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Ana Rosenrot

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ENTREVISTA

Meu nome é ANA ROSENROT, resido em Jacareí, estado de São Paulo, sou escritora, cineasta, pesquisadora, ativista cultural e editora.

2- Atividade cultural que exercer, se exerce? Sou criadora e editora da Revista LiteraLivre, cineasta independente, pesquisadora de cinema e autora de 6 livros.

3- Sua relação com o meio ambiente, com o homem? De respeito, admiração e cuidado. Se cada um de nós assumir seu papel como ser humano, como habitante do planeta e fizer a sua parte, em todos os sentidos, tornaremos nosso mundo um lugar melhor para se viver.

4- Fale da infância, da adolescência, da mulher esposa e mãe, da mulher artista ou mulher esportiva, da sua ideologia e objetivos. Fui uma criança saudável e sedenta de saber. Gostava de brincar com plantas e insetos. Aprendi a escrever aos 5 anos de idade, copiando páginas de jornal e lia tudo o que aparecia, mesmo não conseguindo entender todas as palavras, mas eu absorvia as letras com paixão e já arriscava alguns poemas rudimentares. Aos 8 anos, ganhei meu primeiro concurso literário, com o poema “Noite Enluarada”. Depois, já na adolescência, o sonho de me tornar escritora não me abandonava, apesar de não receber apoio da família, eu não desistia e participava de todo tipo de seleção (gastei uma fortuna com selos). O retorno era mínimo, então, acabei desistindo e voltando minha atenção para o teatro, que me ensinou muito. Como viver de arte no Brasil é (praticamente) impossível, entre os estudos eu comecei a trabalhar como professora de datilografia. A partir do teatro foi que me interessei por cinema e percebi como todas as artes andam juntas, apesar de infelizmente existir um enorme preconceito dentro da própria arte. Comecei a pesquisar cinema e o desejo de escrever voltou com tudo. Oficialmente, eu trabalhava com coordenação e tesouraria de campanhas políticas, onde comecei também a criar vídeos institucionais; em paralelo, retomei a carreira literária ganhando alguns concursos e participando de antologias. Como a maioria dos escritores iniciantes, recebi muitos “nãos”, fui enganada por editoras, carreguei incansavelmente livros debaixo de braço, tentando vendê-los num país “quase” sem leitores, participei de projetos coletivos de pseudo-acadêmicos onde era considerada “jovem demais” ou “progressista demais”…tudo isso numa época anterior à internet.

Quando a internet se popularizou, consegui mostrar meu trabalho de várias formas e para um público bem maior…Pude exibir meus curtas em festivais do mundo todo, ganhar prêmios de cinema e literatura e o mais importante: assinar uma coluna numa revista internacional, a revista Suíça “Varal do Brasil”. A coluna, que se chamava CULTíssimo, é especializada em cinema e universo cult e além de alcançar leitores do mundo todo, participou de uma exposição de 20 dias no Consulado Brasileiro em Genebra (Suíça), com a edição sobre a atriz e inventora do wi-fi “Hedy Lamarr”, durante o evento “Dia da Mulher no Consulado” em 2016.

Desde então, venho participando de vários projetos nacionais e internacionais.

Hoje, minha arte é basicamente dedicada ao Ativismo Cultural e ao Cinema, e em 2016, quando a revista Varal do Brasil encerrou suas atividades, re-

solvi criar uma revista digital nos mesmos moldes do Varal, totalmente voltada para a divulgação de autores publicados ou não, valorizando a Literatura e a Língua Portuguesa e dando espaço e oportunidades iguais a escritores do mundo todo. A experiência com a revista tem sido incrivelmente gratificante, devido à repercussão na comunidade literária e do carinho demonstrado por autores e leitores. Além da revista, publiquei seis livros; realizando meu sonho de infância.

5- Que caminhos percorreu, até chegar na mulher que é hoje? Percorri o caminho da persistência. Acreditei em meus objetivos e reuni coragem para seguir em frente.

