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Diário da Cuesta

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INDÚSTRIA

1956: nasce a INDÚSTRIA AERONÁUTICA NEIVA LTDA

1980: a Embraer adquiri a Neiva, surge a NEIVA/EMBRAER

Embraer: como a gigante brasileira sileciosa virou a 3a maior fabricante de aviões do mundo?

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A EMBRAER inaugurou em BOTUCATU um busto de JOSÉ CARLOS NEIVA – PIONEIRO DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA BRASILEIRA! – fundador da Indústria Aeronaútica Neiva, em outubro de 1954, posteriormente NEIVA/EMBRAER. Páginas 2, 3 e 4

REGISTRO HISTÓRICO

Importante lançamento histórico da história da indústria aeronáutica no Brasil, o livro “Brasileiros Voadores – 300 anos pelos céus do mundo”, de autoria de Laurete Godoy e de Jorge Henrique Dumont Dodsworth – sobrinhoneto de Santos Dumont – coloca o saudoso empresário Neiva no destaque que a história da aviação lhe dedica. AERONÁUTICA NEIVA! PÁGINA 2

Diário da Cuesta

e d i t o r i a l

Era preciso RESGATAR a história da indústria aeronáutica no Brasil e, de modo especial para nós –botucatuenses! – a sua origem pioneira e ousada em nossa cidade em 1954, com a Indústria Aeronáutica Neiva!

JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA trouxe progresso e desenvolvimento para Botucatu, com seu empreendedorismo e com a fabricação de aviões que foi a base para a constituição da sólida EMBRAER. Foi um vencedor e um brilhante empreendedor.

Botucatu está a lhe dever uma homenagem póstuma! O importante livro “BRASILEIROS VOADORES – 300 ANOS PELOS CÉUS DO MUNDO”, de autoria de Laurete Godoy e de Jorge Henrique Dumont Dodsworth – sobrinho-neto de Santos Dumont – coloca o saudoso empresário Neiva no destaque que a história da aviação lhe dedica. Aeronáutica NEIVA!

JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA!

ORGULHO DE BOTUCATU!

A DIREÇÃO.

EXPEDIENTE

COMENTÁRIOS:

1 - ILUSTRE DOUTOR DELMANTO!

QUANTA HONRA PARA ESTA POBRE, PORÉM, MUITO ALEGRE MARQUESA!!!!!!!! Confesso que estou emocionada com sua gentileza. Nosso trabalho valerá sempre, por manifestações dessa espécie. Mais do que qualquer outra coisa que possa dar brilho ao olhar... Acabei de ligar ao querido Jorge Henrique, que vive no Rio de Janeiro, para contar sobre o destaque que o senhor deu aos nossos Brasileiros Voadores. Há muito anos procurei o senhor Neiva, orientada pelo Coronel Eurico Rogério Bueno Lycarião e fiquei encantada com a conversa que tivemos.. Apesar do tempo decorrido, ainda tenho na lembrança o orgulho que demonstrava ao falar do pai, senhor José Neiva. Tanto que, ao comentar sobre a pequena escada “de um ou dois degraus”, que o pai confeccionou para que fosse possível abastecer o Monospar ST-4 da Vasp, no primeiro voo São Paulo-Ribeirão Preto-Uberaba, declarou: “... Com isso, mesmo sem voar, ele também contribuiu para o êxito desse voo pioneiro da Vasp.” Prezado doutor Delmanto! O senhor se despede com: Grande abraço e obrigado. Quem agradece ao senhor somos nós: Jorge Henrique Dumont Dodsworth, o editor Douglas Cavallari, que orientou-me a procurar o senhor, para conseguir a indicação de algum parente do senhor José Carlos de Barros Neiva e eu... Esta alegre marquesa que está encantada e profundamente sensibilizada com o destaque que o senhor deu ao livro que elaboramos com tanto zelo. Um carinhoso abraço e muito agradecida uma vez mais. Laurete Godoy

2 - Este livro deve ser uma maravilhosa homenagem aos pioneiros da aviação brasileira, assim como a inúmeros empreendedores brasileiros e estrangeiros do nosso Brasil que nos enche de orgulho. MANFREDO COSTA NETO (FACEBBOK).

