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Com IA, Raízen produz modelo que otimiza manutenção

EMAE entra para o ranking das empresas com maior crescimento do Financial Times

O uso de inteligência artificial (IA) na Raízen, voltado para otimização da manutenção de maquinário utilizado na colheita da cana-de-açúcar, foi incorporado, na forma de um Guia de Manutenção Preditiva do Centro para a Quarta Revolução Industrial no Brasil (C4IR), iniciativa multissetorial do Fórum Econômico Mundial, para cooperação entre governos, empresas, sociedade civil e pesquisadores. Esse conhecimento está disponível gratuitamente no site do C4IR, e pode ser utilizado como referência para outras empresas sucroenergéticas.

O case destacado pelo C4IR é resultado de um projeto A3/ PDCA, inserido no Sistema de Excelência Raízen (SER+), iniciativa criada para potencializar ações de melhoria e eliminar desperdícios. Esse movimento, que existe desde 2021, já proporcionou ganho de R$ 58 milhões à maior produtora brasileira de etanol, na forma de redução de custos, incrementos de performance e de qualidade.

No caso específico do case aproveitado pelo C4IR, a criação de um modelo computacional aumentou, para 77%, a previsibilidade do fim da vida útil das unidades injetoras de colhedoras de cana, um avanço que otimiza o processo de manutenção, e aumenta a disponibilidade desses equipamentos.

“Pela primeira vez na manutenção automotiva de equipamentos, construímos uma metodologia de aplicação de conceitos de IA para previsão de falhas”, destaca Gabriel Jonatas Santos Netzlaff, gestor de processos em manutenção da unidade Bonfim, em Guariba/SP.

Essa tecnologia, desenvolvida com auxílio da empresa de consultoria Lean 4 ponto 0, foi testada em um programa-piloto no bioparque Bonfim. A construção da inteligência artificial consumiu 300 horas de análise, e três meses de atividades, incluindo treinamento de equipes. Esse esforço produziu um algoritmo capaz de prever a vida útil dos bicos injetores.

O conhecimento gerado por esse projeto já está sendo replicado para outros sistemas de colhedoras da Raízen, sob a liderança da engenharia de manutenção corporativa da Raízen. “Esse projeto foi o estopim para aplicação de novas tecnologias nas áreas de manutenção. Já estamos usando deep learning para reconhecimento de imagens nas áreas operacionais da Raízen, para identificar componentes de baixa qualidade ou com defeito”, revela Gabriel Netzlaff.

A Emae – Empresa Metropolitana de Águas e Energia – entrou, pelo terceiro ano consecutivo, para o ranking do jornal britânico Financial Times, que classificou as empresas com maior crescimento em receita das Américas, entre os anos 2018 e 2021.

Além da EMAE, que se consolida como uma empresa de crescimento consistente e transparente, outras 26 empresas brasileiras entraram para o ranking, e a lista conta com nomes importantes mundialmente, como Netflix e Amazon.

O ranking não reflete, necessariamente, o tamanho das economias dos países, mas sim sua capacidade de inovar, e a disposição de suas empresas em serem francas com informações financeiras.

O diretor-presidente da EMAE, Marcio Rea, comenta que entrar para a lista do Financial Times pelo terceiro ano consecutivo é motivo de comemoração. “Ser reconhecida como uma empresa transparente, e que vem crescendo de forma consistente, só mostra que o nosso trabalho diário e a gestão estratégica estão no caminho certo”.

A Emae – Empresa Metropolitana de Águas e Energia – é uma empresa de capital aberto, cujo controle pertence ao Estado de São Paulo. É detentora e operadora de um sistema hidráulico e gerador de energia elétrica, localizado na Região Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista e Médio Tietê, com capacidade total instalada de 935 MW.

Embrapii bate a marca de 2 mil projetos de inovação contratados

A Embrapii – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial – chegou à marca de 2 mil projetos de inovação industrial apoiados, desde sua fundação, em 2013. Em dez anos, a organização expandiu sua atuação, acelerou em volume de projetos contratados, e ajustou a operação para manter sintonia com as demandas do mercado, e impulsionar investimentos em inovação no país. Com os projetos apoiados no período, alcançou investimento global de R$ 2,83 bilhões em PDI (pesquisa, desenvolvimento e inovação), voltados à solução de desafios de produtividade e competitividade da indústria brasileira.

