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Cultive a literatura brasileira

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Cultive Literatura

ALEXANDRE SANTOS

Uma história de Natal

Noite de Natal. Em torno da mesa farta, a família inteira: meu pai, o velho general Durval, a minha mãe, por todos conhecida como Dona Lúcia, o primogênito Durval Jorge, a minha cunhada Joselma, minha mulher Deinha, meu filho Guilherme e eu. Fato raro, pois, entregues aos nossos próprios afazeres, nunca estávamos todos juntos e, embora jamais saísse da casa, ausentada pela doença, mamãe quase nunca encontrava alguém, saindo do esconderijo onde se enfurnava por dias a fio apenas em ocasiões especiais.

Como o Natal é sempre especial e consegue despertar o espírito que anima até os corpos mais combalidos, no final da tarde, provavelmente resgatada da letargia pelos chei-ros dos quitutes que a cozinheira Leonor preparava, mamãe despertara do longo sono e, tão acordada como qualquer outro, reconheceu a todos e, com o sorriso de sempre, anunciou que naquela noite jantaria com a família. Com o time completo, a ceia foi maravilhosa. En-tre uma garfada e outra, embaladas por gargalhadas e esquecidas do tempo, as conversas sobrevoaram o passado preenchendo lacunas, retomaram assuntos pendentes atualizando memórias e sonharam planos e vontades como se o futuro estivesse à nossa disposição. De sua parte, sentada a cabeceira da mesa, encaixada na posição mais adequada à cadeira de rodas que a transportava, Dona Lúcia deu curso a natureza gulosa e, sem ligar para as proi-bições médicas e rechaçando lembretes, comeu de tudo e comeu com o gosto que jamais perdera. Sempre entretida com um pedaço de peru ou um naco de pernil, mamãe curtiu o jantar como se aquela fosse a última refeição. Os que a conheciam desde a juventude sabi-am que ela amava todas as festas, dedicando a Papai

Noel o mesmo fervor que a fazia devo-ta de Cosme e Damião, Nossa Senhora de Aparecida, São João, São José, Reis Magos e de todos padroeiros das grandes festas. Agora, sentindo a vida esvair a cada instante, sempre que podia ela aproveitava ao máximo os momentos, fossem eles uma conversa, um pro-grama de televisão, uma refeição ou qualquer outra coisa. Naquele momento, o que ela que-ria era encher a pança e matar as saudades das passas, das nozes, das avelãs, das castanhas, dos fios de ovos, das farofas. A alegria da noite aumentou com a chegada de Flávio Sirodot, velho amigo da família que, acompanhado da esposa Tereza, fazia-nos a tradicional visita de fim-de-ano à família.

De repente, como se atendesse a um chamado, Dona Lúcia interrompeu a comilança e, dizendo-se satisfeita, com um sorriso melancólico pediu para ser levada ao quarto. Como aquela não era a primeira vez que aquilo ocorria, o acontecimento não surpreendeu a ne-nhum de nós. E, cumprindo a tarefa que tomara para si há algum tempo, deixando as con-versas na sala, Joselma conduziu mamãe ao quarto, onde (todos conheciam a rotina) aplica-ria os cuidados naturais aos enfermos e ficaria até vê-la ronronar, entregue placidamente aos domínios de Morfeu. Isto demoraria, pelo menos, uns vinte minutos.

Não foi assim desta vez.

As conversas na sala foram interrompidas pela chegada abrupta de Joselma.

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– Dona Lúcia morreu – disse com a voz sumida.

Todos nós corremos ao quarto. Sobre a cama, o corpo inerte. Coração parado, pele sem cor, olhos sem brilho, nenhuma respiração, nenhum pulso, nenhuma vida. Instalou-se um pandemônio. Papai, o velho e sisudo general, desabou e, como se sentisse o chão desa-parecer sob os pés, sentou na cama e, sem dizer uma única palavra, vendo distanciar a refe-rência que o acompanhara nos últimos 50 anos, passou a olhar o vazio, balançando a cabeça como se, nisso, houvesse consolo ou esperança. Deinha levou Guilherme para a varanda “para ele não ficar assustado com a visão da morte”. Meu irmão rejeitou o consolo ofereci-do por Flávio e começou a zanzar pelo apartamento repetindo “mamãe morreu, mamãe morreu”. Mais prática, sob o olhar estarrecido de Leonor, Tereza manteve o sangue frio e, cheia de iniciativa, fechou os olhos de mamãe e começou a entoar uma oração de paz e harmonia.

A morte de minha mãe. Aquele fora o presente que o Natal me reservara.

Olhando o corpo sobre a cama, senti crescer um tipo inédito de revolta e ceticismo. Entregue à súbita descrença e desesperança, me perguntei se aquela era hora de alguém morrer. O Natal deveria ser um momento de festa, não de tristeza. Ninguém deveria morrer num dia de Natal.

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Não sei quanto tempo permaneci mergulhado em mim mesmo, pensando na injusti-ça da vida, lembro apenas que um ímpeto inexplicável me arrebatou e sem delongas me empurrou ao corpo com urgência. Naquele momento, surgiu um Alexandre que eu não co-nhecia. Como se fosse um médico experimentado, pouco se lixando para a confusão reinan-te no apartamento, o novo Alexandre afastou Tereza, que continuava a rezar, e mergulhou sobre o cadáver, iniciando uma massagem cardíaca, dessas que se vê em filmes. A movi-mentação despertou uma onda de esperança

e, pouco a pouco, extinguiu a barafunda pela casa, atraindo a todos para o quarto, onde se formou uma corrente de fé. Lembro a delica-deza como, sem ligar para o tempo que parecia interminável, pressionei o frágil peitoral da minha mãe. Um minuto, dois minutos. Uma hora. Não sei. Sei, apenas, que, de repente, contrariando a lógica da morte, num acesso de tosse, mamãe abriu os olhos, retornando de um lugar para onde não deveria ter ido. Não sei explicar, mas, de um instante para o outro, como se adquirisse as características dos que estavam no entorno, sua pele recobrou brilho, os olhos resplandeceram vida, o coração, que por instantes, permanecera mudo e imóvel, voltou a bater. Mamãe retornara à vida. Mesmo assim, o outro Alexandre ainda permaneceu em mim alguns instantes. Reagindo a tentação de comemorar a ressurreição como os de-mais, sustou a euforia de Leonor para pedir-lhe sal, que, como se fosse uma coisa corriquei-ra, esfregou nos lábios de mamãe. Além de elevar-lhe a pressão, o incômodo sabor salgado a despertou, aumentando o surto de tosse. Pronto! Mamãe estava conosco. Terminara a missão daquele Alexandre. Era minha hora de reassumir.

Levada por Durval Jorge, mamãe passou o resto da noite na UTI do Hospital Geral do Recife e, já no dia seguinte, depois de passar pelos exames de praxe, estava em um apar-tamento normal, de onde, dois dias depois, voltou para casa, para a rotina de sempre em nosso convívio.

Hoje, passados muitos anos desde aquele Natal, ainda não compreendo o que, de fa-to, aconteceu naquela noite ou a natureza da força que desafiou a morte, fazendo-a recuar, revertendo a grande inflexão da vida para deixar mamãe mais alguns anos conosco. De qualquer forma, reconhecendo a efemeridade de nossa passagem pela Terra e longe de ou-sar qualquer tentativa de desvendar o mistério da vida, não tenho dúvidas de que ter mamãe de volta naquela hora foi o maior presente que já recebi e que aquele foi o melhor Natal que já vivi.