3 - Doutor Delmanto, Agradeço a você e a Marquesa Laurete pelas referências a meu Pai, e parabenizo-a pela grandiosa obra recém-publicada, que recomendo. Tenho uma minúscula observação sobre a foto de meu Pai com o Darcy Assis e o Acácio de Oliveira (Sócio da Neiva e amigo), tirada em Itu, onde eu também estava presente: o ano foi antes de 2013, provavelmente 2010. Aproveito a oportunidade para enviar saudações a D. Zélia e demais amigos que tenho em sua família, por quem mantenho apreço e carinho desde que saí de Botucatu. Mais uma vez, obrigado pela postagem em seu Blog! Antonio Carlos de Barros Neiva

4 - A Marquesa agradece a referência elogiosa aos Brasileiros Voadores... Peço licença para repetir: “Se enxergamos um pouco mais longe, foi porque estivemos apoiados em ombros de gigantes”. O engenheiro José Carlos Neiva foi um deles... Jorge Henrique e eu agradecemos por recomendar nosso livro. Um carinhoso abraço a ambos os doutores: Delmanto e Antônio Carlos. Laurete Godoy

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

Indústria Aeronáutica Neiva/Embraer + o Pioneiro José Carlos Neiva no livro da História da Aviação no Brasil!

O livro “BRASILEIROS VOADORES – 300 ANOS PELOS CÉUS DO MUNDO” é de autoria de LAURETE GODOY E JORGE HENRIQUE DUMONT DODSWORTH – sobrinho-neto do PAI DA AVIAÇÃO – SANTOS DUMONT. Pelo trabalho de pesquisa e pelas parcerias feitas, o livro é uma verdadeira enciclopédia da aviação no Brasil, com todo o caminho percorrido, as conquistas e a estruturação industrial.

E nessa abordagem ampla, o papel de pioneiro do Vôo a Vela, com os Planadores e, ao depois, com a fabricação do PAULISTINHA, o Engº JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA marcou com destaque a sua participação positiva na Aviação Brasileira.

O cartão da autora, Laurete Godoy:

“Já em 1942, o famoso empresário paulista Francisco “Baby” Pignatari (sobrinho do Conde Matarazzo), também piloto privado, decidiu investir no mercado de aviões e criou a CAP – Companhia Aeronáutica Paulista. À partir de 1943, passou a fabricar o CAP – 4 “Paulistinha”, que foi produzido até 1947. Em 1954, Baby Pignatari foi responsável por um dos mais bonitos momentos das festividades do 4º Centenário de São Paulo: dois aviões sobrevoaram o Vale do Anhangabaú e, lançando grande quantidade de papel-alumínio cortado, proporcionaram uma linda e inesquecível chuva prateada.”

BOTUCATU GANHA SUA FÁBRICA DE AVIÕES JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA nasceu em São Paulo, em 18 de janeiro de 1924, vindo a falecer em São Sebastião, em 09 de fevereiro de 2013. ESSE LIVRO MARCA, COM DETALHES, A PARTICIPAÇÃO EMPREENDEDORA DE NEIVA NA CONSTRUÇÃO AERONÁUTICA:

“O aeromodelismo foi o grande mestre e a base da escolha profissional de Neiva. A partir daí ele e o pai, ajuda-

dos por José Buarque de Macedo e o aviador gaúcho João Luiz Job, construíram dois planadores no Rio de Janeiro. Em um deles José Carlos aprendeu a arte de planar. Depois, começou a voar sozinho, sem instrutor. Certo dia, José Bento Ribeiro Dantas, presidente dos Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul, chamou-o e disse: “Eu acho que não é bom você ficar dando susto no seu pai, voando sem instrutor. Vou mandar você para o Rio Grande do Sul, para aprender a pilotar de verdade”.

“Assim aconteceu, o jovem ganhou passagem para Porto Alegre e pode completar o treinamento. Neiva retornou ao Rio de Janeiro habilitado como piloto de planador e, repleto de entusiasmo, iniciou a construção do primeiro planador brasileiro, que acabou vendido para a Companhia Nacional de Aviação. O sucesso foi imediato: recebeu a encomenda de outros três aparelhos para o Ministério da Aeronáutica. O aparelho recebeu o nome de Neiva B Monitor e foi o responsável pela formação de inúmeros pilotos. Carinhosamente chamado de “Neivão”, fez os primeiros voos em 1950 e, passado meio século, ainda estava em atividade no Aeroclube de Planadores de Tatuí, no estado de São Paulo.”

