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AUPARISHTAKA EM CALCUTTÁ (1/6) [4791/4796]
from MALVADOS
(1)
Na India, até deu filme, tão frequente tornou-se o facto. Esmollas todos dão si é cega quem as pede e uma canção repete essa menina em tom dolente. Occorre que os bandidos, cruelmente, a chloroformizaram para, então, cegal-a. Agora, exploram-na: ella não só pede esmolla, caso ainda aguente... Depois de ser pedinte a tarde toda e a grana arrecadada dar ao bando, é certo que, na bocca, alguem a foda. Ensignam-na a chupar gostoso e, quando recolhem-se os bandidos, caso ecloda num delles o tesão, basta um commando.
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(2)
De furtos vive o bando, mas tambem da esmolla que ella pede e do dinheiro cobrado do freguez que, putanheiro, na bocca da ceguinha gozo tem. Franzina, mas bonita, a tal refem fugir não pode: deve, o tempo inteiro, pedir e obedescer. Chupa o primeiro que manda adjoelhar-se e rindo vem. Na rolla a cega serva sente o cheiro de mijo, sebo e porra, mas ninguem tem pena della, alli no captiveiro e, muitas vezes, chupa a cega quem cegou-a: esse carrasco é o mais rueiro moleque e, aqui, estaria na FEBEM.
(3)
Não come e appanha a cega, caso não esmolle e se recuse a chupar rolla. Conforma-se a coitada: não é tola, entende como as coisas, alli, são. Dispor-se à fellação foi a licção mais dura: até deixar na bocca pol-a, da rolla se affastava, por suppol-a immunda e malcheirosa, com razão. Na marra foi, porem, se accostumando e, agora, si um marmanjo isso lhe ordena, a cega se adjoelha e vae mammando. Somente se revolta si, sem pena, chupar manda o pivete que, no bando, é aquelle de estatura mais pequena.
(4)
Estava, então, dormindo e, pois, certeza não pode ter si fora esse pivete aquelle que a cegou. Mas lhe repete alguem: “Foi elle, claro, o Malvadeza!” Jamais enxergará de novo, accesa, a lampada que vira antes dos septe anninhos, ao sahir de casa. Mette quem queira, nella, agora: está indefesa. Vagara pelas ruas e, dos dez em deante, com o bando se junctara, buscando protecção contra os gambés.
Peor lhe foi a emenda: pela cara levou o chloroformio. Agora, aos pés dos outros se adjoelha e aguenta a tara.
(5)
Sorrindo, o Malvadeza chega e diz:
{Ahi, ceguinha, chupa! Vae, capricha!} Ouvindo aquella secca voz, espicha a lingua, a contragosto, a fellatriz. Odeia esse maldicto, que infeliz tornou sua visão. Elle se lixa, é claro, para a dor della. A salsicha lhe mette e zomba, em rasgos juvenis: {Ficou cega? Tadinha! Agora chupa!
Tem mais é que chupar! Só quem enxerga direito goza! A cega a gente “estrupa”!}
E a rolla do moleque nem se verga, entrando na boquinha. Ella se occupa com isso e seu destino, assim, posterga.
(6)
Com outro pivetinho elles quizeram fazer, em vão, o mesmo. Mais experto, a tempo este excappou. Mas eu, decerto, me vejo em seu logar. Elles me esperam. Não fujo. Elles me aggarram. Ja puzeram um panno em meu nariz. Quando eu desperto, estou cego! Medicam-me: por perto soccorre-me um adulto. Me disseram: “Você se accidentou. Nada mais resta sinão viver assim...” E me libera o medico à gallera. Fazem festa!
Me levam ao mocó. Quem os lidera é o proprio Malvadeza. Agora, nesta cegueira, os chuparei: é o que me espera.