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Cultive Literatura

Caravana

ARLINDA LAMEGO.

Esccritora e médica, ela nasceu em Recife, capital do Estado de Pernambuco, no Nordeste do Brasil. Atualmente vive em São Paulo capital, mas viveu em Manaus e no Rio de Janeiro.

Adepta às artes, pinta quadros a óleo, tapeçaria, gastronomia e artesanatos, desenha letras. Arte é criatividade. Cinema e teatro foram seus companheiros.

Uma figura enérgica e inteligente que foi uma das palestrantes na FECCAN e realizou oficinas de escritura e contação de história. Muita ação, muita criatividade e empenho, com palestras e discurso ricos ela marcou sua passagem nas cinco cidades por onde passaou a Caravana Cultive.

Em Alagoa Nova utilizou seu livro «A PRINCESA SOFIA E OS CAVALEIROS

NINO E NINA» para guiar crianças, jovens e adultos numa viagem onde a imaginação criou asas e desvendou um mundo de fantasia, que levou os ouvintes, a utilizar as ferramentas proporciondas pela sua didática, a criar textos e desenvolver sua oralidade, e desejo de escrever.

A sagacidade que utilizou deixou em todos os participantes a certeza que têm o potencial de criar textos e que podem continuar a viajar no mundo da literatura.

Uma semente da escrita e da literatura foi plantada em solo Alagoano, Natalense, Pessoense, Cratense e Fortalezense. A cultivadora de palavras tem um nome conhecido no meio literário nacional e internacional,

GAIOLA LVRE

Suada de glória, minha poesia rouca Sussurra lamentos, os sentidos vãos Os meus mil momentos inculpáveis, São névoas e cinzas , não gratificam, Não agem, não veem, apenas sentem. Infelizes gemidos, mergulham na dor. Adianta sentir, não agir , se não vê? São Intrépidos corpos estremecidos. Deslizam no céu, fogem dos astros, Eternos amantes. no seio dessa vida, Decididos, embalados e mui fogosos. São pensamentos e cegas paisagens . Vazio olhar, música a afastar o medo. Gigante de concreto, a gaiola é livre , Na madrugada ,foge, é inesquecível, Passeia no manto escuro da solidão . Incrédulo olhar, eis que rouba a cena .

Cultural Internacional Cultive parceria com Câmara Brasileira de Cultra apoio UBE Antologia Cultive lançamento no 33° Salão do livro de Genebra do 1 ao 5 de maio 2019

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Projetos Cultive 2019

- Antologia tema " Superação e Sobrevivência" lançamento no Salão do Livro 2019; - Exposição fotopoética - Consulado Geral do Brasil em Genebra - maio 2019; - Caravana Cultural Internacional Cultive - Alemanha, Portugal e Genebra, Gruyère - maio 2019; - Caravana Cultural Nacional - segundo semestre; - Um dia de Felicidade; - Participação na FLIPO porto de Galinhas - outubro- 2019.

informações: 0041 79 616 37 93 email- cultivelitterature@gmail.com

Atividades permanente na sede da Associação Cultive em Genebra - rue du Pré Jérôme 12 - Genebra

- curso de Língua francesa para estrangeiros - segunda e quarta de 15h30 à 21h - bureau de assistência informativa ao imigrante - segunda e quarta de 13h30 à 15h20.

Seja membro da Cultive, tenha vantagens e ajude a Cultive a continuar a realizar suas atividades

Valquiria Imperiano

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CASSIO CAVALCANTE

Cearense, jornalista, escritor, radicado em Pernambuco há mais de 20 anos. Teve seu início na literatura como contista, com a publicação do conto Meu Primeiro Milhão na revista Caruaru Hoje, em outubro de 2005. Pertence as academias: Recifense de Letras, ocupando a cadeira de nº 01 (PE); Olindense de Letras, ocupando a cadeira de nº 20 (PE); de Artes, Letras e Ciências de Olinda, ocupando a cadeira de nº 21 (PE); de Artes e Letras de Pernambuco, ocupando a cadeira de nº 10 (PE). Acadêmico Correspondente da Academia de Letras e Artes de Fortaleza (CE), Academia de Letras Juvenal Galeno (CE), Academia de Letras do Brasil na cadeira de nº 01 (SP/ São José do Rio Preto). Academia de Letras do Brasil na cadeira de nº 01 (MG/ Uberaba). Sócio Honorário da Academia Palmeirense de Letras, Ciências e Artes (AL). Delegado da Delegação do Brasil na Academia de Letras e Artes Valparaíso (CHILE). Membro da SABEPE – Sociedade dos Amigos da Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco. Pertence a AIP – Associação da Imprensa da Pernambuco. Recebeu os títulos Cidadão recifense e olindense, deferidos por unanimidade pelas Câmaras Municipais das respectivas cidades, Príncipe das Artes da Academia de Letras Juvenal Galeno, Doutor em Filosofia Univérsica, Honoris Causa, consagrando-se pelo Mérito Ph.I Philospphos immortalem da Academia de Letras do Brasil. Outorgado com as comendas: “Luis Vaz de Camões”, pelo Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (2014); “Ubiratan Castro”, pela ABRA- SA – Casa do Brasil na Áustria (2015); “Marechal Floriano Peixoto”, pela LITERARTE – Associação de Escritores e Artistas (2015); “de Santelmo”, pela Academia Recifense de Letras (2017); ; “Honorífica Barão de Ayuruoca”, pela Associação Cultural Barão de Ayuruoca (2017). Personalidade da Neolatinidade concedida pelo Conselho Consultivo do Movimento Festival Internacional de Culturas, Línguas e Literaturas – Festlatino. É verbete

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do dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira. Biógrafo da cantora Nara Leão, prosador, editor do jornal Folha Cultural. Colaborador dos Jornais Folha de Pernambuco – Recife (PE), Terra da Gente – Surubim (PE), Voz do Planalto – Carpina (PE) e Folha do E. Santo – Cachoeiro do Itapemirim (ES). Participou da 1a FECCAN em 2018 e foi Homenageado pela CULTIVE pela sua contribuição literária realizando palestras e oficinas, contriuindo assim para o aprimoramento da escrita literárias ao dirigir uma oficina literária dirigida a jovens, poetas, escritores e professores.

O CAIXEIRIN- HO DA RUA NOVA

Nossa história acontece em um Recife que já não existe mais, em uma época em que a Rua Nova uma das principais artérias da cidade, no centro da Veneza Brasileira, era a Avenida des Champs Elysées dos Trópicos. Acontecia o ano de 1861, a via era formada por elegantes casas de comércio. A variedade dos negócios era ampla. Quem trabalhava lá, era só orgulho, patrões e caixeiros. Nesse cenário encontramos um sobrado, comum naquele tempo no térreo a loja Empório Recifense, e no primeiro andar a residência do proprietário o Sr. Manuel Lisboa. Comerciante português de origem pobre nas terras do além mar. Chegou no Brasil sem nada, com muito trabalho e uma grande quantia de dinheiro emprestadas a juros nada camarada chegou ao patamar de um dos comerciantes mais rico do lugar. Já se achando velho, contava os seus 59 anos, e não

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Cultive News

Antologia Cultive lançamento no 33° Salão do livro de Genebra do 1 ao 5 de maio 2019

ANA SPARZ

Além de escritora, Ana Sparz é advogada, empresária e agropecuarista. Também estudou piano e administração de empresas. Nasceu no interior de São Paulo e vive entre a capital do estado e Bauru, além de passar temporadas no interior do Paraná.

Ao aproximar-se dos 50 anos, sentiu necessidade de reavaliar sua vida e suas atividades, remanejando espaços de suas atuações tradicionais para criar algo novo e prazeroso. Construir e viajar sempre foram alguns de seus verbos prediletos, então resolveu viajar por ideias e histórias, construindo com palavras e tramas ao invés de objetos, gráficos e projetos.

Assim, passou a dedicar-se também a criações literárias ficcionais. Seus romances têm enredos criativos e emocionantes, pontuados por tons reflexivos e personagens marcantes.

Em 2015 deu-se seu primeiro voo solo. Foi publicado no Brasil o romance de Ana Sparz, “Dez Momentos”, da série “outros caminhos, novos destinos”. O livro, de 424 páginas, recebeu o principal selo de uma das maiores editoras do Brasil, a Novo Século, e teve 5 lançamentos, inclusive em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

O ano seguinte, 2016 trouxe o lançamento da 2ª edição do “De Momentos” e, depois, do livro mais recente de Ana Sparz: “Dezembros”, com 240 páginas. São romances independentes, mas com conexões entre si, que podem ser lidos separadamente e em qualquer ordem, pois complementam-se.

Ana Sparz recebeu a Comenda Conde de Cheverny, na França, em maio de 2017, e o título de Doutora Honoris Causa em Literatura, na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, em outubro de 2017.

A escritora Ana Sparz tem mais de 55 mil seguidores nas redes sociais e leitores ansioso pelo seu próximo lançamento literário.

O ano seguinte, 2016 trouxe o lançamento da 2ª edição do “De Momentos” e, depois, do livro mais recente de Ana Sparz: “Dezembros”, com 240 páginas. São romances independentes, mas com conexões entre si, que podem ser lidos separadamente e em qualquer ordem, pois complementam-se.

Ana Sparz recebeu a Comenda Conde de Cheverny, na França, em maio de 2017, e o título de Doutora Honoris Causa em Literatura, na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, em outubro de 2017.

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Cultive News

CASSIA CASSITAS

Posse Academia Feminina de Letras do Paraná

No dia 1 de Dezembro a Sociedade Portuguesa - sede Curutiba/Paraná, em evento muito especial realizou-se a Posse da Diretoria Gestão 2018- 20.

Cultive News

LUIZ ROCHA NETO toma posse na Academia Pan Americana de Letras e Artes, Cadeira 49, Patrono Ricardo Jayme

Freyre,

Na foto o Vice-Consul de Portugal para o Paraná e Santa Catarina, Dr. Rogério Vieira,

MARIA INÊS BOTELHO, representando o Conselho Estadual da Comunidade

Presidente

da

APALA Senhor

E L Z I O

LEAL entregandoo diploma de membro a Luiz Rocha Neto

Membros da Academia APALA

No dia 28 de setembro de 2018, passou a ocupar a cadeira número um da Academia Feminina de Letras do Paraná. Cassia confessou que uma forte emoção acompanhou-a desde o início dos preparativos. Pesquisar sobre a trajetória da patrona Rachel Prado despertou-lhe algo em e deulhe um novo sentido aos passos dados dia após dia.

Portuguesa do Paraná como Presidente, a Presidente empossada Julia Dorigan de Matos e a palestrante neste evento, Gisele Cristofoluni Schomoekel.

Momento muito especial musical.

Amanhã dia 11 às 17h Maria Inês Botelho toma posso no centro de Letras do Paraná, ela foi conivada por Ney e vários escritoes.

Dorinha Timóteo e Jania Souza estão na Coletânea

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Cultive Literatura

COLLY HOLANDA,

brasileira, nasceu em Natal/RN, considera-se pernambucana de coração. Geógrafa, Escritora, Contadora de história, intérprete da arte, declamadora, gosta de escrever com humor, contos, crônicas, poesias e contos infantis. Possui 7 livros publicados e faz parte de 13 Antologias. Gosta de se apresentar nos colégios e livrarias. Faz parte da UBE- União Brasileira de Escritores, ANT- Associação Nordestina de Trovadores, ALAMP Associação Literária ê Artística de Mulheres Potiguares, AILA- Academia Internacional de Literatura e Artes. CN - Cultura Nordestina Letras e Artes.

CLAUDE BLOC

Cultive Literatura

33° Salãodo Livrode Genebrado01 ao 05

TUDO É NATAL

Colly Holanda

Natal da Esperança! Das doces lembranças... Natal do Menino Jesus! Das ceias em famílias... Das reuniões, dos abraços... Do dono da festa esquecido... Doando sua vida, por nossa salvação. Natal do Menino Jesus! De Maria, aos pés da Cruz. Da mãe, a espera dos filhos ... Do desempregado, amargurado, sem proteção... Natal do Menino Jesus... Natal das lembranças, Da menina criança, Natal do Menino Jesus! É Ele quem nos conduz.

NINGUÉM VÊ

Reinvento caminhos no céu dessa noite quente, Estrelas existem Estão presentes. ninguém vê! Coso o céu junto ao mar no fundo da minha mente Sei que o amor existe. Está presente. ninguém vê!

de maio de2019

Lançamento de livros Concurso Literário Anotlogia Cultive Presença de autores Confraternização Venda de livro

inscrições: cultivelitterature@gmail.com

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ELIEDER CORRÊA

SILVA

DA

MAIORES MILAGRES DA HUMANIDADE

Datas magnas todo cristão comemora: do Natal, do nascimento da Luz: o menino Jesus. Ele a fonte de luz ao homens, espargiu o bem sobre a Terra, deu esperança, ensinou a amar, caminhou sobre o mar revolto ensinando a pescar, deu exemplos, ensinou as virtudes para a paz e o amor reinar... o que lhe fizeram? Pregaram-no no madeiro depois de castigos sofrer; negando-lhe água a beber; rasgaram-se-lhe as vestes... o véu, tempestuoso do tempo, se rasgou. No terceiro dia o milagre... Ele ressurge! Há mais de dois mil anos... o Milagre, é Natal.

No alto do campanário Soam sinos, é Natal! Entoam hinos ao Deus menino, os cantantes do coral.

A cidade está em festa, muita luz, muita alegria, Cantam hino ai Deus menino, o milagre, é Natal.

Dois mil anos, a Luz brilha solitária, dentro da estrebaria. Cantam hino ao Deus menino É milagre, é Natal.

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Cultive Literatura

HOSANA IMPE-

RIANO LEITE, estudante do colégio Violeta da Costa. Ela tem 17 anos e cursa a 8a série.

O que é paixão?

É um sentimento que vive bem escondido Dentro do coração dos tímidos entristecidos Essa paixão só tem hora para chegar, A hora de ir embora não ela avisa Às vezes na sua saida nos faz grande estrago deixando na solidão com um sabor tão amargo.

