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Governador lança Plano Safra do Paraná com R$ 54,3 bilhões, maior da história do Estado
from 16/08/2023
O governador Carlos Massa Ratinho Junior apresentou nesta terça-feira (15) o cardápio do Plano Safra 2023/ 2024 para agricultores, empresários e entidades do setor no Paraná. São R$ 54,3 bilhões captados de diversas fontes, entre elas o Banco do Brasil, cooperativas de crédito e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Esse pacote é destinado a custeio e investimentos dos agricultores familiares e dos médios e grandes agropecuários. A iniciativa, a maior da história do Estado, visa tanto apoiar financeiramente os produtores quanto estimular atividades cada vez mais sustentáveis.
Esses créditos serão aplicados em três finalidades. A maior fatia se destina a custeio e comercialização: R$ 46,3 bilhões. Novos investimentos no setor consumirão R$ 9,6 bilhões desses recursos. Outro R$ 1,1 bilhão será aplicado em ações com finalidades diversas. O grande objetivo é tornar a atividade no campo mais rentável, competitiva e verde, melhorando a estrutura de produção, armazenagem e comercialização e amparando os empreendimentos contra eventos causadores de perdas. Tudo sem perder de vista a relação com a preservação do meio ambiente
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Segundo o governador, esse anúncio marca o início do ano agrícola, que começa no segundo semestre, e serve de incentivo aos agricultores para acessarem recursos e ampliarem a produção. A safra de 2022/2023 de soja, por exemplo, foi a maior da história do Estado, com 22 milhões de toneladas.
Ratinho Junior explicou que o Governo do Estado aproveitou o Plano Safra nacional, lançado em junho pelo governo federal, e aportou novos recursos para melhorar as condições de crédito para os agricultores paranaenses. “Quisemos potencializar ainda mais esse crédito para atender os agricultores do Paraná, principalmente os pequenos produtores. Queremos continuar com aquilo que fazemos de melhor, que é produzir alimentos para o mundo com sustentabilidade”, afirmou Ratinho Junior.
Uma das instituições financeiras que apoia a iniciativa é o BRDE, com expectativa de financiar R$ 800 milhões nesta safra. “Este ano teremos um número recorde destinado para financiar investimentos no agronegócio paranaense. Nós captamos esse recurso e fizemos a equalização junto ao Ministério da Agricultura, que, junto com os limites do BNDES, faz com que possamos dar esse apoio às cooperativas, aos agricultores e também promover o Banco do Agricultor Paranaense”, explicou o diretor do BRDE no Paraná, Wilson Bley Lipski.
Na safra anterior, o BRDE registrou um total de R$ 1,6 bilhão em operações e o Paraná foi responsável por 35% deste total, o equivalente a R$ 560 milhões.
Além disso, o BRDE financiou a atividade rural em mais R$ 135 milhões, com recursos livres, totalizando R$ 695 milhões nesse período.
BANCO DO AGRICULTOR
Outro grande anúncio faz parte desse movimento de levar crédito subsidiado aos agricultores, com novas linhas dentro do Banco do Agricultor Paranaense. A principal novidade é o atendimento diferenciado a mulheres incluídas no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) interessadas em investir em suas propriedades. O Estado vai assumir 100% dos juros dos empréstimos contraídos para esse fim.
Pensando em sustentabilidade, o Governo do Paraná também voltará a equalizar o total de juros para investimentos em energia renovável, seja solar ou de biomassa, e irrigação para todos os participantes do Pronaf. Para médios e grandes produtores, que não se enquadram no Pronaf, o Estado vai custear até 5 pontos percentuais da taxa de juros. Além disso, foram ampliados os limites de financiamento a serem equalizados.
O apoio financeiro aos agricultores do Pronaf segue com a garantia de juro zero para aqueles que decidirem investir em agroindústrias; produção, captação e reservação de água; produção de pinhão e erva-mate; cadeias produtivas de seda, café, hortaliças, flores, frutas e produção orgânica/agroecológica; turismo rural; apicultura; e cooperativas da agricultura familiar. Para viabilizar essas iniciativas do Banco do Agricultor Paranaense estão previstos R$ 155 milhões por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), operacionalizado pela Fomento Paraná.
Confira os detalhes do Plano Safra do Paraná e dos novos recursos para o Seguro Rural
Recursos serão usados para financiar agricultura sustentável, investimentos de produtores rurais e a produção de alimentos, entre outras iniciativas. Este é o maior plano de financiamento agropecuário da história. O plano também prevê R$ 12,8 milhões do Estado para subvenção nos prêmios dos seguros rurais.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior lançou nesta terça-feira (15) o Plano Safra Estadual 2023/2024, um cardápio de R$ 54,3 bilhões, o maior da história do Estado, para apoiar a produção agropecuária paranaense. Os recursos serão usados para financiar a agricultura sustentável, investimentos de produtores rurais e a produção de alimentos, entre outras iniciativas.
