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Índice de confiança do consumidor registra queda em junho

“O percentual apresentada pelos dados são praticamente insignificantes, pois 0,4% não representam nem a margem de erro da pesquisa”

Curitiba, 27 de junho de 2013

03 COMUNICARE Economia&Cidade

BRASILEIROS ESTÃO PREOCUPADOS COM A ECONOMIA

Índice de confiança do consumidor apresentou uma queda de 4% entre maio e junho deste ano

Pedro Giulliano

Brasileiros estão menos confiantes na economia. É o que revela o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que apresentou uma queda de 0,4% entre maio e junho deste ano. Apesar do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE-FGV) ter atribuído a queda às manifestações populares, pois o período em que os dados foram recolhidos coincidem com o começo dos protestos que pediam a redução nas tarifas do transporte público em todo o país, consumidores e especialistas apontam a inflação como possível causa do índice.

A pesquisa foi realizada entre 31 de maio e 19 de junho, sendo que os protestos em âmbito nacional começaram no dia 6 de junho. “Da metade do mês em diante, as manifestações de rua cresceram bastante, assim como a violência nos protestos. Talvez em junho não tivesse queda”, diz Viviane Seda, coordenadora da Sondagem de Expectativas do Consumidor do IBRE-FGV.

DADOS PRECIPITADOS

Segundo especialistas, os dados são um pouco precipitados para o atual momento econômico. De acordo com Daniel Poit, economista do Conselho Regional de Economia (Corecon), “o percentual apresentada pelos dados são praticamente insignificantes, pois 0,4% não representam nem a margem de erro da pesquisa. Precisa da análise de uma série de variáveis, antes de definir precipitadamente que os protestos são exclusivamente os culpados por tal queda”.

Poit afirma ainda que os dados parecem oportunos e simplistas demais por parte do FGV, pois o sentimento do brasileiro com estes protestos estimula o consumidor a comprar. “Pelo contrário do pensamento do instituto, as manifestações tendem a melhorar o ânimo do brasileiro com tudo, caso os pedidos dos protestos sejam realizados”, conclui.

Os lojistas não apontam os protestos como causa desta suposta queda de confiança, colocando a culpa na inflação. “Não acho que os consumidores estejam assustados com os protestos, na verdade eles estão sem dinheiro. A inflação faz com que as pessoas gastem com contas e coisas básicas ao invés de comprar na rua. Isso talvez seja um motivo pra abalar o comércio”, diz Teresa Larski, comerciante. Os consumidores também apontam a inflação como principal motivo para não consumir. “Eu guardei dinheiro porque eu gastei um pouco demais nestes últimos meses, tudo ficou mais caro então tive que dar uma segurada nas contas. Mas não parei de comprar por causa dos protestos”, diz Ana Paula, consultora de previdência.

Pedro Giulliano

Comércio na feira da Praça Osvaldo Cruz

“TUDO FICOU MAIS CARO ENTÃO TIVE qUE DAR UMA SEgURADA NAS CONTAS. MAS NÃO PAREI DE COMPRAR”

B.O. COLETIVO ChEgA A CAPITAL PARANAENSE

Ação social mapeia endereços perigosos de forma criativa e útil à população

Hellen Ribaski e Helena Comninos

A preocupação com os constantes assaltos levou um grupo de moradores em Porto Alegre, a divulgar endereços nos quais pessoas já foram vítima de assaltos. A ação social intitulada ‘B.O Coletivo’, surgiu na capital gaúcha em maio deste ano, e já chegou a Curitiba.

A ação consiste em mapear a cidade com cartazes que levam à população a mensagem “aqui fui assaltado”, com um espaço em branco abaixo para que a vítima possa se identificar, escrevendo o seu nome.

Um dos criadores do projeto, Ricardo Maluf Gardolinski, afirma que a ação começou de forma tímida, mas ganhou força. “As pessoas do grupo colavam cartazes onde haviam sido assaltadas, e em nome de amigos e familiares, em alguns lugares de Porto Alegre, Santa Cruz e Caxias do Sul”. Quase toda a divulgação acontece via facebook, de modo que o cartaz fica disponível para download na página do grupo. Ricardo Gardolinski complementa que a expansão da ideia pode ser observada na rede social com ‘páginas franquias’ em outras capitais do país.

