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Estado lança programa para ajudar agricultores a proteger 30 mil nascentes de água até 2026

O governador Carlos Massa Ratinho Junior apresentou (15), no Palácio Iguaçu, o Programa Estadual de Proteção de Nascentes, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (SEAB), com a meta de preservar 30 mil fontes e minas d’água até 2026. O anúncio aconteceu durante a apresentação do Plano Safra do Paraná 2023-2024.

Como parte da ação, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) lançou o desafio de fazer intervenções em 1 mil nascentes em um único dia em todo o Estado.

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Ele vai acontecer no Dia da Árvore, em 21 de setembro, com o objetivo de melhorar a qualidade da água usada pelas famílias rurais paranaenses e garantir o abastecimento nas propriedades. Trata-se da maior iniciativa já realizada em proteção de nascentes no Paraná e no Brasil, com a ação atendendo três fontes de cada município paranaense.

“Lançamos o Plano Safra para potencializar a produção agrícola, mas sabemos que é preciso também promover incentivar sustentáveis. São coisas que têm que andar lado a lado por um desenvolvimento consistente e responsável”, afirmou o governador.

“Água é um bem finito. Proteger, usar com responsabilidade, é cada vez mais necessário. Este programa mostra que estamos preocupados, sim, com a com o aspecto sustentável da nossa agricultura. E são ações que, no médio e longo prazos, ajudam a reduzir custos e perdas eventuais por clima”, disse o secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. Segundo ele, o investimento na ação será de cerca de R$ 862 mil, incluindo o material que será usado no trabalho.

"Dentro do programa Banco do Agricultor estamos financiando até R$ 100 mil a proteção de nascentes, com tecnologia adequada (solo-cimento), plantio de árvores, cercas nas áreas de fontes. Estamos estimulando agricultores que têm aviário ou estábulo a guardar essa água para o uso racional. Também estamos financiando, a juro zero, todo processo de irrigação para a agricultura familiar e rebatendo o custo do dinheiro para médios e grandes agricultores", complementou.

A ação faz parte do Programa de Recursos Naturais e Sustentabilidade, que pretende criar 23 microbacias modelos no Estado até o final do ano, uma em cada macrorregião. “Esta é a retomada de um programa de recursos naturais e sustentabilidade, sem perder a competitividade da agricultura, se alinhando a uma tendência global. Isso parte do entendimento de que é preciso ser feito um trabalho para garantir mais água para irrigação, para, na outra ponta, ter menos problema para consumo humano”, afirmou o diretor-presidente, Natalino Avance de Souza.

Prote O Das Nascentes

Para a proteção das nascentes, será usada uma técnica à base de solo-cimento, bastante difundida no meio rural e usada há anos pela extensão rural. A fonte passa, primeiramente por uma limpeza geral para retirar possíveis impurezas. Em seguida, a área da nascente recebe pedras irregulares (pedra ferro, sem fundo amarelo), funcionando como um filtro físico da água. Na sequência, faz-se a colocação de canos de abastecimento das caixas d’água. Por fim, a fonte é lacrada com uma mistura de solo com cimento.

“O principal benefício dessa proteção é a garantia de que a nascente não vai secar, mesmo em período de estiagem. Além disso, a proteção evita a contaminação e garante água de qualidade para abastecer as casas e também algumas atividades, como a irrigação de hortas ou o fornecimento de água para os animais”, explicou o gerente estadual do IDR-Paraná, Amauri Ferreira.

Ele destacou que, nos últimos três anos, o Paraná passou por um dos maiores períodos de déficit hídrico de sua história, o que deixou algumas comunidades rurais e urbanas com dificuldade no abastecimento. “Nosso compromisso é trabalhar para que isso não aconteça novamente”, salientou.

MATAS CILIARES

Além de proteger a fonte, a ação do próximo dia 21 de setembro inclui a recuperação e recomposição da mata ciliar em volta da nascente. Até o dia 20 de agosto, serão definidos os nomes dos produtores que serão beneficiados pela ação e as nascentes que serão protegidas. Ferreira disse ainda que os extensionistas vão atuar junto aos produtores rurais para conscientizá-los a respeito da preserva- ção, distribuição e uso racional da água. “Pretendemos subsidiar a implantação de práticas de uso mais conscientes de sistemas de irrigação, para que o produtor saiba quando deve irrigar e quanto de água deve ser usado”, explicou.

