O Carreteiro 521

PROFISSÃO O QUE OS CARRETEIROS AUTÔNOMOS QUEREM PARA O SETOR www.ocarreteiro.com.br

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Cabines e motores inéditos no Brasil estão entre as novidades da nova linha de caminhões Scania que chega ao mercado no início de 2019

TESTE DO VOLVO FH 540 MODELO REÚNE O QUE HÁ DE MAIS MODERNO PARA CAMINHÕES PESADOS

CUSTOS DO AUTÔNOMO DIESEL E PEDÁGIO SÃO OS ITENS MAIS PESADOS NA PLANILHA DO MOTORISTA

ANO 48 • Nº 521

MERCEDES AXOR 2544 MAIS SEGURANÇA E MELHORIAS NO TREM DE FORÇA DO MODELO

EDITORIAL

O VILÃO DO TRANSPORTE

N

ove entre 10 carreteiros consideram o preço do diesel o principal item que dificulta a vida da categoria. Exageros à parte, faz anos que essa questão tem levado o transportador autônomo, e quem possui mais de um veículo de carga, a torcer o nariz. O peso do combustível na planilha de custos do autônomo tem consumido o minguado lucro do frete, e não por acaso a redução de seu preço foi uma das principais reivindicações do movimento de caminhoneiros deflagrado em maio passado. Embora tenha havido comentários e notícias de que a paralisação provocou um certo recuo na economia brasileira, não falta motorista dizendo que sentiu pequena melhora nos negócios depois do movimento. Isso, considerando que o valor do litro do diesel não tenha sido reduzido dentro das expectativas esperadas pelos profissionais do volante. O fato é que na condição de principal combustível que move o transporte, uma pequena queda de preço já foi capaz de provocar diferença favorável para os motoristas. Porém, mesmo diante de tantas mudanças no mundo atual, esse derivado de petróleo apontado como o vilão do setor ainda reinará por um bom tempo, apesar de a indústria de veículos pesados estar trabalhando há anos em busca de um ou mais substitutos. O caminhão movido a bateria elétrica, por exemplo, já é uma realidade em evolução, mas há especialistas dizendo que o panorama de hoje aponta uma transição que levará de 20 a 25 anos. Tanto pelo desenvolvimento dessa tecnologia quanto pelas fases de sua implantação, que já começou com veículos de distribuição, nas cidades. Os pesados seriam a última fase.

Cabe lembrar que há também uma boa relação de diferentes alternativas, como o Biometano, Biodiesel, Bioetanol, Gás Natural Liquefeito (GNL), Gás Natural Veicular (GNV), Diesel Sintético (HVO) e Dimetil Éter (DME).

Este último é tido como a opção viável do ponto de vista ambiental, porque proporciona 95% menos emissões de dióxido de carbono. Apesar das opções, exuste a lógica de que o uso de uma ou outra alternativa poderá ser regional como, por exemplo, a viabilidade para o biodiesel no Brasil, pois além de não ser fóssil e não poluir tem origem renovável. Enfim, mesmo com as mudanças já em curso, não há data marcada para vermos – se é que vamos ver – a maioria dos caminhões rodarem livres do diesel.

E se esse dia chegar, quem garante que o preço do combustível da vez, seja ele qual for, irá pesar menos do que hoje na planilha de custos do motorista? Enquanto isso, resta à categoria abastecer e tocar em frente.

João Geraldo Editor

SUMÁRIO 14

EXPECTATIVAS

Preços mais baixos para o diesel e pedágio, e tabela de frete com valor mínimo, estão na lista de prioridades dos carreteiros para o futuro.

Entre as expectativas constam também a existência de pontos de parada para descanso e pernoite com boa infraestrutura, segurança e fiscalização nas estradas

REVISTA DESDE 1970 TRANSPORTANDO INFORMAÇÃO

/OCARRETEIRO /OCARRETEIRO_ /OCARRETEIRO (11) 95428-8803 /REVISTAOCARRETEIRO DIRETOR Edson Pereira Coelho REDAÇÃO redacao@ocarreteiro.com.br Editor: João Geraldo (MTB 16.954) Reportagem: Andrea Ramos, Daniela Giopato e Diogo Mendes ARTE arte@ggmidia.com.br Editor de Arte Pedro Hiraoka Anna Júlia Russo DIGITAL Mariana Teruya Eduardo Arpassy Gil Santos COMERCIAL Nilcéia Rocha REPRESENTANTES Eurico Alves de Assis José Antonio Fernandes ADMINISTRAÇÃO Ed Wilson Furlan

26 NOVO SCANIA

Cabine com piso totalmente plano e motores de 7, 9 e 13 litros, com potências de 220 a 540cv, são novidades da nova geração de caminhões Scania que começa a ser entregue no início de 2019. Inéditos no Brasil, os modelos que estão chegando já rodam na Europa desde 2016

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50 Classificados 58 Tabelas 66 Na Mão Certa

TI DC Code Soluções em TI Ltda. ME DISTRIBUIÇÃO G.G. Ed. de Publicações Técnicas Ltda.