A VOLTA DOS PAULISTINHAS

“A seguir, foram produzidas outras séries para aeroclubes brasileiros. Nessa época, as duas fábricas de aviões que existiam no Brasil – a CNNA e a CAP -, que forneciam aviões para o Ministério da Aeronáutica, haviam encerrado as atividades. Em 1952, o governo importou dos Estados Unidos oitenta aparelhos Piper PA-18. Neiva tinha certeza de que o Brasil possuía condições de suprir o mercado interno. Empenhou-se e, por meio do CTA, obteve de Francisco Pignatari autorização para fabricar o Paulistinha.

Para cumprir a empreitada, associou-se a Antônio Araújo Azevedo, engenheiro diplomado pelo Escola Politécnica, que possuía uma oficina de reparo de aviões no interior paulista. Em 1954 foi fundada a Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva. Dois anos depois, a empresa transferiu-se para a cidade de Botucatu, onde estava localizada a empresa de Azevedo, e foi assim que, com o aval e estímulo do Ministério da Aeronáutica, iniciou a construção de aviões.”

SUCESSO DA INDÚSTRIA AERONÁUTICA

No ano seguinte, com a fabricação de vinte Paulistinhas Neiva P-56 para a Esquadrilha de Ligação e Observação em Canoas, RS, a produção em série teve continuidade. Eram aparelhos entelados, sendo a fuselagem feita com tubos de aço soldados e as asas construídas em freijó, madeira nacional. Muitos cadetes da turma do Curso de Formação de Oficiais Aviadores de 1968, da antiga Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, receberam instrução de voo nos P-56, designados FAB L-6.

Nenhum cadete efetuou voo solo nessas aeronaves, mas foi nos Paulistinhas que receberam os primeiros ensinamentos sobre a arte de voar. Utilizados pelo Ministério da Aeroáutica, aeroclubes e particulares, os Paulistinhas, produ-

zidos inicialmente pela CAP e, posteriormente, pela Neiva, transformaram-se em um dos grandes sucesso da indústria aeronáutica em tempo de paz, contribuindo para a formação de expressivo número de pilotos.

Como na época surgiram no mercado outros protótipos, enquanto fabricava o Paulistinha, a empresa Neiva projetou um avião metálico. Com isso, encerrou-se a série dos P-56 de dois lugares e teve início a do Regente, com quatro lugares.

A seguir veio o Neiva T-25 Universal, avião de asa baixa, acrobático, com trem de pouso triciclo escamoteável ou retrátil. Foram exportados para o Chile e Paraguai e, anos depois, algumas unidades usadas também foram doadas para a Bolívia. A FAB comprou 140 aviões e, até hoje, esses aparelhos seguem formando pilotos em todo o Brasil.”

A GRANDE ALEGRIA

Quando o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do CTA iniciou os estudos para fabricar o primeiro avião, contou com a colaboração de José Carlos de Barros Neiva, que apresentou ao núcleo de comando da instituição o industrial francês Max Holste, profissional decisivo na execução do projeto do Embraer BEM 110 Bandeirante.

Criada a Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica, ela passou a fabricar aviões para o Ministério da Aeronáutica e, com isso, em março de 1980, a então indústria Aeronáutica Neiva S/A foi assumida pela empresa e dela tornou-se susidiária, na cidade de Botucatu.

Ao longo de trinta anos de atividade, José Carlos de Barros Neiva realizou o sonho de muitos jovens, colocando talentosos pilotos nos céus do Brasil. Pelos relevantes serviços prestados à aeronáutica brasileira, foi eleito membro do Conselho Superior do Incaer – Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica – e passou a ocupar a cadeira nº 2, que tem como patrono Augusto Severo de Albuquerque Maranhão. Porém, a grande alegria aconteceu em 26 de março de 2004. Apesar de residir na tranquila Ilha Bela, ao ver, pela TV, a primeira mulher da FAB a voar sozinha, pilotando um T-25 Universal, avião confeccionado por sua fábrica. Neiva sentiu o coração bater em ritmo acelerado. Com a emoção, teve a certeza de também ter contribuído para o progresso da aviação brasileira.”