6- Você mudou como pessoa? Em que você mudou? O que a fez mudar? Todos mudamos de alguma forma. O aprendizado e as experiências pessoais, trazem evolução e entendimento. Minha maior mudança foi ser capaz de me integrar melhor ao mundo e estar aberta aos desafios que surgiram.

7- Onde e como encontrou força ou coragem para tal mudança, para conquistar seus objetivos? Faria tudo outra vez? Em meus instintos, na sensibilidade que desenvolvi ao longo da vida, em Deus e nos amigos que sempre me incentivaram. Faria tudo outra vez, com certeza!

8- Em que momento da sua vida a sua estrada bifurcou e como você fez sua escolha e para onde ela te levou? As estradas da minha vida sempre foram bifurcadas, portanto, é difícil definir um momento de virada. Gosto de destacar dois momentos importantes: quando, depois de ter desistido da literatura, soube de um concurso literário, resolvi participar e ganhei o 1ª lugar. Depois disso, voltei contudo e já estou no 6º livro. E quando decidi, sem ter ideia de pôr onde começar e se daria certo, criar a Revista LiteraLivre, que já está completando 5 anos. Essas simples escolhas modificaram minha vida completamente e me firmaram no caminho da literatura. Me sinto muito feliz com minhas escolhas e espero encontrar ainda muitas surpresas pelo caminho.

9- Alguém em particular lhe deu a mão? Pessoas maravilhosas foram muito importantes em minha jornada. Começo com uma professora especial, a dona Jussara, que me incentivou a continuar escrevendo e a nunca desistir da arte literária, mesmo com a falta de apoio e oportunidade. Meus grandes amigos Tarcísio e Renato, que fizeram a diferença na minha vida, com seus ensinamentos e o apoio incondicional. Também não poderia esquecer do Carlos Monteoliva, um ser humano incrível e espiritual, que sempre me incentivou e da queridíssima Jacqueline Aisenman, amiga e “madrinha”, que me proporcionou um espaço em sua revista, a Varal do Brasil e me ensinou muito como escritora e ser humano.

10- Qual é a importância de RECEBER apoio? Receber apoio é essencial. Ninguém evolui sozinho. Sem apoio ficamos perdidos e sem esperança. Nos momentos mais difíceis e decisivos, aqueles que nos apoiam fazem a diferença, abrindo portas, oferecendo pontos de vista importantes e nos incentivando a continuar.

11- O que mudaria na sua história? Pouca coisa. Acho que somente tentaria procrastinar menos e ser mais pragmática. Acredito que as decisões que tomamos, boas ou más, fazem parte do nosso desenvolvimento como ser humano e são essenciais para a vida.

12- Você considera que a sua vida foi fácil? De forma alguma. Tive dificuldades de todos os tipos. Enfrentei preconceitos, injustiças, precisei lutar muito para vencer os desafios que a vida me apresentou, mas, passo a passo, fui superando os obstáculos e hoje tento me manter alerta, pois, nunca sabemos quando as adversidades surgirão.

13- Quais as causas e projetos culturais e/ou sociais que você defende ou apoia? Participo do “Mulherio das Letras”, das academias: “A.I.L. Academia Independente de Letras(PE)” e A.V.L.P.L. – Academia Virtual de Língua Portuguesa e Literatura; dos coletivos MALDOHORROR, site Corvo Literário, dos Poetas Del Mondo e do blog Concursos Literários. Em 2016, criei a Revista LiteraLivre, um projeto cultural que tem como missão a inclusão de autores, sem custos e preconceitos, ao meio literário.

14- O que deseja alcançar ainda? Seus projetos? Desejo continuar publicando meus trabalhos, produzir novos filmes e seguir com a Revista Litera-

15- Qual a mulher na história que você se assemelha? Com todas e com nenhuma. Cada mulher é única. Somos parte de suas lutas e alegrias.