Rute Rollo Juliana Vieira Ricardo Lúcio Martins ASSINATURA assinatura@ggmidia.com.br (11) 5035-0000 PROMOÇÃO promocao@ggmidia.com.br Assinatura para 6 edições: R$ 48,00 Exemplar avulso: R$ 8,00 Edição nº521 – Agosto/2018

Publicação de: G.G. Editora de Public. Téc. Ltda.

Rua Palacete das Águias, 395 Vila Alexandria - CEP 04635-021-SP Tel.: (11) 5035-0000 revista@ocarreteiro.com.br www.ocarreteiro.com.br A Revista O Carreteiro é dirigida a motoristas de caminhão, empresários donos de transportadoras, frotistas, chefes de oficinas e demais profissionais ligados ao transporte rodoviário de carga.

A publicação é distribuída em cooperação com postos de serviços rodoviários “ROD” (Rede Oficial de Distribuidores da Revista O Carreteiro). É proibida a reprodução total ou parcial de matérias sem prévia autorização. Matérias e artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião da Revista O Carreteiro.

Impressão e Acabamento: Ipsis Gráfica e Editora Tiragem desta edição verificada por PwC, cuja carta relatório encontra-se em nosso poder.

Distribuição Nacional pela Dinap Distribuidora Nacional de Publicações Ltda.

Distribuição Gratuita nos postos de rodovia cadastrados no ROD.

PUBLIEDITORIAL

AO GOSTO DO CLIENTE

JOÃO MOITA | Embaixador da Voz das Estradas Mercedes-Benz

O

cliente pede, a Mercedes-Benz atende e informa os transportadores. Assim aconteceu com as várias mudanças incorporadas à linha 2018 de caminhões das famílias Accelo, Atego, Axor e Actros. Para reforçar essa relação, a Mercedes conta com João Moita, o Embaixador da Voz das Estradas, cuja missão é transmitir aos motoristas as inovações aplicadas aos caminhões da marca e também levar para a fábrica as sugestões de melhorias dadas pelos profissionais do volante.

As inovações da linha Accelo são o foco de João Moita nessa coluna, onde ele explica que os modelos dessa família de caminhões receberam 15 alterações, sendo boa parte delas relacionadas ao conforto do motorista. A mais visível é a cabina estendida das versões 815, 1016 e 1316 6x2, mudança que aumentou em 180mm o espaço do condutor e que possibilitou a melhoria de outros itens.

Conforme explica o Embaixador da Voz das Estradas, como opcional o banco do motorista passou a oferecer novos ajustes de amortecimento pneumático. Seu curso foi aumentado em 25mm e possibilitou 13 graus a mais de inclinação no encosto e assento. Os espaços para objetos foram aumentados com a introdução de três novos itens para esse fim, além de uma rede na parede traseira que amplia para 32 litros o espaço total para a guarda de objetos.

João Moita lembrou também que os caminhões da família Accelo oferecem uma coluna de direção regulável que ajuda o motorista de qualquer porte físico a encontrar a melhor posição para dirigir de modo mais confortável.

Outras novidades estão no maior entre-eixos para modelos 815 e 1016 com cabina estendida, as quais maximizaram a plataforma de carga e passaram a oferecer opção para dois tanques de combustível, com capacidade para 150 litros de cada um.

"Somadas ao ganho de conforto, todas as mudanças foram focadas em atender plenamente às expectativas dos motoristas que trabalham com qualquer um dos modelos Accelo, nas mais diferentes aplicações para as quais o modelo está preparado.

Seja em rotas urbanas ou rodoviárias", concluiu Moita. www.ocarreteiro.com.br

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DICA FEDERAL

U

ACESSÓRIOS E MODIFICAÇÕES

m caminhoneiro descobre um acessório novo - geralmente já usado em outros países - instala no seu caminhão e o deixa mais bonito. Outros colegas observam isso, também gostam, e logo fazem igual nos seus veículos. Assim começa a “moda” de alguns acessórios e modificações.

