6 minute read

À P.26 CONFERÊNCIA ESPECIAL DO CSEE, EM LIÉGE: VALORIZAR A EDUCAÇÃO E A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

CONFERÊNCIA ESPECIAL DO CSEE, EM LIÉGE: VALORIZAR A EDUCAÇÃO E A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

A Conferência Especial do Comité Sindical Europeu da Educação (CSEE), a Região Europeia da Internacional da Educação, decorreu em cinco e seis de julho de 2022, no Palácio dos Congressos de Liège, na Bélgica, com uma delegação da FNE composta por quatro elementos: Joaquim Santos (FNE - delegado principal), Alexandre Dias (SPZN - delegado) e as observadoras Maria José Simões (SDPGL) e Crisna Ferreira (Presidente do STAAE Sul e RA).

Advertisement

O tema foi o “Engajamento e avidade sindical na Europa: mobilização para uma educação pública de qualidade em benecio dos alunos e um estatuto valorizado para docentes e profissionais da educação”.

A Conferência Especial é convocada dois anos após cada Conferência ordinária para considerar e decidir sobre assuntos relacionados com as polícas de educação e de emprego. Trata-se de um órgão decisório com o direito de adotar polícas e resoluções, formado pelo Comité do CSEE e um máximo de dois delegados de cada organização membro.

O dia quatro de julho foi preenchido com um conjunto de pré-eventos, que incluíram uma reunião da Associação de Organização de Redes da Europa Central e Oriental (CEENet), uma convenção políca de mulheres e dois seminários, um sobre inteligência arficial (IA) na educação e um outro sobre invesmento em educação. O objevo do seminário sobre IA, foi o de movar os sindicatos europeus da educação para a importância daquele tema, com um grande potencial de crescimento nos sistemas educavos.

No seu discurso de abertura, o americano David Edwards, Secretário-Geral da Internacional da Educação (IE), informou que, a convite de António Guterres, Secretário-Geral da ONU, a IE está unida à sociedade civil, estudantes, ONU e outras organizações internacionais para colocar a luta por um futuro sustentável de volta nos trilhos, começando com um novo acordo para professores e todos os educadores, que garante as condições necessárias para a transformação.

A resolução adotada sobre o tema da Conferência reflete que os sindicatos da educação devem mobilizar a sua ação por uma educação de qualidade e inclusiva. O Presidente do CSEE, o escocês Larry Flanagan, explicou que “deve haver pressão sobre os polícos, e eles devem ser informados do que pretendemos. Como professores, devemos fazer com que nossas reivindicações sejam ouvidas e os valores da democracia sejam salvaguardados”. Os educadores e professores europeus reafirmaram o seu compromisso de melhorar o estatuto da profissão docente e de lutarem por sociedades inclusivas, pacíficas, democrácas e sustentáveis.

Confrontados com a turbulência da recuperação da pandemia de COVID-19, a guerra na Ucrânia, a emergência climáca e a digitalização crescente, os delegados assumiram uma posição pró-ava e reafirmaram a sua vontade de mobilizar e organizar uma educação pública de qualidade, em benecio dos alunos, assim como a necessária valorização de todos os profissionais da educação, elementos-chave para uma vida saudável e sociedades prósperas.

Os parcipantes foram recebidos pelo Ministro da Educação da região de língua alemã da Bélgica e pelos líderes das organizações belgas filiadas no CSEE. Por sua vez, Stefaan Hermans, Diretor de Estratégia e Avaliação Políca na DG Educação, Juventude, Desporto e Cultura da Comissão Europeia, sublinhou a importância do diálogo social, consagrado no Tratado Europeu, que representa “um elemento fundamental das sociedades democrácas em que vivemos dentro".

Stefan Hermans foi então acompanhado por Evelyne Léonard, professora da Louvain School of Management, na Bélgica, para um painel de discussão sobre como impulsionar o diálogo social para uma educação de qualidade. Para Léonard, “o diálogo social pode ser um divisor de águas” e “oferece uma oportunidade de inovação instucional para uma sociedade inclusiva e sustentável”.

