A COP26, 26ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, aconteceu em Glasgow, na Escócia, entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro em seu calendário oficial, tendo sido estendida até o dia 13 de novembro para finalização das discussões e textos por parte dos negociadores.
Sendo uma COP de cunho extremamente técnica e a primeira de todas a ser realizada dentro de um contexto de recuperação pós pandemia, suas discussões eram cruciais para limitar o aumento médio da temperatura global em 1,5 graus Celsius em relação a temperatura na era pré industrial. Dentre os diversos temas discutidos pelas nações e seus grupos de trabalho, os principais que podem ser destacados são:
A Finalização do Livro de Regras do Acordo de Paris, com um destaque para a Regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris, que trata de mercados e créditos de carbono;
O Aumento ou Mantimento do Fundo de Financiamento climático de U$100 bilhões para ações de adaptação, mitigação e resiliência climática em países do Sul Global, dentre outras pautas importantes de Adaptação e Resiliência e Perdas e Danos;
A Implementação de planos de transição para a década verde (carbononeutralidade, Net Zero) e recuperação econômica verde pós pandemia;
O Fortalecimento dos compromissos de NDCs para aumentar ambição climática multilate fim de manter o 1.5
O Estabeleciment contagem de emis além de Mecanism
Sediada pelo Reino Unido em parceria com a Itália, a COP26 tinha como metas além do 1.5ºC, a cooperação, a mobilização de finanças e a adaptação de comunidades e habitats. Em seus resultados, a conferência entregou um Livro de Regras do Acordo de Paris finalizado e acordado por todas as partes.
Por um lado, a COP26 entregou diversos avanços na agenda climática, porém que necessitam de compromissos fortes dos países para que tenham resultados concretos nos próximos anos. De outro, a conferência falhou em entregar a ambição desejada para frear a crise climática dentro do tempo estabelecido pela UNFCCC. Com um acesso restrito às salas de negociações, percebemos que a COP não se restringe apenas a acordos coletivos: é também o momento que as nações têm para mostrar seus compromissos, rever suas metas e demonstrar liderança na agenda climática, além do papel da sociedade civil com construções de parcerias e de iniciativas que têm o poder de mover a agenda da justiça socioambiental em frente.
Algumas das regras contidas no Livro de Paris falam sobre os mecanismos de transparência e reporte de emissões de forma que possam ser aplicáveis a todas as nações, grande desafio do acordo, considerando as desigualdades que têm que ser levadas em consideração. O Artigo 6 também teve alguns mecanismos definidos, colocando a onda global mais próxima de um mercado de carbono definido. Além destes, o Acordo global de redução das emissões de metano (reduzir as emissões em 30% até 2030 em relação aos níveis de 2020) também teve grande importância, sendo este um gás do efeito estufa de grande importância. O carvão, fonte de energia fóssil que mais gera debates entre as partes, também teve fortes sinalizações que caminham para o fim do seu financiamento.
Mesmo assim, análise do Climate Action Tracker acerca dos compromissos e metas apresentados
COP26
sendo o cenário mais realista, um aumento de é possível perceber a cas independentes para ndo falamos que é uma
Dando destaque para alguns acontecimentos do Brasil que impactam a agenda de justiça socioambiental, podemos levantar:
Logo nos primeiros dias de conferência, o Brasil anunciou uma nova NDC com meta de redução para as emissões de carbono em 50% até 2030, diminuindo a sua redução de ambição, porém sendo ainda insuficiente e também incoerente com as medidas internas que levam o país na direção oposta;
Durante a COP26, o Brasil levou dois prêmios Fóssil do Dia, entregues pela CAN: o primeiro no dia 05/11 pelos ataques do Presidente Bolsonaro ao discurso de Txai e aos povos indígenas, e o segundo no dia 11/11 pelo discurso do Ministro Joaquim Leite que associa “florestas à pobreza”.
Climate Action Tracker analisa que 73% das metas de “net zero ” do Brasil estão mal desenhadas e não cumprem com o aumento de ambição;
Apesar do Brasil não ter se feito presente com representantes oficiais na Cúpula dos Líderes nos primeiros dois dias de conferência, a sociedade civil estava lá e o Engajamundo marcou sua presença: Txai Suruí, membro da nossa delegação, foi a única brasileira a falar na cúpula, trazendo um discurso jovem potente sobre a necessidade de colocar os povos indígenas no centro da tomada de decisões e a urgência de proteger a Amazônia e o mundo com medidas urgentes e efetivas para frear a crise climática.
Brasil promete zerar o desmatamento até 2030 e adere ao Acordo de Florestas; Brasil adere ao Acordo de metano;
Durante a COP o Senado Federal aprovou o PL 6 539/2019 que atualiza a Política
A COP, prevista para acabar no dia 12/11, foi estendida por mais um dia, apresentando um texto final no dia 13/11 que merece alguns destaques:
O rascunho do Acordo de Glasgow menciona justiça climática, apesar de não reforçar o papel decisivo que a mesma tem; apesar de apresentar compromissos gerais importantes, o acordo não define compromissos suficientes, como datas específicas ambiciosas para a realização dos cortes/reduções de emissões; A criação de um diálogo anual sobre oceanos e o destaque ao clima oceânico; A articulação diplomática entre Brasil e Japão para propor um entendimento comum que destravou as negociações acerca da regulamentação dos mercados de carbono; A definição de bases claras para o financiamento de adaptação e perdas e danos, apesar da falta de ambição dos países do norte global nesse setor;
Assim, a COP26 foi uma conferência de grande destaque dentre as COPs, apresentando compromissos e avanços consideráveis em termos de negociações. A partir da perspectiva de participação da sociedade civil e da justiça climática, o caminho ainda é árduo e têm muito o que avançar. Esperamos que nas próximas COPs haja a retomada da presença da sociedade civil nos espaços oficiais de negociação, assim como a possibilidade de tempo de fala maior para as constituintes representantes. Esperamos também que hajam avanços para uma agenda climática comprometida com os grupos sociais mais afetados, o que exige um espaço com maior acessibilidade e representatividade ativa. A presença da sociedade civil para frear os compromissos vazios, barrar os retrocessos e garantir que o Brasil esteja representado por aqueles que lutam diariamente pelo clima se faz cada dia mais importante, e é uma pauta que merece destaque sempre.
O Engajamundo é uma organização liderada por jovens que acreditam na sua responsabilidade como parte fundamental da solução para enfrentar os maiores desafios socioambientais do Brasil e do mundo. Atuamos como um canal para a participação efetiva da juventude em decisões importantes que afetam seu presente e futuro, relacionadas às temáticas de mudanças climáticas, cidades sustentáveis, biodiversidade, gênero e desenvolvimento sustentável.
