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Etapas da globalização I
FRENTE A
MÓDULO A19
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ASSUNTOS ABORDADOS
n Etapas da globalização I
n Segundo o geógrafo Milton Santos n Globalização e espaço mundial
Milton Santos nasceu em 3 de maio de 1926 em Brotas de Macaúbas, Bahia. Embora formado em Direito, sempre lecionou geografia nas escolas de ensino médio da Bahia. Em 1958, concluiu um doutorado em geografia, na Universidade de Strasbourg, França. Foi colaborador dos jornais A Tarde, de Salvador e da Folha de S. Paulo.
GEOGRAFIA
ETAPAS DA GLOBALIZAÇÃO I
O fenômeno da globalização deve ser entendido como um processo histórico de internacionalização do capitalismo. Essa internacionalização tem produzido um mundo fortemente influenciado pelas técnicas, ou seja, pelas informações geradas pelos meios de comunicação, que estão cada vez mais rápidos e sofisticados; por um sistema de trocas de mercadorias cada vez mais rápido e integrado; por sistemas financeiros nacionais cada vez mais dependentes; e por um intercâmbio cultural cada vez mais forte.

Fonte: Wikimedia Commons
Segundo o geógrafo Milton Santos
O termo globalização gera muitas discussões relacionadas à sua origem. O processo globalizatório para alguns estudiosos teria surgido através da expansão do Império Romano, ou seja, a partir do momento em que passou a ocorrer uma unificação do poder no continente europeu. Para outros autores a globalização é o estágio supremo da internacionalização, ou seja, o processo de intercâmbio entre os países, que marcou o desenvolvimento do capitalismo desde o período mercantil dos séculos 17 e 18, expande-se com a industrialização, ganha novas bases com a grande indústria, e, agora, adquire mais intensidade, mais amplitude e novas feições. O mundo interior torna-se envolvido em todo tipo de troca: técnica, comercial, financeira e cultural.

Fonte: Wikimedia Commons
Globalização e espaço mundial
Para o entendimento do atual mundo globalizado é preciso recordar os acontecimentos que colocaram fim à Ordem Bipolar. A queda do Muro de Berlim em 1989, o fim dos regimes socialistas de economia planificada nos países do Leste Europeu, a reunificação da Alemanha, a desintegração da URSS em 1991 e a completa integração da China aos fluxos internacionais de mercadorias e investimentos colocaram fim nas fronteiras que separavam as economias estatizadas da economia mundial de mercado. Esses acontecimentos também reintroduziram uma antiga abordagem geográfica, geopolítica e histórica, que pode ajudar a entender o capitalismo moderno: a globalização. Esse fenômeno é tão antigo quanto a origem do Estado, e seu desenvolvimento está associado às políticas definidas por ele. Podemos dividir a globalização, portanto, em três fases históricas.
Primeira Globalização (1450 - 1850)
“Por mares nunca dantes navegados/.....Em perigos e guerra esforçados, mais do que prometia a força humana/ E entre gente remota edificaram/ Novo reino, que tanto sublimaram”.
Luís de Camões. Os Lusíadas, Canto I, 1572.
Grandes controvérsias são geradas nos estudos históricos, principalmente quando tenta-se estabelecer uma periodização para esses cinco séculos de integração econômica e cultural, que chamamos de globalização, iniciados pela descoberta de uma rota marítima para as Índias e pelas terras do Novo Mundo. Frédéric Mauro, por exemplo, prefere separá-lo em dois momentos: um que vai de 1492 até 1792 (data quando, segundo ele, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial fazem com que a Europa, que liderou o processo inicial da globalização, se voltasse para si mesma a fim de resolver suas disputas e rivalidades), e outro depois de 1870, quando amadureceram as novas técnicas de transporte e navegação, como a estrada de ferro e o navio a vapor.
Assim sendo, o processo de globalização é definido pelas seguintes etapas: primeira fase da globalização, ou primeira globalização, dominada pela expansão mercantilista entre os anos de 1450 e 1850. A segunda fase, ou segunda globalização, vai de 1850 até o ano de 1950 e é caracterizada pelo expansionismo industrial-imperialista e colonialista e, por último, a globalização propriamente dita, ou globalização recente, acelerada a partir do colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e da queda do muro de Berlim no ano de 1989.
