Revista barão de maua1º semestre 2016

Barão de Mauá Revista do Centro Universitário

Curso de Jornalismo

Centro Universitário Barão de Mauá - Revista do Curso de Jornalismo - nº 3 - 2016

Doação de Sangue Banco de leite é referência em Ribeirão Preto Nova lei define o papel das escolas no combate ao bullying

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Editorial Qualidade de vida

A saúde desperta o interesse das pessoas cada vez mais. Um indicativo disso é o espaço generoso que o assunto conquistou recentemente nos meios de comunicação de todo o mundo.

Essa atenção, paradoxalmente, ocorre em um contexto de deterioração da qualidade de vida nas cidades: aumento do número de obesos, rotinas diárias estressantes, consumo elevado de alimentos industrializados e vida sedentária são alguns exemplos.

Em sintonia com essa preocupação, a Revista da Barão traz nesta edição reportagens sobre saúde: doação de sangue no Hemocentro do Hospital das Clínicas, tratamento de doenças raras, aleitamento materno, cuidados na terceira idade, sobrepeso e diabetes, são alguns dos temas.

Mas não só. O leitor encontrará também textos sobre economia, particularmente o mercado imobiliário e empreendedorismo em Ribeirão Preto, hobby, animais e esportes, entre outros assuntos.

Boa leitura!

Expediente

Revista Barão de Mauá É uma publicação produzida pelo curso de Jornalismo do Centro Universitário Barão de Mauá.

Chanceler Prof. Dr. Nicolau Dinamarco Spinelli (in memorian) Reitora Profª. Drª. Dulce Maria Pamplona Guimarães Vice-Reitor Prof. João Alberto de Andrade Velloso Pró-Reitoria de Ensino Profª. Ms. Valéria Tomás de Aquino Pró-Reitora de Pós-Graduação, Extensão e Iniciação Científica Profª. Drª. Joyce Maria Worschech Gabrielli Pró-Reitor Administrativo Antonio Augusto Abbari Dinamarco Coordenadora do curso de Jornalismo Profª. Ms. Renata Canales Reportagem e Fotojornalismo Alunos do 7º semestre Orientação de Textos Prof.Ms. José Antônio Bonato Revisão de Textos Profª. Ms. Renata Canales Tratamento de Imagens Prof. Erick Dallalana Diagramação Prof. Erick Dallalana Tiragem: 150 exemplares

Nossa Capa: Doação de Sangue: Um serviço a favor da vida

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Doação de Sangue Com estoques baixos e pessoas que ainda não entenderam a importância do ato, o Hemocentro de Ribeirão Preto vai sobrevivendo através de projetos e ações especificas para tentar manter o estoque de sangue sempre suprido.

Por Marilia Dovigues

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pós uma hora dentro do hemocentro e 450 ml de sangue a menos, o doador salvou três vidas. Com estoques baixos e pessoas que ainda não entenderam a importância do ato, o Hemocentro de Ribeirão Preto vai sobrevivendo através de projetos e ações especificas para tentar manter o estoque de sangue sempre suprido.

O professor universitário

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Orlando Santos Brito há mais de trinta anos entende o trabalho realizado na instituição. “Quando estava na minha primeira graduação, um professor sofreu um acidente e os alunos foram convidados a doarem sangue em prol dele e eu fui, pela primeira vez, ainda no Hospital das Clinicas fazer essa doação”, conta o professor. Resulta: Orlando nunca mais parou.

E outras histórias como essa se repetem no hemocentro, em que pessoas foram por situações especificas e nunca mais

abandonaram o ato, porém com menos frequência do que a necessidade pede. A fundação que conta com uma lista 158,9 mil doadores cadastros, percebe que em sua grande maioria eles se tornam sazonais O assessor de imprensa da instituição Marcos de Assis, conta que em algumas épocas o estoque aumenta em virtude de acontecimentos específicos. “Em julho com a Corrida dos Bombeiros e dia 25 de novembro em que se é comemorado o Dia Nacional da Doação de Sangue, são

períodos que notamos um aumento significativo do nosso estoque, porém são duas datas para outros 365 dias de acontecimentos”, conta o assessor.

Porém, mesmo com todas essas situações, a Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto continua cumprindo seu papel de salvar vidas. Mais de 1,8 milhão de bolsas de sangue e quase dois milhões de transfusões marcam os 25 anos de existência recémcompletados. O serviço surgiu como uma ação do Governo do Estado de São Paulo diante da grave situação em que se encontrava o país com a difusão do vírus HIV através de transfusões de sangue.

Desde então, o Hemocentro transformou-se em um centro de referência na coleta, processamento e distribuição de sangue para uma região de abrangência composta de 187 municípios com aproximadamente 4 milhões de habitantes.

Antes de ser criado, o Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto era quem fazia esse trabalho de coleta de sangue. Orlando Santos Brito se lembra bem dessa transição, pois na época já era doador assíduo. “Quando esse prédio começou a funcionar, no meio da reforma ainda, eu vim doar sangue e como na época não existia computador eles me deram uma lista das pessoas que, até então, já tinham recebido o meu sangue para eu levar em um outro lugar, era meu cadastro”, conta o professor.

Com isso, ele começou a ver de fato que todas aquelas doações tinham sido usadas para salvar inúmeras vidas.

“Aquele dia pude perceber

o que meu ato fazia e me fez tão bem, tão feliz que não pretendo parar nunca”, relata emocionado.

Doação de sangue Desde tempos remotos existe a crença de que o sangue dá e sustenta a vida e de que também é capaz de salvá-la.

Entretanto, foram necessários séculos e séculos de estudos e pesquisas para a ciência descobrir a sua verdadeira importância e dar a ele uso adequado. Até chegar esse dia, prevaleceram as práticas fundamentadas na intuição e no senso comum.

O sangue começou a ser bebido pelos nobres e papas, depois começaram a acontecer as transfusões que eram heterólogas, isto é, com sangue de animais de espécies diferentes e só no século 19 começam as primeiras transfusões com sangue humano em mulheres com hemorragia pós-parto.

Mesmo com o avanço da transfusão homóloga, no final do Século 19, problemas relacionados à coagulação do sangue e a outras reações adversas continuavam a desafiar os cientistas. Com isso, chegou-se a utilizar leite e até sangue de cadáver em transfusões; porém, as experiências foram logo abandonadas.

Paralelo a isso, era desenvolvido equipamentos para a realização de transfusão indireta, além de técnicas cirúrgicas que permitissem a transfusão direta, utilizando-se a artéria do doador e a veia do receptor, procedimento que no século 19, ficou conhecido como transfusão “braço-abraço”.

O motorista Paulo Henri-

que Rosato Augusto se lembra de técnicas parecidas com essa. “Uma vez estava ali no Hospital das Clinicas doando sangue e uma mãe em trabalho de parto deu à luz há um bebê que precisava de sangue, e por sorte era igual ao meu. Então a enfermeira veio, tirou a garrafa de vidro em que estava meu sangue e levou direto a eles, foi um dia muito marcante”, conta o motorista.

Muitas pessoas têm pré-conceitos sobre o ato e a grande maioria não entende como funciona os procedimentos para realizar tal ato.

Apesar das campanhas de conscientização e folhetos informativos, as ações não são suficientes para atingir todos os doadores. Por isso, os profissionais ligados ao Hemocentro decidiram realizar palestras em escolas, empresas, centros acadêmicos e organizar eventos convidando os doadores sazonais para estarem mais próximos da Fundação.

Numa dessas palestras, a doutoranda em Educação Física Gislaine Satyko Kogure compreendeu melhor a importância do seu ato. “Vinha e doava quando alguém precisava ou quando via as campanhas na TV, cheguei a passar um longo tempo sem doar. Um dia, fui convidada a assistir uma palestra e, ali, entendi o que acontecia e a importância da atitude”, conta Gislaine.

Devido ao medo o ato de doar sangue parece dolorido e inseguro, fato que muitas pessoas alegam para não fazer a doação. Na prática, isso não acontece. Os doadores, todas vezes que vão ao posto de coleta, passam por seis eta-

pas que garantem que aquele sangue é seguro.

O primeiro passo é a atualização de dados na recepção.

