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LECI QUEIROZ - HOMENAGEM NO 1° ENCONTRO FEMININO

Maria Leci Queiroz

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A Cultive sente-se orgulhosa em ter no seu meio uma mulher valiosa pelos seus atos solidários e pelo seu envolvimento com a literatura. Todo o seu contexto de vida, contribui para que ela seja uma das escolhidas para receber o prêmio Mulher AMAZONA. Ela Nasceu no Nordeste do Brasil na cidade de Fortaleza, onde o sol brilha o ano inteiro. Seus pais imigraram do sertão para a capital. As dunas das praias do Ceará guardam em algum lugar do passado as marcas dos pequenos pés dessa criança que corria atrás da liberdade.

O gosto pela leitura foi um dos seus primeiros prazeres. Embora a família não tivesse recursos para dar-se ao luxo de comprar livros, pois a prioridade era alimentar as 13 crianças, ela encontrou na casa da vizinha a biblioteca que a levaria para o mundo fantástico das letras. Assim a criança acompanhou os pensamentos de Machado de Assis, José de Alencar e Rachel de Queiroz.

O interesse pela literatura, pelas artes e pela solidariedade foi cultivado dentro do convívio familiar. Os dramas da Igreja e às músicas, que cantava em família, também lhe abriram os olhos para o sofrimento alheio. A sua casa sempre foi um espaço de acolhimento para o aflito, o carente, o pobre e o necessitado, apesar da pobreza própria família. Hoje ela faz trabalhos de escrita terapêutica de forma livre e solta. Nos seus escritos a criatividade e a sensibilidade destacam-se. Costuma dizer que cada livro que publica é um filho que ela compartilha com o mundo. Não teve filhos biológicos, mas tem um útero acolhedor capaz de acolher filhos do coração, além de cultivar amizades sólidas e douradoras. Entre as suas atividades solidárias destacam-se o projeto Guiné-Bissau, na África, realizado em Cacine, na escola chamada Betel, que atende 700 crianças e adolescentes. O projeto implanta educação nutricional e desenvolvimento comunitário e onde ela esteve 3 vezes ajudando in loco a realizar esse projeto. Em Fortaleza, ela oferece seu amor ao Projeto Social Sementes da ICA – PROSSICA, uma organização sem fins lucrativos, que atende 342 beneficiados em situação de vulnerabilidade social, entre crianças e jovens.

Ela é formada em Economia Doméstica pela UFC e em Nutrição pela UECE. Ela escreveu 3 livros e é uma pessoa preocupada com o ser humano. Essa mulher tem um espírito discreto e no seu peito bate um coração gigante e muita humanidade.

Por isso é com muito honra que anuncio o nome de Leci Queiroz para receber o Prêmio Mulher Amazona.

Lecizinha, como a chamo, é amiga de infância e irmã de coração. Ela é positiva, alegre, compreensiva, sabe ouvir e é amável no falar. É impossível não admirá-la. É uma pessoa de muitas virtudes e nos sentimos privilegiadas de tê-la próxima a nós. Esse depoimento é da Ruthe do grupo de oração

Mulheres além do seu tempo

Como peregrina eu gosto de caminhar, de observar passo a passo o caminho percorrido. E muitas vezes eu questiono se estou indo na direção correta. E posso dizer que a experiencia tem me ajudado a ter um olhar para a estrada da vida, que são de grande significado para a minha existência. São exemplos de vida de pessoas que deixam marcas de lutas, desafios e vitórias. E hoje eu quero peregrinar na vida de mulheres que fazem diferença, que poetizam para gerar vida, que doam o melhor de si, que comparecem diante da vida de modo aberto e capaz de desfruta-la.

Celebro por vidas de mulheres da cidade e do sertão, de mulheres do presente e do passado, que mostraram que somos iguais não importa o gênero, a cor, religião, idade e ideologia. Somos ser humano, somos humus, somos seres que temos na nossa essência o Amor. No mês de julho de 2019, me deparei com um folheto que falava sobre uma mulher do passado, na frente do seu tempo, que abriu caminhos para uma maior participação na sociedade, me refiro a uma escritora, educadora e poetisa chamada Nizia Floresta, nascida em 12 de outubro de 1810, em Papari no Rio grande do Norte.

Pense numa Mulher que caminhou na frente do seu tempo!! Foi educadora, escritora, poetisa e empreendedora. Abriu uma escola para meninas no Rio de Janeiro, numa época em que as mulheres eram impedidas de estudar. No entanto, Nizia via que as mulheres eram importantes figuras sociais, dotadas de uma identidade e fundamentais para a família e sociedade como um todo. Imagino a sua dedicação em quebrar paradigmas e modelos de dominação da época, onde o ditado popular era: “O melhor livro é a almofada e o bastidor.”

Esse ditado popular não a fez calar, não foi voz que fizesse morada no seu coração, muito pelo contrário ela lutou por mudanças, pelos direitos das mulheres e de outros grupos a margem da sociedade. Ela não deu ouvido a essa fake News ou mentira. Essa mulher a frente do seu tempo deixou contribuições para a sociedade dos nossos dias. Mesmo muito jovem se envolveu por lutas de direitos humanos.

Com idade de 22 anos de idade, publicou o seu primeiro livro intitulado: “Direitos das mulheres e injustiça dos Homens”. Nesse livro ela mostra a desigualdade que existia de direitos das mulheres da época. Onde ler ou estudar não fosse atividades de mulheres e sim cuidar de casa e fazer um “bom bordado”. O que seria da poesia sem a sensibilidade e a compaixão das mulheres? Elas conseguem tecer palavras de amor, de carinho e de alento. Além disso costuram e bordam palavras que geram vida.

E Hoje, eu gostaria de agradecer a essa mulher pela coragem em dialogar sobre os direitos das mulheres, dos índios e dos escravos. Por nos deixar esse legado de escrever livremente de forma leve, brincando com as palavras e exercendo a cidadania de ser gente, de não permitir que palavras ditas de forma errada ou MAL DITAS pudessem paralisar a sensibilidade feminina que traz a poesia na alma, quero agradecer por essa mulher na frente do tempo, não se permitiu ser alimentada por pensamento de dominação da época.

Olá minha alma

Leci Queiroz.

Na folia de casa No desejo de viver Converso com minha alma Que hoje sentou na areia da praia para agradecer O ar que oxigena a vida, e o mar que vai e volta, A palavra semeada dentro do meu SER Seguro na sua mão E falamos do medo, da alegria e do novo olhar Que você me ensina a ter Uso máscaras de proteção Sorrio com os olhos E dou um abraço forte com a alma que cultiva a vida de solidariedade, e amor.

Por: Leci Queiroz.

Tempo de ter tempo Tempo de parada para reflexão Tempo de sair do individualismo Que é o berço da solidão Tempo de cuidar de quem cuida De amar e ficar em casa Tempo de conhecer melhor E ter máscaras para melhor viver Tempo de partilhar, de fazer pão De falar de receitas e da solidariedade Da empatia que sente a dor do outro Tempo de viver o aqui e agora Tempo de ser amigo do mestre da VIDA.

Tournesols Valquiria Imperiano/2020

CONGRÈS CULTIVE INTERNATIONAL CULTUREL DE LA FEMME do 26 ao 28 de 2021 - trasnmissão Canal Cultive

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