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"Inovar não é mais uma opção, mas sim uma necessidade" - Anderson Trautman Cardoso

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SIMERS COMPLETA 90 ANOS COM PROGRAMAÇÃO ESPECIAL, LANÇAMENTO DE RÁDIO WEB E DIVERSAS HOMENAGENS

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A Entidade manteve a sua luta diária pela categoria médica

Secom/Simers

"INOVAR NÃO É SECOM/SIMERSMAIS UMA OPÇÃO, MAS SIM UMA NECESSIDADE" ANDERSON TRAUTMAN CARDOSO

Presidente da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul

Entrevista: Lucio Vaz

MÉDICOS UNIDOS Entidades médicas gaúchas unidas para comemorar os 90 anos do Simers ACERVO FEDERASUL

Apalavra de ordem na Federasul é inovação! Segundo o próprio presidente, Anderson Trautman, a pandemia serviu para acelerar ainda mais, processos e serviços, aumentando, de forma oblíqua as tendências de um mundo cada vez mais digital. Neste contexto, como não poderia deixar de ser, a Federasul, desenvolve um papel protagonista no meio empresarial. Através do projeto “Jornadas de Integração”, a Federasul discute com diversas lideranças, soluções para a retomada da economia e encaminha os relatórios à Presidência da República e ao Governo do Estado.

Anderson, que é um ferrenho defensor da educação, acredita que é o setor que mais está carente de inovação e, desta forma, não mede esforços em utilizar a Federasul como um palco amplificador para debater estas outras questões tão importantes ao desenvolvimento social. Nesta entrevista exclusiva, o presidente da Federasul detalha as estratégias e prioridades desta, que é uma das mais ativas representatividades rio-grandense, confira

O senhor afirmou, recentemente, que “o Brasil do agro é o Brasil que dá certo”. Além disso, é notória a importância que a atual diretoria tem dispensado ao setor. Fale-nos um pouco mais sobre esta postura, e de que forma as nossas lideranças políticas e econômicas poderiam explorar de forma mais produtiva o agribusiness?

Se há um Brasil que dá certo, certamente esse é o Brasil do agronegócio! Nosso agro quebra recordes de produtividade, alavanca o PIB, investe em pesquisa e tecnologia, inova e ganha, dia após dia, novos mercados. O agro se multiplica ao realizar grandes feiras de negócios que funcionam como verdadeiras vitrines da evolução que vemos no campo e que orgulham a todos os brasileiros. Em 2021, ano da retomada econômica, os números comprovam que temos motivos para nos orgulhar muito. A pujança da produção agropecuária, no RS, conforme a Radiografia da Agropecuária Gaúcha 2021 aponta que o valor bruto da produção agropecuária no Estado soma, por ano, R$ 91 bilhões. Se acrescentarmos a essa soma os setores de serviços e da indústria ligados ao agro, chegamos a R$ 189 bilhões movimentados por ano. Ou seja: cerca de 40% do PIB gaúcho, de acordo com os dados compilados pelo Governo do Estado.

O senhor tem promovido a participação mais ampla das filiadas, de formas distintas. Uma dessas formas é a Reunião de Integração. Quais as reivindicações e os temas mais recorrentes, entre os representantes das Associações Comerciais, e de que forma a Federasul pode agir para auxiliá-los?

Nossos encontros servem para uma troca de informações relevantes para a Federasul. Todos os setores, reunidos em busca de soluções para seus impasses. As reuniões servem como um termômetro para identificação dos problemas e possibilita o debate sobre alternativas. Nesse sentido, realizamos no primeiro semestre o projeto denominado “Jornadas de Integração”, no qual, em determinado dia e horário, também em formato virtual, reunimos lideranças das regiões para identificar os principais gargalos para a retomada do desenvolvimento no pós-pandemia, quais as soluções e onde buscar os recursos. Depois produzimos um relatório entregue às autoridades com os pedidos de providência. O relatório já foi entregue ao ministro da Infraestrutura e ao presidente da República, com as ações que dizem respeito ao governo federal. Em âmbito estadual, foi ao presidente da Assembleia Legislativa e ao governador. E podemos destacar que o principal assunto demandado nas reuniões, tanto de integração como nas jornadas, sem dúvida, é infraestrutura.

