Prata da casa é destaque na numismática nacional
Mais uma vez nosso amigo e diagramador do jornal “Diário da Cuesta”, Edil Gomes, já conhecido na imprensa de Botucatu trabalhando nos jornais e livros impressos, tem como hobby a numismática e vem se destacando no cenário nacional.

Em 22 de maio lançou o livro “A Terra do Ouro”, na Assembleia Legislativa de Goiânia; dia 6 de setembro lançou, durante a V Convenção Internacional de Historiadores e Numismáticos, no Rio de Janeiro, o livro “As desventuras da Prensa Soho no Brasil” e, no último dia 29 de dezembro, esteve em Ribeirão Preto, no clube de carros antigos Faixa Branca, onde lançou o livro “De Pijamas Jamais”. Tem diversos livros lançados sobre o tema numismática e é reconhecido nacionalmente por meio de seus livros, catálogos e artigos sobre o tema, dentre eles o “Catálogo de Erros em Moedas do Brasil”, que já está na sua 4ª edição. Recentemente foi indicado em quatro categorias no “Prêmio Literário Florisvaldo dos Santos Trigueiros”, promovido pela Sociedade Numismática Brasileira (SNB), entidade com mais de 100 anos de atuação ininterrupta, sendo agraciado na categoria de “Livro

do Ano”.
Paralelamente também foi escolhido para receber a Medalha do Mérito Numismático, a mais alta honraria do segmento, em que, por meio de uma comissão da SNB, é escolhida somente uma pessoa ou entidade anualmente que se destacou em ações voltadas à numismática nacional.
Essas premiações serão entregues dia 11 de dezembro em São Paulo, durante o XXIX Congresso Brasileiro de Numismática. O evento fecha o calendário nacional da numismática e atrai colecionadores do Brasil e de outras nacionalidades, reunindo mais de cinquenta comerciantes, exposições, palestras e diversos lançamentos programados.

Durante o evento, Edil Gomes também fará o lançamento do livro “A Arte da Gravação de Balsemão” e realizará a abertura do Congresso com a palestra “A tiragem das moedas brasileiras: entre o registro oficial e a realidade numismática”.
Edil Gomes também é o coordenador editorial da Revista Brasileira de Numismática e do Boletim da Sociedade Numismática Brasileira.
Lançamento do livro: “ A arte de gravação de Balsemão: Réplicas, carimbos e medalhas”
Durante o XXIV Congresso Brasileiro de Numismática da Sociedade Numismática Brasileira, realizado durante os dias 11 a 13 de dezembro de 2025, no Hotel Nacional Inn Jaraguá, situado na rua Martins Fontes, 71, será lançado o livro “A arte de gravação de Balsemão”, sendo os autores: Edil Gomes, Gilberto Fernando Tenor e Luiz Mendes. Página 2
Lançamento
do livro: “ A
arte
de gravação de Balsemão: Réplicas, carimbos e medalhas”
Durante o XXIV Congresso Brasileiro de Numismática da Sociedade Numismática Brasileira, realizado durante os dias 11 a 13 de dezembro de 2025, no Hotel Nacional Inn Jaraguá, situado na rua Martins Fontes, 71, em São Paulo, será lançado o livro “A arte de gravação de Balsemão”, sendo os autores: Edil Gomes, Gilberto Fernando Tenor e Luiz Mendes.
O livro reúne a história, catálogo ilustrativo e descritivo das peças do gravador Pedro Balsemão ao longo dos anos em que atuou, além de várias informações e curiosidades.
Hoje as peças do Balsemão formam uma verdadeira coleção, sejam pelas réplicas, carimbos ou mesmo pelos trabalhos próprios feitos para comerciantes ou entidades numismáticas para comemorar datas e eventos. Além dos trabalhos desenvolvidos e comercializados, Balsemão muitas vezes distribuía algumas peças de cortesia para amigos e estava sempre aberto para críticas e sugestões.
O gravador Balsemão nos deixou em 2017, contudo, foi um legado de décadas dedicadas à gravação primeiramente em artigos de couro e posteriormente entrando de corpo e alma na numismática.
Uma boa parte do seu trabalho agora está reunida nesse livro e optamos por não apresentar valor, porque arte não tem preço.


