Em busca do passado perdido

Jessica Spilla Em busca do paado perdido

CONHEÇA A EDITORA ISBN 978-65-86389-8-38

FAZENDO LIVROS, ESPALHANDO LEITURA!

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FAZENDO LIVROS, ESPALHANDO LEITURA!

Copyright©2021 Jessica Spilla Direção editorial Aloma Carvalho Assistente editorial Jessica Spilla

2021 – Todos os direitos reservados.

Bon Bini Editorial é um selo fantasia da Editora Bamboozinho / Bom Bini Editora Ltda.

Revisão Valéria Silva de Almeida Marina Candido

Rua Dom Armando Lombardi, 777 – cj. 51 São Paulo/SP – 05616-011

Projeto gráfico e diagramação Elaine Alves

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DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO - CIP

Spilla, Jessica.

Em busca do passado perdido / Jessica Spilla.

1ª. ed. São Paulo: Bon Bini Editorial, 2021.

272 p. ; 13,5 x 20,5 cm ISBN 978-65-86389-83-8

CDD 028.5 / B869.3

1. Literatura juvenil. 2. Romance. 3. Família e amigos.

4. Viagens. 5. Língua Portuguesa. I. Título. II. Autor.

ÍNDICES PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO

1. Literatura juvenil: romance – CDD 028.5 / B869.3 2. Literatura juvenil: ficção – CDD 028.5 / B869.3 3. Literatura juvenil: protagonismo feminino – CDD 028.5 / B869.3 4. Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio: romance brasileiro – CDD 028.5 / B869.3

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Índice

apresentação ............................................................. e aqui começa a história... retornar às origens... .............................................. silverius tigris........................................................... luz do tempo............................................................... turquesa ..................................................................... fada flora ................................................................... sozinha ........................................................................ contatos ..................................................................... estranho ..................................................................... avião ............................................................................. ameaça ......................................................................... brasil ........................................................................... novo amigo ................................................................. luz pela segunda vez .............................................. perdida ...................................................................... surpresa .................................................................... a.a.p.c.d ...................................................................... trabalho ................................................................... confraternização ................................................... dose dupla ................................................................

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brasão ........................................................................ azul ............................................................................ conhecendo a história de maximus .................... voltando à casa de marcelo................................. verdade ..................................................................... o dom do coração ................................................... revelação .................................................................. adeus .......................................................................... homenageados ......................................................... festa! .......................................................................... de volta ..................................................................... epílogo ...................................................................... sobre a obra quem é a autora? ..................................................... a motivação para a escrita do texto .................. a tecnologia em dois tempos ................................ a língua portuguesa em três continentes ............................................... você acabou de ler um romance... mas, o que é isso mesmo?!........................................ e o que fazer depois de ler? ..................................

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APRESENTAÇÃO

O

livro que você vai ler agora possui uma protagonista mulher forte, independente, empoderada e determinada, mas que também possui as incertezas, medos e inseguranças tão comuns da juventude. Da mesma forma, o texto foi escrito por uma mulher que, porque não dizer, possui as mesmas características que acabei de descrever. Muito prazer, meu nome é Jessica Spilla e eu sou a autora deste livro.

Hoje em dia, eu já sou uma mulher na casa dos trinta anos, mãe, profissional do livro, mas Em busca do passado perdido não foi escrito esse ano. Na verdade, quando comecei a escrever o texto original eu só tinha 14 anos, lá em 2004. Por isso, quando em algumas partes eu descrevo como nossa protagonista usava a internet de uma forma bem diferente do que é hoje, eu sei bem o que ela passava...

No início dos anos 2000, surgiram as sagas, hoje mundialmente famosas, que faziam os nossos olhos brilharem tanto pelos livros quanto pelo cinema. Harry Potter estava em seu quarto filme e eu, como uma fã incondicional, estava acompanhando cada novidade a respeito da saga e tudo o que saía sobre ela, seja com relação aos livros, filmes, personagens ou 10

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Apresentação

atores. O sucesso era tanto que muitas adolescentes, como eu, sonhavam em criar um texto tão bom quanto o da J.K. Rowling e produzir desfechos que enchessem os nossos corações de alegria com os finais felizes dos nossos personagens favoritos.

Eu perdi as contas de quantas fanfics eu li, e até cheguei a pensar em um texto ou dois, mas no fim eu tive uma ideia melhor.

Definitivamente, eu não tinha a pretensão de ser nem tão boa nem fazer tanto sucesso quanto a Rowling, mas eu tinha a possibilidade de escrever a minha própria história. Por que não?!

Eu sempre gostei de ler histórias fantásticas e tinha um pouco de criatividade. E não é que a história surgiu?

A principal diferença entre este livro e a saga de Harry Potter – além do enredo, é claro – é que eu decidi que queria uma protagonista mulher. Não uma coprotagonista, como a minha amada Hermione, eu queria uma mulher que fosse o centro das atenções e que mostrasse a todos a sua força e a sua fraqueza, porque aos 14 anos eu já sabia que ninguém pode fazer tudo e ser feliz sozinho. Então, a partir da construção da minha protagonista, eu criei a jornada da minha heroína em todos os aspectos – e todos os demais personagens.

Não muito tempo depois de escrever esse meu primeiro original, vieram outras sagas com protagonistas femininas e escritas por mulheres que caíram no gosto do público, como Crepúsculo e Jogos Vorazes. Dessa vez, as autoras já escreveram seus nomes completos na assinatura das obras e não precisaram se esconder atrás de uma sigla, como a J.K. Rowling, pelo seu anonimato ou, simplesmente, por ser uma mulher escrevendo. O mundo editorial estava mudando e isso era bom demais. Em todo o caso, o meu texto continuou guarda11

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Em busca do passado perdido

do em uma pasta, 134 folhas escritas à mão, e eu fiquei esperando a minha oportunidade de mostrar a querida Lovelis ao mundo.

O tempo passou, eu terminei o ensino médio, consegui uma bolsa pra fazer faculdade, depois, parti para o mestrado e aprendi algumas coisas que me fizeram sentir vontade de revisitar meu texto. Vou apresentá-lo a você agora para que embarque nessa viagem comigo.

Em busca do passado perdido é um conto de fada contemporâneo, cheio de fantasia e personagens nobres, mas ele não se resume à descrição de um palácio ou um casamento real. Essa história tem a intenção de fazer o leitor viajar com a Laura, nossa protagonista. Acontece que, em um dia de inverno de 2001, ela acordou completamente sem memória em frente a um orfanato na Nova Zelândia, usando apenas uma calça jeans e uma camiseta. Ok, você vai me dizer que era só ela colocar um tênis que estava tudo certo pra um estilo básico e casual e até acho que teria razão em pensar assim, se não fosse o fato de que estamos falando de um dia de inverno no sul da Nova Zelândia com muita, muita neve. Por isso, os médicos acharam que ela tinha acabado de se deitar quando foi encontrada dormindo na porta do orfanato (uma hipotermia seria inevitável se não fosse assim), mas como ela poderia saber se não se lembrava nem do próprio nome? Diante de uma situação tão estranha, Laura, que tinha aproximadamente quinze anos, foi acolhida no orfanato e imediatamente entrou no coração de Helena, uma brasileira que trabalhava no local e que, desde aquele dia, passou a ser a figura maternal em quem a jovem pôde encontrar apoio e amor.

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Apresentação

Quase quatro anos depois, Laura está de luto pela perda de Helena, frustrada por continuar sem se lembrar de seu passado, insegura por depender do seu primeiro emprego para se sustentar e em dúvida sobre qual curso escolher para ingressar na universidade. Os sentimentos eram tantos que ficava difícil conseguir se concentrar para tomar uma decisão. Em meio a isso tudo, ela obtém uma pista que finalmente a leva a descobrir o seu passado: na verdade, ela se chama Lovelis, é uma princesa guerreira de um reino distante em espaço e época e que foi raptada juntamente com o seu irmão gêmeo no dia de seu aniversário de quinze anos. Difícil de acreditar? Ela também achou que fantasia só existia nos livros que lia para se entreter, mas depois que conseguiu falar com os seus pais através de um portal, todas as suas memórias finalmente vieram à tona. Agora, para conseguir finalmente voltar para casa e salvar o seu reino de uma maldição que foi lançada no dia de seu sequestro, Lovelis precisa encontrar o seu irmão, que certamente também está sem memória. Para isso, ela precisa se valer da única pista que recebeu: Maximus está em algum país que tem a língua portuguesa como oficial...

No meu original de 2004, Lovelis recebia uma pista um tanto mais direta e partia para apenas um país, mas lembre-se que eu comentei que parti para o mestrado em 2017 e que isso me fez querer revisitar o texto. Na verdade, eu fui fazer o curso em Portugal e fiquei encantada com as diferenças entre o português de lá e do Brasil. Eu achei que seria muito interessante poder explorar esse aspecto da nossa língua em um livro e tentar, com palavras, descrever uma ou outra sonoridade diferente, mostrar a quantidade de expressões e sotaques 13

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que existem entre os falantes da nossa língua... Aí me veio a ideia que complementou o original e me fez aumentar o livro em quase cinquenta páginas: a Lovelis não visitaria apenas um país, e sim três, porque nem só do português de Portugal e do Brasil se faz a língua portuguesa, mas de muitos outros lugares falantes do idioma. Eu pesquisei sobre Moçambique e as influências sobre o português falado por lá e, com isso, a Lovelis ganhou três carimbos no passaporte dela. Resta saber em qual lugar Maximus estará.

O que temos Em busca do passado perdido é uma jornada da heroína cheia de personagens fantásticos (sim, ela é uma princesa e tem uma fada-madrinha), com alguns acontecimentos fantásticos (não vou dar spoiler, você realmente precisa ler) e uma série de viagens por três continentes diferentes. O que eu posso dizer é que, com toda a certeza, a Lovelis não está procurando apenas o seu irmão, mas também por autoconhecimento. Soma-se a tudo isso uma boa dose de emoção, altruísmo e, talvez, um romance, e acho que conseguimos um bom conto de fada do século XXI. O meu desejo é que você aprecie esse livro e se permita também correr atrás dos seus objetivos, sejam eles concretos ou subjetivos, pois o meu, agora, foi alcançado. O meu livro finalmente chegou até você!

Espero que você aproveite a leitura, Jessica Spilla

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RETORNAR ÀS ORIGENS

E

ra só mais uma manhã comum, tediosa e sem grandes acontecimentos. Na realidade, eu estava pedindo para alguma coisa acontecer. Alguma coisa para quebrar a rotina da linda, mas monótona, cidade de Queenstown, um pacato pedaço de terra na ilha do Sul da Nova Zelândia.

Naquele dia eu tinha acordado de péssimo humor. Meu velho inimigo despertador me acordou às seis e meia da manhã, o chuveiro pifou e as torradas queimaram. “Pelo menos saí da rotina”, pensei.

Peguei um livro na estante e me sentei na única poltrona da sala para ler até a hora do trabalho, mas a verdade é que eu não conseguia mais me concentrar em muita coisa, ainda estava tentando assimilar como a minha vida mudou repentinamente nos últimos cinco meses.

Terminei o ensino médio no fim do ano passado e consegui um emprego como atendente em um café, mas a minha vontade mesmo era ingressar na faculdade. Infelizmente, precisava primeiro decidir qual curso fazer, descobrir qual graduação poderia me dar habilidades suficientes para resolver o meu problema pessoal – é um mistério policial, além de psicológico – a 18

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Retornar às origens

amnésia. Pela minha aparência, é possível que eu tenha aproximadamente dezenove anos, e para todos os efeitos eu terminei o ensino médio com dezoito, mas saber minha idade é o menor dos meus problemas.

O desespero de não saber nada sobre a minha família, de onde sou e de como acordei de repente em um lugar que até então me era desconhecido é uma tortura sem tamanho nem descrição. Foi o que aconteceu comigo há três anos e nove meses.

Pelos relatos dos funcionários do orfanato em que vivi, a partir de onde minha consciência se recorda, eu simplesmente fui encontrada dormindo sozinha e desprotegida na manhã do dia 14 de julho de 2001. Fazia muito frio nesse dia. O Sr. Joe Matthews, diretor do orfanato Sweet Home, chegou às oito da manhã para mais um dia gelado de trabalho.

Qual não deve ter sido a sua surpresa quando se deparou com uma adolescente dormindo na porta do local, vestindo apenas um jeans velho e uma camiseta, e maior surpresa ainda o fato dela acordar sem saber o próprio nome ou como foi parar ali. Esse relato foi repetido na delegacia e no hospital para onde fui levada às pressas. Segundo o médico plantonista, era como se eu tivesse acabado de me deitar no momento em que o Sr. Joe me encontrou, pois devido às baixas temperaturas da época, uma hipotermia seria inevitável caso eu tivesse permanecido ali a noite inteira.

Assim, o Sweet Home recebeu mais uma interna, a mais misteriosa de todas, mas não posso reclamar do tratamento que recebi por lá. As pessoas, de modo geral, trabalhavam ali por prazer e o trabalho social era mantido por pessoas abastadas que faziam questão em se manter no anonimato. Fiz amizades que me deram suporte para aprender a conviver com o meu 19

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Quem é a autora?

Jessica Spilla é paulistana de nascença, já morou no interior e, agora, se considera do mundo. Formada em Tradução e licencianda em Letras, fez mestrado em Estudos Editoriais em Portugal e também um intercâmbio na Inglaterra. Sua área de estudos é sempre ligada ao universo dos livros e da literatura, sobretudo às literaturas infantis, juvenis e as novidades para jovens leitores. O seu livro de estreia, Para lá e para cá, é uma obra literária para bebês. Atualmente, além de trabalhar em seus próprios textos, também é assistente editorial e, com isso, se sente muito realizada de auxiliar na produção das próprias obras e das obras de outros autores. Em busca do passado perdido é uma obra escrita em diferentes fases da vida da autora e que combina muitas coisas que ela ama: contos de fada, fantasia, família e viagens.

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jovens e, conforme foi convivendo com a cultura portuguesa, foi percebendo as diferenças do sotaque e das expressões idiomáticas entre o português de Portugal e do Brasil. Esse, então, foi um bom motivo para inserir dois novos países na narrativa, pois, da mesma forma em que havia tantas diferenças entre esses dois países, certamente também haveria com relação ao português falado em outros lugares. Por isso, escolheu Moçambique e fez uma pesquisa sobre os aspectos culturais e linguísticos desse país que ela (ainda) não conhece.

A pesquisa se estendeu aos países que já conhecia e tinha vivido e o resultado foi o que temos presente nesse livro, uma obra escrita pela mesma pessoa em diferentes momentos, mas como um único objetivo desde sempre: a busca pela escrita de um livro que agrade aos jovens, que eles se identifiquem com a narrativa e, principalmente, que os motive a buscarem o que lhes faz feliz.

A tecnologia em dois tempos (se você ficou com a impressão de que a história é um pouco “antiga”, saiba que é isso mesmo!)

Em busca do passado perdido se passa essencialmente em 2005. Pela narrativa, percebemos que a protagonista possui familiaridade com a internet e a utiliza como uma ferramenta fundamental para as suas buscas, mas, sutilmente, percebemos que o uso da web não funcionava tão bem como é hoje em dia.

Possivelmente, muitos jovens que lerão esse livro sequer eram nascidos em 2005, ou ainda eram muito pequenos, e, por 260

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