Data
1450-1850
1850-1950
Períodos da Globalização
Período
Primeira fase
Caracterização
Expansionismo recente
Segunda fase
Imperial – imperialista – colonialista Pós 1989 Globalização recente Cibernética-tecnológica-associativa
A primeira globalização é caracterizada pela busca ou procura de uma rota marítima que chegasse às Índias. Esse período acabou assegurando o estabelecimento das primeiras feitorias comerciais europeias na Índia, China e Japão, e, principalmente, abriu aos conquistadores europeus as terras do Novo Mundo. Enquanto as especiarias eram embarcadas para os portos de Lisboa e de Sevilha, de Roterdã e Londres, milhares de imigrantes iberos, ingleses e holandeses, e, um bem menor número de franceses, atravessaram o Oceano Atlântico com o intuito de ocupar o continente americano. Aqui formaram colônias de exploração, no Sul da América do Norte, no Caribe e no Brasil,
SAIBA MAIS
MILTON SANTOS FOI UM
DOS INTELECTUAIS MAIS
IMPORTANTES DO PAÍS Um dos intelectuais mais importantes do Brasil, o geógrafo Milton Santos acumulou numerosos títulos honoris causa pelo mundo. Foi o único intelectual fora do mundo anglo-saxão a receber, em 1994, o prêmio Vautrin Lud, o “Nobel” da Geografia. Milton Santos escreveu mais de 40 livros, publicados no Brasil, França, Reino Unido, Portugal, Japão e Espanha. Conciliava seu trabalho acadêmico com a participação na Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, da qual fazia parte desde 1991, e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano. Escrevia regularmente na seção “Brasil 501 d.C.” do caderno Mais!, da Folha. Milton Santos também atuou como jornalista, tendo acompanhado Jânio Quadros em uma viagem a Cuba, em 1960, época em que já era um geógrafo conhecido em seu Estado. Tornou-se amigo e profundo admirador de Jânio, chegando a ser subchefe da Casa Civil e representante do governo federal em seu Estado. Mas se decepcionou com a renúncia do então presidente, em agosto de 1961. Em 1964, presidiu a Comissão Estadual de Planejamento Econômico, órgão do governo baiano. Durante sua permanência na comissão, Milton Santos foi autor de propostas polêmicas, como a de criar um imposto sobre fortunas. Durante o regime militar, Milton Santos combinava as atividades de redator do jornal A Tarde, de Salvador, e a de professor universitário. Na época, defendeu posições nacionalistas e denunciou as precárias condições de vida dos trabalhadores do campo. Foi professor da Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas e Letras da USP (FFLCH), consultor da OIT (Organização Internacional do Trabalho), da OEA (Organização dos Estados Americanos) e da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ folha/brasil/ult96u21561.shtml
baseadas geralmente em um só produto (açúcar, tabaco, café, minério etc.) utilizando-se de mão de obra escrava vinda da África ou mesmo indígena; ou colônias de povoamento, estabelecidas majoritariamente na América do Norte, baseadas na média propriedade de exploração familiar. No primeiro caso, as colônias de exploração tinham como característica o brutal e rotineiro tráfico negreiro, fazendo com que 11 milhões de africanos (40% deles destinados ao Brasil) fossem transportados pelo Atlântico para labutar nas lavouras e nas minas.
Uma grave consequência se revelou na promoção de uma espantosa expropriação das terras indígenas e no sufocamento ou destruição da sua cultura. Catástrofes demográficas passaram a ocorrer no continente americano devido aos maus-tratos que a população nativa sofreu e das doenças e epidemias que acabaram devastando-as. O contato com os colonizadores europeus foi responsável por esses trágicos episódios.
Essa primeira fase é estruturata a partir de um sólido comércio triangular envolvendo a Europa (fornecedora de manufaturas) a África (fornecedora de mão de obra escravizada) e América (exportadora de produtos coloniais). A imensa expansão desse mercado acabou favorecendo os artesãos e os industriais emergentes da Europa , que, por sua vez, passaram a contar com consumidores em um raio bem mais vasto do que aquele concentrado nas suas cidades, enquanto que a importação de produtos coloniais faz ampliar as relações intereuropeias. Um exemplo dessa situação ocorre com o açúcar, cuja produção é confiada aos senhores de engenho brasileiros, mas que é transportado pelos portugueses para os portos holandeses, onde lá são refinados e distribuídos.

Mapa 01 - O comércio triangular.
No campo político, a primeira fase da globalização esteve relacionada à égide das monarquias absolutistas. Essas monarquias, por meio de seus monarcas absolutistas, controlavam os recursos econômicos, militares e a burocracia que culminava com o processo de expansão colonial. Os principais desafios enfrentados por essas monarquias estavam relacionados às disputas dinásticas-territoriais e às possessões de novas colônias além mar. Um problema marcante nesse período da história era a pirataria. Piratas e corsários atacavam navios com o intuito de roubar grandes cargas de ouro, prata e produtos explorados nas colônias.
O principal objetivo desse período estava baseado no acúmulo de riquezas. Um reino tinha o seu poder aferido pela quantidade acumulada de ouro e metais preciosos. Os cofres reais abarrotados de riquezas refletiam o poder de um monarca. O oligopólio
bilateral era exercido sobre as importações e exportações das colônias. Dessa forma, poderia-se assegurar, além da ampliação de um reino, a comparação de poder econômico e político com monarquias vizinhas.
