Prefeito acende a nova iluminação cênica da Paróquia da Barreirinha

Curitiba tem "fábrica" de obras de arte onde são produzidas esculturas de personalidades históricas

A paisagem urbana de Curitiba vai receber até o fim do ano três novas obras de arte que homenageiam personalidades marcantes da história da cidade. Produzidas no Ateliê de Esculturas do Memorial Paranista, no Parque São Lourenço, as esculturas em bronze da engenheira Enedina Marques Alves, do ex-jogador de futebol Barcímio Sicupira e a releitura da obra Exílio de João Turin (18781949) estão em processo de criação.

Nesta terça-feira (8/8), o prefeito Rafael Greca visitou o ateliê para acompanhar o progresso das esculturas, ainda na fase de modelagem em argila, que serão posteriormente finalizadas em metal.

"Aqui é uma fábrica de obras de arte e todas essas criações que prestarão homenagem a pessoas importantes e que enriquecem a história da nossa cidade estão lindas", destacou o prefeito.

ENEDINA ALVES MARQUES: PIONEIRA DA ENGENHARIA

Em uma cerimônia que reuniu as pessoas da comunidade religiosa da Barreirinha, na Regional Boa Vista, o prefeito Rafael Greca inaugurou nesta terça-feira (8/8) a iluminação cênica Paróquia Nossa Senhora das Graças e Santa Gema Galgani. O pároco local, padre José Carlos Fonsatti, acompanhou o acendimento do novo sistema luminotécnico.

“É um presente para a nossa comunidade, que fica muito agradecida”, agradeceu o religioso a Greca. “Nessa noite fria e abençoada, as crianças da catequese e os catequistas dessa linda igreja, e também os moradores do bairro, são testemunhas do momento em que ela ficou ainda mais bonita”, disse Greca sobre o templo religioso, em funcionamento há 58 anos.

A tecnologia de ponta em LED dos novos equipamentos produz um espetáculo visual que ressalta a arquitetura única da igreja, que mantém as características das famílias de colonos poloneses que formaram a região, enriquecendo ainda mais sua presença no bairro.

“É uma maravilha para a nossa igreja, um orgulho, pois ela é o ponto turístico do nosso bairro”, observou o ministro de eucaristia Haroldo Daros. Aos 74 anos, ele nasceu e vive até hoje na Barreirinha.

A história da família Daros com a Barreirinha, contou, começou há cerca de 100 anos pelo avô, que tinha uma ferraria no bairro.

Detalhes Arquitet Nicos

A nova iluminação cênica é composta por uma série de projetores estrategicamente instalados, capazes de realçar os detalhes arquitetônicos da Paróquia Nossa Senhora das Graças e Santa Gema Galgani. Ao todo, 36 projetores de 35 watts e uma temperatura de cor de 3000 kelvin foram embutidos no piso da igreja. “Eles criam um cenário cativante, conectado com as linhas dos pilares da nave da igreja, ressaltando sua grandiosidade e beleza. A torre, a colunata frontal e traseira e a cruz localizada no fundo da igreja foram adornadas com 70 projetores”, explicou o secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Rodrigues, que acompanhava o prefeito no evento. A Smop, por meio da Diretoria de Iluminação Pública, é a responsável pela execução do projeto.

Uma Jornada Hist Rica

Além de iluminar o presente, a Paróquia Nossa Senhora das Graças e Santa Gema Galgani tem forte vínculo com a história do bairro. Sua fundação remonta a 1955, quando o Padre João Píton, na época vigário do Abranches, liderou o esforço para a construção da capela da Barreirinha. Desde então, a igreja se tornou o pilar da vida religiosa da comunidade.

A capela original, construída com a madeira de uma escola pública doada Governo do Estado, testemunhou a primeira Santa Missa em dezembro de 1955. A devoção e o empenho da comunidade levaram à inauguração da Paróquia de Nossa Senho- ra das Graças e Santa Gemma Galgani em 1965.