Nossa missão é conscientizar os jovens brasileiros de que mudando a si mesmo, se engajando em sua comunidade e se engajando politicamente, eles podem transformar as suas realidades.
O Grupo de Trabalho (GT) sobre Clima do Engaja atua desde 2013 em todas as regiões do país buscando saídas para a crise climática e colocando o jovem brasileiro como protagonista da solução. Já participamos de 7 Conferências das Partes (COPs 19, 20, 21, 22, 23, 24 e 25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Com a COP 26, contabilizamos oito Conferências de Clima em que estivemos presentes, ocupando os espaços de tomada de decisão e ecoando as vozes das juventudes brasileiras em toda a sua diversidade e potencialidade.
Nossa delegação deste ano foi composta por 13 jovens entre 18 e 27 anos de quatro regiões do Brasil. Prezando pela diversidade e pela representatividade, a seleção dos jovens integrantes foi realizada de mandeira integrada com o Grupo de Trabalho de Clima em todo o seu processo, desde a definição dos critérios básicos para a seleção, até a indicação dos 13 jovens selecionados. O grupo final foi formado por 11 mulheres, sendo em nossa maioria pessoas negras e indígenas das regiões norte e nordeste, além de representação PcD e LGBTQIA+ em nossa composição.
Comprometidos pela pauta climática, nosso objetivo foi de incidir como juventude brasileira nas agendas de debate da COP26 por meio de estratégias de comunicação, lobby e ativismo para comunicar as demandas, denúncias e propostas das juventudes para enfrentar a crise socioambiental no Brasil e construir caminhos possíveis para criar
Bruna, 22 anos, Seropédica, RJ: De riso frouxo e pisciana. Ativista desde que nasci pela causa da fissura palatina, por ter nascido assim e exigir respeito. Ativista climática com vontade de fazer parte da construção de um mundo melhor e mais justo climaticamente e com amor.
Camille, 18 anos, São Paulo, SP: Sou uma mulher preta de São Paulo fascinada por justiça social e ambiental. Pisciana raiz com uma essência aquariana, com olhar amoroso e otimista pela vida, sendo movida pelo desejo de mudança, justiça e progresso.
Giselli, 27 anos, Natal, RN: Nascida e criada em Natal, moldada pelo sal e sol de ser nordestina. Canceriana e das humanidades, sigo convicta que a gente muda o mundo pelos afetos. Lutar contra a crise climática é criar um mundo mais justo.
Celina, 22 anos, Manaus, AM: Nascida e criada banhada pelos rios do Amazonas. Autista e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência e ambientalista por natureza. Articulo na criação de um ativismo ambiental mais inclusivo e acessível. Engajo pela preservação da floresta amazônica, pelos direitos dos que nela vivem e pela ascensão nortista.
Jaci, 25 anos, Alter do Chão, PA: Sou cunhã cabocla indígena da Aldeia de Alter do Chã. Jovem ativista da causa indígena ou seja cuidar do planeta terra, do lugar onde vivemos em harmonia com os seres e ancestrais. Sou do vale toco curimbó, danço, solto a voz pra brigar ou pra cantar como backing vocal, o carimbó está no meu sangue e eu amo.
Frances, 26 anos, Nossa Senhora da Glória, SE: Nascido e criado no Alto Sertão Sergipano, a resistência e resiliência dessa região me guia. Acredito no poder das juventudes e juntos vamos derrubar as estruturas que impedem nosso protagonismo.
(em ordem da imagem, da esquerda para a direita)
Mirela, 20 anos, Feira de Santana, BA: 100% aquariana (mas meu coração não é de gelo) e venho diretamente do agreste baiano. Odeio café mas amo chá. Como boa aquariana prezo pela liberdade e não vejo limites no potencial das juventudes de transformarem esse país.
Isvilaine, 25 anos, Passa Três, RJ: Venho do interior do Rio de Janeiro, tenho como valores justiça e coragem. Sou escorpiana (não rancorosa), busco comunicar o clima de maneira mais popular e por acreditar num mundo melhor sou ativista socioambiental.
Darlly, 21 anos, Santarém, PA: Surara Tupinambá, ribeirinha das águas do rio Tapajós, aldeia São Francisco e ativista Indígena. Conselheira Nacional de Juventude CONJUVE MMFDH. Geminiana com Ascendente em áries. Luto e defendo nossos direitos, direitos à vida e a Território! Para que nossas futuras gerações tenham onde morar e o que comer.
Paulo Ricardo, 27 anos, Feira de Santana, BA: Cidadão do mundo, e entusiasta da vida. Astrologicamente indeciso, com um bom libriano! Lutando por um mundo mais justo e igualitário, dedico minha vida ao ativismo climático. #JustiçaClimáticaJÁ!
Txai, 24 anos, Porto Velho, RO: Ativista indígena do povo Paiter Suruí da Terra Indígena Sete de Setembro de Rondônia. Justiça climática e justiça para os povos indígenas é o que me move.
Carol, 21 anos, Caçapava do Sul, RS: Gaúcha do interior do pampa, articulo por sistemas alimentares sustentáveis. Ariana, apaixonada por aprender novos idiomas e por confeitaria. O que me move é lutar por um mundo onde todo mundo possa acessar seus direitos plenamente.
Samara, 22 anos, Feira de Santana, BA: Artista vinda da Cidade Princesa, escorpiana de escuta ativa. Movida inteiramente por arte e amor. Apaixonada pela educomunicação acessível e sexify a qual considero uma ferramenta de transformação potente. Luto enquanto houver injustiças.
Nossa narrativa como delegação se constrói a partir do princípio de reforçar o lugar central que a justiça climática deve ocupar nas negociações, incluindo a juventude e diversidade de visões nas propostas e compromissos adotados nas negociações da pauta climática. Considerando o cunho extremamente econômico da Conferência deste ano, reforçar a visão fundamental de como a pauta social está intrinsecamente ligada com todos os tópicos em discussão é essencial para garantir que os resultados das negociações levem em consideração o olhar humano da crise climática - afinal, falar de clima é, essencialmente, falar de pessoas.
Assim, nossa posição se centrou em demonstrar a importância de ter o olhar da justiça climática nos planos de recuperação econômica verde e incluir juventudes e diversidade nas propostas e compromissos, tendo como valores centrais a justiça climática e o fortalecimento dos espaços de participação da sociedade civil.
