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Observativo18

Informativo do GOA #18 - Agosto 2014 - Departamento de Física - CCE - UFESwww.astro.ufes.br

Chuva de meteoros

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José Miranda*

Desenho ilustrativo de uma chuva de meteoros e sua relação com a passagem de um cometa

Chuva de Meteoros fotografada por David A. Harvey

Chuvas de meteoros são fenômenos periódicos, em que um grupo de meteoros (popularmente conhecidos por "estrelas cadentes"), são observados vindo de uma região do céu. Esses meteoros são causados pela entrada de detritos na alta atmosfera, a mais de 100km de altura, com grandes velocidades, cerca de 40.000km/h. O material remanescente da poeira ejetada por cometas com orbitas cruzadoras da orbita da Terra produz estes detritos. Periodicamente a Terra passa por este rastro de poeira, ocasionando o fenômeno.

A maior parte dos meteoros é produzida por partículas menores do que um grão de areia. Estas partículas, por serem muito pequenas, geralmente se desintegram

e não atingem a superfície do planeta. Chuvas intensas e incomuns de meteoros são também chamadas de surtos ou tempestades de meteoros, nas quais são vistos mais de mil meteoros por hora.

Para observar o fenômeno deve-se estar em um lugar escuro, longe da iluminação da cidade, e com ampla visão do céu, sempre a olho nu. Não é necessário olhar em uma direção específica, no entanto, pode-se perceber que os meteoros provem de uma regiao no céu, denominada radiante. A melhor forma de observação, portanto, é ficar deitado, de modo a olhar todo o céu, acomodando-se confortavelmente.

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Efemérides Astronômicas

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Papa defende o batismo para... extraterrestres

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Carta Celeste

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Radiação Cósmica de Fundo em Microondas

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Informativo do GOA #18 agosto 2014

Em agosto temos a chuva Perseidas (entre 23 de julho e 24 de agosto), cujo Radiante é na constelação do Perseus.

Efemérides Astronômicas

* Estudante de Engenharia e bolsista do GOA.

TABELA 1 - As Chuvas de Meteoros Mais Importantes do Ano

FONTE: Almanaque Astronômico 2014 - CEAMIG e Stellarium.

Papa defende o batismo para... extraterrestres

Carlos Oliveira*

O Papa Francisco afirmou recentemente que toda a gente pode ser batizada, incluindo extraterrestres, mesmo que eles sejam verdes, tenham um longo na-

riz, e tenham grandes orelhas. E continua o Papa: “Se amanhã, por exemplo, chegar uma expedição de marcianos e alguns deles nos procurarem (…) e se um deles disser: ‘Eu quero ser batizado!’, o que acontece?”

Eu percebo o que ele quer dizer: ele quer uma Igreja inclusiva, que não exclua aqueles que querem ser batizados. No entanto, mais uma vez, demonstrou uma fraca cultura científica: será que ele vai começar a batizar cavalos, cobras, moscas e insetos? É óbvio que não.

No entanto, esses animais têm mais em comum conosco que extraterrestres. Além disto, os extraterrestres serão sobretudo microorganismos (tal como na Terra, a maioria da vida é bacteriana). Não me parece que o papa queria batizar microorganismos (…)

*Astrônomo e educador científico, editor do Astropt. Continua: http://astropt.org

Expediente

Equipe GOA: Bolsistas: José Miranda., Priscilla Reges. Colaboradoras/es: Estevão Prezentino Sant'anna, Jonathan Janjacomo, Júlio Xavier Valle, Lya Lugon, Mário N. De Prá, Paula B. Zanotelli e Sandro R. de Souza. Coordenação: Márcio Malacarne. Textos, projeto gráfico e diagramação: Equipe GOA. Revisão: Equipe GOA.

Direito de Compartilhar e

Contatos: (+55 27) 4009 7664 www.astro.ufes.br- goiapaba@gmail.com

Adaptar sob a mesma licença

Av. F. Ferrari, 514, Cep 29075910, Vitória-ES.