Essa intervenção sofre alguns problemas de fixação dos cartazes, como o criador do grupo afirmou. “Passei em vários locais onde haviam car-

“PASSEI EM VÁRIOS LOCAIS ONDE hAVIAM CARTAzES COLADOS, MAS COMO TODA INTERAçÃO URBANA, ELA É ExTREMAMENTE PERECíVEL”

tazes colados, mas como toda interação urbana, ela é extremamente perecível”. Para um melhor resultado, está sendo criado um aplicativo para

Cartaz da intervenção urbana em Curitiba

smartphone, com o mesmo objetivo dos cartazes só que de uma forma virtual e mais perma¬nente, mas sem abandonar a ideia inicial.

Para maiores informações, acesse facebook.com/ B.O.Coletivo

04 Curitiba, 27 de junho de 2013 COMUNICARE Cidades

DEBATE A RESPEITO DO METRÔ REUNIU ESPECIALISTAS NA PUCPR

Cássia Ferreira e Felipe Cunha

Nesta quarta (26), a PUCPR recebeu o primeiro debate “Metrô em Curitiba: Contribuições da Engenharia”, que reuniu engenheiros das principais entidades da categoria no Paraná, para uma discussão a cerca do projeto de implantação do metrô na capital paranaense. O evento trouxe soluções para possíveis melhorias no projeto apresentado 2011.

Foi a primeira vez que ocorreu um debate em conjunto com todos dos órgãos de engenharia do Estado a respeito do projeto metrô em Curitiba. Segundo Valter Fanini, engenheiro civil e coordenador do evento, o projeto ainda não tem uma comissão de engenheiros bem definida. “Para opinar com consistência nada como chamar especialistas, com todo o conhecimento e experiência profissional e acadêmica”, explica Fanini sobre a importância dos palestrantes.

O evento contribuiu com soluções propostas pelos engenheiros para o processo da implantação do metrô na capital, fato que deixou o coordenador confiante. “Ficou mais uma vez evidente que é preciso reconstruir a engenharia e a arquitetura, que são responsáveis pelo planejamento dentro da estrutura pública. Nós deixamos de planejar para cuidar de crises e esse pensamento não pode continuar”.

Para Fanini, já que a prefeitura não pode recorrer à iniciativa pública, nem política, uma alternativa para os investimentos da obra seria optar pelas Parcerias Público-Privadas (PPP).

AS MUDANçAS NO PROJETO

O projeto inicial apresentado em 2011 estimava custo em torno de R$ 2,3 bilhões, sendo R$ 1 bilhão financiado pelo governo federal, R$ 300 milhões pelo governo estadual e o restante pelo governo municipal e parcerias público-privados. Já o novo projeto ainda não tem custos totalmente definidos, pois ainda está em fase de reformulações, mas segundo o secretário municipal de Planejamento e Gestão de Curitiba, Fábio Dória Scatolin, já pode se estimar cerca de R$ 3 bilhões, feitas as correções inflacionárias e contando com alterações no projeto. O secretário defendeu muito a iniciativa das PPPs para arrecadação de fundos para as obras, mas afirma que não deve ser confundido com privatização e não explicou como serão definidas as parcerias em questão de valores específicos, pois tudo ainda está sendo estudado.

Scatolin conta que novos debates serão promovidos e que outras alterações no projeto poderão ser feitas, mas espera poder lançar a licitação até o final do segundo semestre deste ano. Felipe Cunha

Um acordo construído entre a base aliada e a oposição alterou a proposta original do governo, que previa o repasse integral (100%) desses recursos para a área educacional. Política

DEPUTADOS FEDERAIS APROVAM NOVA DESTINAçÃO DOS ROYALTIES DO PRÉ-SAL

Câmara destinará 75% dos recursos para educação e 25% para a saúde. Texto segue agora para apreciação do senado

Pedro Giuliano

Os deputados federais aprovaram na madrugada desta quarta-feira (26) o projeto de lei que destina à educação pública recursos obtidos pela União, estados e municípios com os royalties do petróleo. A proposta aprova a destinação de 75% do valor para a educação e 25% para a saúde. O texto do projeto segue agora para apreciação do Senado.

Um acordo construído entre a base aliada e a oposição alterou a proposta original do governo, que previa o repasse integral (100%) desses recursos para a área educacional. No encontro de segunda-feira (24) com governadores e prefeitos, em que anunciou cinco pactos nacionais - um deles para a educação - a presidente Dilma Rousseff disse que confiava na aprovação pelos parlamentares dos 100% para a educação. Porém, o relator da proposta, deputado André Figueiredo (PDT-CE), apresentou um texto substitutivo, que acolhe uma emenda sugerida pela liderança do DEM que obriga as três esferas públicas a distribuírem os royalties em atendimentos as outras necessidades da população.

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