Congresso Nacional de Numismática promovido pela Sociedade Numismática Brasileira
O Congresso Brasileiro de Numismática é o principal evento do segmento realizado no Brasil, está na sua 29ª edição, sendo realizado desde 1936. Ele reúne pesquisadores e comerciantes do Brasil e do exterior. Sua programação conta com palestras, lançamentos e comercialização de moedas, cédulas, medalhas e diversos itens de coleção.
Também será realizada uma exposição com o tema “Bicentenário do nascimento de Pedro II”, em que peças do período imperial poderão ser apreciadas.
Dentro da programação, será realizada a entrega das medalhas do prêmio literário Trigueiros, em que os principais trabalhos de numismática publicados no decorrer de 2025 foram selecioandos. E também a entrega do prêmio Mérito Numismática, que esse ano será entregue ao botucatuense Edil Gomes. “Toda premiação é recebida com alegria, mas essa veio com uma carga muito grande de responsabilidade, principalmente porque somente um é escolhido a cada ano e a lista de quem já recebeu é de pessoas de referência nacional”, frisa Edil Gomes.
Em Botucatu, os colecionadores de selos e moedas se reúnem no Centro Cultural de Botucatu todos os sábados a partir das 14 horas.




EXPEDIENTE

DIRETOR:
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO:
Diagrama/ Edil Gomes

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OS CREDORES DE JESUS
ELDA MOSCOGLIATO

(Conto Argentino de Severine )
Tudo repousava no silencio da Noite Santa. Deitado o Menino na pobre Manjedoura, adormeceram, ao lado da Criança, os santos esposos. O cansaço e o frio os abatera. O pequenino Infante babujava insone.
Tinha frio também. O terno corpinho enregelava. Lá fora, a planície nevada perdia-se sem fim. O canto dos anjos deixara harmonias na brisa do amanhecer. Entre as frestas da rude gruta, penetravam os reflexos da Estrela que do Alto, apontava para a Humanidade o caminho de Belém.
Tinha frio o Pequenito. Súbito, na obscuridade silenciosa do Presépio, sentiu, à sua direita, um hálito quente, reconfortante. Ergueu-se a mãozinha gelada e sentiu a maciez de umas orelhas grandes contornando um par de olhos mansos, tranquilos e bons.
- Quem és? Perguntou. Ele era o Deus-Vivo. Entendia os animais.
-Sou o asno, respondeu-lhe o olhar tranqüilo do gerico.
À sua esquerda, áspera porém, carinhosa e quente, uma língua enorme lhe acarinhava os pezinhos enrigecidos pela friagem da noite.
-E tu, quem és? Indagou o Menino.
-Sou o boi. Moro aqui. O Infante sorriu agradecido.
Ao doce conchego daqueles tépidos e acariciadores cuidados, dormiu o Redentor.
As horas da madrugada corriam.
-Como vieste até aqui? Perguntou o boi. O asno respondeu :
- José cuida das cocheiras de meu amo. Maria sempre o acompanha na faina. Sempre me acariciou o focinho e reservou-me sempre tenras alfaces. Compreendi a aflição do casal, na iminência do Nascimento do Filho e na necessidade de viajarem, a pé, para Belém. Então corri, ganhei meio caminho, a não permitir que, em me achando voltassem para devolver-me. Ao retorno, se houver, voltarei ao meu curral.
-Por que, se houver?
-Porque Herodes mandou matar as crianças, e só eu sei como varar os desertos, a caminho do Egito... Já pertenci às caravanas de meu amo . . .
-És sábio, hein? Retrucou o boi.
-Minha espécie inteira é assim. A Bíblia conta que Sansão se livrou dos inimigos com uma queixada de um antepassado meu . . .
O Menino acordara e, no tépido conchego das palhas, olhinhos semicerrados, ouvia a conversa dos animais. Disse o boi :
-Você sabe quem é este Menino?
-Sim. É o Messias! Pobrezinho! Sendo Deus, se fez Homem. Vai derramar Seu Sangue pela Humanidade -E!? . . . Então, se Ele é Deus, por que não lhe pedirmos que melhore nossa espécie?
-Não devemos pedir-lhe nada. Dir-se-ia que lhe estamos cobrando o suave calor da Manjedoura...
-É certo. Mas nem eu, nem tu queremos cobrar-lhe nada. Apenas pedir-lhe que se compadeça da nossa pobre espécie. Olhe : nós, os bois, perdemos de há muito, a nobreza dos dias da Criação. Degenerou-se-nos a raça, e caímos nas mãos cobiçosas dos homens Somos suas vitimas. Exploram-nos em vida e, pior ainda, depois de estarmos mortos. Eles nos condicionam à sua desmedida cobiça
-E nós? Retrucou o asno. Não passamos de infatigáveis alimárias. Não temos direito ao repouso. . . Onde são ínvios os caminhos, ali nos põem arquejantes e sofridos... Jesus ouvira tudo e adormecera.