Logo depois são orientados por um profissional sobre as preliminares da doação. A terceira etapa consiste em uma entrevista sigilosa em que assina um Termo de Responsabilidade. É só na próxima fase que o doador senta em uma das confortáveis poltronas num período de 10 a 15 minutos para a coleta de cerca de 500 ml de sangue. Logo depois, um lanchinho para repor o volume retirado na doação. O sangue doado segue para laboratórios que identificam se está livre ou não de qualquer doença. Ele também é separado em componentes: glóbulos vermelhos, plasma e plaquetas, cada um servindo para um propósito diferente.

Antigamente, os doadores reclamavam da “picadinha” que recebiam no dedo para os primeiros exames de aptidão.

Hoje, nem isso ocorre mais.

“Doar sangue não dói. As pessoas têm esse sentimento de perda, mas na verdade, estamos doando vida. E quem doa vida não perde nunca”, conta a doutoranda.

Projeto Anjos da Guarda Visando conseguir mais doações, o Hemocentro de Ribeirão Preto iniciou, em janeiro desse ano, o projeto chamado “Anjos da Guarda”. Doadores específicos de sangue foram selecionados e convidados a participar do programa que visa ajudar pacientes transfundidos regularmente no Hemocentro e que precisam de tipos menos comuns de sangue, como O –, A –, AB+, B – e AB –, sendo o

último mais raro e presente em apenas 1% da população.

Cada doador doará sempre para o mesmo paciente.

Depois de serem convidados por cartas, os doadores participaram de uma palestra realizada pela médica hematologista Flávia Leite Souza Santos sobre a importância da doação especifica e a dificuldade de achar determinados tipos de sangue. Além disso, ela falou sobre as doenças que tornam alguém dependente de transfusões e a grandeza do ato dos doadores.

Neste local, os ouvintes puderam esclarecer todas as dúvidas e tomar um delicioso café da manhã.

A palestra contou com a presença de mais de 25 pessoas, além da equipe de profissionais composta por assistente social, enfermeira, psicóloga e o setor de comunicação da Fundação. A bióloga Fabiana Aparecida Fázio viu no projeto um jeito carinhoso de fazer o bem. “Sinto como se estivesse fazendo um apadrinhamento de alguém, e com tão pouco”. A bióloga entende o quanto de sangue é necessário para salvar a vida de uma pessoa. “Eu sempre tive a noção dessa importância, porém, há um ano e dois meses minha tia que estava super saudável descobriu que estava com leucemia e 38 dias depois ela faleceu. Dois dias antes, eu fui doar sangue e fazer teste de compatibilidade de medula, só que não deu tempo e isso mexeu ainda mais comigo. Mesmo sabendo da importância, nesses dias que ela ficou no hospital eu vi o quanto ela precisou da ajuda de várias outras pessoas através das bolsas de sangue que usou”, diz Fabiana.

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Nova geração O pedreiro José de Deus dos Santos começou a doar sangue há 20 anos, quando trabalhava no hospital São Francisco. Ali conheceu um paciente que ia passar por uma cirurgia do coração que estava atrasada por falta de sangue no hospital. “Mesmo morrendo de medo, disse a ele que doaria, afinal, o meu problema era só uma agulha, ele teria que abrir seu peito inteiro”, conta o pedreiro.

Depois desse gesto, o senhor quis até pagá-lo, mas a satisfação em fazer o bem era sua melhor remuneração. “Fiz a doação e aquilo me deixou tão feliz, que era aquela sensação que importava para mim. Foi quando decidi fazer isso até quando eu puder”, diz Santos.

Hoje, o filho de 11 anos de Santos, vê no pai um exemplo de amor. “Ele vê os valores desses atos, e quando vai comigo lá doar fala ‘ Oh meu pai, eu também quero doar’. Aí eu digo que ele anda não pode, e ele responde que quando tiver idade vai fazer também, igual o pai. Esses valores, esses atos não têm preço”, finaliza o pedreiro.

São esses bons exemplos que o Hemocentro procura para dar continuidade ao trabalho de salvar vidas e o que fica dessas histórias é a vontade de fazer o bem.

O Hemocentro é responsável por uma rede composta por quatro núcleos de Hemoterapia (ciência que estuda o tratamento de doenças utilizando o sangue humano) localizados nas cidades de Araçatuba, Fernandópolis, Franca e Presidente Prudente e quatro unidades presentes em Batatais, Bebedouro, Olímpia, além de várias Agências Transfusionais.

Vale lembrar que, em Ribeirão Preto, existem dois pontos que prestam o serviço de coleta.

Hemocentro de Ribeirão Preto

Rua Tenente Catão Roxo, 2501 e Rua Quintino Bocaíuva nº 470.

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Não é favor, é direito

A falta de informação prejudica quem necessita de atendimento de saúde fora do seu município

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aria morava em uma cidade no interior de Minas Gerais. Aos 28 anos, ficou grávida e seu filho nasceu com uma doença rara. No município não existia um determinado tipo de tratamento que seu filho precisava.

O filho de Maria morreu antes do primeiro ano de vida.

Apesar de fictícia, Maria poderia ser qualquer pessoa espalhada pelo país. Sem uma educação de qualidade e a baixa escolaridade apresentada em algumas regiões do Brasil, as pessoas, por vezes, se sujeitam a qualquer favor e mendigam benefícios sem

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ao menos saber que é um direito seu, como é o caso do Tratamento Fora de Domicilio, o TFD. Instituído pela Portaria nº.

55/99 da Secretaria de Assistência à Saúde (Ministério da Saúde), o TFD é “um instrumento legal que visa garantir, através do SUS, tratamento médico a pacientes portadores de doenças não tratáveis no município de origem por falta de condições técnicas”, segundo resolução da própria portaria.

Ou seja, o TFD consiste em uma ajuda de custo ao paciente, e em alguns casos isso se estende ao acompanhante para viajarem, se hospedarem

e realizarem o tratamento em outro município ou Estado.

Porém, esse paciente precisa de um encaminhamento médico, e só será aceito quando esgotados todos os meios de tratamento na localidade de residência do mesmo também precisa existir a possibilidade de cura total ou parcial, limitado no período estritamente necessário a este tratamento e aos recursos orçamentários existentes. Ele é destinado a pacientes que necessitem de assistência médico-hospitalar cujo procedimento seja considerado de alta e média complexidade eletiva e, exclusivamente, a pacientes atendidos na rede pública ou convenia-

da/contratada do SUS. Atualmente, o valor da diária para alimentação, transporte e dormitório destinado ao paciente que faz tratamento é de R$ 24,75 e para o paciente acompanhado, é de R$ 49,50. Um valor bem abaixo da atual crise em que vivemos.

Segundo a advogada Lidiane Gualtieri, entrar com a ação junto a um profissional pode garantir uma aceleração do processo. “Além disso, pacientes com doenças graves e idoso tem prioridade na tramitação assegurados por lei. Porém, se você não for ao fórum todos os dias, não souber lidar profissionalmente com a situação, fica muito

mais difícil”, conta a advogada.

Lidiane ainda completa que o ideal é entrar com o requerimento do Tratamento Fora de Domicilio na Secretária da Saúde e em seguida com um pedido de urgência do caso.

“O certo era fazer tudo isso administrativamente, porém sabemos que na prática não funciona bem assim. Acaba sendo necessária a propositura de uma ação judicial, com pedido de tutela antecipada, que são essas liminares, para resguardar o direito e que o tratamento de fato ocorra, respeitando a gravidade do paciente”, diz a profissional.

Usando o TFD Pedro, é o que a medici-

na chama de “sindrômico”.

Apresenta autismo, Síndrome de Kleefstra e outras três síndromes que estão sendo estudadas por um médico da USP de Ribeirão Preto devido aos “vários sintomas multissitemico apresentados por ele. Aqui em Maceió, ninguém descobria e nem se interessa pelo caso de Pedro”, conta a mãe Elaine Cristina Bezerra.

Além disso, os médicos que atendiam eles na capital de Alagoas, não informaram sobre a possibilidade de se fazer esse tipo de tratamento.

“Descobri sozinha, antes do Pedro, pois minha filha tem uma alergia alimentar grave e viajava com ela para o Rio de

Janeiro. Durante o tratamento com o Pedro aqui na cidade, nenhum médico me disse sobre essa possibilidade, fui atrás porque já conhecia”, afirma Elaine.