Projeto

CultiveUm Dia deFelicidade2018Trabalhos realizados pelas crianças que participaram do Projeto Cultive na Aldeia de Camurupim colaboradores: Maria Tereza Penna, Neida e mães. coordenação e execução: Valquiria Imperiano

33°Salão

do LivrodeGenebrado01 ao 05de maio de2019Lançamento de livros Concurso Literário Anotlogia Cultive Presença de autores Confraternização Venda de livros

IVANILDE MORAIS DE GUSMÃO

Professora, advogada, ensaísta, contista, poeta. Estudiosa do Filósofo Karl Marx e da Literatura. Publicou os livros de ensaios: Sobre o Programa de Gotha, Karl Marx (2005); Dignidade na Morte (2009); Rememorando e Resgatando a História da Floresta (coautoria); Um Caminho para Marx (2011); Para Compreender o Método Dialético (2013); de poesia: No Redemoinho da Vida a Luz Aflora em Mim (2015); Dans le Tourbillon de la Vie la Lumière Affleure en Moi (2015); Entre o Silêncio e a Solidão (português/inglês) (2016); No Cotidiano da Vida a Poesia vai Construindo o Humano (português/francês (2016) e Nas Veredas da Vida Com Ternura Vai Resgatando o Humano (2017). Ivanilde ativa escritora e intelectual está sempre presente nas importantes atividades e eventos que envolvem a cultura seja no Brasil, seja no exterior. Invanilde colabora e participa como membro atuante de varias academias de letras e associações culturais.

RETORNO

Saudade não se ouve, sente-se As cruvas do caminho, ...pareciam intemináveis.

O sol derramava seus raios Impediosamente. A atmosfera densa, dificultava a Peqena aragem... O mês de março sempre fora assim Espesso acachapante...

Com cordão de ouro A colcha de retalhos. Enfim, encontrava-se indizivelmente só. Estamos sempre sozinhas.

Pensou em gritar sua saudade, NInguém ouviria. Saudde não se ouve , sente-se. Enfrentava sua história, Mas temia o imponderável.

Subiu a escada, Aface se contraiu. O tempo não aplacara a saudade. Rogava por mais futuro... Desistiu.

Simplesmente, retornou!

inscrições: cultivelitterature@gmail.com

Mas naquele dia, O mormaço indolente contribuia Para aumentar o ônus De uma visita há muito adiada... é difícil retornar aos lugares da infância. O passado tem capacidade de fiar

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JANIA SOUZA

Escritora Potiguar, jania atua ativamente no circulo literário de natal participando de eventos e organizando-os. Jania possui varias publicações em livros solo e antologia nacionais e internacionais. Ativa escritora, ela faz parta de academias e associações culturais no Rio Grande do Norte. Jania é uma dessas pessoas cujo coração é maior do que o peito. Jania participou da FECCNA nos presenteando com uma bela rica e esclarecedora palestra, ela também colaborou e apoiou o proje to da Cultive realizado «Um dia de felicidade» em Camurupim.

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PAZ

Entre os dedos da alma e a complicada cabeça humana a Paz súplica ao homem: " -- Pare, para se amar e aceitar-se. Só assim poderás amar ao outro. Respeito em qualquer circunstância Solidariedade ao estender a mão para unidos transformarem o mundo em um lugar realmente acolhedor para crianças, mulheres e homens. Desejo acalentado em cada coração. Acordem, para a preservação humana!"

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É Natal

Jania SouzaFelicidade Rima Com Natal Pinheiro e Natividade Anjos e cantos Família, amizade Solidariedade

Luzes Brilhantes Nos olhos Nas árvores Naturais ou artificiais

Luzes Inundam a cidade Fazem renascer Da sepultura do estresse A magia da estrela

Blém blém blém Tocam os sinos natalinos Dentro de cada coração menino Acordam da sisudez

O órfão de Espírito

Blém blém blém Recordem com carinho A prática do amor Ensinada pelo Menino

O amor transforma O amor cura O amor acolhe O amor respeita O amor aconchega O amor ensina O amor mostra o erro O amor fala a verdade O amor faz o bem O amor conduz ao amor O amor é irmão da paz

Feliz Natal! Todos os segundos Em que suspires Sobre o chão em que pisas. Abras teu coração E teus pensamentos Para a gratidão De receber esse presente Oferta do Menino.

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Cultive Literatura

Cultive News

JACKMICHEL é o primeiro grupo literário na história da literatura mundial, composto por duas escritoras: Jaqueline e Micheline Ramos. São irmãs e nasceram em Belém – PA (Brasil). O tema de sua obra é variado visto que possui livros escritos nos gêneros ficção, poesia, romance, fábula e conto de fadas. Publicações: Arco-Jesus-Íris (Chiado Editora, 2015), LSD Lua (Drago Editorial, 2016), 1 Anjo MacDermot (Drago Editorial, 2016), Sorvete de Pizza Mentolado x Torpedo Tomate (Drago Editorial, 2016), Ovo (Drago Editorial, 2016), Papatiparapapá (Editora Illuminare, 2017), Sixties (Helvetia Edições, 2017), Tim, O Menino do Mundo de Lata (Helvetia Edições, 2017) e Anotações Da Lagarta Papinha (Editora Leia Livros, 2018). É associada da ACIMA (Associazione Culturale Internazionale Mandala), da LITE- RARTE (Associação Internacional de Escritores e Artistas), da AMCL (Academia Mundial de Cultura e Literatura) e da UBE (União Brasileira de Escritores). Seus contos e poemas constam em antologias internacionais bilíngues. Também foi destaque em diversos jornais e revistas online de literatura, artes e cultura. Participou de salões literários na Europa e no Brasil. Recebeu Menção Honrosa no Prêmio de Excelência Literária “Troféu Corujão das Letras”, conquistou o 3º lugar no Concurso Cultive de Literatura “Prêmio ALALS de Literatura” e no I concurso literário da Casa Brasil Liechtenstein e o 1° lugar no II Festival de Poesia de Lisboa. Seu slogan é “A Escritora 2 Em 1”.

Piporquinhos Pipocados

Grãos de milho artiodáctilos, Ao fogo rebentados!

Era uma vez, três porquinhos Gordos, fofos, mansinhos... Eles gostavam de brincar, Saltar, correr, pular...

Viviam por tudo a fuçar, Com seus narizes a cheirar...

Lá no chalé da floresta Tudo terminava em festa... Com os três sempre a cantar

Doces canções de ninar...

Um dia, porém, os porquinhos Andaram por outros caminhos...

Avistando a casa sorrateira Da faminta e malvada Bruxa Pipoqueira Que, com a boca a pingar de satisfação, Empurrou-os logo para o caldeirão.

E... bumba... que emoção! Pipocas de suínos? Que pipocão!

Piporquinhos pipocados – salgada refeição. A bruxa, papando as pipocas, teve indigestão!

A Cultive está de vento em popa e cheia de projetos para 2019 uma agenda rica e variada está sendo executada pelo comitê da Cultive

Projetos Cultive 2019

- Antologia tema:

« superação e sobrevivência» com lançamento no Salão do Livro 2019; registro na Biblioteca Nacional Suíça

- Exposição fotopoética - Consulado Geral do Brasil em Genebra - maio 2019; - Caravana Cultural Internacional Cultive com parceria com a Câmara Brasileira de Cultura e desenvolvimento, apoio UBE, Consulado Brasileiro Alemanha- Berlim visita Guida à Biblioteca Estadual de Berlim; Encontro com a secretaria do Centro Íberico-Americano para doação de livros dos autores presentes. Homenagem à Literatura na praça Portugal . 1° Encontro Internacional de Literatura Contemporânea e Desenvolvimento Cultural, sarau. Genebra - 33° Salão do Livro de Genebravisita à Gruyère - maio 2019;

- Caravana Cultural Nacional - no segundo semestre; - Um dia de Felicidade; - Participação na FLIPO porto de Galinhas - outubro- 2019.