Unindo Tradi O E Inova O

A Igreja Nossa Senhora das Graças e Santa Gema Galgani faz parte de um pacote de dez espaços públicos da cidade - sete igrejas e três monumentos – contemplados na segunda etapa dos programas de Iluminação Cênica e de Destaque de Monumentos e Prédios Históricos e Rosto da Cidade.

Outros espaços da cidade, como o Santuário Nossa Senhora de Lourdes (Campo Comprido), as igrejas Ortodoxa Antioquina São Jorge (Mercês) e Sant’Ana (Abranches), além da Fonte do Memorial Paranista (Parque São Lourenço), Santa Terezinha do Menino Jesus (Batel) e Catedral Ortodoxa Ucraniana São Demétrio (Mercês) também receberam nova iluminação.

A ação não apenas ressalta a herança cultural e arquitetônica da cidade, mas também incorpora tecnologia de iluminação sustentável, contribuindo para uma Curitiba mais eficiente energeticamente.

De acordo com Tony Malheiros, diretor do Departamento de Iluminação Pública, presente ao evento, essa iniciativa vai além de embelezar a cidade. "A iluminação cênica não apenas valoriza a história e a cultura da cidade, mas usa tecnologia LED, que consome menos energia e proporciona um resultado mais eficiente", afirma Malheiros.

Também participaram do evento a presidente da Fundação Cultural, Ana Cristina de Castro; o vereador Leônidas Dias; a administradora Regional do Boa Vista, Janaína Lopes Gehr; e o engenheiro do Departamento de Iluminação da Smop, Thales Signorini.

Uma das esculturas em desenvolvimento é a da ilustre curitibana Enedina Alves Marques, a primeira mulher a se diplomar em engenharia civil no Sul do Brasil, em 1945, pela Universidade Federal do Paraná. Além desse feito notável, ela também foi a primeira engenheira negra do país.

A escultura, uma colaboração entre a Prefeitura de Curitiba e o Centro Universitário Internacional Uninter, será instalada no calçadão da Rua XV de Novembro, próxima à praça Osório.

Antes de alcançar a engenharia, Enedina desempenhou funções como babá e empregada doméstica. Sua jornada educacional começou aos 12 anos, quando foi alfabetizada e posteriormente ingressou no curso normal. Tornouse professora e a escultura retrata a fase em que ela se preparava para realizar um sonho.

"A escultura representa precisamente esse período, mostrando-a como professora e se preparando para realizar seu grande sonho de se tornar engenheira", explica o escultor Rafael Sartori.

SICUPIRA: ÍDOLO CURITIBANO Outro projeto em andamento no Ateliê do Memorial Paranista é a escultura em tamanho real de Barcímio Sicupira, ex-jogador e ícone do Club Athletico Paranaense. Com quase 2 metros de altura, a escultura será instalada na Praça Afonso Botelho, imortalizando a história do atleta que ainda mantém o título de maior artilheiro da história do Furacão.

EXÍLIO: RELEITURA DE JOÃO TURIN

Outra peça significativa, a obra Exílio, com 2,70 metros de altura, também está em processo mais avançado de execução. Criada pela artista Luna do Rio Apa, trata-se de uma releitura da primeira escultura de grandes proporções feita pelo escultor João Turin durante o período em que viveu na Europa, no início do século 20. A releitura foi esculpida em gesso para marcar o centenário do Movimento Paranista, do qual João Turin foi um dos fundadores, e a escultura está atualmente em exibição no Memorial de Curitiba. A Prefeitura de Curitiba está empenhada em transformar essa obra em bronze para integrar o acervo do Memorial Paranista.

Ainda está sendo preparada no Memorial Paranista uma placa em relevo para homenagear Aristides de Souza Mendes, cônsul de Portugal.

Participaram da visita a presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro, o gerente de Marketing da Uninter, Gionane Varella, o diretor de criação da agência OpusMultipla, Alexandre Catarino, e as filhas de Sicupira, Mariana e Flávia.