O primeiro dia da Conferência Especial terminou com o lançamento oficial de uma exposição de cartazes de alguns sindicatos europeus e com a cerimónia do Prémio Kounka Damianova, exdirigente da Bulgária com uma vida dedicada à luta pela igualdade de género. Este prémio é atribuído a projetos e em 2022 foi entregue a duas dirigentes com um trabalho muito expressivo no apoio a crianças e jovens refugiados: Borka Visnic (do TUS da Sérvia) e Dorota Obidniak (do ZNP da Polónia). O documento de políca educava adotado sobre “Elevar o Estatuto e Melhorar a Atravidade da Profissão Docente” contém dez mensagens-chave para se melhorar o estatuto e a atravidade da profissão docente em todos os setores da educação. Um deles visa connuar a consciencializar sobre os desafios e barreiras que os jovens profissionais do ensino enfrentam no acesso ao mercado de trabalho e criar oportunidades para enfrentar esses desafios/barreiras, através da ação e parcipação nos sindicatos da educação.

Em seu discurso principal, Krisn Vanlommel, professora e membro do Grupo de Pesquisa Aprendizagem e Inovação da Universidade de Ciências Aplicadas em Utrecht, Holanda, fez uma excelente apresentação, sublinhando que “a digitalização é muito complexa e traz mudanças educacionais. Ela envolve diferentes atores, com diversas ideias sobre a direção da mudança e temos que ser muito ágeis a responder. ”

Conectando-se à conferência via online, Georgiy Trukhanov, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação e Ciência da Ucrânia (TUESWU – com 1,7 milhões de sócios, incluindo 600 mil estudantes), explicou os recentes desenvolvimentos sobre a situação devastadora de professores e alunos no seu país e informou que o seu sindicato nha feito um acordo com o Ministério da Educação ucraniano, que garana a proibição de despedimento, a manutenção do salário médio e o direito de trabalhar remotamente a parr de outras regiões ou do exterior.

Conectandose à conferência via online, Georgiy Trukhanov, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação e Ciência da Ucrânia (TUESWU), explicou os recentes desenvolvimentos sobre a situação devastadora de professores e alunos

Os delegados condenaram a invasão russa e deram todo o seu apoio à Ucrânia e ao seu povo heróico, aprovando por unanimidade a respeva Resolução da conferência especial e aplaudindo de pé a presença e o discurso emocional de Olga Chabaniuk, Vice-Presidente do TUESWU. Professora de Economia na Universidade Nacional de Kiev, Olga Chabaniuk, então a viver na Áustria depois de passar pela Polónia, estava acompanhada de sua filha de 11 anos. Falando sobre cidadania e inclusão, Catherine Lowry-O'Neill, professora do Waterford Instute of Technology, na Irlanda, inspirou os parcipantes: “Segure seu sonho de democracia, paz e inclusão. Mantenha a chama da paixão, esperança e coragem acesa pelas crianças em suas salas de aula.”

Os palestrantes Maeo Vespa, Presidente da União dos Estudantes Europeus, e Ulrike Pisios, Diretora de Polícas da unidade escolar da DG Educação, Juventude, Desporto e Cultura da Comissão Europeia, debateram o tema sobre como “Enfrentar a mudança social na e através da educação com sustentabilidade ambiental”. Eles enfazaram que “a qualificação e a requalificação são importantes quando falamos de sustentabilidade ambiental por meio da educação” e que “definivamente houve progresso nos úlmos anos em trazer a sustentabilidade ambiental para os sistemas de formação e educação”. Os dois delegados da FNE intervieram em vários pontos da conferência e aproveitaram a oportunidade para aprofundar e fortalecer os laços de solidariedade entre professores e trabalhadores europeus da educação.

Os dois delegados da FNE intervieram em vários pontos da conferência e aproveitaram a oportunidade para aprofundar e fortalecer os laços de solidariedade entre professores e trabalhadores europeus da educação.

This article is from: