Bichos de Cá

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NHAMBUZIM apresenta

Livro, Aplicativo e CD com as canções

texto EDSON PENHA XAVIER BARTABURU

ilustração TATIANA CLAUZET






O JABUTI-PIRANGA (Chelonoidis carbonaria) Esse aí é o campeão em lerdeza. Sabe quanto tempo o jabuti leva para andar 300 metros? Uma hora! É como se você levasse 20 minutos para percorrer uma quadra, já pensou? É que o jabuti não tem pressa na vida não. Quase nem gosta de andar. Se está de barriga cheia, fica lá paradão, dias e dias sem se mexer. Os índios contam que ele é um bicho tão paciente que, se uma árvore cair em cima dele, ele espera até a árvore apodrecer para sair debaixo. Nem que leve anos. Nossos nativos também acham o jabuti um animal muito esperto. Nas lendas indígenas, ele tem o mesmo papel que o da raposa nos contos de fada. Com sua astúcia, dizem, o jabuti engana até a onça. Onde vive? Caatinga, Cerrado e Pantanal.


O MARACATU O maracatu é um dos ritmos tradicionais do carnaval do estado de Pernambuco. Pode ser de “baque solto”, também chamado de maracatu rural, ou de “baque virado”, conhecido como maracatu nação. Este último costuma desfilar pelas ruas de Recife e Olinda imitando uma corte africana, com direito a rei, rainha, príncipes e damas da corte. Atrás vêm os tambores, que fazem tremer o chão quando passam. De onde é? Pernambuco, na região Nordeste.




O TAMANDUÁ-BANDEIRA (Myrmecophaga tridactyla ) Tamanduá não tem dente, mas tem língua. E que língua! Chega a medir meio metro de comprimento. Ele precisa dela para comer seu prato preferido: formigas e cupins. Passa o dia todo assim: procurando formigueiros para enfiar a linguona lá dentro. Dizem que um tamanduá-bandeira sozinho é capaz de comer até 30 mil formigas e cupins por dia! Mas que ninguém se atreva a incomodá-lo. Tamanduá é bicho tranquilo, mas sabe muito bem se defender quando se sente ameaçado. Primeiro ele fica de pé, para intimidar. Aí, se o outro bicho resolver atacar, o tamanduá crava suas garras nas costas do predador, como se fosse dar um abraço. Mas é um abraço tão apertado que não tem quem consiga se safar. Nem a onça. Quando os dois se encontram, sempre dá empate: ou os dois saem feridos ou morrem abraçados. Onde vive? Em todo o Brasil.


O MOÇAMBIQUE Moçambique, além de ser um país africano, é também o nome de uma dança típica do interior dos estados de São Paulo e de Minas Gerais, muito comum nas festas religiosas. Uma das coisas mais curiosas do moçambique são os chocalhos que os dançarinos levam amarrados nos pés – eles é que marcam o ritmo da dança. De onde é? São Paulo e Minas Gerais, na região Sudeste.




O TATU (Tolypeutes tricinctus, Priodontes maximus, Dasypus novemcinctus e outros) Tem tatu de todo tipo. Um deles é o tatu-bola, que vive no sertão e se enrola todo quando tem medo. Vira mesmo uma bolinha. E o tatu-galinha? Coitado: ganhou esse nome porque, antigamente, o povo caçava para comer. Diziam que ele tinha gosto de galinha. Tem também o tatu-canastra, que é o maior de todos. Um grandalhão que pode chegar a 1 metro de comprimento. Imagine só o tamanho do buraco onde ele mora! E ainda tem muitos outros. São dez espécies de tatu espalhadas por todo o Brasil, cada uma de um jeito. Em comum, todas têm aquela carapaça que cobre o bicho da cabeça até a cauda, tipo uma armadura. É por causa dela, aliás, que o tatu se chama tatu: “ta”, em tupi-guarani, é casca; “tu” é grosso. Ou seja, o tatu é um casca-grossa! Onde vive? Em todo o Brasil.


O COCO A dança do coco anima tudo quanto é festa no Nordeste, seja na praia ou no sertão. O pandeiro marca o ritmo, as palmas acompanham e os pés respondem dando fortes pisadas no chão. De onde é? De todos os estados da região Nordeste.






Edson Penha é professor de Geografia para crianças e adolescentes há mais de vinte anos. É um daqueles caipiras que escolheu a cidade grande para viver, mas que ainda guarda no coração o cheiro da terra, o barulhinho do rio e o canto dos pássaros. Também faz letra de música, é cantador e até toca um trem feito de chifre de boi chamado berrante. Falar das coisas de sua terra e das lembranças de sua infância são seus temas prediletos na hora de fazer canções. “Bichos de Cá” é seu primeiro trabalho musical voltado para crianças e está carregado desta infância e das lembranças do tempo em que o menino Edson corria entre os cafezais e pastos de Dracena, uma cidadezinha tranquila do interior do estado de São Paulo.

Xavier Bartaburu sempre gostou de escrever. Quando criança, enchia folhas e mais folhas de histórias e poemas que depois juntava e grampeava como se fossem livros. Hoje escreve livros de verdade para crianças e adultos, quase sempre falando de coisas do Brasil, como nossos bichos e nosso povo. Não contente em fazer livros, Xavier resolveu ainda fazer discos e músicas, que também falam sobre tudo isso. “Bichos de Cá” é o seu primeiro trabalho musical para crianças, todo dedicado aos bichos da fauna brasileira.


Tatiana Clauzet

é artista plástica. Sua arte é criada em meio à Mata Atlântica, local onde mora e trabalha. Seus vizinhos são macacos-prego, tucanos, onças pardas, quatis, esquilos e queixadas que vivem na mata ao redor da sua casa. Até o muriqui vive por lá! Uma das características do trabalho desta artista é a sua profunda ligação com a natureza, expressa em pinturas que refletem o amor, o respeito e a reverência que sente pelas plantas e pelos animais. Nas ilustrações deste livro, a artista usou linhas retas e gráficas, uma marca de seu trabalho, para desenhar os bichos do jeitinho que eles são, já que cada um deles tem formas, tamanhos e cores diferentes. Depois, complementou a ilustração dos animais com a vegetação típica do ambiente no qual cada bicho vive: a floresta para a onça, o Cerrado para o tamanduá, o Pantanal para o jacaré e assim por diante. Os ritmos de cada canção foram representados por padrões geométricos repetidos.Visualmente pulsantes, essas estampas geométricas remetem ao som do batuque, da pisada dos pés, dos guizos nos calcanhares, das batidas de palmas, da voz melódica ou do som da viola dos músicos que entoam esses ritmos Brasil afora. Para unir todas essas representações, Tatiana utilizou o círculo como um fio que costura todas as páginas, além de muita cor. A mistura de cores e tons criaram a “poção mágica” para que você, leitor, pudesse conhecer esses incríveis animais que moram conosco aqui no nosso país de forma bonita, alegre e divertida. Tudo foi feito com muito carinho. A ilustração do livro “Bichos de Cá” é essencialmente uma celebração da natureza em cores e formas.


É o Nhambuzim, um grupo musical que tem a cara do Brasil. A começar pelo nome: “nhambuzim” é uma forma carinhosa de chamar o nhambu, uma ave típica brasileira. Diz uma lenda indígena que o nhambu foi criado para cantar à tardinha, avisando o povo do interior que a noite estava chegando. E noite combina com festa! É por isso que as músicas do Nhambuzim têm o sabor das festas populares brasileiras, animadas por ritmos que dão vontade de dançar. Há mais de 10 anos, o grupo pesquisa e explora em seu trabalho o repertório sonoro e poético do Brasil. Em 2008, lançou o disco “Rosário”, inspirado nos livros do escritor mineiro João Guimarães Rosa.

Grupo Nhambuzim André Oliveira (percussão) Edson Penha (voz e berrante) Itamar Pereira (baixo) Joel Teixeira (voz, viola e violão) Rafael Mota (percussão) Sarah Abreu (voz) Xavier Bartaburu (piano, arranjos e direção musical)


No CD “Bichos de Cá”, todas as canções são de autoria de Xavier Bartaburu e Edson Penha. O CD foi produzido por Xavier Bartaburu e gravado, mixado e masterizado no estúdio Dançapé (SP) por Mario Gil. Para compor as vozes das canções, além da Sarah, do Joel e do Edson, participaram os integrantes do Coral do Projeto Arrastão.

Coral do Projeto Arrastão

Faixas

Amanda Lima Gomes

Alexandre Santos Oliveira

2. Ta-Ta-Tamanduá

Gustavo Gomes Medeiros

Janaina Maria da Conceição Silva Kawanny Dias Leal Matheus Carlos dos Santos Natally Ferreira A. do Amaral Ronaldo Bastos de Souza Ferreira Thainá Oliveira Silva dos Santos Thais Pereira dos Santos Regente: Leonardo Andrade Coordenadora: Solange Silva

1. Jabuti no jatobá (ISRC BR-XXV-13-00001)

(ISRC BR-XXV-13-00006)

3. O buraco do tatu

(ISRC BR-XXV-13-00004)

4. Na borda da mata escura

(ISRC BR-XXV-13-00009)

5. Filhotinho chorão

(ISRC BR-XXV-13-00002)

6. Chamamé do jacaré

(ISRC BR-XXV-13-00003)

7. O que é, o que é?

(ISRC BR-XXV-13-00008)

8. Quem não teme a sucuri?

(ISRC BR-XXV-13-00005)

9. Na trilha, na mata, a pé

(ISRC BR-XXV-13-00007)

10. Terra boa

(ISRC BR-XXV-13-00010)




Um pouquinho do Brasil em livro, CD e aplicativo, especialmente desenvolvidos para os nossos jovens leitores! No livro, tem poesias e textos informativos. No CD, canções que trazem ritmos bem brasileiros. E, na internet, uma novidade: um aplicativo digital especialmente desenvolvido para este livro. Pelo tablet ou pelo smartphone, você ouve as canções e vê as ilustrações ainda mais de perto.

veja o Nhambuzim tocando

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