(trechos do livro “BRASILEIROS VOADORES – 300 ANOS PELOS CÉUS DO MUNDO”)

Vejam a lista dos aviões fabricados pela Aeronáutica Neiva:

• Planador BN-1

• Planador Neiva B Monitor

• Neiva P-56 Paulistinha

• Neiva Regente

• EMB-712 Tupi, avião fabricado sob licença da empresa Piper.

• EMB-810D Seneca II, avião fabricado sob licença da Piper.

• EMB-820C Navajo, avião fabricado sob licença da Piper.

• EMB-202 Ipanema

• T-25 Universal (Usado na instrução dos cadetes da Força Aérea Brasileira)

Hoje, a lembrança nos leva aos anos 60 quando os famosos “Teco-Teco” eram fabricados em Botucatu. Após a Embraer assumir a Neiva, a fábrica passou a produzir aviões agrícolas e o conhecido Tucano, além de produzir peças para o jato da Embraer.

José Carlos de Barros Neiva faleceu na cidade de São Sebastião/SP, em 09 de fevereiro de 2013. (AMD)

JOSÉ CARLOS DE BARROS NEIVA

ESTILHAÇOS

Paulistinha, o avião brasileiro que criou duas indústrias

Embraer é coisa nova. A indústria brasileira de aviação começou muito antes: o primeiro avião genuinamente nacional (só o motor, um Franklin de 65 cavalos, era americano), o Paulistinha, começou a ser produzido em 1943 pela Companhia de Aeronáutica Paulista. O nome era inevitável: Paulistinha. Foi um sucesso: em cinco anos, foram fabricados e vendidos 777 aviões. E, quase 70 anos depois, uns 200 exemplares do avião de madeira, com estrutura de tubos de aço molibdênio, sem rádio, sem partida elétrica, continua voando nos aeroclubes do Interior:

Foi um momento histórico favorável, que conjugou grandes empresários, a Universidade, o Governo, para juntos levar o Brasil a dar o salto tecnológico que lhe permitiria fabricar aviões. Um grande industrial, Francisco “Baby” Pignatari, dono da Laminação Nacional de Metais, com diversas empresas espalhadas no ABC paulista, que empregava cinco mil pessoas –era apaixonado por aviões.

Outro grande empresário, Assis Chateaubriand, que seu biógrafo Fernando Morais chamou, num excelente livro, de Rei do Brasil, estava convencido de que um país do tamanho do nosso só poderia resolver seu problema de transportes a lon-

ga distância com estímulos à aviação – e impulsionou, com sua imensa rede de comunicações, os Diários e Emissoras Associados, a Campanha Nacional da Aviação, com o lema “Dêem Asas ao Brasil”. O IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, entrou de cabeça no projeto, aperfeiçoando o desenho do monomotor, baseado no Piper Cub americano, pesquisando novos materiais (por exemplo, madeiras resistentes e leves), desenhando e construindo as hélices. O interventor federal em São Paulo, Adhemar de Barros, fundador do Aeroclube Paulista, sempre se interessou por transporte aéreo. O presidente Getúlio Vargas e seu ministro da Aeronáutica, Salgado Filho, consideravam a aviação um assunto de interesse nacional – na época, os fabricantes internacionais estavam ocupados fabricando aparelhos militares para os combates da Segunda Guerra Mundial. O Tesouro velho de guerra foi chamado a colaborar, financiando aeroclubes em todo o país e comprando os Paulistinhas, entregues em comodato (um tipo de cessão sem despesas para quem os recebia) aos aeroclubes. E o Paulistinha, um avião bem desenhado, seguro, barato, se tornou o aparelho padrão do treinamento do pessoal aéreo brasileiro. Um avião robusto, simples, barato, fácil de manejar, exigindo pouca manutenção. Mas, com a mesma rapidez com que se espalhou, foi sufocado: terminada a guerra, os fabricantes americanos e ingleses lotaram o mundo com os aviões que tinham sobrado (como os excelentes DC-3, parentes do Dakota militar), a preços de liquidação. De repente, o mercado do Paulistinha se evaporou. Em 1948, embora ainda com 120 aparelhos encomendados, a Cia. Aeronáutica Paulista fechou as portas. E a própria fábrica foi transformada por seu dono numa nova unidade da Laminação Nacional de Metais.

