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Falo em Foco
from Falo Magazine #27
Jerónimo de los Santos cresceu em um contexto marcado pelo catolicismo, pela repressão sexual e pela homofobia. Portanto, a representação do nu masculino sempre lhe foi negada bem como a existência de uma cultura homoerótica. Os únicos corpos masculinos que podia ver eram as estátuas greco-romanas, o torso nu de Cristo e… o do seu pai, sua referência de homem.
Durante os longos dias sozinho na pandemia, ficou extremamente angustiado com as terríveis notícias. A tristeza pelo falecimento do pai, deixou seu visual desleixado, mais selvagem. Através da internet buscou artistas de todo lugar que pudessem tirá-lo da escuridão para reacender uma faísca de sua imaginação. Com as inúmeras possibilidades de efeitos visuais do celular, começou a se fotografar nu em colagens cinemáticas para se expressar como um ser sexual. A estética vintage se conectou com suas reflexões sobre suas raízes ciganas, seus demônios pessoais, sua sexualidade e do seu pai. E, de repente, seu projeto entrou num fluxo de redimir e libertar seus ancestrais do conservadorismo, de se tornar possível ser quem se deseja. 8=D