MICROBACIAS

Os profissionais do IDR-Paraná também vão iniciar a instalação de microbacias modelo no Estado ainda neste semestre. Nesses locais, os extensionistas vão apresentar aos produtores algumas práticas de bom uso do solo, produção sustentável e uso racional da água. Inicialmente será instalada uma microbacia modelo por regional – o que totaliza 23 microbacias em todo o estado.

No próximo ano se juntam a elas outras 243, implantadas em parceria com a Sanepar, e mais 58, em conjunto com a Itaipu Binacional. “Até 2026, serão 399 microbacias modelo, uma em cada município. Os extensionistas do IDR-Paraná já fizeram a proteção de 6 mil fontes no Estado, usando a técnica do solo-cimento. Até 2026, devem totalizar 30 mil nascentes protegidas”, completou.

PLANO ABC+

A ação é parte de uma estruturação mais verde do agro paranaense. Neste ano a Secretaria de Agricultura apresentou o Plano Estadual para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+ Paraná). Ele foi elaborado com a participação de várias entidades públicas e privadas. Os desafios propostos até 2030 levam em conta o histórico da produção agrícola e silvícola do Estado e a situação atual de cada atividade, além do potencial de contribuição em relação à mitigação de gases de efeito estufa.

O Estado está se propondo a recuperar 350 mil hectares de pastagens degradadas, qualificar o uso de Sistema de Plantio Direto de Grãos em 400 mil hectares e ampliar em quatro mil hectares o uso do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças. A tecnologia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta também deve ser estendida para mais 500 mil hectares.

Em Sistemas Agroflorestais, a ampliação será em 30 mil hectares, enquanto as florestas plantadas deverão ocupar mais 220 mil hectares. O Plano ABC+ também privilegia o uso de bioinsumos em 430 mil hectares e de sistemas de irrigação em 48 mil hectares, além da ampliação em 78,9 milhões de metros cúbicos do Manejo de Resíduos de Produção Animal. O Estado assume ainda o compromisso de aumentar em 60 mil cabeças o número de bovinos terminados de forma intensiva e aproveitar 78,9 milhões de metros cúbicos de dejetos animais para a produção de biogás/biometano.

O documento ainda orienta pelo fortalecimento de programas estaduais que já estão em andamento, como o RenovaPR (transformação energética do campo), Paraná Mais Verde (plantio de novas mudas), Prosolo Paraná (mitigação dos processos erosivos do solo e da degradação dos cursos d’água) e a Rede Paranaense de Agropesquisa e Formação Aplicada, que tem como meta a expansão da pesquisa e a integração da academia aos novos processos produtivos sustentáveis

PRIMEIRA INFÂNCIA POR QUÊ FALAR SOBRE ESSA FASE?

Agosto foi instituído como Mês da Primeira Infância e o Hospital Pequeno Príncipe reforça a importância do olhar ampliado para essa faixa etária que se estende da gestação aos 6 anos

De acordo com o Ministério da Saúde existem mais de 20,6 milhões crianças que estão na primeira infância no Brasil, ou seja, com idades que vão de 0 aos 6 anos. E é durante essa fase da vida que as bases para a saúde física, emocional, cognitiva e social são estabelecidas.

Por isso, agosto foi instituído, pela Lei 14.617, como o Mês da Primeira Infância para conscientizar cada vez mais sobre a importância da atenção integral nessa fase crucial de desenvolvimento. Somente em 2022, o Pequeno Príncipe, maior e mais completo hospital exclusivamente pediátrico do país, atendeu 83% dos pacientes nessa faixa etária. Por isso, a instituição tem um olhar ampliado para esse público, com diferentes iniciativas, e reforça a importância do cuidado integral para um crescimento saudável e pleno.