NO cenário da pandemia da Covid 19 impactou o contexto da COP26 em vários aspectos, incluindo o credenciamento das organizações e, por consequência, dos participantes. Durante os anos anteriores, fazia parte da rotina de preparação das delegações do Engajamundo contar com o apoio de organizações nacionais e internacionais que cediam parte de suas credenciais para os jovens do Engaja. Este ano, com as restrições advindas do contexto da pandemia, em relação a quantidade de pessoas ocupando os espaços e as regras de distanciamento social, a quantidade de credenciais disponibilizadas para as organizações foi significativamente menor.
Levando este contexto em consideração, foi necessário um esforço ainda maior da delegação do Engajamundo para conseguir a quantidade de credenciais necessárias para todo o grupo, já que o número médio de credenciais para cada organização foi menor demandando um maior número de organizações parceiras mobilizadas para cobrir a quantidade necessária. Graças à parceria com diversas organizações e a confiança que estas possuem no trabalho do Engajamundo, conseguimos o número suficiente de credenciais para garantir a presença de toda a delegação nos dias de Conferência. Os grandes parceiros nesse processo foram o Observatório do Clima, Fundação Grupo Boticário, ((O)) Eco Jornalismo Ambiental, Climate Action Network (CAN), UK Youth Climate Coalition (UKYCC), Viração Educomunicação, Global Center on Adaptation (GCA), Instituto Akatu e Uma Gota no Oceano. Este ano foi ainda o primeiro ano em que o Engajamundo recebeu credenciais próprias pela UNFCCC, em processo que nos submetemos em 2020 para solicitação do credenciamento enquanto organização observadora. Em outubro de 2021 recebemos o resultado da solicitação, no qual fomos informados que o processo de credenciamento foi aceito em um status provisório, que nos garantiu quatro credenciais para a COP26 durante as duas semanas de conferência e que será reavaliado e confirmado pela UNFCCC para as Conferências seguintes.
Assim como em anos anteriores, a estratégia de mobilização em arrecadação coletiva foi uma das grandes aliadas para que a delegação do Engajamundo conseguisse arrecadar os valores mínimos necessários para tornar viável a presença na COP26. A campanha de financiamento coletivo deste ano foi realizada através da plataforma Benfeitoria, e arrecadou um total de R $36.230,00, superando nossa meta inicial de R$25.000,00.
Entendendo a dificuldade econômica de se viabilizar uma campanha desse nível face a um cenário pandêmico, de recessão econômica e com a moeda britânica (Libra esterlina) com câmbio equivalente à cerca de 8 reais, a escolha da plataforma se deu devido a experiência anterior da CO25, que deu super certo em meio a mudança de logística que aconteceu na época, com um aumento expressivo de custo, e também à estrutura e logística de apoio do site, tendo um suporte excelente e um servidor confiável para que pudéssemos realizar uma campanha com confiança e transparência.
O objetivo da campanha foi captar recursos para arcar com os custos totais de hospedagem de todos os membros da delegação na Escócia durante as duas semanas de conferência, valor representante de 28% do custo total de viabilização da viagem à COP26. O formato escolhido foi o ‘tudo ou nada’, sendo necessário bater a meta mínima da campanha (escolhemos colocar a meta inicial em R$25.000,00 para garantir pelo menos a hospedagem de 8 pessoas) para conseguir o dinheiro arrecadado - caso contrário, nenhum valor seria revertido para o grupo e a nossa participação seria inviabilizada - o que felizmente não foi o caso.
Nossa meta total de custeio para a hospedagem de todos era, portanto, R$35.000,00. A campanha ficou no ar durante duas semanas, sendo concluída com sucesso graças ao apoio de 268 benfeitores que acreditaram no nosso trabalho e em nossa mensagem. Ao final, ultrapassamos a meta arrecadando o valor final de R$36.230,00. Com os descontos de taxas bancárias e de serviços da plataforma, arrecadamos o total de R$31.707,25.
Além da captação através do financiamento coletivo pela Benfeitoria, também foram arrecadados recursos através do financiamento de instituições parceiras.
Os custos da viagem estão especificados abaixo.
O processo de escolha dos delegados foi feito com quase um ano de antecedência para a COP 26, tendo em vista que muitos voluntários do GT Clima eram novos na rede do Engajamundo e que, por isso, se fazia necessário um processo maior de preparação. Essa seleção prévia da delegação nos deu a oportunidade de fortalecer a atuação da delegação durante o ano com treinamentos e workshops para entenderem mais do universo da COP e das negociações que iriam acontecer.
Com isso, todos na delegação tiveram a oportunidade de fortalecer suas habilidades e conhecimentos técnicos, graças ao apoio de parceiros que disponibilizaram seu tempo, dedicação e conhecimento para a delegação. Tivemos treinamentos gerais para todos da delegação e também treinamentos específicos para os times (lobby, ativismo e comunicação) buscando construir conjuntamente conhecimentos essenciais para fortalecer nossa estratégia de atuação.
Contextualização e imersão no universo das Negociações Climáticas - LACLIMA
As metas de desempenho são uma boa maneira de monitorar e medir o progresso. Os relatórios de desempenho podem incluir detalhes como indicadores identificados, dados coletados e atividades realizadas relativas aos ODS. As metas de desempenho claras e concretas facilitam a geração de dados relevantes, consistentes e comparáveis ao longo do tempo, em formatos que seu público possa entender Progressividade das NDCs e Revisão NDCs Perdas e Danos Mecanismos de cooperação voluntária Mecanismos de transparência e compliance
A formação buscou dar uma contextualização geral das negociações e estruturas das COPs, incluindo questões como o histórico das Conferências, Negociações e Constituencies e possibilidades de participação da sociedade civil. Além disso, os encontros também abordaram tópicos que estavam previstos para serem centrais nas negociações da COP26, como: Engaja na imprensa - 350.org
Foram realizados dois encontros ministrados pela organização focados em tópicos de comunicação e relacionamento com a imprensa, que foram divididos nos seguintes blocos:
A formação buscou fortalecer as estratégias e conhecimentos da delegação nas ações de ativismo, a frente de atuação na qual o Engajamundo possui um maior histórico e reconhecimento de sua atuação dentro das COPs O encontro trabalhou questões de planejamento estratégico do ativismo e de segurança do grupo na execução das ações planejadas.
