Zerbini: o Homem, o Cirurgião, Cientista

Ciclo de Exposições do Centenário da Faculdade de Medicina-USP

Ciclo de Exposições do Centenário da Faculdade de Medicina-USP

Zerbini: o homem, o cirurgião e o cientista A exposição “Zerbini: o homem, o cirurgião e o cientista” representa um momento especial da história da medicina paulista e brasileira. Em primeiro lugar, ao resgatar a biografia desse personagem que ficou internacionalmente conhecido por sua capacidade de trabalho e de formar equipes, marcando a vida de toda uma população necessitada de que seu coração batesse um pouco mais. Recuperando essa trajetória histórica, dá a ver como uma vida pode representar um determinado mundo, como um recorte, apenas uma parte do todo é capaz de fazer pensar sobre homens e mulheres no transcorrer do tempo.

Mas há aqui outro fato a considerar. O Prof. Zerbini nasce em 1912, como a própria Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo que mais tarde o formaria e, sem dúvida, o projetaria em seu percurso rumo à pesquisa, ao ensino e à assistência no campo médico-cirúrgico. E essa é uma outra perspectiva da exposição: encontrarmos esta instituição em sua formação e nas mudanças sofridas neste seu século de existência, também recortada pelas particularidades dos momentos históricos e dos personagens envolvidos.

1912-2012: datas de histórias que se entrelaçam. Nas palavras do Prof. Alfredo Bosi: “datas são pontos de luz sem os quais a densidade acumulada dos eventos pelos séculos dos séculos causaria tal negrume que seria impossível sequer vislumbrar no opaco dos tempos os vultos das personagens e as órbitas desenhadas por suas ações. A memória carece de nomes e de números. A memória carece de numes”.

Eis o maior desafio, fazer da história de Euryclides de Jesus Zerbini um navegador que desvela a imensidão do mar do passado pelo qual gostaríamos de nos aproximar. A proeza dessa aventura caberá a cada um. Esse é o nosso convite.

André Mota Pedro Carlos Piantino Lemos curadores

Biografia

“Nada, absolutamente nada, resiste ao trabalho.”

Filho de Eugênio Hugo Zerbini e de Ernestina Teani, Euryclides de Jesus Zerbini nasceu na cidade de Guaratinguetá, Estado de São Paulo, em 7 de maio de 1912, sendo o caçula de sete irmãos. A forma de pensar de seus pais impulsionou todos os filhos aos estudos. Seriam palavras de seu pai, Eugênio Zerbini: ”não tenho dinheiro para deixar. Mas vou deixar um diploma para cada um.” Nesse sentido, ainda garoto e morando em Campinas com seus pais, Zerbini frequentou o Colégio Diocesano Santa Maria em 1927 e 1928, onde também estudou Luiz Venère Decourt. Já formado, em 24 de janeiro de 1949, o Professor casou-se com a Dra. Dirce Costa, médica formada na Faculdade de Medicina da USP em 1948. Seus filhos: Roberto, Eduardo e Ricardo.

Formação Acadêmica Em dezembro de 1929, Zerbini mudou-se para São Paulo e em 1930 foi aprovado no Exame Vestibular da Fac-

uldade de Medicina de São Paulo, sendo diplomado em 6 de dezembro de 1935. Nesse tempo, dizia, “talvez por excesso de estudo, sempre fui muito retraído, defeito que herdei de meu pai. Não aprendi a nadas, a patinar, a andar de bicicleta.

E ficava extraordinariamente tímido em ambientes com muita gente.” Também foi nesse período que Zerbini viveu as mudanças sofridas pela Faculdade de Medicina, inclusive, de endereço. Sobre esse momento disse: “lembro-me que íamos de bonde ‘camarão’ da rua Brigadeiro Tobias até o novo prédio. A minha turma foi a primeira a instalar-se definitivamente no prédio da Dr. Arnaldo.”

Sua turma de estudo conhecida como “os quatro mosqueteiros” era formada por Augusto Amélio de Motta Pacheco, Aloysio Mattos Pimenta e Luís Venère Decourt.

Segundo Luis Venère Decourt: “fui colega de turma do professor Zerbini e companheiro nos primeiros anos. Nesse período, caminhávamos juntos, numa relação muito estrita, já que ambos ermos do interior. Mais além, Zerbini passou a dedicar-se mais à parte de cirurgia, e eu, à clínica – por feliz acaso, clínica cardiológica...”