16- Quais seus projetos futuros. Pretendo lançar o segundo volume do meu livro “Cinema e Cult”, um livro de poemas sombrios e me dedicar, cada vez mais, ao Ativismo Cultural.

A ESCRITORA

31- Que tipo arte você realiza? Cite suas obras. Trabalho como cineasta e escritora. Como cineasta, já realizei vários curtas, na maioria experimentais e trashs, entre eles: “Samantha”,“A Paralisia do Sono”, “A Marca do Diabo”, “O Duende”, “Misterios Obscuros” e “Subliminar”. Participei também, como produtora, assistente de direção e diretora de arte de dois longas-metragens: “Steve Cicco – Missão Popoviski” e “Exorcistas Carinhosos”. Como escritora, tenho 6 livros publicados, são eles: - “Cinema e Cult – Vol, 1”(2018) - “Três Momentos – Contos Espíritas” - (2019) - “O Primeiro Baile e Outros Contos”(2019) - “Terrores Históricos” (2020) - “Inesquecível” (2021) -”Fotografias” (2021)

32- Você já foi premiada? Sim. Como cineasta recebi 7 estatuetas do “Prêmio Cineclube Jacareí – Troféu Corvo de Gesso” (2013,14,15,17 e 18) e o 1° lugar na “Mostra Espantomania 2019”, categoria longa-metragem nacional - Exorcistas Carinhosos (produção). Na literatura, além de diversas menções honrosas, gostaria de destacar os seguintes prêmios; Troféu Jacaré 2019 – 2 º Lugar – Categoria Crônica; 4º Lugar no Concurso de Textos Anônimos da Flal - Festival de Literatura e Artes Literárias" 2019; 3º – Lugar no “6º Concurso de Contos e Poesias com Temática Espírita - Prêmio Jorge T. Rizzini” - 2014 - Categoria contos.; 1º Lugar no “5º Concurso de Contos e Poesias com Temática Espírita - Prêmio Jorge T. Rizzini” - 2013 - Categoria contos; 1º Lugar no Concurso de Poesia Mães – realizada pelo Grupo Varal do Brasil - 2013; 1º - Lugar no “4º Concurso de Contos e Poesias com Temática Espírita Prêmio Jorge T. Rizzini” - 2012 - Categoria contos.; Troféu Jacaré 2012 – 2 º Lugar – Categoria Contos; Troféu Jacaré 2010 – 2 º Lugar – Categoria Contos 33- Qual é a importância de escrever ou fazer arte? Para mim, é algo vital, não conseguiria viver sem a arte, pois, ela é minha profissão e paixão. A escrita, por exemplo, é minha forma mais sincera de expressão, ela me define.

34- Receita para uma boa escrita ou da produção artística? Acredito que não exista uma receita exata, é preciso muita coragem para lutar e demonstrar sua criatividade, vontade de aprender e empreender, força para continuar e principalmente, paciência para conquistar.

35- Receita para quem aparecer no mercado da literatura? Persistência e coerência. Para se destacar, é preciso produzir um trabalho de qualidade, independente de modismos. Também é preciso ter cuidado para não criar um marketing agressivo, que afastará o leitor.

36- Mensagem final. Não importa que seus sonhos pareçam bobos ou fúteis, se os recursos forem pequenos, se a sua família não te apoia e se tudo é difícil, lute por eles! Estude, aprenda, evolua e conquiste o seu espaço. Acredite em si mesmo e nunca desista. O não você já tem.

Palavras

escrevo palavras soltas, que escorrem como borrões de tinta, manchando o piso com sentimentos vagos… aos poucos elas vão tomando a sala, colorindo tudo do chão ao teto, até vazarem pela janela e ganharem o mundo, num denso e desafiador arco-íris; palavras também merecem voar.

Aqueles que amamos

em minhas memórias ele sorri, despertando milhões de lembranças perdidas, sua voz, me conduzindo ao mundo dos sonhos, ecoa vívida em minha mente, suas canções de ninar, hoje são melodias de saudade… aqueles que amamos, nunca se vão de verdade!

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