Este ano, o Observatório do Clima realizou entre 22 de setembro a 13 de outubro de 2021 uma formação preparatória para a COP26, onde o Engajamundo pode participar de maneira síncrona como parte da rede através da representação da engajadinha Carol. Além da participação nos encontros em si, foram disponibilizadas as gravações e materiais de apoio para a delegação toda, permitindo que todos acessassem um material rico de preparação e também a troca de perspectivas dentro de uma rede forte de ação climática. Os encontros foram realizados em quatro quartas feiras com os temas:
Construindo relações com a imprensa Aproveitando ao máximo as entrevistas 22/09 Histórico das negociações climáticas e Acordo de Paris 29/09 Cenário atual das negociações: Livro de regras e Geopolítica da COP
Cenário l d
Futuro d
Para garantir que conseguiríamos transmitir nossa mensagem da maneira mais efetiva possível, a delegação se organizou em três times de atuação:
Time responsável pela criação de materiais e conteúdos de comunicação, usando a linguagem sexify do Engajamundo para traduzir esse espaço da COP de forma didática, mobilizadora e acessível. A atuação do time é voltada principalmente para as juventudes, considerando o público que segue as redes sociais do Engajamundo, e para as mídias parceiras.
Durante a conferência, o time produziu diversos conteúdos nas diferentes plataformas digitais, mostrando a cobertura do dia a dia da delegação e da Conferência, bem como trazendo atualizações sobre acontecimentos de destaque.
Nesta rede social apostamos para registrar nosso dia a dia da conferência através dos stories e o feed para registrar as ações de ativismo, emitir notas de posicionamento e denúncias sobre a participação da sociedade civil neste espaço ou a falta de participação.
O Telegram foi o nosso canal de comunicação direta com alguns de nossos apoiadores. Por lá informamos sobre nossa atuação e fizemos coberturas em tempo real, enviando mídias, nossas produções e respondendo a dúvidas.
O espaço no meio virtual em que a delegação fez uma cobertura mais completa foi o Twitter. Nesta rede foram postados fios, trends, entrevistas, eventos que a delegação do engaja promoveu ou participou durante a conferência, bem como coberturas em tempo real de acontecimentos de desaque.
O podcast do Engajamundo lançou uma série especial sobre a COP26 e o último episódio da trilogia chamado “Ainda não acabou” foi um produto da parceria do LabPimenta com a delegação da COP26. Nele, foi apresentado um balanço final da Conferência sob a perspectiva das juventudes presentes em Glasgow e das que acompanharam o evento daqui do Brasil.
Além disso, o time de comunicação fortaleceu parcerias com veículos de mídia, produzindo textos, artigos e colunas sobre a Conferência, com destaque especial para o papel e atuação das juventudes presentes. Aqui estão alguns textos que produzimos:
A pauta climática e suas negociações precisam ser sobre as pessoas ((o)) eco “O que esperar da COP26 e por que a presença da sociedade civil neste espaço pode ser mais importante do que nunca”
Por que a crise climática também é uma pauta das juventudes ((o)) eco “Um olhar para além da ideia da geração do “amanhã” “
Missão (im)possível para a senadora Kátia Abreu ((o)) eco
“Em nome da juventude brasileira, delegação do Engajamundo faz apelo à senadora para que barre o PL da flexibilização do licenciamento ambiental”
Agir é urgente e o tempo não está a nosso favor ((o)) eco
“Já se foi metade da COP26 e o ritmo lento é inimigo do avanço da agenda climática uma análise da primeira semana da Conferência do Clima”
“Não temos mais tempo” é o recado de Txai Paiter Suruí na abertura da COP 26 ((o)) eco
“Jovem indígena foi a única brasileira a discursar no palco principal da Conferência do Clima nesta segunda feira (01). “A Terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo”, disse”
COP 26, fracasso, sucesso e perspectiva da juventude "Na Escócia, o recado foi dado: não existe avanço climático sem um diálogo democrático, não é possível um sucesso na agenda do clima sem a garantia da defesa daqueles e daquelas que estão na linha de frente desta luta”
“Esperar atitudes do governo Bolsonaro para conter a crise climática não é uma opção. Enquanto eles trabalham para “limpar” a imagem do agronegócio brasileiro, agentes regionais, juventudes e a sociedade civil dialogam por soluções efetivas”
A atuação do time de comunicação se destacou este ano especialmente pela articulação com imprensa, espaço que historicamente o Engajamundo não ocupava por falta de uma estrutura e apoio que até então não existia, e que pode ser construída graças ao apoio estrutural fundamental de organizações parceiras como 350.org, WWF Brasil e Observatório do Clima. Nesse sentido, o time foi responsável também pelos comunicados de imprensa alertando os públicos sobre as ações conduzidas pelos times de ativismo e lobby, e pelos atendimentos aos pedidos de entrevistas e participações em programas e canais. Um clipping desta frente de atuação será apresentado em “Engaja na Mídia”.
Nota de agradecimento do time Comunica: a rotina da conferência não é fácil. Geralmente é muito corrida e quase sempre sobrecarrega o time de comunicação, que precisa fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas dessa vez tivemos uma parceria inédita com o Grupo de Trabalho de Clima, a delegação contou com uma equipe de voluntários que trabalhou conosco daqui do Brasil. Foram nosso apoio na comunicação e atuaram com o time de Comunica na cobertura da COP produzindo conteúdo e alimentando os canais e redes do Engajamundo. Nossa atuação não teria sido tão completa sem o apoio destes jovens voluntários que estiveram no Brasil, então registramos aqui nosso muito obrigada!
Time responsável por organizar e executar ações de ativismo dentro e fora do espaço oficial da COP26, com o objetivo de trazer visibilidade e impacto para as nossas denúncias e demandas para os tomadores de decisão. A característica principal do time é o sexify associado a criatividade. As ações na COP26 buscaram trazer a mensagem de justiça climática associada aos temas de discussão da Conferência, demandando por ações concretas dos negociadores e também maior representatividade e espaço de fala para as juventudes dentro do contexto brasileiro.
Esse ano não foi nada fácil para o time de ativismo realizar seu papel. Com a estrutura dividida da COP26 e regras de distanciamento devido a pandemia, muitos espaços foram reduzidos e os tomadores de decisão estavam longe dos locais que podiam ser acessados pela sociedade civil.
Outro ponto de saudades foi a falta do ArtSpace, local onde organizações se juntavam para pensar ações em conjunto, o que diminuiu as possibilidades para a sociedade civil organizada se manifestar coletivamente e com alinhamento estratégico prévio em Glasgow. Mesmo assim, o time de ativismo brilhou, trazendo diversas ações que foram destaque não só na conferência como na mídia durante as duas semanas de conferência, dentro e fora do espaço oficial da COP26. As ações de destaque podem ser conferidas no Diário de Conferência.