Este é o maior plano de financiamento agropecuário da história do Paraná. O objetivo é impulsionar a agropecuária local, reforçando o papel do Paraná como um dos maiores produtores de alimentos do País, promovendo iniciativas de agricultura sustentável e produção verde.
“Nós estamos fazendo com que a atividade agropecuária possa estar cada vez mais acessível para que os nossos agricultores possam continuar fazendo com que o Paraná seja um importante produtor de alimentos para o mundo, transformando o Paraná no supermercado do planeta”, afirmou o governador.
O Departamento de Economia Rural estima que a safra 2022/2023 feche com uma produção de 46,7 milhões de toneladas de grãos, o que representa um aumento de 37% em relação à safra anterior. Com os novos investimentos já disponíveis aos agricultores, a safra 2023/2024 pode ser ainda maior. O Paraná é o segundo maior produtor de grãos do Brasil e o maior produtor de alimentos orgânicos e de proteínas animais.
FINANCIAMENTO
Dos R$ 54,3 bilhões em recursos do chamado Plano Safra Estadual, R$ 23 bilhões serão oferecidos pelo Banco do Brasil, R$ 30,5 bilhões por cooperativas de crédito e R$ 800 milhões via Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
Os recursos também serão oferecidos em diferentes linhas de crédito, com finalidades distintas. Do total, R$ 43,6 bilhões serão destinados ao custeio, comercialização e industrialização da produção. São recursos que podem auxiliar os produtores rurais a comprar insumos para a produção ou incentivar novas formas de comercialização, armazenagem e transporte dos produtos.
Outros R$ 9,6 bilhões são direcionados a investimentos no campo, como obras nas propriedades em projetos de sustentabilidade, aquisição de veículos ou modernização das unidades agroindustriais. Outras linhas, que totalizam R$ 1,1 bilhão, são destinadas a outras finalidades.
“São números recordes. No caso do BRDE, é o maior montante já oferecido para investimentos agrícolas. Tudo isso para dar o apoio necessário às cooperativas e aos agricultores do Estado do Paraná”, afirmou o presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski.
Na safra anterior, o BRDE registrou um total de R$ 1,6 bilhão em operações e o Paraná foi responsável por 35% deste total, o equivalente a R$ 560 milhões. Além disso, o BRDE financiou a atividade rural em mais R$ 135 milhões, com recursos livres, totalizando R$ 695 milhões nesse período.
SEGURO RURAL O Plano Safra Estadual 2023/2024 também prevê R$ 12,8 milhões do Estado para subvenção nos prêmios dos seguros rurais do Paraná. O Governo deve arcar com até 20% do custo dos seguros de 29 culturas. O subsídio está limitado a um prêmio de R$ 4,4 mil por CPF por cultura e a R$ 8,8 mil por CPF por ano.
O objetivo é estimular a adesão ao seguro, o que permite investimentos mais certeiros das propriedades e prevenção contra eventos externos, como geadas, estiagem ou excesso de chuvas. “O seguro rural é um importante instrumento da política agrícola a médio prazo no Brasil. Um agricultor protegido pode arriscar um pouco mais o seu patrimônio na hora de investir e produzir, sem ficar vulnerável contra pragas, doenças ou a intempéries climáticas”, explicou o secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara.
A subvenção poderá ser usada no cultivo de abacaxi, algodão, alho, arroz, batata, café, cebola, cevada, feijão, tomate, ameixa, caqui, figo, floresta cultivada, goiaba, kiwi, laranja, maçã, melancia, milho segunda safra, morango, nectarina, pera, pêssego, tangerina, trigo sequeiro, uva, aquicultura e pecuária.
Para se inscrever, é necessário estar inserido em uma das atividades descritas acima e não ser amparado pelo Programa de Atividade Agropecuária – Proagro. As seguradoras interessadas em participar do programa são credenciadas pela Seab e contratadas pela Fomento Paraná para realizarem a operacionalização.

Em 2021, por exemplo, o Estado investiu R$ 8.270.247,11 nessa subvenção. Com este montante, foram atendidos 3.141 produtores e 3.733 apólices, com um valor médio de R$ 2.688,40 por apólice, resultando em 161.745,40 hectares segurados.