Após dar entrada na papelada, a aprovação do tratamento ocorreu cerca de 20 dias depois, devido à gravidade e necessidade de urgência do Pedro. Eles então embarcaram para Ribeirão Preto.

Com uma verba de R$ 49,50, eles precisavam dormir, comer e se locomover dentro da cidade. Parece impossível e é. Mas graças a uma ONG de doenças genéticas com sede na cidade, eles conseguiram ter uma estrutura

melhor. “Quando chegamos em Ribeirão, já tinha uma voluntária da Sindrome do Amor nos esperando. Ela nos levou a um hotel parceiro, que não cobrou nossa estadia, nos deu agua e algumas guloseimas.

Na hora do almoço e do jantar, nos levaram uma marmita, de um restaurante parceiro e quando precisamos ir ao Hospital, também tinha uma voluntária para nos levar”, conta a mãe.

O que fica evidente é que o Tratamento Fora de Domicilio, TFD, é um direito. Para mais informações acesse https:// www2.mppa.mp.br/sistemas/ gcsubsites/upload/79/instrucoes_TFD.pdf

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Por Laura Scarpelini

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Banco de leite é referência em Ribeirão Preto Quando o assunto é doação de leite materno, o Brasil se destaca 12

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ão há dúvida de que o leite materno tem fundamental importância para o desenvolvimento dos recém-nascidos. O alimento oferece benefícios importantes aos pequenos: além de nutrir, protege o bebê contra diarreia, infecções respiratórias, diabete e alergias, entre outras doenças.

No entanto, por diversas razões, nem sempre é possível às mães produzir esse alimento. Da mesma forma, muitas mulheres produzem leite materno além da necessidade de seus pequenos.

Para ajudar mães e bebês nessas duas extremidades, foram criados os Bancos de Leite Humano (BLH), que recebem, pasteurizam e distribuem o alimento para os bebês prematuros, doentes e internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Neo-natal.

Completando 40 anos em 2016, o BLH do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto continua firme no objetivo que pautou sua criação, em maio de 1976: incentivar e apoiar o aleitamento materno.

De acordo com a enfermeira e criadora do lugar, Anália Ribeiro Heck, o banco foi criado para dar apoio às mulheres e oferecer leite aos bebês prematuros.

“Eu estava cansada de ver os pediatras passando de leito em leito nas maternidades, tirando leite para oferecer a um prematuro que estava morrendo”, contou a fundadora.

Anália relatou que, no começo, fez um estoque de leite para três meses, de acordo com o volume orientado pelo médico. Após os resultados positivos, começou a procurar mais doadoras para o projeto.

No BLH são realizadas atividades de triagem, seleção de doadoras e coleta do excedente lático das nutrizes, como são chamadas as mães em aleitamento.

Também é feito o controle de qualidade do leite doado, que é depois processado e distribuído aos recém-nascidos prematuros ou doentes internados no Hospital das Clínicas.

Segundo a biomédica e diretora técnica de saúde do BLH, Larissa Garcia Alves, diariamente 40 recém-nascidos, em média, recebem o alimento do Banco de Leite.

“Esses 40 bebês são beneficiados por meio de 130 litros de leite por mês.”

Referência no interior Por designação da Secretaria de Estado da Saúde e reconhecimento da Rede Nacional de Bancos de Leite Humano, o BLH de Ribeirão Preto é um centro de referência para os demais endereços do gênero localizados no interior de São Paulo.

Ao todo, 30 bancos de leite são ligados ao posto ribeirão-pretano. No Estado, existem 57 bancos, a maior rede estadual do mundo.

Como centro de referência, o BLH é responsável pelo treinamento, pela orientação e pela capacitação dos recursos humanos. Dispondo de laboratório credenciado pelo Ministério da Saúde, desenvolve, ainda, pesquisas operacionais com prestação de consultoria técnica.

Também como incentivo ao aleitamento, o BLH oferece orientações preventivas e curativas na assistência às intercorrências mamárias do período de amamentação, auxiliando as mães no acerto das práticas para os períodos de amamentação.

Uma das orientações é não usar mamadeiras e chupetas dentro dos hospitais.

“Entendemos que o uso desses itens aumenta as chances

de desmame precoce”, afirma a diretora do BLH. De acordo com a especialista, caso a criança tenha dificuldade na hora de pegar o peito, o leite materno é oferecido por meio de um copo apropriado.

“Se o bebê for prematuro, vai receber o leite por sonda”, fala Larissa.

Dentro do Hospital das Clínicas, as mães internadas também têm acesso às orientações. Larissa comenta que elas recebem suporte dos profissionais do BLH sobre como ordenhar a mama, realizar a coleta e fazer o armazenamento correto, levando alguns cuidados de higiene em consideração.

“A orientação acontece de quatro a seis horas após o parto, para estimular a glândula”, declara.

Doadoras A busca por novas doadoras é ainda mais difícil do que por doadores de sangue. “O doador de sangue tem um período longo para prestar sua contribuição, da maioridade até os 70 anos. Já a mãe pode fazer a doação apenas no período de amamentação”, diz Anália.

Além disso, os meses pós-parto costumam ser muito dispendiosos para as novas mamães, o que pode limitar ainda mais a disposição e o tempo para realizar a doação.

Anália relata que a busca por novas doadoras acontece todos os dias, pois é preciso substituir aquelas mães que já estão em fase final de amamentação.

Outro jeito de conseguir novas mães doadoras é por meio de campanhas de divulgação, visitas a maternidades e atendimentos particulares.

Para ser doadora A mulher deve estar amamentando, ter boa saúde e ter excedente de leite, além

de não possuir nenhuma doença infectocontagiosa.

Caso a mãe não tenha disponibilidade de levar o leite doado ao BLH, a equipe de profissionais se responsabiliza pelo transporte da doação.

São disponibilizados três tamanhos de frascos, e a doadora pode escolher quantos litros doar. A conservação do leite coletado é de até 12 horas, na geladeira, sem pasteurização. No freezer, o leite cru pode ficar armazenado por até dez dias.

Para a auxiliar de escritório Juliana Celestino Targa, a doação de leite já faz parte da sua rotina. Ela começou disponibilizando 200 mililitros, em setembro do ano passado, quando seu filho estava com dois meses.

Atualmente, chega a doar 1.820 mililitros.

“Acho importante doar leite materno, pois uma vida pode ser salva. Não podemos pensar que é só leite, porque é mais do que isso”, relata.

Mesmo tendo encerrado seu período de licença maternidade, Juliana continua encontrando tempo para colaborar. “Enquanto meu filho estiver mamando, pretendo seguir com as doações.”

Mãe de duas meninas, Valentina, de dois anos, e Maya, de apenas seis meses, a cirurgiã-dentista Isabela Pizarro Nassif D’Arco relata a emoção de ser doadora de leite.

“A minha relação com o banco de leite foi além do primeiro contato, quando passei a doar o excedente.

Afinal, precisei me adaptar às duas rotinas: a amamentar e a ordenhar”, conta.

Na primeira gravidez, Isabela doou leite por nove meses e, atualmente, continua doando, já que a pequena Maya está com seis meses. “É um ato de amor.

A importância maior desse gesto está no fato de que, através do meu leite materno, posso salvar vidas.” revista Barão de Mauá

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Foto: Laura Scarpelini

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Foto: Laura Scarpelini

Uma série da revista britânica “The Lancet”, publicada em 29 de janeiro deste ano, destacou o Brasil por iniciativas no aleitamento materno, regulamentação da lei de amamentação, licença-maternidade, hospitais Amigos da Criança e rede de bancos de leite.

De acordo com a publicação, em 1974 as crianças brasileiras eram amamentadas por 2,5 meses, em média.

Em 2006, esse número subiu para 14 meses, um salto de 39% na taxa de aleitamento.

Ao contrário do Brasil, a China teve redução de 5% na taxa de amamentação.

A evolução desses números no Brasil se deve às políticas integradas de incentivo à amamentação, pois crianças amamentadas por mais tempo têm melhor desenvolvimento intelectual — um aumento médio de três pontos no QI —, o que pode melhorar o desempenho escolar e, em longo prazo, aumentar sua renda.