Ativismo Paulo, Bruna, Darlly e Jaci
Time responsável por fazer pressão nos tomadores de decisão através dos posicionamentos das juventudes representantes do Engajamundo para que estes levem em consideração nossas visões durante as negociações e suas atuações gerais. Neste ano, tendo em vista a ausência de protagonismo da parte do governo federal em avançar nas políticas da agenda ambiental, as iniciativas estaduais e municipais estão tendo um papel muito importante para impulsionar a agenda climática no Brasil.
Assim, a narrativa escolhida foi atuar com atores subnacionais como nosso público alvo, a fim de somar no cenário de pressão aos negociadores a nível federal pelo comprometimento com metas climáticas mais ambiciosas, assim como pela apresentação de uma nova NDC revisada e corrigida. Além do contato com os subnacionais,o time atuou na busca por espaços de diálogo e incidência direta para que as pautas construídas pelas juventudes possam ter maior espaço de inserção. Por fim, também foi prevista a inserção de debates com outros atores chave, como representantes internacionais, da sociedade civil, do setor privado comprometido com a pauta ambiental e possivelmente com atores estratégicos em nível nacional (como a delegação oficial do Brasil).
Como parte da estratégia de atuação em lobby, a delegação preparou um documento completo com seus posicionamentos em relação aos temas chaves discutidos na COP26 que pode ser lido aqui, assim como um documento menor com os posicionamentos principais (aqui e aqui) para ser usado no momento de encontro e conversa na conferência em si com os subnacionais. A proposta foi buscar pontos de diálogo e também de pressão, tendo um documento propositivo e organizado de maneira coerente e que permitisse realizar outros diálogos futuros, garantindo que os compromissos não ficassem por ali.
A delegação atuou, majoritariamente, produzindo ações dentro dos times, buscando fortalecer as frentes narrativas que foram levadas pelo grupo para a COP26. No entanto, participamos conjuntamente de alguns momentos como juventude ao longo das duas semanas que estivemos na Escócia. Alguns deles foram: Encontro das juventudes da América Latina presentes na COP para troca de experiências, alinhamento de expectativas e de estratégias de atuação durante a Conferência. No encontro, também foram levantadas expectativas para planos de atuação conjunta após a Conferência, como a proposta de estruturar encontro presencial para fortalecimento da rede de jovens latinos.
Marcha Global Pelo Clima
Tradicional Marcha organizada pela sociedade civil que marca o final da primeira semana da Conferência e que reúne diferentes atores da sociedade civil global, trazendo uma significativa participação da juventude, mulheres e lideranças indígenas.
Intervenção no Pavilhão do Brasil: Cadê a juventude?
No dia da Juventude, o pavilhão oficial do Brasil na COP26 organizou um painel sobre juventudes. Após o evento, as falas foram encerradas imediatamente, não dando oportunidade para que as vozes jovens presentes falassem. Foi aí que foi realizada uma intervenção, onde demandamos o espaço de fala e questionamos o objetivo de realizar um painel sobre jovens, quando o governo brasileiro corta e não fomenta os espaços participativos para a juventude. A intervenção foi cortada da transmissão oficial do pavilhão e tratada com hostilidade, apesar de pacífica e legítima, mostrando a importância de uma representatividade verdadeira e dialogada.
Entrega da Caixa Preta para Katia Abreu
Em uma janela entre eventos no pavilhão oficial do Brasil, a senadora Katia Abreu recebeu em mãos, da delegação do Engajamundo, uma “Caixa Preta” com a missão (Im)possível de barrar o Projeto de Lei 2.159/2021 – também conhecido “PL do fim do Licenciamento ambiental” – do qual a mesma é relatora. A Caixa Preta foi entregue por uma das jovens indígenas da delegação, inspirada nos filmes de espiões, onde os agentes recebem suas missões em cartas e/ou envelopes. Durante a entrega, as jovens falaram sobre a importância que a senadora cumpra sua missão e quais as implicações do projeto nas vidas dos povos indígenas do Brasil.
A ação de ativismo com o famoso “Capitão Planeta”personagem já conhecido nas conferências de clima da ONU, aconteceu no dia 11 de novembro e movimentou a área dos restaurantes da conferência. O objetivo da ação foi mostrar como seria o futuro se todas as ações discutidas na COP26 se tornassem realidade, ações essas que realmente precisam do compromisso para limitar o aumento da temperatura global e que posicione os atores mais vulneráveis no centro das tomadas de decisão.
Ação na Marcha da Sociedade Civil: levar Joaquim Leite para passear
Na última sexta-feira da Conferência (12 de novembro) o Engajamundo, Fridays for Future e Greenpeace Brasil realizaram uma ação na Marcha da Sociedade Civil com enfoque no atual Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e suas ações de greenwashing durante a Conferência.
Reuniões YOUNGO, CAN e CANLA
O Time de Lobby acompanhou também a atuação de três outras redes internacionais de juventude que o Engajamundo faz parte, buscando sinergias de atuação e possibilidades de incidência conjunta. Foram acompanhadas diariamente as reuniões da YOUNGO (Constituinte Oficial de Juventude da UNFCCC), CAN América Latina e CAN Internacional. A participação nesses espaços nos permitiu estar mais próximos do que estava acontecendo dentro das salas de negociação e manter as relações que temos com as redes de contato parceiras.
Além das reuniões e do trabalho de corredor, o time de lobby assim como outros membros da delegação, participou de diversos eventos durante a COP26, sendo espaços de incidência coletiva como o Brazil Climate Action Hub essenciais para nossa atuação, como um ponto de encontro entre os atores chave e a sociedade civil engajada. Alguns espaços que participamos foram:
Participação em Roda de Conversa “Juventudes, Educação Climática e Encontros Geracionais na Rio + 30 em 2022” no Action Hub
A Roda de Conversa foi promovida pelo Eduardo Cavaliere, secretário de meio ambiente do Rio de Janeiro, com as juventudes brasileiras, a fim de dialogar sobre nossas preocupações, expectativas para a conferência e visões para o futuro. Foi uma oportunidade também para falar do Encontro Rio +30, acontecendo agora em 2022, e que precisa contar com uma forte presença nacional das juventudes para a construção da ação climática.
No dia 02/11, foi aberto oficialmente o espaço de troca de setores através do Brazil Climate Action Hub. O Engajamundo se fez presente através do articulador Paulo Ricardo, membro do time de ativismo, que mediou a discussão Em busca do tempo perdido: recuperando a confiança e reconstruindo a política de clima num Brasil pós-Bolsonaro.
