GNARUS - 162
Interdisciplinar
ABORDAGEM MONTESSORIANA NO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Por Elizabete Otero Mendes A imaginação não se torna grande, até que os seres humanos, se tiverem a coragem e a força, a usem para criar. (Maria Montessori) RESUMO: Este estudo analisou, por meio de revisão bibliográfica, a aplicação do método de Montessori em programas de intervenção (reabilitação e estimulação) cognitiva durante o envelhecimento. Inicialmente foi realizado um estudo sobre a intervenção cognitiva e a utilização do método de Maria Montessori adaptado para a fase mais adiantada da vida. Durante a análise dos resultados sobre a temática constatou-se a carência de estudos científicos dessa natureza no Brasil; foram identificados benefícios tanto para a qualidade de vida dos pacientes idosos em diferentes contextos e culturas, quanto para os sujeitos de intervenção; e foram observados, também, alguns cuidados necessários para efetividade do método aplicado na intervenção com a abordagem centrada na pessoa e não na doença. Palavras-chave: intervenção cognitiva; idoso; método Montessori.
Introdução
A
h, minha filha..., estou tão esquecida! Quem ainda não ouviu essa expressão de uma pessoa idosa? Por outro lado, quem ainda não ouviu uma queixa de familiar de idoso, quanto à sua rejeição em participar de programas de estimulação cognitiva? Principalmente quando os quadros demenciais se instalam nesta fase da vida. Estudos
já
realizados
demonstraram
que a instalação das demências, em especial as degenerativas crônicas reduzem progressivamente a capacidade cognitiva dos idosos. Perdas significativas crescentes são identificadas pelos familiares e cuidadores como habilidades de memória, raciocínio, cálculo, entre outros distúrbios cognitivos. A estimulação cognitiva, em conjunto com o tratamento farmacológico, contribui para a manutenção da saúde cognitiva e funcional dos pacientes podendo, inclusive, atrasar a evolução dos quadros demenciais (BOTINO, 2002).
Gnarus Revista de História - VOLUME XII - Nº 12 - DEZEMBRO - 2021