Para a mãe, cada ano de dedicação à amamentação significa 6% menos chances de desenvolver um câncer de mama invasivo, segundo o estudo da “Lancet”.

A experiência do Brasil na promoção do aleitamento é destacada na publicação, que compara o progresso brasileiro frente aos EUA, Reino Unido e China.

De acordo com o Relatório Estado Mundial da Infância 2015, do Unicef, 68% das crianças brasileiras são amamentadas na primeira hora após o nascimento. Metade delas continuam sendo amamentadas até um ano, e 25% das crianças são amamentadas até os dois anos de idade.

Partilhando dos resultados positivos, a criadora do BHL de Ribeirão Preto fala que a amamentação é fantástica. “O leite materno possui muitas substâncias nutritivas, que não se encontram em nenhuma outra fórmula. Por isso, a amamentação favorece o crescimento e desenvolvimento da criança”, diz Anália.

Foto: Laura Scarpelini

Aleitamento materno

Ligações diárias podem ajudar no tratamento do diabetes Os pesquisadores dizem que 80% dos casos de diabetes poderiam ser evitados, se as pessoas tivessem uma alimentação saudável e o costume de praticar exercícios físicos.

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esquisadores da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo) realizaram uma pesquisa com pacientes diabéticos com o objetivo de determinar qual método de atendimento à distância contribuiria melhor para a saúde do paciente. Se ligações diárias ou envio de cartas uma vez por semana ou a cada 15 dias.

A pesquisa foi realizada com 63 pacientes. Um grupo com 36 pessoas recebia ligações de enfermeiros sobre como cuidar da saúde, praticar exercícios físicos, melhorar a alimentação e o planejamento com os medicamentos.

Os demais pacientes recebiam essas informações através de cartas. A pesquisa mostra que todas as 36 pessoas apresentaram um índice quantitativo na recuperação, enquanto os outros pacientes tiveram uma melhora proporcional devido ao tratamento.

O diabetes é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina (hormônio produzido pelo pâncreas, que permite a entrada de glicose nas células para ser transformada em energia) ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos, causando um aumento da glicose (açúcar) no sangue.

O paciente William de Jesus, 27, descobriu que possui a doença há alguns anos e conta que a pesquisa é boa, mas acha que não funcionaria com todas as pessoas. “É uma ideia boa, mais

não sei se funcionaria com os jovens, talvez com os mais velhos. Os jovens não teriam paciência em receber ligações e muito menos cartas de como se cuidar.”

Ele afirma que o melhor tratamento seria se as consultas fossem mensalmente e não a cada quatro meses. “O melhor mesmo seria se as consultas fossem mensais e não de quatro em quatro meses. Eu acho quatro meses muito tempo de espera”, declara.

A professora e pesquisadora da USP Carla Teixeira explica que as consultas variam de acordo com a saúde do paciente.

De acordo comela, o resultado do exame hemoglobina glicada (exame que diagnostica o índice da doença) fica pronto em três meses.

“O controle do diabetes é mensurado principalmente com a hemoglobina glicada, que muda de três em três meses. Se o paciente estiver controlado, não há necessidade de exames laboratoriais mensais.”

A pesquisadora concorda com o paciente William de Jesus.

“Realmente, essa pesquisa ajudará mais aos idosos do que aos jovens.

O idoso se sentirá mais acolhido e sentirá que nós nos preocupamos com ele, enquanto o jovem tem a preocupação voltada para as consultas.”

Os pesquisadores dizem que 80% dos casos de diabetes poderiam ser evitados, se as pessoas tivessem uma alimentação saudável e o costume de praticar exercícios físicos.

Evelyn Teixeira

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Obesidade ainda é um grave problema no Brasil As principais causas da doença estão relacionadas à má alimentação e à falta de exercícios físicos O problema é antigo, mas a doença ainda é recente na vida de milhares de brasileiros.

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FRANCIELE AURÉLIO ma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em 2015 revela que o índice de brasileiros acima do peso está em crescimento. São 52,5% da população adulta acima do peso e, desta parcela, 17,9% estão obesos.

Os fatores principais que contribuem para essa ascensão são má alimentação, sedentarismo e falta de cuidados com a saúde. A vida moderna, corrida, e a facilidade de se ter todo tipo de comida ao alcance faz com que as pessoas se preocupem cada vez menos com os hábitos saudáveis.

Segundo o médico en-

docrinologista Thiago Hirose, a obesidade se caracteriza pelo acúmulo de gordura corporal em áreas centrais (região do abdômen).

A doença ainda pode ocasionar problemas como pressão alta, diabetes, colesterol, apneia do sono, transtornos ortopédicos, sem contar o alto risco de câncer.

A estudante de direito Beatriz Custódio, 21, enfrentou o sobrepeso, adquiriu hábitos saudáveis e mudou totalmente sua rotina. “Eu era viciada em doces e me alimentava totalmente errado. Meu peso subia cada vez mais e, se eu não fizesse algo, certamente colocaria minha saúde em risco. A partir de uma amiga, comecei a praticar atividade física e

a comer corretamente. Já consegui perder 11 quilos, mas quero perder mais’’, conta.

Conscientização Para Hirose, é necessário haver uma conscientização na população como forma de alerta em relação aos números de obesos que não param de crescer. “É imprescindível que as escolas, a saúde pública, os profissionais da saúde e nós mesmos busquemos informações para aprender e ensinar, com pequenos gestos e atitudes que podem mudar esse perfil da população.

A tarefa não é fácil devido aos padrões de vida atuais, mas também não é impossível”, comenta.

O publicitário Rafael Ribeiro dos Santos, 27, começou a ganhar peso na fase da adolescência, quando morou por um tempo fora do país.

Nessa época, passou a consumir grande quantidade de fast-food. Quando voltou, se tornou pai e casou. A partir disso, o peso começou a subir cada vez mais.

“Quando me dei conta de que não conseguia subir uma escada e até mesmo não conseguia carregar uma compra, me liguei que precisava mudar meus hábitos de vida. Iniciei uma dieta e hoje pratico exercícios físicos regularmente. Minha qualidade de vida e meu bem-estar estão em perfeita harmonia. Não troco isso por nada.”

10 Mandamentos da boa alimentação:

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Por Laura Scarpelini

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Cuidados de idosos: Profissão e acompanhamento

e acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que até 2050 o número de pessoas com 60 anos no mundo passe de 12,3% para 21,5%. No Brasil, nos próximos 35 anos, os idosos devem passar de 12,5% (23 milhões) para 30% (64 milhões) da população. Caso essa estimativa se concretize, o País tende a se tornar uma nação de idosos.

Cuidar de um idoso não é apenas dar banho, alimentar ou suprir a falta da família. Segundo a psicóloga especializada em psicologia do envelhecimento Neide Azevedo Dezen de Queiroz, o cuidador de idosos é uma pessoa que auxiliará e suprirá a incapacidade funcional temporária ou definitiva do idoso. “Entendemos por capacidade funcional a condição do indivíduo para realizar as atividades da vida diária, de menor ou de maior complexidade. Portanto, o cuidador poderá estar ao lado de um idoso independente, semi-dependente ou totalmente dependente”, explica.

Ela relata ainda que existem dois grupos de cuidadores de idosos, que são os cuidadores informais e os cuidadores formais.

O cuidador informal é aquele que cuida por algum vínculo social, quando na maioria das vezes são pessoas da própria família, que

tem algum carinho, afeto ou generosidade pelo idoso.

Já o cuidador formal são aqueles que se capacitam tecnicamente para atender as necessidades das pessoas mais velhas, ou seja, são profissionais que realizam atendimento em forma de prestação de serviços.

“Infelizmente ainda não podemos dizer que nossa população está orientada a como buscar informações para diminuir os riscos de acidentes e de maus-tratos, o que é comum até hoje”, diz.

Desafios São necessários estímulos para manter a maior funcionalidade possível do idoso. “Mudança no comportamento do idoso é sinal de alerta para muitas possibilidades, como introdução ou suspensão de medicamentos, infecção urinária, pneumonia, desidratação, constipação intestinal, problemas cardíacos, perda de ente queridos, brigas, mudanças de ambiente e até maus-tratos”.