O total de recursos se refere ao somatório dos investimentos realizados pela Embrapii, unidades de pesquisa e empresas. A partir deste modelo de fomento, a entidade destina recursos não reembolsáveis para os projetos de inovação, e arca com cerca de 1/3 do orçamento dos contratos, podendo chegar a até 50%, dependendo do porte e localização de cada empresa. Ao dividir os custos do desenvolvimento tecnológico, a Embrapii estimula o desenvolvimento de pesquisa e inovação em todo país, fortalecendo e tornando mais competitiva a indústria nacional.

“Em quase dez anos de operação, a Embrapii atingiu alto grau de amadurecimento, com aceleração no ritmo de contratações de projetos que apoiam a indústria, no desafio de se manter competitiva e sintonizada com as novas tecnologias. Vamos manter essa tendência oferecendo novos instrumentos, e acesso cada vez mais ágil a recursos e conhecimento”, destaca o presidente interino da Embrapii, Igor Nazareth.

A série histórica de contratações demonstra uma trajetória de crescimento exponencial e consolidação do modelo de fomento à inovação da Embrapii, único no Brasil.

O milésimo contrato foi assinado em 24 de agosto de 2020, e representou o marco de R$ 750 milhões em recursos aplicados em projetos de inovação. Considerando-se a correção do IPCA, o montante hoje seria equivalente a R$ 920 milhões. Daquele ponto até os dois mil projetos apoiados, foi verificado um salto para R$ 2,8 bilhões alavancados.

Também foi igualmente significativa a aceleração no ritmo de contratações. A Embrapii chegou ao milésimo projeto em 2.548 dias, entre 2 de setembro de 2013 e 24 de agosto de 2020. Em média, foram 0,39 projetos por dia, ou uma contratação a cada dois dias e meio, em quase seis anos.

A organização chega a duas mil contratações em 955 dias, entre 24/8/2020 e 6/4/2023; isso significa 1,05 projetos por dia em menos de três anos.

Vale observar que, no mesmo período, o número de Unidades Embrapii passou, de 13, para 96. Juntos, os centros de pesquisa formam um ecossistema importante de desenvolvimento tecnológico apoiado pela Embrapii, e sua ampliação é um dos motivos que levaram à aceleração no crescimento do número de novos contratos, nos últimos anos.

As áreas de Agroindústria/Alimentos e Saúde lideram as temáticas dos projetos apoiados pela Embrapii. Projetos em Agroindústria e Alimentos representam 12,9% dos contratos, dentro de um total de 19 áreas de aplicação. Em segundo lugar, aparece a área da Saúde, que abarca 12,6% dos projetos contratados. Em seguida, aparecem: Equipamentos para processos do setor de serviços, comércio e financeiro (9,2%); Equipamentos para processos industriais (7,6%); Indústria metalúrgica (6,6%); Telecom (6,6%); Equipamentos elétricos (6,2%) e Indústria automobilística (5,6%).

Para 2023, a Embrapii prevê inaugurar um novo modelo de incentivo à inovação industrial. Estão em andamento, quatro chamadas públicas, para a criação de nove Centros de Competência, em áreas estratégicas e de fronteira tecnológica, como computação quântica, segurança cibernética e realidade ampliada. Com investimento previsto de R$ 495 milhões, serão centros de pesquisa em diversas regiões do Brasil, dedicados a desenvolver essas tecnologias em parceria com a iniciativa privada, além de formar e capacitar profissionais, e criar ambientes de inovação aberta.

Os Centros de Competência vão tratar das áreas de hardware, Internet das Coisas – IoT, (sigla em inglês), computação quântica, tecnologias imersivas, conectividade 5G e 6G, dispositivos de comunicação, segurança da informação, e terapias avançadas na área da saúde. As chamadas públicas se encerram entre maio e setembro deste ano, quando serão anunciadas as propostas vencedoras, e serão firmados os contratos de 42 meses com cada Centro.

Além disso, a Embrapii está investindo na modalidade de Basic Funding Alliance (BFA), um modelo destinado a preencher uma lacuna de desenvolvimento de soluções inovadoras, com nível de maturidade tecnológica menor, próximas da pesquisa básica, quando há grande risco de investimento para as empresas. O instrumento de fomento à pesquisa e inovação industrial, aplicado de forma inédita pela Embrapii, prevê recursos não-reembolsáveis para cofinanciamento de até 90% de projetos.