Segunda Globalização (1850 - 1950)
“Por meio de sua exploração do mercado mundial, a burguesia deu um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. As velhas indústrias nacionais foram destruídas ou estão destruindo-se dia a dia. Em lugar das antigas necessidades satisfeitas pela produção nacional, encontramos novas necessidades que querem para a sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas e dos climas mais diversos. Em lugar do antigo isolamento local desenvolvem-se, em todas as direções, um intercâmbio e uma interdependência universais.”
Karl Marx. Manifesto Comunista, 1848.
A transição entre a primeira e a segunda fase da globalização pode ser destacada principalmente por processos relacionados ao campo da política e da técnica. O pioneirismo inglês na Revolução Industrial é um exemplo desse período. Logo após a idealização da Primeira Fase da Revolução Industrial pela Inglaterra, países como França, Alemanha, Itália e Bélgica também seguiram os mesmos caminhos. A máquina a vapor patenteada por James Watt, utilizada em princípio nas minas de carvão, passa a ser acoplada nas locomotivas e nos barcos. As indústrias e os aspectos financeiros seriam então os controladores dos interesses nesse período. Com esse processo, as dinastias mercantis perdem espaço. A classe burguesa industrial e bancária passa a dominar o processo no outrora lugar ocupado pelos administradores das corporações mercantis e também pelos funcionários reais.
A revolução industrial, além de se caracterizar como um fenômeno técnico, acabou representando uma significativa modificação na ciência, nas ideias e nos valores da sociedade. Foi marcante também na distribuição da riqueza, que outrora estava concentrada ou monopolizada nas mãos da nobreza.
Figura 02 - A criação do barco a vapor dificilmente pode ser creditada a um inventor particular, pois a adaptação do motor a vapor para propulsão de embarcações foi tentada por vários projetistas, tanto na Europa quanto na América. Essa invenção propiciou o sonho de mover grandes embarcações sem depender dos ventos.
Fonte: Wikimedia Commons Etapas da globalização I

Exercícios de Fixação
01. (Enem MEC) A ética precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido, porque é produto da relação interpessoal e social. A ética supõe ainda que cada grupo social se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições para o exercício de um pensar e agir autônomos. A relação entre ética e política é também uma questão de educação e luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza dos valores sociais para organizar também uma nova prática política.
CORDI et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007 (adaptado).
O século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob esse enfoque e a partir do texto, a ética pode ser compreendida como a) instrumento de garantia da cidadania, porque através dela os cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores coletivos. b) mecanismo de criação de direitos humanos, porque é da natureza do homem ser ético e virtuoso. c) meio para resolver os conflitos sociais no cenário da globalização, pois a partir do entendimento do que é efetivamente a ética, a política internacional se realiza. d) parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos interesses e ação privada dos cidadãos. e) aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que busca dimensionar sua vinculação à outras sociedades.
02. (Puc Campinas SP) Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, de Paulo Prado (escritor a quem Mário de Andrade dedicou Macunaíma), é hoje um livro quase esquecido.
Quando saiu, porém, alcançou êxito excepcional: quatro edições entre 1928 e 1931. O momento era propício para tentar explicações do Brasil, país que se via a si mesmo como um ponto de interrogação. Terra tropical e mestiça condenada ao atraso ou promessa de um eldorado sul-americano?
(BOSI, Alfredo. Céu, Inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 137) Como uma tentativa de combater o atraso nos países considerados subdesenvolvidos do continente americano, pouco depois do fim da SegundaGuerra Mundial, houve a criação a) do BID, Banco Interamericano de Desenvolvimento, para gerenciar campanhas de doações e executar projetos nas áreas de alimentação, saúde e educação, na América Latina e no Caribe, a fim de diminuir os índices de pobreza na região. b) da Política da Boa Vizinhança, estratégia de política externa empreendida pelos Estados Unidos para firmar sua influência econômica no continente e dirimir a propagação do comunismo, mediante a cooperação econômica e o intercâmbio cultural. c) da CEPAL, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, entidade criada pela ONU com a finalidade de prestar assessoria econômica aos governos da região, em nome de soluções para o subdesenvolvimento. d) da OSPAAAL, Organização pela Solidariedade dos Povos da África, Ásia e América Latina, cujo objetivo era promover ajuda mútua no combate à fome e a outros grandes problemas sociais entre os governos que a integravam. e) da Aliança para o Progresso, programa de investimentos do FMI, do Banco Mundial e de outros organismos internacionais na América Latina com o objetivo de promover a industrialização e reduzir a dependência externa.