A qualquer mudança de comportamento observada, o cuidador deverá comunicar os responsáveis ou agentes de saúde. “O idoso deve ser visto exatamente como uma pessoa atuando em ‘uma fase da vida’, como todas as outras fases. Ele não deve ser comparado a uma criança, pois tem a sua bagagem e carrega uma história de vida”, comenta a especialista.

Neide diz ainda que conservar a independência, a autonomia e a autoestima são condições primordiais para

os idosos. “Escolher entre duas peças de roupa, nesta fase, é autonomia, ver o rosto barbeado é autoestima, conseguir lavar parte do seu corpo é independência”.

Ela completa que é preciso deixar que o idoso exerça as funções que ele consegue, e que o excesso de cuidado pode ser prejudicial, causando mais limitações e comodidade.

Oficina do Cuidado Com o intuito de orientar e encontrar cuidadores de idosos, Neide e sua filha, Paula Dezen de Queiroz Ferreira, fisioterapeuta especializada em fisioterapia geriátrica, resolveram criar uma empresa que pudesse ajudar famílias a encontrar pessoas que atendessem idosos em suas necessidades.

Paula conta que a Oficina do Cuidado teve início em 2011, quando ela e sua mãe começaram a perceber a demanda por cuidadores de idosos, já que ambas trabalhavam com pessoas mais velhas.

“Nossa ideia primária foi como ajudá-los, orientar aquelas famílias a encontrar pessoas adequadas, que os deixassem mais seguros. Assim, montamos nosso primeiro projeto e fizemos dele nossa missão empresarial, que é qualificar o cuidado recebido pelo idoso em qualquer nível de dependência, por meio de um atendimento humano e personalizado”, relata.

A fisioterapeuta diz ainda que no primeiro contato com a família deixa claro que a

Oficina do Cuidado não é um serviço dehome care, pois são as famílias que formalizam a contratação e registro dos cuidadores selecionados.

Além das informações prestadas da empresa, são oferecidos mensalmente cursos de capacitação para cuidadores de idosos e módulos de capacitação multiprofissional.

“Os cursos de capacitação são ministrados por profissionais de diferentes áreas da saúde, como psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiras, dentistas, terapeutas ocupacional, nutricionistas e gerontólogas”, comenta.

Outra proposta da empresa é a Oficina Ativa, onde um ou mais profissionais formam grupos de dez idosos para execução de um projeto, como atividades de alongamento, relaxamento e fortalecimento para os idosos.

A especialista em psicologia do envelhecimento completa que a velhice é grande fase da vida, quando o ser humano está mais preparado, mais sábio, menos preconceituoso, aceitando as pessoas como elas são na sua essência.

Por isso, ela diz que os cuidadores de idosos devem ajudar o idoso a praticar atividades agradáveis, que são por prazer, proporcionar estabilidade emocional, preparar alimentos pelo gosto e saúde e estimular o contato social.

“As palavras atenção, sossego, paz e respeito são muito importantes para a saúde emocional dos idosos”.

Inspiradas na tarefa, mãe e filha criaram empresa que orienta nos cuidados à terceira idade 20

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Nayara Barillari

O

O Amor entre homem e cão Esta relação funciona como amor a primeira vista.

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vínculo especial que existe entre o homem e seu melhor amigo, o cão, é construído através de um processo hormonal existente em todos os seres humanos, o olhar. Esta relação funciona como amor a primeira vista.

O pesquisador chinês Miho Nagasawa, da universidade de Azabu, comprovou cientificamente que essa troca de olhares entre o homem e o cachorro libera a toxina chama “hormônio do amor” existente nos laços entre pais e filhos.

O estudo, publicado em 2016, foi realizado com vários cachorros e seus donos em um quarto e foi documentado as interações entre eles durante trinta minutos. O resultado foi divulgado na revista “Science”.

Outro fator responsável pelo afeto imensurável é a ocitocina, um hormônio liberado pelo cérebro que faz o reconhecimento de vínculos sociais, relações e confiança.

Essa toxina é muito comum nas mulheres, principalmente na hora do parto.

Para o psicólogo Leonardo Affonso, de Ribeirão Preto, o vinculo acontece por conta de dois fatores, afetividade e confiança. “O cachorro não fala, o cachorro não discorda,

o cachorro é submisso, te passa sensação de conforto, e se você educá-lo como uma criança, ela vai agir como uma criança.”

Affonso ainda ressalva que psicologicamente o ser humano precisa sentir-se seguro e confiante. “Mas isso [segurança e confiança] não é possível é sozinho, é possível ver as relações interpessoais, dificuldade de se relacionar, se expressar, de absorver expressões emitidas por outras pessoas. São fatores que levam os humanos a tratarem os cachorros como filhos.”

Para a gerente de informática Vanessa Almeida, moradora de São Paulo, o tratamento de mãe e filho com os cachorros é normal, já que ela nunca teve o sonho de tornar-se mãe, então, ela e o marido decidiram adotar Sushi, um buldogue francês de um ano e sete meses, e Temaki, um vira-lata de um ano e três meses.

“Não me falta nada.

A necessidade de cuidar de alguém foi transferida totalmente para eles. Corro para casa depois do trabalho só para vê-los. Temos até guarda compartilhada com a avó do meu marido. Eles ficam por uma semana na casa dela a cada mês. Podem achar loucura, mas por eles só o melhor”, afirma.

O técnico em TV ribeirãopretano, Osmar Nemoto

Junior, afirma que a cadelinha Hilary, de três anos, é um membro da família. “Ela é o xodó da casa e o apego que nós [família] temos por ela é indescritível, é como se fosse uma criança.”

Marlus Mazer, médico veterinário de Ribeirão Preto, diz que esse tratamento diferenciado entre donos e animais de estimação não é bom psicologicamente para os cães, já que muitos deles começam a ter uma atitude possessiva com os donos e os pertences.

“Sou a favor de um tratamento diferenciado para os cães, com muito amor e carinho, mas sou contra educar um cachorro como filho, pois os mesmos podem ficar muito agressivos e possessivos.”

Mesmo sabendo dessas consequências, a dona de casa, Sandra Cristina da Silva, moradora de Caldas Novas, Goiás, não abre mão de mimar seus cães. “Independente do que falem, para mim filho de quatro patas ou duas pernas são os mesmos, o coração que decide como você deve se relacionar com as pessoas.”

Uma pesquisa realizada pelo IBGE, publicado em 2015, revela que no Brasil o número de famílias que criam pelo menos um cachorro é maior do que o de famílias que têm crianças. São 52,2 milhões de cães e 44,9 milhões de crianças no País.

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Ferromodelismo: hobby e profissão Para algumas pessoas o lazer se tornou ofício e fonte de renda

Karen Fabiane

O

s benefícios que a prática de um hobby pode trazer para algumas pessoas é muito significativa, seja para fugir da rotina, esquecer os problemas ou apenas realizar um sonho de infância. Existem cada vez mais adeptos de alguma atividade exercida exclusivamente como forma de lazer.

No caso do ferreomodelismo, um hobby que envolve miniaturas de modelos de transporte ferroviário como trens, bondes, cenários, entre outros, em escala reduzida, a paixão ultrapassada qualquer barreira.

As primeiras miniaturas de trens de que se tem notícia foram fabricadas por artesãos alemães na década de 1830. Peças fabricadas em folha de flandres ou 24

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simplesmente flandre, um material laminado de estanho formado por ferro e aço de baixo teor de carbono revestido com estanho.

Para o advogado Adriano Liubsevicius, de 27 anos, que trocou a carreira no direito para se dedicar à construção de maquetes de ferromodelismo, o hobby se tornou um ofício desenvolvido com muito carinho por ele.

“Desde pequeno as ferrovias me chamavam a atenção. Viajava muito de trens de passageiros.

O último percurso que fiz sobre os trilhos saiu de Marília e seguiu até São Paulo. Na época eu tinha por volta de 15 anos, foi quando conheci as miniaturas. Fiquei fascinado, porém não pude comprar. Há nove anos adquiri o tão sonhado kit Meu Primeiro Trem”, afirma.

Segundo ele, tudo começou com uma pequena maquete em seu

quarto e que depois de algum tempo a coleção só cresceu. “Sempre fui detalhista, gostava de pintar e construir. Fui aprimorando e aumentando minha maquete. No final, meu dormitório perdeu lugar para a atual, que ocupa o cômodo inteiro.”