(CC BY-NC-SA 2.5 BR)

Este impresso foi criado usando programas livres: Debian Linux, Gimp, Stellarium, Scribus, Inkscape, OpenOffice. Tiragem: 2000 cópias.

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Informativo do GOA #18 agosto 2014

Como usar a Carta Celeste

Para boa parte do Brasil, esta carta representa a posição aproximada dos astros no céu nas seguintes datas:

Início de Agosto

~21h

Meio de Agosto

~20h

Final de Agosto

~19h

Para entender a carta, posicione-a sobre a cabeça e observe de baixo para cima, lendo as instruções no contorno. A linha azul (o Equador Celeste) representa o limite entre o Hemisferio Celeste Sul e o Hemisfério Celeste Norte, é a projeção da Linha do Equador terrestre no céu. Os nomes dos Astros estão com inicial maiúscula e os das CONSTELAÇÕES em caixa alta. As principais estrelas das contelações ocidentais visíveis nesta carta estão unidas por linhas. A "grande mancha azul" é a Via Láctea, a nossa galáxia, que infelizmente não conseguimos visualizar das cidades devido à poluição luminosa.

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Informativo do GOA #18 agosto 2014

Radiação Cósmica de Fundo em Microondas

Mapa da flutuação na temperatura da Radiação Cósmica de Fundo detectada pelo satélite Planck em 2013. Fonte: ESA/NASA

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Gabriela Antunes*

Há muito tempo que a humanidade se questiona sobre a origem, estrutura e evolução do Universo.

A ciência que objetiva encontrar respostas dessas questões é a denominada Cosmologia. Uma das principais dificuldades ao estudar esta área, é romper os limites observacionais uma vez que as escalas de distância, tempo e energia envolvidas são enormes. Porém, isso vem sendo modificado devido à aquisição de dados astronômicos cada vez mais precisos.

Atualmente, o modelo que possui maior suporte observacional -conhecido como CDM- supõe, entre outras coisas, que Universo evoluiu a partir de um estado extremamente quente e denso. Sob essas condições, haveria um momento no passado em que toda a matéria e radiação existentes estariam unidas, formando um único fluido, no qual todos os mecanismos que aconteciam na radiação

também interferiam na matéria e vice-versa. Devido à uma expansão contínua do Universo, a temperatura cai de forma que a matéria e radiação conseguiriam se separar. Em seguida, a matéria formaria galáxias, estrelas, planetas, e a radiação se propagaria pelo espaço. Essa radiação proposta, denominada como Radiação Cósmica de Fundo em Micro-ondas, foi detectada pela primeira vez em 1965 e desde então, suas propriedades vem sendo descobertas e confirmadas por diversos instrumentos. Ela é a informação mais preciosa e antiga do Universo. Para se ter uma idéia, por exemplo, a luz do Sol viaja 8 minutos até chegar na Terra, a luz da estrela mais brilhante do céu noturno, Sírius, leva 8 anos. Já os fótons dessa radiação, viajam quase 14 bilhões de anos até chegar em nós. Desta forma, ela carrega consigo informações de pro-

cessos físicos que ocorreram antes de se desacoplar da matéria. Através de suas propriedades, é possível por exemplo, estimar as quantidades dos principais ingredientes que compõem o Universo. Além disso, traz importantes informações sobre o meio interestelar da nossa Galáxia e de sistemas de grandes escalas em que ela passa até chegar em nós, sendo seu estudo então, relevante para Astronomia como um todo.

* Mestranda em Astronomia no ON.

Editorial

Este mês temos mais uma Super Lua, dia 10. Isto é, a Lua Cheia no perigeo, mais próxima da Terra. No meio do mês temos o máximo da chuva de meteoros, a Perseidas. Também teremos mais uma ocultação de Saturno pela Lua, visível em várias regiões do Brasil, no dia 31. Além desses ainda podemos observar os planetas Marte e Saturno,nebulosase

aglomeradosdeestrelasnocentrodaViaLáctea.

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