos leitões do tratamento Mic + Unike Plus O tratamento Mic teve o pior desempenho em relação aos outros dois tratamentos.
Já no dia 18 de lactação os tratamentos também influenciaram os níveis de TSOD, onde as marrãs do tratamento Mic apresentaram os valores mais elevados.
Os níveis de GPx também foram influenciados no dia 18 de lactação.
As fêmeas alimentadas com Mic apresentaram os menores níveis da enzima antioxidante, quando comparado as fêmeas alimentadas com CON e Mic + Unike Plus.
Além disso, os níveis de MDA (gráfico 1), um indicador de estresse oxidativo, mostraram que as marrãs desafiadas com micotoxinas apresentaram valores mais elevados em relação ao CON nos dias 84 e 110 de gestação e nos dias 18 de lactação. Ainda, ao comparar o uso do inativador de micotoxinas, os níveis de MDA diminuíram em relação as dietas contendo micotoxinas.

As dietas controle e com Unike Plus apresentaram níveis sanguíneos mais altos de vitamina C, vitamina E e vitamina A (Gráfico 2 e 3) no dia 18 da lactação.
Status Antioxidante e Redox dos Leitões
Conclus Es
Os tratamentos influenciaram os parâmetros antioxidantes e redox séricos dos leitões no dia 18 da lactação. 28,05
Os níveis de TSOD foram significativamente maiores para os leitões de porcas que receberam o tratamento Mic + Unike Plus
Quanto a GPx, as marrãs alimentadas com Mic + Unike Plus, seus leitões apresentaram níveis superiores (28,11 U/g) quando comparados a Mic (21,33 U/g) e CON (25,04 U/g).
Os níveis de vitamina C também foram influenciados nos leitões pelos tratamentos das porcas, enquanto CON, seguido do Mic + Unike Plus apresentou os valores mais elevados quando comparado com as porcas alimentadas com Mic
9,67 µmol/mg proteína CON
5,62 µmol/mg proteína MIC + Unike Plus
3,19 µmol/mg proteína MIC
As micotoxinas têm um forte impacto negativo no desempenho da reprodutora e da leitegada durante as fases de gestação e lactação, afetando negativamente a produção de leite resultando num baixo peso da leitegada, bem como o metabolismo oxidativo e redox.
No entanto, o uso de um inativador de micotoxinas como o Unike Plus é capaz de melhorar o status antioxidante sérico das marrãs durante a gestação e durante a lactação, o que melhora o desempenho dos leitões e as características metabólicas.
Além disso, o uso do Unike Plus, inativador de micotoxinas de última geração, foi eficiente para reduzir a mortalidade de marrãs causada pela intoxicação por micotoxinas.
Nossos achados demostraram que o uso do produto em dietas de reprodutoras pode mitigar os efeitos negativos sobre o desempenho e o estresse oxidativo quando os animais são submetidos a dietas contaminadas por níveis desafiadores de micotoxinas.
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