“As crianças precisam de segurança física e emocional, de afeto e estímulos, de reforço no cuidado de saúde. A primeira infância é a fase mais intensa e acelerada do desenvolvimento cerebral, motor, da linguagem e da identidade humana. Por isso, os bebês e as crianças precisam do olhar atento de seus cuidadores e de serviços de qualidade e acolhedores para crescer de forma saudável”, enfatiza a diretora-executiva do Hospital, Ety Cristina Forte Carneiro.

Cuidados nos primeiros anos de vida

Gestação

Desde o momento da gestação, a atenção à saúde da mãe e do feto é essencial. Um ambiente saudável e acolhedor para a gestante, que inclui um pré-natal adequado, monitoramento médico regular, informações sobre nutrição e cuidados e apoio emocional de uma rede de apoio são pilares fundamentais.

Vínculo afetivo

O suporte emocional oferecido pelos pais e cuidadores cria um ambiente amoroso para o bebê. O vínculo afetivo estabelecido nos primeiros anos de vida promove uma base segura, na qual a criança pode confiar e sentir-se confortável, aceita e protegida. Isso impacta também na capacidade futura para desenvolver relacionamentos saudáveis.

Amamentação

A amamentação é um dos pilares da saúde na primeira infância. O leite materno fornece nutrientes essenciais e anticorpos. Além disso, fortalece o sistema imunológico e reduz o risco de doenças. O ato de amamentar é um dos melhores caminhos para construir o vínculo entre mãe e filho, com muito amor e cuidado.

Estímulos

As experiências sensoriais, brincadeiras e interações com o ambiente e as pessoas ao redor desencadeiam conexões cerebrais importantes para a criança. Portanto, a criação de um ambiente rico em estímulos, com afeto e com a oferta de oportunidades para explorar, aprender e interagir são fundamentais para o desenvolvimento físico, mental e social.

Sono

Um sono adequado e de qualidade é essencial para o desenvolvimento cerebral, consolidação da memória e regulação emocional. Pais e cuidadores devem estabelecer rotinas de sono consistentes e garantir um ambiente tranquilo e propício para o descanso da criança.

Saúde

Manter as visitas regulares a um pediatra de confiança é muito importante. Isso oferece mais oportunidades de fazer intervenções preventivas e de detectar problemas precocemente. Além de tratar da doença, o pediatra acompanha o crescimento e o desenvolvimento da criança.

Iniciativas do Pequeno Príncipe para a primeira infância O Hospital Pequeno Príncipe tem um olhar ampliado para a primeira infância. Além de oferecer tratamentos de saúde, busca contribuir com o desenvolvimento integral de meninos e meninas.

Uma prova do compromisso da instituição é o Programa Primeiríssima Infância. O objetivo é empoderar os cuidadores durante o tempo de internamento por meio do compartilhamento de informações e reflexões sobre temas relacionados ao desenvolvimento infantil. Somente em 2022, o programa apoiou 612 famílias.

Para as crianças maiores, o Hospital foca no acesso à arte, educação, cultura e lazer por meio dos setores de Educação e Cultura e de Voluntariado. Essas iniciativas demonstram um esforço abrangente que contribui para um crescimento saudável e pleno

Sobre o Hospital Pequeno Príncipe

Com sede em Curitiba (PR), o Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil, é uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, que oferece assistência hospitalar há mais de 100 anos para crianças e adolescentes de todo o país. Disponibiliza desde consultas até tratamentos complexos, como transplantes de rim, fígado, coração, ossos e medula óssea. Atende em 35 especialidades, com equipes multiprofissionais, e realiza 60% dos atendimentos via Sistema Único de Saúde (SUS). Conta com 361 leitos, 68 de UTI, e em 2022, ainda com as restrições impostas pela pandemia de coronavírus, realizou cerca de 250 mil atendimentos e 18 mil cirurgias que beneficiaram pacientes do Brasil inteiro.

O trecho de 5,2 km interliga as rodovias PR-180 e PR-483, retirando o tráfego de veículos pesados e de longa distância de dentro da cidade. A medida melhora a mobilidade e a segurança da população beltronense

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