Em 1932, quando foi deflagrada a guerra civil, Zerbini foi para o front com diversos alunos da Faculdade de Medicina de São Paulo, enfrentando todas as intempéries de uma guerra, como uma crise de malária, recaída de uma doença que havia sido contraída dois anos antes e que foi curada graças à ajuda de ribeirinhos da Serra do Mar. Sua participação se deu, essencialmente, nas enfermarias, distribuindo remédios pelos batalhões. Quando voltou para casa, três meses depois, cansado e com a barba por fazer, contava Zerbini que ao chegar maltrapilho, sua mãe não o havia reconhecido. Assustada, a primeira coisa que fez foi chamar imediatamente o marido para atender “aquele estranho na porta!”

Já formado em 1936, Zerbini iniciou suas atividades cirúrgicas no Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo na 17ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, então dirigida pelo Prof.

Alípio Corrêa Netto. As exigências de seu professor Alípio e seu esforço pessoal marcaram essa relação. Foram palavras de Zerbini sobre essa aproximação acadêmica e profissional: “eu estudava muito e nunca esse homem perguntou alguma coisa que eu não soubesse. Nunca falhei com ele.” Em 1939,

trabalhando no Hospital São Luiz Gonzaga da Santa Casa, passou a se dedicar à cirúrgica torácica e pulmonar, o que o levou, em 26 de março de 1941, a defender sua tese de Livre-Docência, cujo conteúdo dizia respeito à colapsoterapia do pulmão afetado pela tuberculose. Sobre esse momento, Zerbinni lembrou mais tarde: “naturalmente, fiquei bastante tenso. Mas tudo dependia de mim. É como explico aos estudantes de medicina; o triunfo está à mão; é só trabalhar!”

Formação profissional: o cirurgião

No início de 1944, obteve uma “bolsa de estudo” que lhe permitiu ir aos Estados Unidos da América e lá permanecer durante quase dois anos, no “Barnes Hospital” da “Washington University” de “St. Louis” e no “Massachusetts General Hospital” da “Harvard Medical School” de Boston, com a finalidade de aprimorar seus conhecimentos sobre a Cirurgia do Pulmão.

Esse foi um momento histórico que colaborou nessa formação, pois como os Estados Unidos estavam em plena guerra, a presença de um médico estrangeiro acabou sendo absorvida nesse processo. Segundo Zerbini “havia enorme necessidade de médicos, porque muitos eram convocados e estavam indo para o front. Essa situação facilitou meu aprendizado, que foi bastante rápido. Permitiu que eu trabalhasse com todos os pioneiros da cirurgia toráxica.” Com tal experiência, ao voltar ao Brasil em setembro de 1945, passou a dar prosseguimento a seus trabalhos cirúrgicos no Hospital das Clínicas e lá cri-

ou, com a anuência e o apoio do Prof. Alípio, a Disciplina de Cirurgia Torácica do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina.

Durante a segunda metade da década de 1940 e o início da década de 1950, outro ramo da cirurgia torácica se expandia rapidamente nas Universidades e nos Grandes Hospitais norte-americanos e europeus, a Cirurgia do Coração.

Foi então que o Professor Zerbini, ocupando a chefia daquela Disciplina de Cirurgia Torácica, começou a se dedicar ao estudo das técnicas dessa nova cirurgia e, em maio de 1951, realizou, no Hospital das Clínicas, em um paciente portador de uma estenose da valva mitral, a primeira “comissurotomia valvar a céu-fechado”. Era um feito notável, mas a realização das cirurgias cardíacas não dependia somente da técnica operatória, pois o diagnóstico anátomo-clínico das cardiopatias era fundamental para os seus tratamentos cirúrgicos, posto que Zerbini pretendia fazer da cirurgia do coração a razão principal e o sustentáculo técnico-científico da evolução da Disciplina de Cirurgia Torácica.

Para que esse seu objetivo fosse plenamente alcançado, ele, ainda em 1950, acreditava que havia necessidade de se ter como parceiro um profundo conhecedor das técnicas do Diagnóstico das doenças do coração, fossem elas congênitas ou adquiridas, capaz de identificar com precisão as características clínicas e anatômicas das cardiopatias e o benefício de seus tratamentos cirúrgicos. Foi então que Zerbini voltou-se para seu antigo colega e parceiro da Faculdade de Medicina, Luiz Vénere Décourt. Àquela época, Luiz Vénere Décourt, após ter se tornado o Professor-Catedrático do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP em agosto de 1950, havia criado, nesse Departamento, a Disciplina de Cardiologia e Pneumologia que, durante toda a década de 1950, por sua vez, dedicava-se ao estudo detalhado e ao ensino das características anátomo-clínicas das patologias cardíacas e pulmonares. Assim sendo, o Professor Décourt e seus Assistentes associaram-se ao Professor Zerbini com o propósito de promoverem a integração definitiva da Cardiologia e da Pneumologia Clínicas e Cirúrgicas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina.

Entre 1951 e 1956, Zerbini viajou aos Estados Unidos da América por diversas vezes para acompanhar as etapas evolutivas da Cirurgia Cardíaca, especialmente para observar o desenvolvimento das cirurgias realizadas com a utilização das primeiras Máquinas de Circulação Sanguínea Extracorpórea, o que lhe foi possível quando, em 1956, lá permaneceu, junto com a Dra. Dirce, durante três meses, ocasião em que ela aprendeu a manejar tais máquinas e tornou-se a primeira especialista em “Perfusões Sanguíneas Extracorpóreas” da Faculdade de Medicina-USP. Segundo as lembranças de Zerbini sobre esse momento: “ficávamos quase todo o tempo nos porões, nos labora

mos para a sala de cirurgia.”

Da Cirurgia Cardíaca ao Primeiro Transplante Ao voltarem, conseguiram trazer consigo uma dessas aáquinas e, ao utilizá-la em agosto de 1958 para o tratamento cirúrgico de uma Comunicação Interatrial e de uma Estenose da Valva Mitral, dando início à realização das “Cirurgias Cardíacas a Céu-Aberto” no Hospital das Clínicas. Neste mesmo ano de 1958, a primeira Máquina de Circulação Extracorpórea foi desenvolvida e fabricada na Oficina de Bioengenharia do Hospital das Clínicas, inicialmente sob a orientação técnica do Prof. Adib Jatene e, posteriormente, sob a orientação do Dr. Seigo Tsuzuki, que, lá, construiu e desenvolveu os primeiros Oxigenadores de Disco (do tipo Kay-Cross) e de Bolhas (do tipo Lillehei e Cooley) e fabricou as primeiras Válvulas Cardíacas Artificiais Metálicas (do tipo Starr-Edwards).

A partir de 1960, graças a essas máquinas e a esses oxigenadores sanguíneos, a cirurgia cardíaca, principalmente nos Estados Unidos da América, teve seu grande progresso, o que também ocorreu, embora em contexto bastante particular no Hospital das Clínicas, de onde o

Professor Zerbini procurava acompanhar o desenvolvimento das novas técnicas operatórias propostas pelos cirurgiões americanos, dentre eles Lillehei e Cooley, para, com eles, discutir os detalhes técnicos de suas máquinas e os resultados de suas utilizações no tratamento dos pacientes.

Zerbini, àquela época, não somente aprendia os detalhes técnicos da cirurgia cardíaca, mas, por meio de demonstrações cirúrgicas nos hospitais e nas escolas médicas das diversas capitais brasileiras e de alguns países sul-americanos despertava o interesse dos cirurgiões pela Cirurgia Cardíaca. Assim, seus primeiros alunos foram chegando ao Hospital das Clínicas a partir de 1951, uns aí permaneceram como seus assistentes, dentre eles, os Drs. Adib D. Jatene, Geraldo Verginelli, Delmont Bittencourt, Rubens M. de Arruda, Nagib Curi, Magnus C. de Souza, Euclydes F. Marques, Seigo Tsuzuki, Sérgio A. de Oliveira, Altamiro R. Dias, Miguel L. Barbero-Marcial, Noedir A.G. Stolf e Luiz B. Puig, bem como o anestesista Dr. Rui V.G. do Amaral e o perfusionista Dr. Dagoberto Salles da Conceição.

Entre os anos de 1967 e 1968, ocorriam transformações, especialmente, no tratamento cirúrgico “a-céu-aberto” das cardiopatias valvares e das cardiopatias congênitas. Tais mudanças fizeram com que os Zerbini e Décourt pensassem realmente em criar um hospital inteiro que fosse especializado no tratamento clínico e cirúrgico das doenças do coração.

Paralelamente, no âmbito da cirurgia cardíaca, empenhavam-se no aprendizado e no treinamento das técnicas do transplante do coração, já, há alguns anos, criadas e desenvolvidas pelos cirurgiões cardíacos norte-americanos. Foi então que, na África do Sul, Christiann Barnard realizou o Primeiro Transplante do Coração Humano em 4 de dezembro de 1967, e 15 outros cirurgiões, europeus e norte-americanos, também o fizeram nos meses seguintes.

No Brasil, o Professor Zerbini o realizou em 26 de maio de 1968 o primeiro transplante cardíaco da América Latina, se constituindo como marco importante de sua carreira, recebendo, por isso, as mais diversas homenagens. Dentre elas, 15 Títulos Honoríficos, 2 deles norte-americanos e 13 sul-americanos. Na Argentina, recebeu, em 1985, o Título de “Comendador da Ordem de Mayo”, por Mérito Pessoal. No Brasil, recebeu, em 1972, o Título de “Comendador da Ordem do Mérito Nacional”; em 1975, o Título de “Comendador da Ordem do Mérito Militar”, e, em 1980, a “Medalha Carlos

Chagas” do Governo de Minas Gerais. Duas delas se mostravam excepcionais do ponto de vista social e de seus desdobramentos futuros, uma proveniente da Presidência da República, a outra, do Governo do Estado de São Paulo, com o reconhecimento de que os Professores Zerbini e Décourt possuiriam a capacidade de construir, também, o hospital que julgavam necessário para o exercício adequado de seu trabalho.

“O trabalho é a única forma existente de vencer obstáculos, e o homem deve ter uma dedicação muito grande a ele. Descanso só serve para quem está doente.”

InCor Em meio a todos esses acontecimentos, Zerbini se empenhava, junto com seus colaborados, entre eles, Delmont Bittencourt, com a Enfermeira Chefe do Hospital das Clínicas, Clarice Ferrarini, e com o arquiteto Nelson Daruj, em conseguir o financiamento necessário para a construção de seu pretendido hospital e em criar as normas mais adequadas para que ele fosse um hospital de alta qualidade, moderno e dotado de recursos médicos e técnicos à semelhança dos hospitais universitários norte americanos e europeus da época. Dificuldades políticas fizeram com que o contrato de sua construção fosse

assinado somente em 21 de janeiro de 1969, a qual, logo iniciada, terminou no início de 1975, no entanto, alguns entraves econômicos ocorreram, especialmente durante a obtenção e a montagem de seus equipamentos hospitalares, o que retardou sua inauguração e seu pleno funcionamento.

Embora inaugurado provisoriamente em fevereiro de 1975 pelo Governador do Estado de São Paulo, Laudo Natel, e, definitivamente, em 20 de abril de 1977, por seu sucessor, Paulo Egydio Martins, sua data de nascimento é tida atualmente como sendo o dia 10 de janeiro de 1977, data em que seu Primeiro Paciente foi atendido em seu Ambulatório de Cardiologia. Em 1978, com a intenção de gerenciar os recursos para o bom andamento do InCor fora criada uma Fundação, inicialmente denominada “Fundação para o Desenvolvimento da Bioengenharia” e depois “Fundação Zerbini”, responsável pelas finanças do InCor. Foram palavras do Zerbini sobre essa Fundação: “aquilo era um bem público com o melhor equipamento, o melhor material humano. Só que não funcionava. Resolvi pedir ajuda. Chamei ao InCor todos os meus amigos de sucesso em São Paulo, contei tudo a eles e pedi sugestões. E pouco depois eles surgiram com o ovo de Colombo: a criação de uma Fundação para tomar conta do InCor.” Décourt e Zerbini mantiveram-se nas Chefias das Disciplinas de Cardiologia e de Cirurgia Torácica até suas aposentadorias, a do Professor Zerbini ocorrida em 10 de maio de 1982 e a do Professor Décourt no dia 1 de outubro de 1986. Nos anos subsequentes, Zerbini continuou suas atividades cirúrgicas no Hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo e a comparecer a congressos e reuniões científicas nacionais e internacionais. Antes e depois de sua aposentadoria, apesar de todas as atividades profissionais, sempre encontrava tempo para a convivência com seus familiares e com os amigos.