Genebra é uma cidade que recebe todos os anos centenas de estrangeiros sem papel à prpocura de trabalho. Essas pessoas chegam ao país com poucos recursos e completamente ignorantes da realidade nacional inclusive da língua. Durante anos permanecem no «negro» e sem ascesso a possíveis benefícios por falta de conhecimento ou por medo de entrar no

sistema e ser controlado e expulso do país. A Suíça tem suas leis e épreciso conhecê-las e saber usá-las em seu benefício.

Sair da ignorância e participar dos muitos benefícios oferecidos em Genebra é o caminho para a tranquilidade. Genebra é sede de inúmeras associações criadas para auxiliar todo tipo de problema e cidadão. A Cultive faz parte desse quadro de ONGs à disposição do cidadão imigrante. Com largos objetivos culturais a Cultive também propõe o trabalho de apoio ao estrangeiro.

E em 2019 a Cultive coloca em ação na sua sede, rue du Pré Jérôme 12 - Genebra, atividades permanentes especificamente criadas para esse fim. Além da Livraria com livros em língua portuguesa, organizamos um agradável ambiente onde oferecemos curso de Francês, que serão ministrados por Elisia Conceição na agenda abaixo apresentada.

Os interessados podem entrar em contato por email: cultivelitterature@gmail.com ou por telefone.

Valquiria Imperiano: 0041 79 616 37 93 Eilisia Conceição: 0041 79 107 75 83

Horários dos cursos.

- curso de Língua francesa para estrangeiros - segunda e quarta de 15h30 à 21h - na sede da Cultive - rue du Pré Jérôme 12 - Genebra - bureau de assistência informativa ao imigrante - sede da Cultive segunda e quarta de 13h30 à 15h20.

Essas novas atividades da Cultive serão marcadas com um aperetivo no dia 22 de fevereiro.2019

Seja membro da Cultive, tenha vantagens e ajude a Cultive a continuar a realizar suas atividades.

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Cultive Literatura

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JOSÉ FLÁVIO MORAIS

José Flávio Bezerra Morais é juiz de direito e professor. Natural de Milagres, Ceará, Brasil, iniciou-se na literatura publicando MI- LAGRES DO CARIRI (1989), ainda na adolescência. O gosto pelas histórias populares o levaram a pesquisá-las e registrá-las, daí resultando HISTÓRIAS QUE OUVI CONTAR (1993), HISTÓRIAS DE EXEMPLO E DE ASSOMBRAÇÃO (1997) e SETE CONTOS DE ARREPIAR (Rocco-2006), além do ensaio literário NAS VEREDAS DO FANTÁSTICO (1997). Visando popularizar conhecimento jurídico, publicou DÍVIDAS: COMO PREVE- NI-LAS OU LIVRAR-SE DELAS, COMPÊN- DIO DE PRÁTICA DE PROCESSO PENAL e COMO DEFENDER SEUS DIREITOS, todos em 2003. Enveredando no gênero romance, publicou A SOMBRA DO LAÇO (2008 e Chiado-2016), drama de tribunal no início do século XIX e inspirado em fatos reais, e CARVÃO (2014), que trata da exploração de trabalho infantil. Em 2015 veio a coletânea PADRE IBIAPINA - HISTÓRIAS MARAVIL- HOSAS. O seu romance infanto-juvenil DA- NIEL ALECRIM E O TALISMÃ DE ÉBANO (2010 e Novo Século - 2018) foi um dos vencedores do Prêmio Raquel de Queiroz de literatura, da SECULT Ceará. Ocupa a cadeira n. 22 do Instituto Cultural do Cariri, e a cadeira n. 17 da Academia Brasileira de Cultura Jurídica.

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UMA HISTÓRIA DO NATAL

O arrastar dos chinelos velhos mal se ouvia por causa da algazarra das quatro crianças que se provocavam e rolavam pelo chão da sala grande. Foi preciso a voz ainda forte da senhora encurvada, de longos cabelos brancos retorcidos na nuca, para silenciar a pequena turma de bagunceiros. Uma lufada forte de vento frio sacudiu a metade da janela que ainda estava entreaberta, batendo-a contra a parede com estrondo. O incidente tomou a todos de surpresa e o susto os fez olharem com olhos arregalados e cheios de medo o retângulo escuro donde não se avistava uma estrela sequer. Era noite de natal, mas se prenunciava uma tempestade de verão. Coisa rara. A velha se arrastou até a janela e a fechou, com certo esforço. Pelas pequenas frestas o barulho do vento lembrava às crianças longos uivos de almas penadas. Os pequenos se ajuntaram e se abraçaram, ainda sob o efeito do baque forte produzido pelo golpe do vento na janela.

Após a ceia, os adultos tinham ficado jogando conversa fora na mesa da sala de jantar, enquanto as crianças, entediadas, procuravam algo para passar o tempo dispersando a ansiedade do cair da noite, sempre na expectativa da furtiva visita noturna de um certo velhinho de barbas brancas e roupas vermelhas, que renderia certamente, no dia seguinte, brinquedos esperados o ano todo. A velha senhora de feições marcantes, uma governanta que estava na família havia vários anos e não fora dispensada por dó da dona da casa, arriou numa poltrona sob a janela que acabara de fechar e ficou a espiar o grupo de crianças inquietas. Elas, como se tivessem combinado, passaram a gritar pedindo uma história. O rosto da velha se ilu-

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minou. Não havia nada que lhe desse mais prazer do que manipular as emoções daqueles pequenos seres com relatos impressionantes. Ao leve sorriso da senhora, como um sinal, as crianças saltaram aos seus pés e se sentaram em semicírculo, olhinhos atentos, sorrisos congelados nas faces rosadas, mal iluminadas pelas chamas bruxuleantes das velas. Então, ela começou.

Esta noite medonha nem parece noite de natal, sempre tão calma e silenciosa. Lembra-me uma história que ouvi ainda pequenininha. Sobre uma noite destas. De natal; com uma tempestade assustadora. Mas... Essa é uma história para se contar numa outra noite. Natal é só sossego, paz e alegria.

Um dos meninos maiores, talvez com onze anos, pôs-se de pé de um salto.

- Sempre achei baboseira essas histórias melosas de natal. Acho que está na hora de nos contar algo mais divertido, ama. Algo mais assustador.

Uma pequenininha levantou-se e se sentou no colo da velha.

-Eu gosto das histórias bonitas de natal. Mas quero ouvir essa da noite medonha. Conta, ama! Por favor, conta!

-Vejam lá, heim? Depois não venha reclamar que não pregaram o olho. Como é que o velho Noel vai aparecer? Vocês sabem que ele só vem quando todos dormem.

-Se a senhora contar com jeitinho a gente agüenta! -disse uma terceira, que devia ter pouco mais de oito anos. A velha riu.

- Está bem. Acho que não fará mal algum vocês ouvirem a história agora. Depois conto outra prá dormirem.

Foi aplaudida com entusiasmo. E logo começou a narrativa.