03. (Uncisal AL) O esforço (economia) de guerra
Em 1940 havia 8 milhões de norte-americanos desempregados. Em 1943, praticamente não se falava em desemprego e até faltava mão de obra em alguns setores. A semana de trabalho média na indústria de bens duráveis passou de 38 horas, em 1939, para 47 horas em 1943. [...] O produto nacional bruto cresceu em ritmo sem precedentes, de 91 bilhões de dólares em 1939 para 214 bilhões em 1945, isto é, 235%. Do outro lado do Oceano Pacífico, a economia de guerra japonesa era essencialmente uma “economia de escassez”. No início de 1942, cada cidadão recebia uma cota de arroz de apenas 330 gramas por dia. A escassez de alimentos trouxe consequências desastrosas, sobretudo para as crianças e os idosos. Houve surtos de tuberculose e outras doenças que vitimaram a população.
WILLMOTT, H. P. et al. Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008 (adaptado).
O contraste entre os países retratados no texto pode ser explicado a) pelo maior domínio tecnológico dos EUA, superando, em muito, a tecnologia de guerra japonesa. b) pelas distâncias desses países em relação aos centros produtores de alimentos e matérias primas industriais mais favoráveis aos EUA. c) pelo fato de a guerra não ter chegado efetivamente ao território norte-americano e pelos constantes bombardeios ao arquipélago japonês. d) pela diferença cultural entre os dois países, marcada pela disciplina nipônica, que ajuda a superar os desafios, e pelo consumismo norte-americano, que dinamiza a economia. e) pelo padrão alimentar de cada nação, já que os norte-americanos possuem uma alimentação baseada em produtos industriais e os japoneses em produtos mais naturais como o arroz.
Exercícios Complementares
01. (Acafe SC) Com relação à atualidade, todas as alternativas estão corretas, exceto a: a) Duas fronteiras geopolíticas muito vigiadas destacam-se como pontos de tensão por causa da entrada de imigrantes: a fronteira México-Estados Unidos e a relativa aos africanos que procuram a ilha de Lampedusa, no sul da Itália, conhecida como a “porta da Europa”. b) O Oriente Médio, berço de três religiões monoteístas mais praticadas no mundo, é uma região muito importante do ponto de vista econômico, por abrigar imensos recursos naturais, e do ponto de vista geopolítico, por se localizar entre a Europa, África e Ásia, além de ser palco de conflitos étnico-religiosos. c) O desejo de soberania, de ter seu próprio território e administrar seu próprio destino, leva comunidades nacionais a lutar pela separação, algumas com conflito e outras de forma pacífica, como é o caso de Israel/Palestina e o da Escócia, respectivamente. d) O Brasil sediou em julho de 2014, na cidade de Fortaleza (Ceará), a cúpula dos BRICS, sigla que representa o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul, na qual ficaram estabelecidos os acordos reforçadores com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, bem como medidas facilitadoras para a Organização Mundial do Comércio.
02. (IF GO)

QUINO, J. L. Toda Mafalda. São Paulo: Martins fontes, 2003. p. 32. [Adaptado]
Assinale a situação geopolítica mundial a que a charge se refere. a) Primeira Guerra Mundial b) Guerra Fria c) Queda do Muro de Berlim d) Segunda Guerra Mundial e) Fim da União Soviética
03. (Puc RJ)
A divisão do planisfério acima busca a distinção, na escala mundial, entre padrões: a) culturais. b) étnico-religiosos. c) ambientais. d) socioeconômicos. e) ideológicos.
04. (UFJF MG) Em 2014, a queda do Muro de Berlim completou25 anos. Foi um fato marcante e simbólico para a geopolítica mundial, largamente debatido nos meios acadêmicos e representado também pelas artes. Um dos filmes produzidos sobre o tema, em 2003 na Alemanha, é “Adeus Lênin”, dirigido por
Wolfgang Becker.
Ele conta a estória da mãe de Alex Kerner, uma alemã que entrou em estado de coma em 1989 e não acompanhou as transformações que seu país sofreu. No verão de 1990, ela recobra a consciência, mas não pode sofrer emoções fortes. Alex tenta esconder da mãe a extinção do Partido Socialista Único, fazendo parecer que a Berlim Oriental ainda existe. A ilusão funciona por um bom tempo, mas chega o momento em que a verdade não poderá mais ser ocultada. Essa verdade está relacionada: a) à ditadura comunista que pôs fim ao Partido Socialista e cria o pluripartidarismo. b) à dominação de Berlim por tropas soviéticas que a controlam inteiramente. c) à unificação alemã que simboliza o fim da Guerra Fria e abertura dos mercados. d) ao esfacelamento da Alemanha em pequenas repúblicas independentes. e) ao crescente poder da União Soviética que passa a liderar a economia mundial. Etapas da globalização I