Em casa e na fazenda que possuía no município de Cunha, perto de Guaratinguetá, ele dedicava-se apenas ao lazer despreocupado, com seus filhos e netos, e até mesmo empregava alguns de seus poucos momentos de completa ausência dos deveres e das angústias do diaa-dia, para ser fotografado com seus animais de estimação. No clube social que frequentava em São Paulo, mesmo sem o afastamento completo de suas lidas hospitalares, sempre estava, nas manhãs de domingo, ou nos dias de folga, a disputar, com seus amigos, com seus colegas ou com seus discípulos, uma ou outra movimentada partida de tênis. O Professor Zerbini faleceu no dia 23 de outubro de 1993, no InCor, aos 81 anos de idade.

A Cirurgia Cardíaca Em 1985, os Transplantes do Coração foram reiniciados pelo Professor Adib Jatene e continuaram a ser realizados até hoje, sendo que, até o final de 2011, haviam sido feitos 531 transplantes, 118 deles realizados em neonatos e em crianças, o primeiro desses em 1992.

A partir de 1990, tiveram início as Cirurgias de Revascularização Transmiocárdica com Raios Laser e, concomitantemente, o emprego de Células Tronco buscando revascularizar áreas isquêmicas do miocárdio; dessas cirurgias, foram realizadas 130 até o final de 2011. Em 1993, o Primeiro Ventrículo Cardíaco Artificial totalmente produzido no InCor foi implantado em um paciente e nele mantido durante 4 dias, ao final dos quais foi removido para que esse paciente fosse submetido a um transplante cardíaco. Atualmente, um desses Ventrículos Artificiais está sendo submetido a testes funcionais para seu implante em crianças. A partir de 2005, teve início, no InCor, o uso experimental de Nanopartículas Transportadoras de Drogas capazes de impedir a Proliferação Celular e de Bloquear a Rejeição do Coração Transplantado.

O Ensino Quanto ao ensino ministrado pelo Departamento de Cardiopneumologia no âmbito do Curso de Graduação da Faculdade, 790 alunos participaram dos 38 Cursos ministrados em 2011 por suas Disciplinas, 10 deles pertencentes ao Currículo Nuclear de Ensino da Faculdade e 28 deles pertencentes ao seu Currículo Complementar de Ensino. No que diz respeito à atual Disciplina de Cirurgia Torácica do Departamento de Cardiopneumologia, criada em 2006, as cirurgias torácicas e pulmonares realizadas no InCor por seus cirurgiões, principalmente com a utilização das Técnicas Operatórias “Minimamente Invasivas” e das Técnicas Endoscópicas e Videoendoscópicas de acesso ao mediastino e às cavidades pleurais, logo passaram a ser procedimentos de rotina, tal como as cirurgias cardíacas, o que fez com que, durante o ano de 2010, essas técnicas fossem utilizadas no tratamento de 1.300 pacientes.

No âmbito da Pós-Graduação (Senso Estrito), 776 Teses de Mestrado e de Doutorado foram defendidas no Departamento de Cardiopneumologia desde 1977 até o final de 2011. Dentre as teses de Doutoramento, 215 foram defendidas desde janeiro de 2006 até janeiro de 2010.

No âmbito da Residência Hospitalar Especializada da Área de Cirurgia do InCor, ou seja, das Disciplinas de Cirurgia Cardiovascular e de Cirurgia Torácica, foi frequentada, nos anos de 1989 e 2000, por 39 cirurgiões, 17 deles estrangeiros.

Atualmente, essa Residência Especializada oferece anualmente 55 vagas no âmbito das quatro Disciplinas do Departamento, sendo que 15 delas são cirúrgicas,

das quais, 8 são vinculadas à Disciplina de Cirurgia Cardiovascular, onde 6 destinam-se ao aprendizado da cirurgia cardíaca e 2 ao Transplante do Coração, enquanto 7 são vinculadas à Disciplina de Cirurgia Torácica, 6 das quais destinam-se ao aprendizado das cirurgias torácica e pulmonar e 1 ao aprendizado das técnicas do Transplante do Pulmão.