Painéis eletrônicos de mensagem, adesivos, luzes coloridas, antenas em locais e em posições pouco comuns, elevação da suspensão. São inúmeras modas que vem e se vão e muitas vezes o motorista acaba nem sabendo que boa parte delas não é permitida pela legislação de trânsito. As luzes amarelas, laranjas ou vermelhas, conhecidas como “foguinho” e amplamente usadas por muitos caminhoneiros são um bom exemplo: sempre foram e continuam sendo proibidas, mas seu uso ainda é muito comum.

Mas se há uma coisa que nos preocupa bastante é quando os acessórios podem causar risco à segurança dos outros motoristas ou pedestres.

Desses, queríamos destacar as capas de parafuso. Acessório que ajuda a proteger as porcas e parafusos da roda, as capas são fabricadas em diversos tamanhos e formatos e aí é que está o problema. Algumas, conhecidas como “capa belga” (ponta arredondada) e “capa americana” (ponta afiada), são tão compridas que chegam a exceder o limite lateral, deli-

mitado pelo para-lamas do veículo.

Apesar de belas, com seu brilho cromado que deixa as rodas do veículo muito mais vistosas, representam um risco, principalmente aos pedestres e aos motociclistas. Ainda que sejam feitas de plástico, num caminhão a 80 Km/h as rodas giram entre 20 e 30 vezes por segundo e essas capas protuberantes podem causar ferimentos gravíssimos a um ocupante de moto que por acaso encoste ali. Segundo a Resolução do Contran 426/12 do CONTRAN, “Rodas, seus elementos de fixação e seus enfeites, não devem ter partes cortantes ou elementos protuberantes”. Sendo assim, ainda que não sejam pontiagudas, as capas de parafuso muito longas também não são permitidas.

Vale lembrar que o policial que fiscaliza não tem outra opção se não a de multar quando percebe algo irregular. Segundo as leis do Brasil, um policial que deixa de autuar um veículo que está irregular comete infração e pode até ser demitido por isso. Mas uma coisa os policiais podem fazer: orientar os motoristas que perguntam antes de realizar a instalação. Assim, se tiver alguma dúvida sobre algum acessório que queira instalar no seu caminhão, dê uma passada num posto da PRF, converse com o policial e peça orientação.

Acredite, nós preferimos orientar a ter de multar. www.ocarreteiro.com.br

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PROFISSÃO

ENCONTRO DE MOTORISTAS Em evento para homenagear a categoria, a Fabet reuniu mais de 250 motoristas de caminhão em sua filial de São Paulo POR João Geraldo

E

m comemoração ao Dia do Motorista, a Fabet (Fundação Adolfo Bosio de Educação no Transporte) realizou o II Encontro Nacional de Motoristas Profissionais. O Evento aconteceu na filial São Paulo, km 66,5 da rodovia Castello Branco, e reuniu mais de 250 profissionais do volante de diferentes partes do Brasil.

Debates de temas de interesse do setor, como como produtividade, segurança e valorização da profissão, além de palestras sobre motivação e a importância do motorista de caminhão no contexto social, entre outras, também fizeram parte da programação.

“Construímos um evento para valorizar e estimular os motoristas a buscarem cada vez mais a capacitação profissional, para termos um transporte mais sustentável e um trânsito mais seguro”, disse a gerente da filial São Paulo, Salete Argenton.

A gerente destacou que as diversas tecnologias disponibilizadas nos veículos atuais requerem que o profissional do volante se especialize para conduzir de forma segura em todas as operações, até mesmo nas mais difíceis. Salete afirmou que os motoristas evoluíram bastante nas últimas duas décadas, em especial nos últimos 10 anos e que essa mudança tem sido motivada pela demanda do mercado, e que o próprio setor tem instigado o motorista a se profissionalizar.

"A segurança e a sustentabilidade são pilares fundamentais que estão sempre em discussão e o motorista de caminhão é peça-chave nesse processo", concluiu. O evento contou com a participação do jornalista e apresentador, Pedro Trucão, e da cantora Sula Miranda. Os interessados em fazer cursos na Fabet podem se informar pelo site www.fabet.com.br. www.ocarreteiro.com.br

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BOLETIM DE PNEUS

ARMAZENAGEM DE PNEUS (PARTE 1)

O

s pneus, câmaras de ar, protetores, válvulas, aros e rodas devem ser armazenados em locais cobertos e fechados. Estejam montados em aros ou não, os pneus devem ser armazenados devidamente limpos. Produtos de borracha não devem ser expostos à luz solar ou artificial forte, calor, ozônio (motores elétricos e etc.) e hidrocarbonetos (derivados de petróleo), pois tais elementos tendem a causar sua degradação.