PLANO SAFRA NACIONAL
O Plano Safra 2023/2024 do governo federal, que conta com subsídios da União, prevê R$ 364,2 bilhões em créditos a médios e grandes produtores rurais. Deste total, R$ 272,1 bilhões serão destinados para o custeio e comercialização da produção e R$ 92,1 bilhões para financiar investimentos. Para a agricultura familiar, o governo federal anunciou um plano específico, com R$ 71,6 bilhões em créditos para os pequenos produtores.
“Estamos focados em transformar o Paraná no supermercado do mundo, para gerar empregos no Estado e riquezas no campo. Para isso, precisamos valorizar o trabalhador do campo”, ressaltou o governador. “Vamos atender com condições melhores, inclusive com financiamentos a juro zero, o agricultor que precisa comprar equipamento, modernizar sua propriedade, colocar energia solar para reduzir custos e ter energia limpa”.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, explicou que apesar de o Plano Safra do governo federal trazer um grande volume de recursos, o quadro econômico nacional, com a Selic em alta, fez com que as linhas de financiamento tivessem juros mais altos, que dificultam os investimentos. “Por isso, dentro desse movimento, o Governo do Estado está destinando recursos para baratear ainda mais as linhas de financiamento. Aquelas voltadas para a produção familiar, geração de energia e irrigação, por exemplo, terão juro zero”, disse.
PROGRAMAS DO ESTADO
No anúncio desta terça-feira, também foram confirmados aportes financeiros para outros programas já bem- sucedidos no Estado. É o caso do Programa de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar do Paraná (Coopera Paraná). A iniciativa, criada em 2019, já atendeu 101 cooperativas e 66 associações, formalizando 217 projetos. Ela receberá mais R$ 31,5 milhões para investimento e custeio.
Para o Compra Direta Paraná, por meio do qual o Estado adquire alimentos de cooperativas e associações da agricultura familiar para distribuí-los por meio da rede assistencial, serão destinados mais R$ 60 milhões. Como forma de comparação, entre 2020 e 2022, o programa havia captado R$ 85,1 milhões.
Serão injetados também mais de R$ 193 milhões em outra iniciativa que alia aspectos econômicos e sociais, o Programa Leite das Crianças. Ele assegura renda para mais de 3.600 pequenos pecuaristas, cujo leite pasteurizado é comprado pelo Governo do Estado. O produto, então, é distribuído para 118 mil crianças de famílias carentes, assegurando renda para os produtores e alimento para os pequenos paranaenses.
Serão destinados, ainda, R$ 12,8 milhões do Tesouro do Estado para auxiliar na contratação de seguros para cobertura das lavouras por meio da Subvenção Estadual ao Prêmio de Seguro Rural (PSR). O objetivo é ampliar a cobertura de áreas seguradas.
ÁGUA
Durante o evento, no Palácio Iguaçu, também foi anunciado um programa de conservação de solos e água, que tem como desafio proteger 30 mil nascentes de água no Paraná até 2025. A previsão é de que seja lançado oficialmente em 21 de setembro. Também foi apresentado um balanço social do IDRParaná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar – Emater), que trabalha diariamente para melhorar a produção dos paranaenses.

INCLUSÃO
O evento também contou com o lançamento do primeiro trator do mundo com acessibilidade. O equipamento é produzido na fábrica da New Holland que fica em Curitiba. O modelo TL5 Acessível é destinado a pessoas com deficiência motora nos membros inferiores, permitindo que elas possam exercer suas atividades no campo.
PRESENÇAS
Participaram da solenidade o chefe da Casa Civil, João Carlos Ortega; os secretários estaduais da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona; do Turismo, Marcio Nunes; do Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Bernardo Jorge; da Justiça e Cidadania, Santin Roveda; e da Comunicação, Cleber Mata; os presidentes da Fomento Paraná, Heraldo Neves; da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia; do Instituto Água e Terra (IAT), Everton Souza; da Ceasa-PR, Éder Bublitz; da Adapar, Otamir Cesar; do IDR-Paraná, Natalino Avance; do Tecpar, Celso Kloss; do Ipardes, Jorge Callado; da Ocepar, José Roberto Ricken; da Fetaep, Marcos Brambilla; o superintendente do SebraePR, Vítor Tioqueta; os deputados estaduais Marcel Micheletto, Cloara Pinheiro, Anibelli Neto, Do Carmo, Artagão Júnior, Alisson Wandscheer, Tiago Amaral, Evandro Araújo, Wilmar Reichembach e Luís Corti; e o ex-governador Orlando Pessuti.