O evento buscava discutir os caminhos possíveis para a recolocação do Brasil como ator proeminente em manter a meta de 1,5ºC vivo mesmo depois de mil dias de retrocessos na governança climática a partir do governo Bolsonaro, reunindo atores de diversos setores, como Marcio Astrini (Observatório do Clima), Sineia do Vale e Izabella Teixeira
O evento aconteceu no dia 05/11 às 12h e teve formato de Painel/Roda de Conversa, promovido pela nossa delegação do Engaja, com a proposta de reunir atores chave comprometidos com a pauta ambiental e juventudes da sociedade civil em um espaço de diálogo para apresentar o documento de posicionamentos e proposições do Engajamundo em relação aos temas discutidos na COP26 de inclusão do olhar de justiça climática nos mesmos, a fim de fortalecer compromissos efetivos e pressionar o governo brasileiro a aprimorar seus posicionamentos, e também para dialogar sobre possíveis formas de atuação dos subnacionais para tomar o protagonismo na transição climática para um possível futuro, entender o papel das instituições do Estado para apoiar essa liderança regional, e compreender o papel de organizações independentes da sociedade civil no monitoramento e acompanhamento das atuações dos mandatos políticos.
A roda reuniu Carolina e Isvilaine como representantes do Engajamundo; Beatriz Pagy como representante da Organização Clima de Eleição; Tábata Amaral (Deputada Federal); e Camila Pontual (Coordenadora de Relações Internacionais e Cooperação na cidade do Rio de Janeiro).
Evento “História de Jovens Mulheres pretas na proteção do meio ambiente” Ainda no dia da Juventude (05/11), a engajadinha Camille, membro do time de lobby, participou como painelista no evento História de Jovens Mulheres pretas na proteção do meio ambiente, promovido pela Perifa Sustentável, Nossas, Alana e Engajamundo. O evento, em formato de roda de conversa, trazia a proposta de mostrar quem são as mulheres negras brasileiras envolvidas na luta climática, suas jornadas e seus desafios a serem enfrentados, dando visibilidade para narrativas jovens parte da solução dentro de cenários de barreiras sociais na luta socioambiental.
Evento “Potencialidades e Desafios do Brasil no enfrentamento da Crise Climática e o papel do Congresso” No dia 08/11, fomos convidados a realizar uma fala durante o evento, que contava com a participação de representantes do Senado, Câmara de Deputados, setores privados e da sociedade civil, sobre a atuação do Fórum da Geração Ecológica para a criação de um arcabouço legal que seja capaz de reagir ao atual momento de crise climática vivido.
Além da representação da Txai Suruí, membro da nossa delegação do Engaja, falando em representação da juventude indígena sobre a importância da Demarcação de Terras Indígenas para a efetivação das políticas ambientais no Brasil e da capacidade que a união de setores representa para um país protagonista, Carolina e Isvilaine também se fizeram presentes, reforçando a nossa narrativa da importância dos espaços de sociedade civil serem fomentados com as populações mais afetadas no centro da tomada de decisão, tendo a juventude como um dos atores principais, além de cobrar a ação climática dos setores.
No dia 10/11, o time também participou como ouvintes no Evento “Avaliação da Política brasileira sobre Mudança do Clima, Desmatamento e Queimadas e propostas de avanço no Congresso Nacional” no Brazil Climate Hub, momento de troca promovido pelo IDS (Instituto Democracia e Sustentabilidade) junto com o iCS (Instituto Clima e Sociedade), RAC (Rede de Advocacy Colaborativo), MapBiomas Brasil e RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade) para apresentar o “Relatório de Avaliação das Políticas Climática e de Prevenção e Controle do Desmatamento”, documento desenvolvido na Comissão de Meio Ambiente do Senado em 2021.
A participação como ouvintes no evento foi importante para mostrar aos representantes ali presentes a nossa preocupação com os temas de Governança ambiental e Transparência nas ações, pauta que o Engaja já acompanhava remotamente e nas redes sociais através da hashtag #ALeiMaisUrgenteDoMundo sobre o PL 6.539/2019, que atualiza a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) e as PECs 233/2019 e 37/2019, que incluem a pauta de Segurança Climática na Constituição Federal brasileira, temas de grande transversalidade com as pautas de reivindicação do Engaja.
Exibição junto com o VR Project: My Climate Reality - MockCOP Outra participação do Engaja que merece destaque nessa COP26 foi a exibição de um curta junto com o VR Project: My Climate Reality da organização MockCOP. O projeto tinha como proposta exibir os curtas em óculos de realidade virtual para aproximar as pessoas de realidades que às vezes parecem distantes quando se fala da crise climática: aquelas das pessoas que vivem na linha de frente do enfrentamento da crise.
O projeto foi exibido no dia 03/11 na área de stands de projetos da Green Zone, mostrando a realidade de ativistas das Filipinas, Índia, Colômbia, Uganda e Brasil. O Engajamundo participou da construção do projeto e de sua execução com o filme que mostra a realidade no território indígena La Petanha, terra de Txai Suruí, membro da delegação no time de comunicação. O vídeo pode ser encontrado no canal do YouTube do projeto aqui
Em 2021, a organização britânica Climate Science preparou uma Olimpíada de soluções climáticas, onde cerca de 12 mil jovens do mundo todo participaram propondo soluções para problemas climáticos em diferentes regiões, e é claro que o Engajamundo não ia ficar fora dessa, não é? Passando pelas fases classificatória, semifinal e final, os membros da delegação Carolina e Frances se classificaram dentro do Top 10 duplas finalistas da competição através de suas proposições de solução para o desenvolvimento sustentável na região do Sudeste Asiático.
Apesar de não ter ficado entre os 3 ganhadores, nossa dupla de engajadinhes terminou em 6º lugar na classificação geral da olimpíada, mostrando a potência da juventude brasileira em pensar soluções para a crise climática. A premiação final ocorreu no auditório da Blue Zone em Glasgow, durante a COP26, no dia 09/11.
A participação do Engajamundo em COP’s sempre gera repercussão nas mídias, e dessa vez não foi diferente. Vamos deixar aqui algumas das aparições do #EngajanaCOP26 em jornais e outros veículos.