As câmaras de ar para pneus devem ser ligeiramente infladas, polvilhadas com talco ou grafite e colocadas dentro dos pneus, ou, então, armazenadas vazias em em prateleiras, acomodadas em pilhas de no máximo 50cm de altura. Estrados com piso de sarrafos não são recomendados, pois suas bordas podem danificar câmaras de ar que ficam por baixo.

Se as câmaras de ar forem fornecidas em caixas de papelão, ou sacos, estas deverão permanecer embaladas, porque este tipo de embalagem protege os produtos contra possíveis contaminações e degradações devido ao ozônio e aos efeitos da luz.

Os protetores, por sua vez, de-

vem ser colocados preferencialmente dentro dos pneus, junto com a câmara. Porém, se for necessário estocá-los separadamente, devem ser acomodados em prateleiras e protegidos de contaminação por pó, graxa e umidade. Nunca devem ser armazenados pendurados, para não sofrerem deformação e alongamento. As válvulas deverão ser mantidas preferencialmente na própria embalagem, evitando-se também a umidade e o contato com quaisquer produtos que possam danificá-las.

Os aros e as rodas devem ser armazenados livres de umidade. Caso sejam empilhados, estes deverão ser de mesmo diâmetro e a pilha não deverá exceder 1,20 metros. Nos casos de rodas de alumínio, a eventual umidade retida entre as superfIcies de duas rodas tenderá a ocasionar manchas de difícil remoção.

O armazém deverá ser seco e fresco (a temperatura ideal é entre 12 e 25 graus) e moderadamente ventilado, devendo ser evitada a umidade. Cuidados devem ser tomados para que não haja ocorrência de condensação. Pneus que serão destinados a reforma/conserto devem ser bem secos antes de sua armazenagem.

Esse boletim é redigido por Guilherme Junqueira Franco, que tem a formação TTS (Truck Tire Specialist).

Qualquer dúvida: guijunqueirafranco@gmail.com.

42 O CARRETEIRO

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PAI CARRETEIRO, UM OLHAR SEMPRE ATENTO

N

o segundo domingo de agosto, homenageamos um dos mais importantes membros de algumas famílias: os pais. Todos os anos, milhares de carreteiros passam datas comemorativas longe de suas casas trabalhando. Em datas como essa, seja como pais, filhos ou netos, normalmente confraternizamos com as pessoas que nos amam e nos querem bem.

Ser responsável por uma criança é fazer parte atuante da sua vida e zelar por direitos como educação, proteção, saúde, lazer, entre outros.

No entanto, não é somente dever dos pais e, sim, de toda a sociedade proteger crianças e adolescentes, independentemente se fazem parte ou não do seu núcleo familiar.

Infelizmente, crianças e adolescentes ainda enfrentam situação de vulnerabilidade nas estradas do País, convivendo com o problema da exploração sexual. Ao olhar por meninas e meninos nas rodovias de todo o Brasil, o carreteiro está exercendo diariamente o gesto mais bonito de ser pai, que é o de cuidar e proteger.

Sabemos que é com esse mesmo olhar das estradas que vocês retornaram às suas casas, após terem finalizado um serviço. Sendo assim, independentemente de ser pai ou responsável legal por uma criança ou adolescente, todos nós temos que ter um olhar atento para a enfrentar violações de direitos humanos, dentro ou fora das estradas, contra nossas meninas e meninos.

Então, vamos aproveitar o mês de agosto para, além de celebrar o amor entre pais e filhos, espalhar pelas estradas do Brasil uma mensagem de proteção. Basta um olhar atento e, em caso de qualquer suspeita, discar para o número 100.

Salvar a vida de uma criança ou adolescente que precisa de socorro é um gesto de pai.

A Childhood Brasil, realizadora do Programa Na Mão Certa, deseja a você, seja pai, responsável, avô, tio, filho ou todas essas categorias reunidas em um só, um feliz Dia dos Pais, todos os dias!

Para saber mais, acesse: Childhood Brasil www.childhood.org.br Programa Na Mão Certa www.namaocerta.org.br

66 O CARRETEIRO

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