O Paulistinha acabou, mas seu projeto não morreu. Em 1955, outro empresário apaixonado por aviação, José Carlos de Barros Neiva, comprou os direitos de fabricação, os gabaritos e as plantas do Paulistinha. O projeto básico recebeu uma série de aperfeiçoamentos, entre eles um motor mais potente. O Paulistinha passou a chamar-se P-56 – P do Paulistinha inicial, 56 do ano de início da fabricação do novo aparelho. Foi novamente um sucesso: 260 P-56 produzidos, dos quais 250 foram distribuídos pelo Ministério da Aeronáutica a aeroclubes em todo o país.

A Neiva cresceu e ganhou mercado especialmente graças ao Paulistinha renovado. E, quando seu proprietário decidiu se aposentar, a empresa encontrou um novo destino: foi comprada pela Embraer, a principal empresa aeronáutica do país, hoje uma grande player no mercado internacional.

A campanha de Assis Chateaubriand teve sucesso: Baby Pignatari, Neiva e outros pioneiros deram asas ao Brasil.

Coluna de Jarbas de Barros
Paulistinha da 2ª geração
Baby Pignatari, um apaixonado pelos aviões
José Carlos Neiva, fundador da Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva

Diário da Cuesta

Apesar de ser muitas vezes ofuscada por nomes como Petrobras, Itaú e Ambev, a Embraer é um verdadeiro tesouro brasileiro - uma gigante da aviação mundial que nasceu do sonho de ver o Brasil voar mais alto. Fundada em 1969, ela surgiu em meio a desafios e incertezas, mas se tornou a terceira maior fabricante de aviões do planeta, liderando com folga o segmento de aeronaves com até 130 assentos. Nesse nicho, nem Boeing nem Airbus conseguiram superar sua excelência.

Mais do que construir aeronaves, a Embraer constrói histórias. Cada avião entregue carrega consigo o talento e a dedicação de milhares de brasileiros.

Modelos como o Phenom 300, jato executivo mais vendido do mundo por 13 anos seguidos, são símbolo da competência nacional reconhecida em todos os continentes.

A empresa não apenas impulsiona a economia — ela inspira gerações. Seu protagonismo em inovação, com tecnologias como o Fly-by-Wire, e sua presença em missões militares com aviões como o Super Tucano, mostram ao mundo do que o Brasil é capaz.

E seu alcance vai além: com centros em três países e mais de 18 mil colaboradores, a Embraer conecta pessoas, culturas e sonhos.

Em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, está a maior pista de pouso das Américas, usada até pela NASA. É dali, do coração do Brasil, que partem projetos futuristas como os eVTOLs — veículos elétricos que prometem revolucionar a mobilidade urbana global a partir de 2026.

Mesmo diante de crises, como a de 2020, e da frustração do acordo rompido com a Boeing, a Embraer se reinventou com coragem e resiliência. E segue voando, mais forte do que nunca, com os olhos no futuro e o coração no Brasil.

A Embraer é mais do que uma empresa: é orgulho, é conquista, é a prova viva de que o Brasil pode — e deve - sonhar grande. E de que, quando se une talento, esforço e paixão, o céu não é o limite... é só o começo.

(Minuto aéreo/Tráfego Aéreo Brasil)

LEITURA DINÂMICA

1–Com a OMAREAL tivemos plantada a semente de nossa Indústria Aeronáutica: o Engº Antônio Azevedo instalou, em hangar adaptado, oficina de manutenção de aviões, chegando a projetar e a construir um protótipo que obteve sucesso. No entanto, a OMAREAL não vingou Coube a José Carlos Neiva, fabricante de planadores no Rio de Janeiro, atraído à cidade por Azevedo, a incumbência de instalar uma fábrica de aviões: a Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva Ltda., posteriormente Neiva-Embraer. Em 1956, a Neiva passou a fabricar o PAULISTINHA P-56.”

Primeiro avião produzido em Botucatu pela Omareal.

2

– Com a incorporação da Neiva pela Embraer, surgiu a poderosa EMBRAER. Hoje, mundialmente reconhecida em sua capacidade técnica.