COP26: Participantes falam de 'dois Brasis' e empresas apresentam soluções Portal Uol "Este ano tivemos a maior participação grupos de juventude e grupos indígenas aqui, mas não estamos no espaço onde deveríamos estar, que é nas negociações. Tenho medo de que o discurso seja outro quando voltarmos ao Brasil"
Olimpíada global de ciência climática destaca jovens brasileiros Exame "A Olimpíada mostra que a juventude pensa de fato em soluções" Jovens Brasileiros terão voz na COP26 Correio Braziliense
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Mourão defende investimentos para desenvolver a bioeconomia na Amazônia Correio Braziliense Esperanças de acordo climático de Glasgow no sábado BBC News “Não temos mais tempo” é o recado de Txai Paiter Suruí na abertura da COP 26 O Eco
COP26: Revisão do Brasil para meta de emissões é “compromisso vazio” Brasil de Fato
A gente quer ser parte da solução Globonews Txai Suruí foi a única voz do Brasil na abertura da COP 26 Encontro com Fátima Bernardes Jovens brasileiros terão voz na COP26 Correio Braziliense Jovens brasileiros levarão vozes da floresta à COP26 WWF O que querem os jovens brasileiros na Conferência do Clima, a COP26 Exame A pauta climática e suas negociações precisam ser sobre as pessoas O Eco Por que a crise climática também é uma pauta das juventudes O Eco Aluna de faculdade brasileira é selecionada para participar da COP 26 Dias + sustentáveis
Eu nunca imaginei que era possível participar de coisas que a gente estuda na escola Quando aprendi sobre conferências, no ensino médio no SENAI, eu não fazia ideia de que um dia eu poderia estar em uma.
Viver é melhor que sonhar, e só isso que descreve a felicidade que eu estava quando eu finalmente adentrei no espaço da COP. Poder participar da delegação mais diversa do Engajamundo, também me fez ter dúvidas se realmente era eu que devia estar ali, mas eu não estava por ser uma mulher preta, periférica e pobre, eu estava lá apesar de tudo isso!
Sou muito grata ao Engajamundo por ter mudado a minha vida, me ensinado sobre meu poder de mobilização e me mostrado que o único medo que eu devo ter é de não ir longe de menos! Agradeço a todos que doaram, aos coordenadores que construíram um time incrível e à toda delegação por todo apoio que tanto precisei por ser a primeira engajadinha grávida na COP.
Estar na COP26 foi uma experiência única e transformadora em várias esferas. É realizador poder representar e ocupar espaços podendo incidir positivamente em pautas que afetam o nosso futuro. Infelizmente, a conferência contou com alguns pontos negativos, como a segregação entre sociedade civil e negociadores, e, ao meu ver, ter se falado pouco sobre justiça climática o que reforça a necessidade de nós, a juventude negra, indígena. PCDs, das periferias e do sertão, estarmos nesse local, apresentar nossas demandas e soluções para os problemas que, majoritariamente, nos afetam.
A COP26 foi a segunda experiência que pude viver nestes espaços, mas a sensação e vivência foi completamente diferente da que senti em Madrid, já que ocupava aqui um papel completamente diferente o de coordenar a delegação Em um contexto de pandemia, ainda, o cenário pareceu sempre muito mais nebuloso e instável tivemos poucas certezas no processo, e nos fazer chegar em Glasgow foi um verdadeiro navegar às cegas em vários momentos. Mas, apesar do caminho turbulento, ocupar a COP26 me confirmou que espaços como estes não podem existir, de forma alguma, sem a presença da sociedade civil e das lideranças que pulsam para fazê la avançar, mesmo contra todas as tentativas de silenciamento. A agenda climática é essencialmente sobre pessoas e as juventudes do Engajamundo seguirão ocupando estes espaços até que essa afirmação se torne viva em TODOS os momentos. Agradeço a oportunidade de ter feito parte desta construção!
Estar presente na COP, e participar de todo o processo até a chegada à Conferência, foi uma experiência única. Enquanto PCD, durante muito tempo me vi fora de espaços como o da COP, sempre pareceu longe demais ou difícil demais. O ativismo ainda é muito inalcançável (e nada acessível) para muitas pessoas com deficiência e crescemos sendo ensinados de que esses espaços não nos pertencem. Quebrar esse padrão foi um grande passo para mim Sinto que toda essa experiência foi essencial para que eu entendesse a importância de se falar, cada vez mais, sobre justiça climática e, principalmente, sobre como isso atravessa pessoas com deficiência. Agora, trazemos ainda mais certeza de que a juventude negra, indígena, PCD, periférica precisa ocupar esses espaços. Foi uma troca emocionante e que me fez voltar com ainda mais força e vontade de fazer nossas vozes ecoarem.
Frances
Como é louco concretizar de fato uma das missões do Engaja, estar inserido em um processo de tomada de decisão de alto nível. Mesmo ainda não conseguindo participar das negociações, ir para COP é um sonho que nunca pensei que poderia concretizar dentro da minha realidade. Foi e continua sendo importante não somente para mim, mas para outros jovens sonhadores e que também acreditam que somos a mudança que tanto queremos ver no mundo Espero continuar lutando para que mais juventudes consigam acessar as oportunidades e estejam centrados nas tomadas de decisão, solucionando os problemas e garantindo o presente e um futuro ecologicamente equilibrado com base na justiça climática.
A COP 26 foi sem dúvidas a experiência mais marcante de toda minha trajetória enquanto ativista climática. Em Glasgow, ao me deparar com tantas histórias e iniciativas pude ter dimensão da importância do trabalho que fazemos por aqui. Durante meses nossa delegação se preparou para ocupar este espaço de tomada de decisão tão importante e ao fim desse processo o meu sentimento é de missão cumprida Dialogamos, aprendemos, ensinamos, construímos, movimentamos e fizemos muito barulho. Fico muito feliz em ter estado em uma COP marcada pela presença massiva da sociedade civil, e espero que esse movimento de conscientização e participação em busca de um planeta saudável e sustentável só cresça. Apesar dos resultados da conferência não terem sido os melhores, sigo com o coração otimista e com a certeza de que devemos nos manter firmes. Que a cada ano que passe mais vozes jovens ecoem na conferência e que possamos construir o futuro que merecemos!