Atualmente o advogado possui diversos modelos, entre eles 20 locomotivas e cerca de 200 vagões, além de outras peças.

Mulheres conquistam espaço Edna Stella é auxiliar de montagem em uma empresa que fabrica miniaturas de trens. Antes de ter contato com ferromodelismo ela trabalhava em lojas de outros segmentos.

“Não conhecia a rotina de uma fábrica. Fiquei muito surpresa quando cheguei. Não tinha ideia de como seria reprodução de um vagão ou de uma locomotiva. Agora já estou bem adaptada. A

cada dia é uma nova descoberta.”

Na opinião de Edna, a mão de obra feminina é valiosa e fundamental na linha de produção.

“Algumas peças são muito delicadas. Não é que o homem não seja cuidadoso, mas a mulher sabe medir a força que tem nas mãos para encaixar pedacinhos pequenos sem quebrar ou para fazer um retoque com delicadeza. Ser mulher no processo de montagem é um diferencial.”

Edna conta sobre o interesse do filho de apenas três anos e dos amigos pelo seu trabalho. “Ele me questiona sobre a minha rotina na fabricação das miniaturas. Adoro explicar o que faço para meus familiares e amigos. Eles acham que é outro mundo, totalmente diferente do que vivem.

Explico o dia a dia e eles se encantam.” revista Barão de Mauá

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Amanda Vaz

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Nova lei define o papel das escolas no combate ao bullying

Equipe pedagógica e docentes serão responsáveis por atividades que visem a prevenção e o combate ao bullying

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o mês de fevereiro entrou em vigor a nova lei antibullying, que foi sancionada pelo congresso no dia 06 de novembro do ano passado.

A lei foi intitulada como Programa de Combate à intimidação sistemática e tem como objetivo principal definir o papel das escolas no combate a essa prática.

A nova lei esclarece que as escolas deverão capacitar docentes e equipes pedagógicas para que eles possam desenvolver atividades de prevenção e combate ao bullying.

Em Ribeirão Preto temos um exemplo de sucesso, o Colégio Ateneu Barão de Mauá possui uma parceria com o Programa Escola da Inteligência.

As atividades realizadas dentro do Programa ensinam as crianças a aprenderem sobre as diferenças e como conviver com elas. A parceria já dura quatro anos e mostra resultados positivos.

“Depois da introdução do Programa Escola da Inteligência percebemos que os alunos estão mais seguros em suas atitudes e mais críticos em suas ações”, afirma a diretora do Colégio, Vera Carlotti.

Mas nem todas escolas possuem profissionais capacitados para combater esse tipo de violência. Sofia Gomes (nome fictício) estuda no 6º ano do ensino fundamental em Ribeirão Preto e conta que já sofreu muito com o bullying.

“Estudo em uma escola particular mas tenho uma bolsa de estudos, sofro bullying porque não tenho o mesmo nível de vida dos meus colegas, me xingam porque sou pobre”, declara a aluna.

O bullying é o assédio moral que ocorre nos mais diferentes ambientes do escolar ao de trabalho, é a vi-

olência repetida e continuada contra uma pessoa.

“As agressões começam com algo aparentemente inofensivo, com brincadeiras de péssimo gosto, que passa pela degradação da pessoa e em muitos casos chegando a violência física”, conclui o sociólogo Wlaumir Souza.

A psicóloga Paula Ferraresi trabalha no Instituto de Análise do Comportamento em Estudos Psicológicos o IACEP. Ela esclarece abaixo as consequências psicológicas para uma pessoa que sofre com o Bullying: Autoestima e autoconfiança As crianças ou até mesmo os adolescentes ficam com sua autoestima baixa e perdem sua autoconfiança diante das outras pessoas.

Relacionamento interpessoal Quem sofre bullying acaba se tornando uma pessoa retraída, acuada, com habilidades sociais muito baixas, que possivelmente vão apresentar dificuldades nas relações interpessoais.

Personalidade em Formação Nesta faixa etária a personalidade ainda não está definida e alguns desses danos podem acompanhar a vítima até a vida adulta.

Hoje vítima amanhã agressor Estudos mostram que crianças que sofrem de maus tratos podem se tornar potenciais agressores no futuro.

Doenças graves A longo prazo o bullying pode trazer consequências mais graves como, depressão, transtornos de ansiedade, síndrome do pânico e transtorno de estresse pós-traumático.

Pode levar a morte Em casos mais graves de bullying, pode levar a homicídio ou suicídio. revista Barão de Mauá

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Crise econômica chega ao setor de imóveis, mas abre boas chances para os negócios Preço médio do metro quadrado caiu 6% em Ribeirão em relação ao ano de 2015; queda das vendas ampliou as ofertas

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revista Barão de Mauá

Por: Josi

O

ano de 2016 começou com queda de preços no setor de imóveis.

De acordo com um estudo divulgado recentemente pelo Boletim Construção Civil do Ceper/Fundace, o preço médio do metro quadrado caiu cerca de 6% no período de janeiro de 2015 a janeiro de 2016.

Em 2015, o valor médio do metro quadrado era pouco mais de R$ 4050,00. Já neste ano o valor caiu para R$ R$ 3.800,00.

Segundo dados coletados pelo aplicativo Zap Imóveis, os reflexos da crise econômica, apontou que a queda foi mais acentuada a partir do 4º trimestre de 2015, atingindo em maior proporção os apartamentos.

A pesquisa evidenciou que há uma oscilação de preços entre os bairros do município, inclusive em uma mesma localidade, como a Zona Oeste que registrou ao longo de um ano as maiores valorizações e desvalorizações. Enquanto o bairro Vila Monte Alegre tem maior valorização, com 29,3%, o Jardim Dr. Paulo Gomes Romeo, tem a desvalorização de -32,8%.

Com os bairros da zona leste o episódio se repetiu, ao passo que o Jardim Pedra Branca teve o preço do metro quadrado elevado com 28,2% o Jardim Mundo Novo atingiu a desvalorização de -23,9%.

Já zona norte tem como o bairro mais valorizado o Jardim Mosteiro (20,1%) e com maior desvalorização o bairro Presidente Dutra (-19,8%).

O pesquisador Luciano Nakabashi, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP/Ribeirão, afirma que a queda do metro quadrado é mais uma consequên-

cia do que uma causa. “Ela é consequência da queda da demanda que foi muito superior ao ajustamento da oferta, elevando os estoques e a velocidade de vendas. Essa queda da demanda está relacionada ao aumento dos juros, queda do emprego e do salário real dos trabalhadores”.

Devido a essa queda os especialistas apontam que o cenário de crise na economia do país mudou as estratégias de negociação do mercado imobiliário de Ribeirão Preto (SP).

Para o pesquisador, o momento é propício para adquirir um imóvel novo, pois o poder de negociação está com o comprador. Com o cenário de crise na economia do país é possível negociar descontos bem interessantes na hora da compra.

Já para quem deseja comprar um imóvel usado, a melhor opção é esperar, porque a tendência é que nos próximos anos os preços aumentem menos que a inflação.

A diminuição nos preços e a maior disponibilidade em facilitar as formas de pagamento, fez com que a moradora Daiane Almeida Nosulea, enxergasse na redução dos preços a oportunidade de fazer um bom negócio.

“A queda do metro quadrado indicou que é o momento certo para fechar negócio.

Faz tempo que venho pesquisando os preços para fazer um bom investimento e realmente neste ano percebi que as ofertas aumentaram”, explica.

Na hora da compra o corretor de imóveis Alberto Mazer, admite ter preferido receber 10% menos para não perder a venda.

“A crise econômica nos obrigou a aceitar algumas condições que em anos anteriores eram inaceitáveis, mas que em tempos de crise foi necessária uma adequação”.

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Josi Silva

Em tempos de crise Incubadoras de empresas ajudam quem está começando no mercado

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cenário econômico é desanimador, aumento das taxas, contribuições, juros elevados e muita burocracia.

Mas, a boa notícia é que novas alternativas para aprimorar os negócios estão surgindo para dar suporte a quem deseja iniciar seus primeiros passos empresariais. É por isso que os pequenos empreendedores enxergam nas Incubadoras de empresas a chance de uma sobrevivência mais alta no mercado.