A Produção Científica As Atividades de Pesquisa do Departamento de Cardiopneumologia ocorrem nos Laboratórios de Análises Clínicas de Diagnóstico, nos Laboratórios de Pesquisa, nas Unidades Clínicas e de Serviços Hospitalares do InCor, bem como nos cinco Laboratórios de Investigação Médica vinculados ao Hospital das Clínicas (os LIMs).

De 1978 a 1988, a Produção Científica de todos eles foi a seguinte: Trabalhos Científicos publicados em Revistas Nacionais: 860; Trabalhos Científicos publicados em Revistas Internacionais: 187; Pesquisas Científicas realizadas 139; Aulas e Conferências Nacionais ministradas por seus professores, por seus médicos e por seus pesquisadores: 3.676; Aulas e Conferências Internacionais ministradas por eles: 212; Simpósios e MesasRedondas Nacionais de que participaram: 1421; Simpósios e Mesas- Redondas Internacionais de que participaram: 124; Livros e Capítulos de Livros publicados: 289; Defesas de Tese: 60.

De 1989 a 1999, sua Produção Científica foi a seguinte: Trabalhos Científicos publicados em Revistas Nacionais: 1.473; Trabalhos Científicos publicados em Revistas Internacionais: 769; Pesquisas Científicas realizadas: 772; Aulas e Conferências Nacionais ministradas por seus professores, por seus médicos e por seus pesquisadores: 8.115; Aulas e Conferências Internacionais por eles ministradas: 499; Simpósios e Mesas-Redondas

“É a dedicação ao trabalho que distingue um indivíduo do outro; não acredito em talentos.”

Nacionais de que participaram: 2.854; Simpósios e Mesas-Redondas Internacionais de que participaram: 378; Livros e Capítulos de Livros publicados: 834; Defesas de Tese: 158; Prêmios recebidos: 128.

De 2.000 a 2010, sua Produção Científica foi a seguinte: Trabalhos Científicos publicados em Revistas Nacionais: 1.777; Trabalhos Científicos publicados em Revistas Internacionais: 1.454; Pesquisas Científicas realizadas: 897; Aulas e Conferências Nacionais ministradas: 13.440; Aulas e Conferências Internacionais ministradas por seus professores, por seus médicos e por seus pesquisadores: 716; Simpósios e Mesas-Redondas Nacionais de que participaram: 3.086; Simpósios e Mesas-Redondas Internacionais: 404; Livros e Capítulos de Livros publicados: 2.488; Defesas de Tese: 668; Prêmios recebidos: 385.

A Prestação de Serviços à Comunidade Os Professores do Departamento de Cardiopneumologia e os Médicos do InCor, tanto durante o ano de 2010, quanto durante o ano de 2011, atenderam, aproximadamente, 280.000 consultas médicas, internaram 13.000 pacientes e realizaram 4.000 cirurgias, enquanto o Laboratório de Análises Clínicas do Hospital realizou 2.800.000 análises clínicas de diagnóstico.

Universidade de São Paulo João Grandino Rodas Reitor

Hélio Nogueira da Cruz Vice-Reitor

Maria Arminda do Nascimento Arruda Pró-Reitora de Cultura e Extensão Universitária

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Giovanni Guido Cerri Diretor

José Otávio Costa Auler Júnior Diretor em Exercício

José Ricardo de Carvalho Mesquita Ayres Presidente da Comissão de Cultura e Extensão

André Mota Coordenador do Museu Histórico da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Instituto do Coração Fábio B. Jatene Presidente do Conselho Diretor

Noedir A. G. Stolf Diretor da Divisão de Cirurgia Cardiovascular

Fundação Zerbini Erney Plessmann de Camargo Diretor Presidente

Fundação Faculdade de Medicina Flávio Fava de Moraes Diretor Geral da Fundação Faculdade de Medicina

Yassuhiko Okay Vice-Diretor

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP Marcos Fumio Koyama Superintendente

Eloisa Silva Dutra de Oliveira Bonfá Diretora Clínica

Exposição Zerbini: o homem, o cirurgião, o cientista

Curadoria

André Mota Pedro Carlos Piantino Lemos

Arquitetura e Gestão da Exposição Henrique Jatene

Equipe de Criação e Montagem

Marcelo Pacheco – design gráfico e coordenação Eduardo Anastácio - produção Ivan Catunda - assistente de arte Marcos Albertin/Oficina de Artes - montagem Camera Press – impressão digital

Catálogo

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Apoio Logístico

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