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- Vocês querem saber por que se comemora o natal nesta noite e por que devemos montar sempre um presépio?

- Jesus nasceu nessa noite. E nós fazemos o presépio para nos lembrar disso, ora! Que pergunta! -o mais velho soprou, com ar de cansado.

-Não é bem assim. Jesus pode ter nascido nesse dia mesmo, mas ninguém sabe ao certo. E o presépio não é montado só para nos lembrar Dele. Há um motivo bem mais misterioso - os olhinhos ficaram ainda mais atentos. A pequenininha os arregalou de forma teatral, provocando risos.

Há muitos e muitos anos, mas bem depois do nascimento de Jesus, numa pequena aldeia de algum país lá do outro lado do oceano, no velho mundo, uma coisa estranha aconteceu na noite de 24 para 25 de dezembro. Exatamente à meia noite um vento misterioso começou a soprar. A princípio como uma brisa suave, depois foi ficando mais e mais forte. Uivava pelas pedreiras, sacudia as árvores com violência, derrubando restos de neve sobre os telhados. As pessoas começaram a ficar com medo, pois o vento forte aqui e acolá arrancava pequenas partes de telhados.

Nessa noite desapareceram todas as ovelhas das redondezas. Não deixaram rastros. Foram feitas buscas, os proprietários fizeram rondas nas aldeias vizinhas, mas nada das ovelhas. Em todos os lugares elas haviam desaparecido, como que por encanto. Os donos desconfiaram que estavam sendo furtados. Por causa do sumiço das ovelhas, vizinhos se acusaram, brigaram, e viraram inimigos. O tempo passou, e as ovelhas nunca foram encontradas.

“No ano seguinte, na mesma noite de 24 para 25 de dezembro, o vento misterioso retornou. No começo, ninguém percebeu o perigo; mas com o passar dos minutos o

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JOSÉ MARIA RAMADA

nasceu em Medelo, concelho de Fafe, primeiro de 4 filhos de uma família humilde. Sempre teve uma queda especial pela escrita, escrevia poesia e alguns textos, apenas pelo simples prazer de o fazer. Estudou até ao 11º ano, porém com a morte do pai, teve de começar a trabalhar, concluindo anos mais tarde o curso geral dos liceus. Como quase todos os jovens daquela época, esteve algum tempo no serviço militar. De regresso a Medelo, sua terra natal, iniciou um novo trabalho, mas sempre com o sonho de trabalhar como cozinheiro, algo que já ia fazendo nas suas actividades de escuteiro.

Emigrou para a Suíça em 1981 para trabalhar na restauração, onde as portas se lhe abriram. Pôde então tirar o curso de chefe de cozinha e posteriormente o de formador, cursos que até hoje abraça com toda a dedicação. Escondia o sonho de um dia editar um livro de poesia, conseguiu realizar o grande sonho, fruto de alguns anos, “Vagueando em Sonhos”, primeiro livro de Poesia, seguindo-se “Flauta Partida” uma História Infantil e “A Viagem” Narrativa, recentemente escreveu a Biografia do Agrupamento de escuteiros de Medelo, “45 Anos de História”. Ao longo dos anos participou em mais de uma dezena de antologias. Actualmente

vive na Madeira, dividindo o seu tempo como chefe de cozinha e dando formação na área da restauração um pouco por todo o lado.

De novo Natal

A neve continuava a cair intensamente cobrindo a paisagem dum manto branco, o vento soprava frio, Pedro enregelado cobre-se com as velhas mantas deitado em cartões.

Sozinho, o sem abrigo ouve ao longe a suave música de Natal, o burburinho das pessoas, alheias a tudo que as rodeiam apressadas nas ruas, o buzina de carros com os seus condutores apressados como se o mundo acabasse no dia seguinte.

Pedro pensa no que foi e no que é. -Tive tudo e tudo perdi. -Tantos os que me batiam nas costas, foram os primeiros a abandonar-me quando já não tinha com que lhes pagar uma bebida ou um jantar. Hoje passo fome e aqueles que outrora

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se diziam meus amigos, quantas vezes passam a meu lado fingem não me reconhecerem.

Pedro busca a solidão e amaldiçoa ao mesmo tempo o homem que vive fugindo de todos por ter passado uma insolvência.

Na entrada daquele prédio por acabar, no centro da cidade da luz e da música em todos os meses do ano mas muito mais na época Natalícia.

Recorda com profunda tristeza e dor os seus filhos que nunca o procuraram depois do acidente que vitimou Luísa a sua mulher, quando o filho mais novo já terminava a universidade num estúpido acidente de carro do qual sempre se culpou.

As belas melodias da véspera Natal nas ruas, as luzes do Chiado de mil cores, a correria das pessoas carregadas de compras e presentes muitas vezes coisas supérfluas de última hora. Pedro levanta-se tremendo de frio enrola os trapos e coloca sobre os cartões a um canto, quando aquele jovem de barba e óculos se aproxima.

-Bom dia.

Pedro nem se volta, não podem estar a falar com ele, nunca o fazem e murmura.

-Como gostaria de ter quem me cumprimentasse, quem falasse comigo. -Estou a falar consigo, já comeu alguma coisa hoje? Perguntou o jovem.

Pedro fica feliz com todos aqueles que lhe dão algo comestível, baixa a cabeça com vergonha e agradece, mas nunca ao longo dos mais de cinco anos como sem abrigo alguém o cumprimento ou lhe perguntou se tinha fome.

-Não, ainda não. O Natal não é para todos. -Tem toda a razão, na verdade devia ser mas não é, o mundo é materialista, as pessoas apenas se preocupam com elas mesmas, não olham em seu redor, não pensam em quem

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sofre. Como se chama. -Chamo-me Pedro? -É verdade meu jovem, o Natal já não é como á muitos anos, a palavra amor já nada significa. -O senhor tem Família? -Sim três filhos. -E porque vive na rua? -Tenho vergonha, fi-los passar muita vergonha, são formados, apenas o Filipe não terminou a licenciatura, ficou inválido naquele acidente em que a minha mulher morreu.

Filipe tinha agora a certeza com quem estava a falar e com as lágrimas nos olhos, perguntou.

-Posso convidá-lo para a ceia de Natal em minha casa? -Eu? Um sem abrigo, um maltrapilho? -O senhor vai tomar banho eu compro roupa e vai comigo - Já esqueci o dia em que e sentei a uma mesa a jantar, beber um copo de vinho. - Pois então vai fazê-lo hoje.

Filipe tinha convidado os seus irmãos e sobrinhos para jantar, também era o primeiro aniversário de Pedro o seu afilhado.

Quando chegou, tocou á campainha e abriu a porta onde a algazarra já era imensa as crianças brincando, os mais velhos levantaram-se para cumprimentar o irmão, tinham chegado mais cedo porque Filipe lhes deu uma chave, mas não esperavam o irmão acompanhado, Filipe não resistiu, atirou-se para os braços do sem abrigo.

-Obrigado por teres vindo pai, esta é agora a tua casa. Todos estavam incrédulos, abraçaram-se em lágrimas, afinal este seria mais uma vez um Natal em família, mesmo ausente, Luísa também estava presente nos corações de todos.

José Ramada

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Compartilhar informações cotidianas e preventivas.

Ajudar a fortalecer o lado emocional do paciente e da família, como suporte a pacientes.