De acordo com estudos realizados pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), apenas 20% das empresas que passaram por um período de incubação faliram, um número bem inferior à taxa de mortalidade registrada por micro e pequenas empresas em geral, conforme resultados de estudos divulgados pelo Sebrae – 30% nos primeiros dois anos.

A oferta de serviços das incubadoras fez com que o empresário Gustavo Martins optasse pela utilização do suporte. Para ele as incubadoras reduzem os esforços

necessários para iniciar a empresa, auxiliando o empresário com vários tipos de apoio.

“As incubadoras ajudam a olhar o negócio de forma ampla, fornecendo um panorama administrativo e comercial importante. Outro aspecto que abrange o mundo das incubadoras, mencionado por Martins, é o fato de a empresa ter mais visibilidade e credibilidade diante de possíveis investidores”, afirma.

Martins, criou um software que fornece o perfil dos consumidores. Com base nessas informações as empresas que contratam esse tipo de

serviço podem alavancar as vendas. Desde 2014 o empreendimento caminha sozinho sem o suporte de uma incubadora. O investimento inicial foi de mais de R$ 200 mil. Hoje, o crescimento da empresa é de 30% ao ano – com rentabilidade de 15%, e já triplicou o valor aplicado.

Com todo apoio fornecido pelas incubadoras, não é difícil perceber que esse suporte se tornou uma eficaz alternativa para ajudar sua empresa.

O apoio pode ser o impulso que faltava para que o seu empreendimento obtenha a colocação mais adequada no mercado.

Processo de incubação é um dos mais eficazes mecanismos na formação de novos empreendimentos

Supera Parque na cidade de Ribeirão Preto - SP. 30

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Josi Silva

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Startup

um modelo de negócio regido pelos jovens

omandadas em grande maioria pelos jovens, as startups crescem em ritmo acelerado, levando ao mercado e aos consumidores ideias que antes não saiam do papel ou pareciam difíceis de serem realizadas. Atualmente elas movimentam cerca de R$ 2 bi na economia e se destacam pelo investimento inicial baixo.

A frente desses empreendimentos, 55% são jovens entre 20 e 23 anos, que possuem formação em áreas de tecnologia, marketing ou administração.

Em Ribeirão Preto existe uma startup que se destaca pela proposta e pela facilidade de acesso, o Beblue é uma aplicativo que tem como principal proposta devolver ao consumidor parte do valor gasto em compras no mesmo instante. Por meio de um aplicativo de celular com sistema que funciona de uma forma simples. O usuário baixa o aplicativo Bebluee cria uma conta cadastrando o número do CPF. “Além de fidelizar clientes, a Beblue fomenta novas vendas. Isso beneficia o parceiro credenciado e gera vantagem para o consumidor final, ainda mais em tempos de crise.

Não é programa de milhas, não é programa de vantagens, é dinheiro em caixa mesmo!”, afirma o fundador e CEO da Beblue, Daniel Abbud.

Cada vez que o consumidor utilizar o cartão de crédito ou de débito (MasterCard ou Visa), nos estabelecimentos da rede credenciada, ele receberá imediatamente o cashback (retorno de um percentual do valor pago) que será depositado automaticamentena sua conta Beblue. O valor é cumulativo, não expira e pode ser usado para novas compras dentro da própria rede credenciada.

O criador do Beblue declara que no decorrer dos últimos anos observou modelos de negócios de descontos e notando que a maioria acabava criando atritos entre o consumidor e estabelecimentos parceiros. “Toda a experiência acumulada no setor de cupons e descontos virou combustível para criarmos um modelo muito mais amigável e que proporciona ao usuário uma experiência transparente e mais vantajosa”, conta.

Incubadoras Atualmente existem empresas que ajudam este modelo de negócio, desenvolvendo ideias promissoras, ajudando em sua colocação no mercado. Conhecidas como aceleradoras de startups, elas estão em busca de ideias inovadoras e que possam facilitar a vida dos usuários.

O cenário do empreendedorismo digital se amplia cada vez mais no País, em um levantamento realizado pela da Associação Brasileira de Startups (AB Startups) indica que hoje há em torno de 10 mil pequenas empresas do segmento em atividade no Brasil.

A frente desses empreendimentos, 55% são jovens entre 20 e 23 anos 32

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Evelyn Teixeira

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ONG

de Ribeirão Preto proporciona projetos de empreendedorismo Com o projeto de criar uma doceira, organizadores do ICC dão aula sobre empreendedorismo 36

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Instituto Crescer Cidadão, de Ribeirão Preto, desenvolve desde o ano passado o projeto de empreendedorismo para crianças e adultos. Os jovens, as aulas servem de incentivo para o futuro, já para os adultos, as aulas são para poderem criar seus próprios negócios.

Essa ideia ocorreu com o alto índice de desemprego no Brasil, os diretores da ONG perceberam que havia vários pais dos alunos desempregados e resolveram criar este projeto, que permite aumentar a renda familiar.

Os alunos aprendem na prática todos os passos para abrir um negócio, por exemplo, uma confeitaria, além disso, os alunos aprendem a calcular os custos e o lucro que terão. “Cada aluno assume uma função: desde aprender a receita até calcular os custos de produção. Depois, todos os dados são passados para o computador, para análise. O objetivo é mostrar para eles que existem maneiras para desenvolverem seus próprios negócios, uma das possibilidades para a carreira e principalmente, aumentar a renda familiar”, explica Adriana Fernandes, Diretora do ICC. Na oficina, além de cozinhar os estudantes aprendem

história e matemática, conhecendo as origens e regiões de cada prato. “No início das aulas, notamos que os alunos tinham dificuldades com os números, então passamos a inserir a matemática nas aulas, além do contexto histórico de cada prato, acho que torna as aulas mais interessantes.” Comenta Adriana Fernandes.

No ano passado, os alunos mais jovens que participam da capacitação, realizaram uma visita ao Centro Universitário Barão de Mauá. Os veteranos de gastronomia ensinaram os jovens a produzirem pizza. Para as crianças foi uma experiência incrível, pois conheceram um local diferente onde ensinaram a cozinhar e ainda aprenderam um pouco sobre a massa italiana. Thauany Claudino, de 14 anos, conta o que achou da visita. “Adorei a visita, eu não gostava de cozinhar, mas meus pais me incentivaram a participar da capacitação e quando eu conheci a faculdade de gastronomia eu adorei. Já sei qual será meu futuro.”

Os alunos possuem também aulas de informática.

Os adolescentes têm essas aulas em conjunto com outras oficinas, como a de empreendedorismo, aprendendo que o computador é uma das formas de trabalho. As crianças que possuem pouca idade ainda estão aprendendo a utilizarem os computadores, para elas são apenas formas de diversões.

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Escola de futebol em Ribeirão Preto oferece atalho para intercâmbio nos EUA

Parceria firmada entre Olé Brasil e a Universidade americana Darlington School visa colocar jovem atleta brasileiro no exterior por duas semanas; período pode ser prolongado e estudante pode até ganhar bolsa de estudo

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Gabriel de Faria

C

onseguir uma bolsa de estudos nos Estados Unidos é o grande sonho de muitos jovens brasileiros e em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, existe um atalho para alcançar essa ambição.

A escola de futebol Olé Brasil e a Darlington School, localizada no município de Rome, estado da Georgia, nos EUA, mantêm uma parceria desde 2014 na qual jovens atletas brasileiros são selecionados para tentar uma bolsa no país norte-americano.

“Nós fazemos todo ano uma seleção. Vem um treinador americano assistir ao treino, avalia e vê quem tem condições, selecionando alguns meninos para passarem duas semanas lá. Técnicos de outras universidades vão assistir aos treinos, avaliam os melhores e selecionam os melhores oferecendo uma bolsa de estudos”, disse Maurício Ciciarelli, diretor da escola Olé Brasil.

Para conseguir uma vaga

entre os selecionados, o atleta precisa corresponder a cinco requisitos: ter idade entre 13 e 20 anos, ser um bom jogador, falar pelo menos o básico em inglês, gostar de estudar e ter o dinheiro para pagar as duas semanas de estadia, já que o projeto não banca o valor gasto pelo aluno.