SOCIEDADE CONSTRUTORA AERONÁUTICA

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– A Embraer inaugurou em Botucatu um busto de José Carlos Neiva, pioneiro da indústria aeronáutica brasileira, fundador da Indústria Aeronáutica Neiva em outubro de 1954 A homenagem ocorreu na unidade industrial da empresa em Botucatu, com a presença de empregados e familiares do Engº Neiva

4

– A “Escada Santos Dumont” leva o nome do criador. Isso mesmo, o genial Santos Dumont, inventor do avião e do relógio de pulso, inventou também esse modelo de escada que só permite subir um degrau de cada vez e com cada pé, ou seja, não é possível colocar os dois pés em um mesmo piso de um degrau! A escada foi feita para a casa de Santos Dumont em Petrópolis, também conhecida como “A encantada”, desenhada pelo próprio inventor que hoje é um pequeno museu aberto à população.

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– Nos anos finais de sua vida, Santos Dumont lutou contra a depressão. Ele ficou desiludido ao ver sua invenção tornar-se um objeto usado na guerra. Ele chegou a pedir que a Liga das Nações proibisse o uso de aviões em guerras, mas seu pedido foi recusado. Adepto entusiasta da Revolução Constitucionalista de 1932, sofreu muito ao ver os aviões usados no conflito.

Momentos Felizes

AUTOBIOGRAFIA

“Você vive sua vida progressivamente mas a entende retrospectivamente. A existência é o que determina o homem”. (Kierkegaard, Aabye -1813/1855)

O filósofo dinamarquês viveu apenas 42 anos, entretanto suas idéias nos permitem escrever estas linhas homenageando homens e mulheres que desfrutam, nos dias de hoje, da oportunidade de se reunirem em grupos, em associações para contarem estórias dos fatos notáveis ou não, ocorridos em suas vidas. Nas oportunidades conversam, dançam, namoram, programam viagens de lazer pelo Brasil ou pelo mundo, fazem turismo, visitam centros históricos, jogam cartas, comentam das receitas para artroses e lumbagos, progressos dos filhos, filhas, genros e noras, o encanto, a beleza e marotagens dos netos e netas, falam bem das pessoas e dos motoristas dos ônibus, criticam os altos preços cobrados nos supermercados e lojas de conveniências, falam mal do governo que não reajusta os proventos e que o percentual de 5% é pouco e assim, gozam do merecido lazer e aposentadorias, algumas por tempo, outras por idade, outras por saúde e outras pela compulsória. Integram o grupo da melhor

idade ou dos semi-novos na linguagem dos irreverentes. Aliás, em todas comunidades existe o clube dos irreverentes e desatenciosos para com os mais além. A propósito:

- Você já pensou em escrever sua autobiografia?

- Se a resposta for positiva você pensou bem! - As pessoas sabem que o ser humano assim como as árvores nascem, crescem, criam raízes, estendem seus ramos para o alto e para os lados até a chegada da estação outonal antecedente do inverno que fatalmente chega para todos. - É muito bom a pessoa saber que a sua vida teve algum significado na família, no trabalho no relacionamento social. Escrevendo ou falando de si próprio aumenta a auto-afirmação por meio da auto-descoberta e do reconhecimento de ter sobrevivido solucionando centenas de problemas e, ao mesmo tempo, lembrar-se da dignidade e do caráter como pilares que suportam bem a longevidade humana. A autobiografia possui outros benefícios psicológicos e físicos explícitos, tais como: esclarece paradoxos, contradições e ambivalências da própria vida, cria novos relacionamentos sociais duradouros, estimula a atividade mental, diminui a depressão e regulariza os batimentos cardíacos. - Bem... estou quase convencido a fazer minha autobiografia porém...sou tomado por uma dúvida atroz... ao escrever, posso contar mentiras? - claro que não! - o individuo deve ser o mais verdadeiro possível. Na maioria das vezes o passado se torna melhor quando trazido para o presente mas muitos acontecimentos dolorosos podem ficar encerrados e quando lembrados, reconhecê-los como aprendizado. As pessoas sabem quando um fato novo ou um fato bom deva ser compartilhado. A autobiografia é um passo em direção a geração de novos pensamentos, resgatando a vida e transmitindo aos outros a mesma paixão pela vida e como abrir caminhos para os mais jovens.

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