Despertar um novo olhar para mulheres de todas as idades.

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MARIA DELBONI é das uma palestrante na FECCAN com o tema: Falar e Escrever: Similitudes. Maria continua apresentando seu trabalho na Caravana Cultural Cultive da FECC. Formação Superior Universidade Federal de Minas Gerais -Belo Horizonte. Faculdade: Letras. Inglês- Português e Literaturas. Curso de especialização em Língua Inglesa- PREPS. Universidade Católica de Minas Gerais. Doutora em Ciencias da Educação. Universidade de Rosário – UNR Argentina. Registro de profissão -Professor.

E era Natal

Época de alegrias. Lá no fundo havia uma sensação de euforia – era a esperança de presentes. Um presente de Natal.

Será que este Natal seria diferente?

A família reunida seria um presente. Seria o seu presente.

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Os filhos criados, foram viver cada qual em seu canto, cada qual a sua vida, suas realidades, criando outros núcleos, outras famílias. Era a vida que seguia seu rítmo, seu curso natural.

Montou a árvore. Era tradição. Colocou as bolas, os enfeites pensando em outros Natais. Quando os filhos eram pequenos, suspirou – a saudade doía. Era ligar as luzes e ver brilhar nos olhos das crianças a esperança, a alegria e o amor.

Tudo parecia tão distante...

O natal passado Henrique não viera. Estava no Canadá. Ainda estava lá. O que era para ser um estágio virou trabalho.

E ela já não mais via os netos. Como estariam?

À princípio telefonavam todas as semanas, depois os meses. Agora já havia três meses que não davam notícias.

Marcela estava nos Estados Unidos.

Sempre reclamavam do tempo.E ela era dona do tempo. Ele sobrava, se amontoava. Não sabia o que fazer com ele.

Será que viriam?

Sabia que dinheiro não era problema.A distância afasta o amor, amorna e até o faz desaparecer. Onde estava aquele amor de filhos?

O amor que um dia uniu aquela família?

Marcela só ligara em seu aniversário. Isto foi em julho – seis meses.

E Marcos tão perto e tão longe. Morar na mesma cidade devia fazer dele presença constante. Ás vezes ligava, às vezes passava para um café. Mas entre estes às vezes poderiam estar alguns meses.

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Quando foi mesmo que ele veio? Outubro. Veio me dar os parabéns pelo dia do professor. Ele se lembrou.

Se todos se lembrassem...

Lembrassem da antiga casa, da mesa posta, das luzes nesta árvore...

Teríamos outra vez um Natal, um verdadeiro Natal. E quem sabe este fosse o nascimento, um reviver de sentimentos. Daquele sentimento antigo que por tantos anos havia ligado esta família.

Sorriu. E continuou a colocar os enfeites na árvore.

Era Natal.

Um presente de Natal.

A voz era macia, doce e ainda que muito baixa destacava-se na melodia da música ambiente. Virei a cabeça seguindo a direção do som – era uma garotinha.

– Por favor, me compre uma rosa – ela dizia ao rapaz que acompanhava uma senhora. Olhei para o casal. Possivelmente eram mãe e filho. – Por favor, preciso vender algumas rosas hoje. Sabe moço, é Natal e eu queria comprar um presente para minha mãe. Ela precisa de um chinelo.

Não consegui desviar a atenção. Pensei na simplicidade do presente, na necessidade humana tão corriqueira de um chinelo.

Meu primeiro impulso foi chamar a garotinha e comprar suas rosas. Mas por educação e também para não atrapalhar a venda, resolvi esperar e ver a reação do rapaz.

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Ele havia começado a negociar.

Esperei. –Quanto custa uma rosa? – Um real – E se eu comprar três? – Três reais, não posso fazer descontos. Só tenho estas. Preciso de dinheiro. – E quanto custa o chinelo? – Dezoito reais.$

Comecei a me irritar. Que rapaz chato. Se não queria comprar, não atrapalhasse, não tomasse o tempo da garota.

De repente tive que prender meus pensamentos . Calar minha boca grande.

O rapaz disse:

– Tome vinte reais. Ficarei com vinte rosas. Outra crítica. Esta boca grande! Por que não deu o dinheiro somente, e deixou que ela vendesse as rosas para outros? Ela poderia ficar com mais dinheiro.

E em seguida o bom senso. Dar dinheiro seria tirar da garota o direito de ser trabalhadora, o orgulho de poder comprar o presente para sua mãe com seu esforço. Ela precisava disto – de seu trabalho, de ter valor.

De onde estava pude ver em seus olhos uma lágrima despontando, mas vinha acompanhada de um sorriso. Sua mãe teria um presente de Natal.

Não pude evitar uma reação – Bati palmas para o rapaz.

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POEMA: NATAL!

Natal! .... É grandeza, é alegria, É festa de puro amor, De muita luz que contagia A chegada do salvador.

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MARIA INÊs BOTELHO

MARIA ANTO- NIETA GONZA-

GA TEIXEIRA é graduada em Pedagogia e Pós-Graduada em Didática e em Psicopedagogia. É autora dos livros: “Dos Pequizeiros às Araucárias” – 2014. Instituto Cristão: Arte e Vida – 2015. Encruzilhadas – 2017. Uma VIDA: Affonso e Marieta- 2018. Participa de várias Antologias poéticas. É Artista Plástica autodidata. É membro correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni-ALTO e da Academia Luminescência Brasileira-ALUBRA. Membro da Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia-AVIPAF. Participa das exposições de Arte e Poesia organizadas pelo Curador e especialista em Arte Digital Carlos Zemek, em Portugal, Argentina e Chile.

Natal! É ouvir o ressoar dos sinos Tocados com exultação e vigor. Nos lares ricos e de chão batido A noite será clara de esplendor.

Natal! É encontro de amigos Para festejar o Papai Noel Dos sonhos das crianças. Encontro dos entes queridos Que ficaram nas lembranças.

Natal! Natal é celebrar a vida Vida plena e cheia de luz Do doce menino de Belém O nazareno chamado Jesus.

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N A T A L

Natal: tempo de bendizer o Menino Deus que traz vida plantada na felicidade e no amor.

Natal! Vida sublime que renasce em nossos corações, todos os anos, trazendo esperança para a humanidade na árvore denominada Vida.

Natal: tempo de valorizar atos cristãos e estender a teia da vida a vidas que estendem as mãos.

Natal: tempo de oportunizar mais luz ao cotidiano de pessoas próximas ou distantes.

Natal! Seja nele feliz e abençoado (a). Seja partícipe da comunhão e do congraçamento cristãos. Seja Fé viva e registro do Bem temporal. Seja árvore que produz essências de todas as Vidas.

Seja Natal!

NATAL!

Comemorá-lo com muita luz, alegria e felicidade é encontrar Jesus na manjedoura repleto de mensagens de paz, de proposições de humildade e união entre os povos.

Trazer o sentido real deste Natal é apoiar e abraçar o que está descalço e o que tem comida à mesa, pois a presença do Menino Deus é a mesma dentro de cada um que o acolhe.

Aconselhar-se no viver em sintonia com o amor é abraçar este Natal com a esperança de que o mundo ouvirá o seu clamor: não às bombas e sim à congregação dos homens.

Colocar o Natal por entre os elos da fraternidade universal é definir-se por ser feliz ao tomar o irmão pelas mãos, buscando crescer em sentimento pelo próximo.