Sempre me questionei como levaria a COP para a realidade e das pessoas que moram na minha comunidade. Durante a conferência recebi muitas mensagens de pessoas dizendo que estavam acompanhando as notícias da COP pela televisão porque tinha uma pessoa que eles conheciam lá. Foi então que entendi que estar presente e compartilhar o que estava vivendo fez com que pessoas que não falam de clima acompanhassem uma conferência internacional pela TV. Foi muito importante para mim ver movimentos sociais presentes na COP e trazer mais forte que falar de clima é falar das pessoas. Foi emocionante conhecer e conversar com pessoas que sempre acompanhei e admiro o trabalho. Voltei para casa com vontade de fazer mais no interior do RJ
Cresci em uma reserva, e hoje moro em uma cidade Realidades diferentes em todos os sentidos, sentir que o calor na minha aldeia é mais forte na cidade sempre foi um questionamento "ué, porquê tão quente?" E diversas vezes vi na TV falarem por nós. Mas não era a nossa real situação. A floresta amazônica tá pegando fogo, ela tá secando, ela tá chorando e o que fazer? Onde ir? Pra quem pedir ajuda? Só vim ter conhecimento da COP, em 2018 quando entrei no engajamundo. O que era uma realidade muito distante pra mim, que tive o privilégio de participar e ver de perto um lugar onde os maiores líderes Mundiais estão para tomar decisões cruciais para ajudar a controlar o aquecimento global e a combater e levantar o que já foi destruído por conta das mudanças climáticas. Pude ver de perto como o mundo climático funciona, conhecer pessoas que nunca nem imaginei conhecer, trocar saberes e experiências. Ainda falta muito para que uma COP melhor, digo isso pelo pouco espaço de falas de pessoas que realmente tem o que falar. Foi tudo de grande aprendizado, sinto que um passo já foi dado e quero dar mais passos. Levar meu povo para ocupar esses espaços e falar como também sofremos.
Participar da COP26 foi um momento importantíssimo em minha vida. Tive a oportunidade de ser a única indígena e brasileira a fazer um discurso na abertura do evento e poder levar a realidade dos povos indígenas do Brasil e cobrar dos líderes mundiais ações urgentes e efetivas. Durante as entrevistas que dei, muitos perguntaram se eu estava no evento a convite da ONU e eu respondi que estava ali representando a delegação do Engajamundo e se não tivesse ido pela delegação não teria tido essa oportunidade. Fica clara a importância do Engajamundo para levar representatividade e participação popular para esses eventos. Durante a COP26 falei com jornais de todo o mundo e também com representantes de outros países sempre denunciando e cobrando. Mostramos que não permitimos mais que esses espaços aconteçam sem nossa presença e ressaltamos a força da juventude para a transformação para um mundo melhor
Participar da COP com o Engajamundo foi um processo incrível, desde a votação da delegação, a preparação pré conferência, até a partida em si. A rede me proporcionou um espaço para me inserir em lugares que eu nunca imaginei que fosse de fato poder ocupar, e apesar de os espaços de tomada de decisão como as Conferências de Clima terem diversos problemas estruturais que barram a participação efetiva das vozes jovens, seguimos resistindo e ocupando esses espaços. Fico extremamente honrada de poder ter feito parte da delegação desse ano, ecoando e somando as vozes tão incríveis das pessoas que ocuparam esse papel junto comigo. A COP26 foi uma conferência dividida em duas, nos impedindo de ocupar mais próximo, como nos anos anteriores, as salas de negociação Mesmo assim, a sociedade civil ocupou os espaços possíveis com a maior força, participação e representatividade de qualquer outra e a delegação mais representativa do Engaja fez parte disso. Estando dentro de um espaço, é possível trazer nossas visões e criticar de maneira construtiva o que precisa ser feito para torná lo melhor em termos de acesso, e a partir daqui, torcemos para seguir pressionando para COPs mais populares e centradas nas pessoas. Com aprendizados e muita garra, seguimos!
A oportunidade de ir para a COP26 na Escócia graças ao apoio de muita gente, inclusive de quem nunca imaginei, me proporcionou uma experiência inigualável. No início do ano de 2021 eu não tinha nem passaporte e hoje eu tenho uma conferência da ONU nas costas: a minha primeira viagem internacional e meu primeiro grande evento desde o início da Pandemia. É muito doido pensar que em minha trajetória de engajamento na pauta Climática, a minha primeira atuação não remota foi simplesmente na conferência internacional mais importante sobre o tema, e numa COP histórica em relação a participação da sociedade civil, registrada como a mais diversa de todas: América Latina em peso, mais de 90 jovens brasileiros, maior delegação indígena, de pessoas pretas e periféricas (eu incluída) Da Rua Nova pro mundo! Eu tô muito feliz e o sentimento que fica é de gratidão mas sobretudo de que a minha presença significa algo muito maior do que eu. Carrega uma certa representatividade, abre portas para que pessoas como eu que vierem depois ocupem cada vez mais esses espaços e é isso que eu desejo ver daqui pra frente.
Diante de cenários tão desafiadores, fazer com que 13 jovens de quatro regiões diferentes do Brasil chegassem até a Escócia para levantar a voz pela justiça climática foi uma missão desafiadora. Para além de reconhecer a garra, esforo e dedicação dos membros desta delegação, temos muitas pessoas a quem agradecer e celebrar pela parceria: pessoas e organizações incríveis que confiaram em nosso trabalho, permitindo que essa missão fosse, enfim, possível.
Por isso, agradecemos aos 268 Benfeitores, às organizações parceiras que nos fortaleceram com apoios institucionais, financeiros e técnicos, os parceiros que realizaram as formações conosco e a todos os que nos apoiaram presencialmente durante a COP em Glasgow. Reconhecemos aqui também toda a mobilização e apoio da comunidade do Engajamundo, em especial as pessoas voluntárias do Grupo de Trabalho de Clima e seus subgrupos com destaque especial para o grupo de Comunicação do GT, que mobilizou voluntáros para apoio diário na produção de conteúdo aqui no Brasil durante todos os dias da Conferência.
Sabemos que a juventude se fazer presente nesses espaços é essencial, e esperamos ter fortalecido as vozes do Engajamundo durante essas oportunidades. Apesar do espaço físico de difícil acesso na estrutura da COP26, levar uma narrativa subnacional permitiu que encontros fossem possíveis. Infelizmente, as salas de negociações oficiais tiveram seu acesso fortemente restringido, fazendo com que a nossa incidência nesse espaço não fosse possível se não fosse através da constituinte oficial da YOUNGO.
Torcemos para que nas próximas COPs os espaços oficiais sejam parecidos: diversos, inclusivos e acessíveis este é o mínimo que um espaço de tamanha importância como este precisa ter. Acreditamos no potencial de mudança do processo decisório para que nossa incidência seja possível de maneira ainda mais forte e efetiva e temos certeza que as próximas delegações do Engajamundo continuarão ocupando este espaço e impulsionando a mudança que urge por acontecer.