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Momentos Felizes COMO SERÁ O AMANHÃ ?

Em 2008 escrevi uma crônica publicada no Livro 5, pg. 255/256 tratando da Procrastinação, um velho e péssimo hábito meu de muitas outras pessoas em deixar para amanhã, por exemplo, a leitura de uma Tese acadêmica. Convenhamos, encorpado volume recheado de gráficos e desenhos geométricos dá uma certa preguiça só em pegar o caderno bem como iniciar atenta leitura. Assim, em semelhança aos filmes de ação e aventura, o trabalho é finalmente terminado e entregue.

Hoje em concentração sobre o assunto, meditando melhor tomei a decisão de não mais retardar qualquer tarefa pois, em um país onde os maiorais dizem ser tudo relativo não há porque preocupar-se, em especial com o amanhã.

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Aliás, desde pequeno onde a grande família vivia com as tradicionais dificuldades financeiras, uma das frases mais ouvidas era exatamente esta: “amanhã vamos resolver” dizia o pai, assessorado pela mãe e irmãos fazendo coro: “fica para amanhã” e assim tudo ficava convencionado; porém, de uma coisa não havia dúvidas... eu teria que levantar bem cedo, fazer a higiene matinal, tomar café e seguir a pé para a escola, aprender e aprender sem nunca deixar de fazer as tarefas recomendadas pelas professoras. Quando meu pai tornou-se pequeno comerciante de secos e molhados, bebidas em geral colocou acima do balcão para que os fregueses pudessem ler e saber, uma Placa com os dizeres:

“FIADO SÓ AMANHã” e quando escapava um fiado aqui ou ali o freguês dizia: - volto amanhã! e esse amanhã era a coisa mais incerta...

Quando na vida adulta e rodeado por outros adultos agendava-se uma reunião para tratativa de alguns assuntos importantes e, ao final, marcava-se outra data em tal dia e horas para solução das pendências, ou seja, os adultos também empurravam para o “amanhã” tudo que não fora resolvido.

Bem verdade que, umas pelas outras, tratativas davam certo mas sem nenhuma certeza porque na

Roque Roberto Pires de Carvalho

tradição, o amanhã estava sempre na pauta...

A crônica de hoje que não pode ficar para amanhã, trouxe à minha memória um dos famosos filmes assistido em 1960 e mundialmente conhecido: ...E o Vento Levou – produção americana de 1939 cujo final épico se ajusta como uma luva ao assunto em comento. O filme, extraído da obra de Margaret Mitchell (1900-1949) publicado em 1936 conta a história de latifundiários no Estado da Geórgia (USA), onde uma grande propriedade rural com o nome de “TARA” foi duramente saqueada, queimada e destruída pelos soldados da União na Guerra Civil de 1861/1865 deixando seus ricos proprietários enfrentando, pela primeira vez as vicissitudes da miséria e da fome. A principal personagem Scarlett O’Hara para cuidar da sobrevivência do que sobrou da família, e superação da tragédia até retomar a produção seguindo o roteiro cinematográfico, deixou a mais forte e comovente manifestação de fé e coragem no encerramento do filme:

- “Tenho Tara ! – reconquistei a propriedade. Com Deus por testemunha não vão me derrotar. Vou sobreviver a tudo isso e, quando tudo terminar, nunca mais passarei fome! Nem eu e nem minha família!. Mesmo que eu minta, roube, trapaceie ou mate, com Deus por testemunha, nunca mais passarei fome!”. (Scarlett O’Hara).

Em conclusão, a história ficcionista de Margaret Mitchell deixa-nos uma lição de persistência e obstinação na busca dos objetivos maiores. Acreditar que “amanhã” será um dia completamente diferente !. De minha parte apenas acrescento: “amanhã, talvez” como uma advertência: - a cada dia bastam as suas preocupações.

Fonte: Wikipédia – a enciclopédia livre

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