Em recente evento da Federasul, o economista chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, afirmou que a região sul do país terá um desempenho econômico melhor que o do Brasil, em 2021. Como o senhor analisa esta perspectiva, e quais os fatores que causaram tal prognóstico?

Novamente vamos falar sobre o agro, que tem se mostrado destacado em diversos pontos, tanto na produtividade, fruto da inovação e de novos processos, como na valorização das colheitas.

A falta de mão de obra capacitada em tecnologia no Brasil. Deixaram 350 mil vagas em aberto. Como resolver esta equação com a urgência e necessidade devidas. Em sua opinião, o que efetivamente poderia ser feito em relação ao tema?

Para a Federasul, há muito o que fazer, a começar pela educação.Debater alternativas é algo importante. Mas entendemos que precisamos ir além. Precisamos ampliar a formação de profissionais com habilidade para atenderem o mercado que está cada vez mais exigente, especialmente diante da digitalização nos modelos de negócio. Faltam profissionais qualificados e sobram vagas, o que é uma contradição para um país que tem mais de 14 milhões de desempregados. A saída é a educação, em todos os níveis.

Como a entidade analisa a privatização da CEEE e a possível privatização da Corsan. Existe um consenso em torno destes temas entre os membros da entidade?

A Federasul defende concessões, pri-

DE OLHO NO AGRIBUSSINES Nosso agro quebra recordes de produtividade, alavanca o PIB, investe em pesquisa e tecnologia, inova e ganha, dia após dia, novos mercados, afirma o presidente da Entidade, Anderson Trautman

A Federasul defende concessões, privatizações e parcerias para suprir as necessidades da população. Os altos investimentos exigidos tanto em energia, como no tratamento de água e esgotos são superiores ao que as estatais podem dispor

vatizações e parcerias para suprir as necessidades da população. Os altos investimentos exigidos tanto em energia, como no tratamento de água e esgotos são superiores ao que as estatais podem dispor. Os recursos privados podem colaborar para solucionar os graves problemas que ainda existem, e cumprir as metas dos novos Marcos Regulatórios. Ganha, com isso, a população que terá mais segurança na disponibilização de energia, menos desperdício de água e mais esgoto tratado, reduzindo, por exemplo, gastos com saúde pública que a falta de tratamento do esgoto traz.

A economia digital torna-se uma realidade cada vez mais cotidiana em nossas vidas. Quais as suas perspectivas em torno desta realidade, de que forma as empresas poderiam se beneficiar deste sistema e como a Federasul analisa esta tendência?

Não é por acaso que o tema prioritário de nossa gestão é a inovação. Todos os projetos desenvolvidos pela Entidade, atualmente, abrangem a matéria. Historicamente, grandes disrupções foram sucedidas por enormes reorganizações do mundo do trabalho. Os empreendedores sabem que vivemos uma mudança de era. O mundo já mudava rápido pela ampliação da automação, da evolução da internet das coisas, da utilização da inteligência artificial, dentre outras tendências. E tudo foi acelerado na pandemia. Inovar, no entanto, não é mais uma opção, mas sim uma necessidade para a perpetuidade das empresas. Nosso foco é incentivar a mentalidade inovadora nos empreendedores do Estado, não apenas buscando outras formas de gerir a empresa, de criar experiências diferenciadas para os clientes, de alterar processos de produção, mas a abertura para evoluir e permanecer atentos a novidades, estando conectados às transformações que ocorrem na nossa sociedade. Inovar é factível para todos os empreendedores. Por isso, o esforço da Federasul em aproveitar a oportunidade para aprofundar a discussão desse tema e contribuir, assim, com o desenvolvimento de nossa sociedade.

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