
2 minute read
Mesa portuguesa amiga
ALIMENTAÇÃO
UMA MESA PORTUGUESA MAIS AMIGA DO AMBIENTE
Advertisement
Oque vai mudar na mesa dos portugueses? De acordo com um estudo sobre as grandes tendências alimentares para os próximos anos, realizado pelo Instituto Português de Administração de Marketing, a grande conclusão é a de que se vai comer menos, mas melhor. Isto é, nas mesas portuguesas vai haver mais produtos biológicos e regionais, o que resulta, em grande parte, de uma maior consciencialização por parte dos consumidores da importância da alimentação para uma vida saudável, mas também de uma preocupação com as questões ambientais,
com a redução do desperdício e, consequentemente, com a redução da pegada de carbono. Pode mesmo dizer-se que estas novas tendências apontam para uma revalorização da cultura e tradição gastronómica portuguesa.
Senão vejamos: uma das tendências aponta para a redução do desperdício alimentar, tal como sempre fizeram as nossas avós, com os aproveitamentos das sobras. As políticas devem acompanhar esse raciocínio para que a percentagem do desperdício ao longo de toda a cadeia logística alimentar reduza dos actuais 30 por cento


(%) para os 15%.
Além da previsão de aumentar o consumo de produtos biológicos, a tendência aponta para a valorização dos produtos endógenos e da gastronomia regional e, consequentemente, a valorização de pratos tradicionais passará pela sua certificação como Reserva Gastronómica Mundial. Esta tendência estende-se aos canal Horeca, com os hotéis, restaurantes e actividades de catering a procurar uma aproximação ao modelo ‘Slow Food’, com projectos diferenciadores que valorizam a comida, o meio ambiente e a qualidade das suas refeições.
Quer isto dizer que as mudanças decorrem da consciencialização dos consumidores, mas não apenas na hora de comer. As mudanças anunciam-se ou, melhor, reforçam-se logo no início da cadeia alimentar, com uma aposta nas boas práticas agrícolas, em que há um respeito pela dinâmica dos ecossistemas, pelo que nada se faz sem organização, integração, equilíbrio e preservação de energia no ambiente.
Tudo isto terá um reflexo na pegada de carbono que passa a ser mais reduzida se os consumidores mantiverem um comportamento de respeito pela natureza. Por isso, ir às compras passa a ser também um exercício de cidadania, quando se escolhe um alimento regional. E se a gastronomia regional vai imperar à mesa de cada um, no seu ambiente mais familiar, também os restaurantes vão seguir a mesma linha e as suas cartas vão privilegiar comida que remete para as memórias de infância.
