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IMAGEM COMO LUGAR REFLEXIVO | Trabalho de Dissertação
Estudar sobre o cinema é também investigar sobre arquitetura. Seguindo este compromisso, esta dissertação dedica-se a fazer uma análise sobre os lugares do espaço e do tempo no cinema tal como ele será pensado, imaginado e realizado por Andrei Tarkovsky. Para tal, partir-se-á de alguns segmentos de cinco filmes do cineasta (a saber: “Ivan’s Childhood” (1962), “Andrei Rublev” (1966), “Solaris” (1972), “Mirror” (1975) e “Stalker” (1979)) como modo de aproximação à arquitetura presente na construção das suas imagens. Se Tarkovsky admite um cinema tão próximo quanto possível do real, numa decomposição eventos, sentimentos e espaços, este estudo procura uma via de acesso à arquitetura (mas também a outras artes) através de um cinema apoiado numa certa conceção do espaço e do tempo. Se se pode dizer que nos filmes de Tarkovsky tudo é arquitetónico, seja o confronto permanente entre a ciência e a religião, a cidade, e demais atmosferas, também se poderá afirmar que tudo é temporal, seja a memória e o que fica suspenso, o género ou os novos mundos. Partindo daqui, a dissertação organiza-se em duas partes: a primeira mais aproximada às questões do espaço; e a segunda mais desaproximada das questões do tempo. As artes, por outro lado, complementam o trabalho através de inserções que comunicam com o cinema de Tarkovsky, fornecendo uma nova visão através de outras matérias e autores.
Por fim, poder-se-á afirmar que Tarkovsky transporta para os seus filmes um sentido espacial e temporal (espiritual) que aparece na imagem através de metáforas visuais e sonoras, deixando a imaginação do espetador decifrar o seu significado. Tarkovsky retira a utilidade aos espaços e cria uma metamorfose arquitetónica, onde a chuva penetra pelo telhado, a água inunda o chão, a erosão corre a parede e os espaços refletem sentimentos.
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