Os anos passaram. Jesus se fizera o Pregador. Realizara milagres sem fim. Mas os homens não O salvaram da Cruz. No Alto do Calvário já agonizante, Ele ouve que se aproxima o sincero estrídulo de uma alimária Seu olhar dolorido encontra com outros olhos mansos, tranquilos e bons
Um frêmito sacode-lhe as entranhas.
Fizera tanto pelos Homens e ali estava ...
Esquecera-se de redimir os pobres animais da humilde Gruta de Belém...
O GALO DE BARCELOS
Ao cruzeiro quatrocentista que faz parte do episódio do Museu Arqueológico da cidade de Barcelos – Portugal anda associada a curiosa lenda do Galo de Natal. Segundo ela, os habitantes do burgo andavam alarmados com um crime, e mais ainda, por não se ter descoberto o criminoso que o cometera.
Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e, apesar de seus juramentos de inocência, ninguém acreditou. Ninguém julgava crível que o galego se dirigisse a Santiago de Compostela, em cumprimento de uma promessa; que fosse fervoroso devoto do santo que em Compostela se venerava, assim como de São Paulo e de Nossa Senhora. Por isso, foi condenado à forca.

- É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem.
Risos e comentários não se fizeram esperar mas, pelo sim e pelo não, ninguém ousou tocar no galo.
Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa, exclamando:

O que parecia impossível, tornou-se, porém, realidade: Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou! Já ninguém duvidou das afirmações do forasteiro.
O juiz corre à forca e com espanto vê o pobre homem com a corda no pescoço, mas o nó-laço impedindo o estrangulamento.
Imediatamente solto, foi mandado em paz.
Passados anos, voltou o homem a Barcelos e fez erguer um monumento em louvor à Virgem e a S. Thiago Dessa lenda resulta que não há casa portuguesa que não exiba, maior ou menor, sobre o aparador ou sobre a cômoda, sobre a geladeira ou a lareira, um belo galo colorido representando os Milagres da Fé. Há sempre um galo no presépio português.
(do folclore português)
Que a Cuesta é a forma de relevo escarpada em um dos lados e apresentando um declive suave do outro? Este verdadeiro “degrau”, que popularmente era conhecido como “serra”, passou a ser conhecido pelo nome da cidade próxima da qual assume proporções mais gigantescas: Cuesta de Botucatu .
A Cuesta de Botucatu marca o início do Planalto Ocidental Paulista.
Ela tem, na sua escarpa , o limite físico e humano entre o leste e o oeste do estado; só o rio Tietê a ultrapassa (fenda natural); rodovias e ferrovias que a cruzam serpenteiam por entre seus patamares mais suaves para atingir o topo e, depois, deslizar suavemente em direção aos limites com Mato Grosso e Paraná. No seu topo, a suavidade de um tipo climático que talvez tenha induzido os povoadores a reconhecerem ali os “ bons ares ”.
Assim é a CUESTA: um relevo característico de regiões mexicanas, espanholas, francesas, sul-africanas e indianas, mas a Cuesta de Botucatu tem a sua identidade; por sua história, por seu significado; inclusive porque a partir dela se internacionalizou o nome “ cuesta ” e por se constituir, em nossa região, o espaço mais significativo e marcante do relevo paulista, ela é, por todos os aspectos um patrimônio natural, cultural, histórico, geológico e até artístico – fonte de inspiração para muitos artistas de nossa região.