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Forum 30 anos Como se estudava há 30 anos
A nova rubrica da FORUM dá-te a conhecer como viviam os estudantes, há três décadas, na altura do lançamento do seu primeiro número. Em 1991, era lançada a primeira versão da Internet portuguesa. A Wikipédia estava ainda a uma década de distância. O Google demoraria ainda 7 anos a surgir. Como é que os estudantes faziam os seus trabalhos escolares?
Antes de toda a informação do mundo estar acessível a partir do pequeno retângulo mágico que carregamos no bolso, o dia a dia dos e das estudantes era pautado por uma máquina muito especial – a fotocopiadora. Era este dispositivo que permitia “retirar” a informação de livros – como atlas, compêndios e enciclopédias – para poder criar um trabalho. Nos casos de quem não tinha enciclopédias em casa, a solução era clara: dirigir-se à biblioteca da escola para encontrar a informação necessária. A fotocópia poderia depois ser recortada e colada (uma espécie de copy/paste literal) numa folha escrita à mão, ilustrando o texto elaborado pelos estudantes. No final, nada como fotocopiar tudo novamente, de forma a garantir uma impressão mais profissional (e sem resíduos de cola). A grande maioria das cópias eram a preto e branco, mas havia também espaço para páginas coloridas. As cores ficavam normalmente reservadas para a capa do trabalho. Era aqui que os estudantes davam largas à sua criatividade e sensibilidade artística, pintando a capa com recurso a lápis
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de cera, lápis de cor ou marcadores.
Para proteger estas obras de arte, era normalmente acrescentada uma folha
de acetato.
Para encadernar um trabalho, os e as estudantes podiam contar com um arsenal de agrafos, clipes, calhas
e espirais de plástico, furadores e
até molas. Antes de entregar, havia hipótese de disfarçar alguns erros que surgissem na revisão (inclusivamente recorrendo a borrachas de tinta). Contudo, a capacidade de edição de texto era naturalmente limitada. O ideal era mesmo não cometer erros. Por alguma razão se seguia a máxima: “primeiro a lápis, depois a caneta”.