“O objetivo é conseguir a bolsa para ficar nos EUA. Você corre o risco de não conseguir ficar lá, mas você tem a chance de ficar e conseguir a bolsa”, afirmou o diretor.

Em julho, oito jogadores, selecionados em 2015, terão a oportunidade de passar esse período no exterior.

Segundo o diretor, o jogador que agradar aos técnicos americanos, recebe de 10% a 80% da bolsa para entrar na faculdade do país.

“Sempre chegam as propostas de 10% a 80% de bolsa. Eles têm esse interesse e podem bancar essas bolsas, porque o futebol é um esporte que está crescendo no país, existe muita divulgação, e o brasileiro tem um diferencial no futebol.”

A próxima seleção acontece em novembro, quando novos atletas serão indicados para concorrer às bolsas de estudo em 2017.

Barrado no visto Em 2015, quando tinha 18 anos, Pedro Achê foi selecionado e passou as duas semanas nos EUA. Ele ficou hospedado na Shorter Unifersity, na mesma cidade da Darlington School.

“Eram dois treinos por dia. Um durante o período da manhã e o outro no final da tarde, em que nosso grupo de jogadores era observado e avaliado por técnicos das universidades e escolas”, disse Achê.

Retornando ao Brasil, recebeu quatro propostas, todas em torno de 70% do total da bolsa. Após escolher a Darlington School, comprou as passagens e se programou, mas se viu impedido de ir por questões burocráticas.

“Escolhi ir pra Darlington, comprei as passagens e

quando só faltava chegar o I-20 (visto de estudante) para ir, ele foi negado pelo governo dos EUA, e eu acabei ficando no Brasil. Simplesmente foi negado e não soubemos de mais nada”, disse.

Desanimado após o acontecimento, Achê diz que tudo isso ficou no passado, mas admite a chance de voltar ao país.

“Ficou no passado, claro que ainda existe a chance de eu voltar, mas desanimei demais com o que aconteceu e acabei me adaptando ao cursinho no Brasil, provavelmente farei faculdade aqui mesmo.”

Apesar da frustração, o estudante fez um balanço positivo das duas semanas que passou nos EUA. “A experiência foi sensacional, desenvolvi mais meu inglês, conheci pessoas de diversos países, aprendi muito sobre a forma com que eles treinam os jogadores e entendi como funcionam as universidades e escolas americanas, que têm uma estrutura fantástica.”

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O esporte na vida de um cadeirante

Juan Gonçalves de Souza, de 25 anos, viu sua vida mudar após sofrer um grave acidente e ficar paraplégico. Hoje, o estudante enxerga benefícios na natação e no crossfit Gabriel de Faria Silva

A

vida de uma pessoa pode mudar muito quando ela começa a praticar esportes.

E foi assim que aconteceu com o estudante Juan Gonçalves de Souza, de 25 anos. Cadeirante há três anos, Souza viu muita coisa se transformar no seu dia a dia após ter contato com a natação e o crossfit.

“Entrei para o mundo do esporte após ter passado pelo Hospital Sarah, em Brasília.

Voltando para Ribeirão comecei a praticar natação e crossfit. Mudou muita coisa na minha vida, como autoestima, a socialização que o esporte promove que é incrível. Sem falar na minha saúde, condicionamento físico e a mobilidade de cadeira. Esporte é

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bom em tudo”.

Juan trabalhava como auxiliar administrativo, até que no dia 20 de junho de 2013, com 22 anos de idade, Souza sofreu um acidente. A moto em que dirigia se chocou com um carro e, na batida, quebrou a coluna vertebral, esmagando a medula óssea. Ele confessa que, antes do acidente, não tinha contato com esporte.

“Não praticava nada, era um verdadeiro sedentário. Só estudava e trabalhava”.

Em sua recuperação em Brasília, Souza aprendeu mais sobre o que o acidente tinha lhe causado e teve contato com alguns esportes paraolímpicos, como canoagem, basquete e natação.

Assim, começou a praticar a natação e hoje também pratica crossfit para cadeirantes, um esporte que vem crescendo no Brasil, onde o atleta

precisa unir força e condicionamento físico, utilizando movimentos funcionais que proporcionam a melhora de todas as capacidades físicas como força, resistência muscular, flexibilidade e agilidade.

A categoria para cadeirantes nesse esporte ainda não existe oficialmente no país, mas está sendo criada, inclusive com a ajuda do estudante. “Não existe no Brasil a nossa categoria, estamos implantando. Até hoje só teve um torneio, realizado em São Bernardo do Campo, que eu participei”.

O torneio em que ele se refere é o Primeiro Game de Crossfit Adaptado, que contou e premiou atletas de todo o país. Souza foi o único atleta da região de Ribeirão Preto a participar dessa competição.

Além dos esportes, Souza ainda dedica um tempo para

estudar. Hoje, ele está no segundo ano de Educação Física e já tem uma ideia do que vai fazer quando se formar.

“Ainda não tenho algo totalmente definido, pois muita coisa muda durante o curso.

Mas eu quero trabalhar com deficientes também, usar o esporte como reabilitação, socialização”.

O estudante diz que voltará para a sua função de auxiliar administrativo em breve, e conciliará o trabalho com os estudos. “A empresa já está se adaptando. Em breve voltarei.”

O atleta aproveita para dar uma dica às pessoas que são sedentárias, assim como ele era antes do acidente. “Todas pessoas deveriam cuidar mais de si. Praticar algum esporte, correr no parque, cuidar da saúde, pois é nosso bem maior”.

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Uma nova história sobre o passado e futuro da natureza humana

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ntender e explicar a história do planeta não é uma tarefa fácil, e geralmente são separadas entre disciplinas, que contam de uma maneira linear e direcionada ao seu segmento. “Sapiens: uma breve história da humanidade”, de Yuval Noah Harari, é um livro completamente diferente, pois utiliza da Macro história para contar a evolução humana.

O termo “breve” se aplica muito bem à obra, já que são 459 páginas explicando, de maneira criativa e inteligente, os mais de 70 mil anos da estadia dos Homo sapiens na Terra. O aspecto inovador se dá pelo uso da Macro história, que observa e correlaciona várias áreas, como a biologia, arqueologia, antropologia, economia, psicologia, filosofia e sociologia.

Yuval Noah Harari, 39 anos, doutor em História, pela Universidade de Oxford, e professor de História na Universidade Hebraica de Jerusalém, prova que Israel é um dos países com maior capacidade intelectual e científica. Sua obra, entrou para a lista de mais vendidos em mais de 40 países.

O livro é separado em cin-

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co partes, contendo gráficos e imagens, e dividido entre três grandes revoluções: a cognitiva, a agricultorial e a científica.

Com elas, é possível entender a existência da espécie, como foi possível sobreviver considerando todas as dificuldades existentes durante a evolução do planeta, mostrando aspectos de ciência, modificações anatômicas, da política, economia, desenvolvimento de técnicas, questões morais e de convivência.

A convivência é algo espetacular, que já te prende no início do livro. As explicações são intensas, mas simplificadas para o cotidiano, como quando ele explica sobre a alimentação, o abuso de calorias pode ser explicado a partir do DNA, que “ainda pensa que estamos em uma savana”. Outros aspectos desenvolvidos, considerando vários pesquisadores e teorias, são a quantidade de artefatos e material utilizado para sua produção, relações monogâmicas X poligâmicas, e até mesmo animais de estimação.

Harari não para nos dias atuais, em sua visão, é possível prever um evento épico, uma previsão do futuro ao qual a espécie Sapiens caminha. A evolução humana nos aproxima cada vez mais de nossos deuses, nos tornando obsoletos, “amortais” e, quem sabe, geneticamente modificados.

Foto: Luiza Grynfogiel

Luiza Grynfogiel

Foto: Luiza Grynfogiel

‘Sapiens: uma breve história da humanidade’ apresenta ao leitor um questionamento diferente sobre as ideias preconcebidas a respeito do universo

Acompanhe as mídias sociais do curso de Jornalismo do Centro Universitário Barão de Mauá

https://www.facebook.com/jornalismobaraodemaua/ http://jornalismo.baraodemaua.br/ revista Barão de Mauá

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Curso de Jornalismo:

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