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Caderno G
A Tragedia Da Boate Kiss
Uma das maior tragédias nacionais aconteceu em 27 de janeiro de 2013, a exato 10 anos, na cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul, com a fatalidade de 242 vitimas, todas jovens, que assistiam ao um show de uma banda regional. O acidente foi considerado a segunda maior tragédia no Brasil em número de vítimas em um incêndio, sendo superado apenas pela tragédia do Gran Circus NorteAmericano, ocorrida em 1961, em Niterói, que matou 503 pessoas; e teve características semelhantes às do incêndio ocorrido na Argentina, em 2004, na discoteca República Cromañón. Classificou-se também como a quinta maior tragédia da história do Brasil, a maior do Rio Grande do Sul, a de maior número de mortos nos últimos cinquenta anos no Brasil e o terceiro maior desastre em casas noturnas no mundo. Demaneiras diferentes, Netflix e Globoplay vão contar essa historia que abateu todas familias brasileiras por fatos discritos nas investigações. A minissérie da Netflix é baseada no livro "Todo Dia a Mesma Noite: A História não Contada da Boate Kiss" de 2018, da jornalista e escritora Daniela Arbex. Por isso mesmo, "Todo Dia a Mesma Noite" trata-se de uma ficção, e não de um documentário, que revela os bastidores de uma das maiores tragédias do país, com investigação policial das circunstâncias que levaram ao incêndio na boate Kiss – especialmente pela perspectiva dos pais que perderam seus filhos naquela noite trágica de 27 de janeiro de 2013. Desta forma, a principal mudança está nos personagens mostrados na minissérie, que não são reais, mas inspirados na história de todos mencionados no livro e que representam as verdadeiras vítimas do incêndio. Essas histórias, assim como dos sobreviventes, são compiladas pela produção em personagens fictícios para dar uma dimensão mais ampla da tragédia enfrentada por todos. Outra alteração importante está no nome da banda responsável por começar o incêndio na boate Kiss, que na produção da Netflix foi batizada de "Guapos Baladeiros", substituindo o nome original de "Gurizada Fandangueira". No final das contas, Todo Dia a Mesma Noite da Netflix revisita a tragédia real envolvendo o incêndio na Boate Kiss. Um descuido de segurança acarretou em um terrível incêndio que rapidamente tomou conta de todo o espaço da casa de festas. Como disemos 242 jovens que estavam no local perderam a vida. Partindo do momento do acidente, a trama acompanha as histórias dos impactados por ela em diferentes pontos de vista, como o trabalho das equipes de resgate, as consequências para os sobreviventes e a negligência dos empresários da organização da boate –como a luta das famílias das vítimas, que seguem em busca de justiça até os dias de hoje. Na trama, as vítimas da tragédia são interpretadas por Paola Antonini, Nicolas Vargas, Manu Morelli, Luan Vieira, Miguel Roncato e Sandro Aliprandini. Os pais são vividos por Debora Lamm, Thelmo Fernandes, Paulo Gorgulho, Bianca Byington, Leonardo Medeiros, Raquel Karro e Bel Kowarick. Erom Cordeiro e Laila Zaid assumem o papel dos policiais responsáveis por investigar o caso, e Flávio Bauraqui aparece como advogado das famílias. Estreou no Globoplay a série documental "Boate Kiss - A Tragédia de Santa Maria", sobre o incêndio que consternou o Brasil dez anos atrás. Foi em uma manhã de domingo, o Brasil era acordado pela notícia da tragédia. O incêndio na casa noturna matou 242 pessoas; 600 ficaram feridas. Dez anos depois, a série documental em cinco episodios, disponível a partir desta quinta-feira no Globoplay, mostra, com depoimentos e registros inéditas, o que aconteceu naquela madrugada de horror. A série revela a sucessão de erros e irregularidades que levaram à morte de tantos jovens, a dor irreparável das famílias e a falta de resposta do Estado brasileiro. Mas o julgamento acabou sendo anulado pelo Tribunal de Justiça oito meses depois. Atualmente, ninguém está preso. A série é uma parceria com o coletivo audiovisual TV Ovo, de Santa Maria, e é conduzida e dirigida pelo repórter da TV Globo Marcelo Canellas. Canellas passou a infância e a adolescência na cidade e se formou na mesma universidade federal onde parte das vítimas estudava. O Ministério Público do Rio Grande do Sul entrou com dois recursos contra a anulação do julgamento. Se forem aceitos pelo Tribunal de Justiça do estado, os pedidos serão encaminhados para análise do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal. A série documental é também o registro da força que move sobreviventes e parentes das vítimas na persistência em impedir que o esquecimento leve a mais injustiça. tanto uma quanto a outra valem apena ser visto, o caso que comoveu o Brasil ainda está muito vivo nos corações e pensamentos do povo brasileiro, mães pedem justiça por seus filhos e filhas que tiveram as vidas encurtadas por descaso e falta de zelo pelas autoridades.
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