Assim, ser Natal de amor e realização de sonhos é trazer no coração e nas ações o dar-se ao envolver o Jesus Menino em seus braços. É realizar o encontro da Terra com o Espaço Divino deixando as estrelas luzirem e se encontrarem na manjedoura do Bem Maior: a vida plena.

Ser Natal é ter vida integrada e dignificada no encalço dos passos de Jesus, Maria e José.

Para você e a todos com quem conseguirei vivenciá-lo envio desejo um Feliz Natal com as bênçãos do Menino Deus.

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Cutltive Homenagem

Cutltive Homenagem

Santa.

CAPÍTULO IIVida profissionalQuando cheguei em Lagoa Santa no ano de 1994 fui me inteirando sobre as escolas da cidade para saber como poderia exercer minha profissão e então tive uma primeira designação na Escola Estadual Padre Menezes onde desempenhei a função de Especialista da Educação Básica durante 10 anos. Minha estádia no Padre Menezes foi muito importante para minha carreira. Conheci muitos profissionais, fiz cursos de especializações e pós-graduação em psicopedagogia.

Como era designada, acontecia de mudar de uma escola para outra e depois de 10 anos sai do Padre Menezes e fui ocupar a função de Supervisora designada na prefeitura de Lagoa Santa, trabalhando em diversas escolas, tais como: Odete Valadares, Messias Pinto Alves, Lapinha, dentre outras, durante dois anos. Foi uma época um pouco estressante porque além de não saber se seria designada novamente quando estava iniciando um serviço tinha que abandonar. Mais enfim...

Em 2006 a Prefeitura de Lagoa Santa abriu concurso, fiz, passei e fui trabalhar na escola Herculano Liberato de Almeida como supervisora. Lá vivi um dos maiores desafios. Muitos dos alunos eram carentes e com inúmeros problemas familiares. Eu e a diretora Solange fizemos um trabalho maravilhoso de motivação. Iniciávamos sempre o turno com uma oração e criamos cores de pedras semipreciosas para cada sala e com isso os alunos que tinham uma vida cotidiana cinzenta conseguiam viver na escola momentos coloridos.

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Mas como tinha de seguir adiante, em 2012 prestei concurso para o estado e fui selecionada para trabalhar em Vespasiano, cidade vizinha. Exonerei na prefeitura e fiz novo concurso para a função de professora. Passei, fiquei um período dando aula de educação física

fui vice-diretora e depois assumi a sala de aula na EJA do 1º segmento, com alunos de 15 à 70 anos como alfabetizadora em uma sala multiseriada incluindo alunos especiais tinha de passar para eles matéria de 1ª à 4ª série, pois cada um tinha um grau de necessidade diferente. Ufa! deu para cansar. Então pedi remoção do Dr. Lund e fui trabalhar com educação infantil. (Acho que criancinhas engrandecem nossa mente).

Quando passei no concurso do Estado fui trabalhar na cidade de Vespasiano passei por um período muito complicado. A escola era em um bairro muito perigoso e era difícil manter a escola em perfeito estado para estudos porque os próprios alunos depredavam todas as melhorias que tentávamos fazer. Cheguei a ser ameaçada por um morador fora da escola e tive de tirar uma licença médica até me recuperar do trauma e pensar no que iria fazer. Em 2003 consegui remoção para Lagoa Santa novamente na Escola Estadual Nilo Mauricio Trindade Figueiredo que considero ter sido a melhor coisa que fiz em minha vida, pois considero a melhor escola em que trabalhei, tanto no relacionamento interpessoal como no setor profissional e lá tenho sido muito feliz.

Em 2011 assumi a função de vice-diretora e em 2015 quando teve eleição para as escolas Estaduais fui eleita Diretora da Escola Estadual Nilo Maurício Trindade Figueiredo assumindo à partir de 2016 e fui cedida pela prefeitura para assumir o cargo onde me encontro até o presente momento. Tenho a dizer em princípio que conheci de perto toda a política que a escola vive participando de decisões primordiais junto com autoridades da Secretaria do Estado.

Nicia que significa uma pessoa criativa, dinâmica e inteligente é meu nome e caiu como um chapéu sobre a minha pessoa mas além de tudo sou uma trabalhadora incansável, disciplinada e sempre disposta a colaborar com os outros sem nenhuma outra intenção a não ser a de ajudar.

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RITA GUEDES nasceu em Crato- CE. É graduada em Letras ( Bacharelado), pela Faculdade de Filosofia de Crato-Ce, atualmente URCA . Professora aposentada, artista plástica, escritora e poeta. É membro da AFELCE-Academia Feminina de Letras do Ceará, ocupa a Cadeira Nº17. Sócia efetiva da AJEB-Associação dos Jornalistas e Escritores do Brasil, (1ª Tesoureira). Da ACE- Associação Cearense de Escritores, Membro efetivo correspondente da Academia de Letras Brasil/Suíça. Cad.152. Membro efetivo do Cercle des Écrivains Luso-Suisse de Genéve, e membro efetivo da Society Europe of Phine Arts. Vários trabalhos publicados

e prêmios em concursos literários. Rita esteve

no Salão do livro de Genebra quando seuconto recebeu a medalha de Honra ao méritono concurso Cultive de Literatura.Rita é a representante da Cultive em Fortaleza

e foi a coordenadora da FECCFO ( FestivalCultural Cultive de Fortaleza). Um trabalhode dedicação pela cultura Cearense. Rita foiuma das estrêlas que iluminou os encontrosliterários durante a FECC 2018. Sua presençadirigindo uma oficina de arte em Alagoawww.cultive-org.com

Rita merece o título de MULHER QUE FAZ 2018Z

Nova, suas mensagens transmitidas nas palestras,

sua ativa participação nos debates realizadossó engrandeceu a FEC e motivou os

participantes.Em fortaleza ela organizou toda a logística

FOR fosse palco de muita alegria, amizade e

confraternização. Graças à dedicação de RitaGuedes conretizamos o objetivo da FECCFORnecessária para que o evento Cultive FEC-

com sucesso.

Professora aposentada, Rita continua a trabalhar com cultura nas diversas associações culturas das quais faz parte. Sua presença e apoio constantes, sua sinceridade e honestidade, assim como sua generosidade são pontos

que a torna requisitada em todo lugar por onde passa. Rita é uma pessoa que se impõe pelo caráter, talento e dedicação à realizações de projetos propostos. Quem tem Rita no seu campo de trabalho pode ficar tranquilo quanto ao seu empenho.

Essa pequena mulher ativa e forte, e simples publicou seu romance que aborda a luta de retirantes para impor-se e serem aceitos na sociedade, um romance que denuncia o preconceito Brasil e que Rita conduz com muita sensibilidade e respeito.

Mas a veia literária de Rita não se fixa aos contos e romances, ela é uma poeta sensível e analítica e com seus poemas ela coleciona, justamente, prêmios e honrarias. Um caminho percorrido com discreção e talento e que a Cutlive reconhece e homenageia por ser UMA MULHER QUE FAZ

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PAULO ROBERTO BRETAS

Escritor mineiro, Paulo tem formação em administração de empresa mas é amante da escrita. A poesia tem raizes na sua sensibilidade. Seu olhar analítico e sua interação coma natureza e preocupação com o homem fá-lo mergulhar na poésia mas especificamente o aikai. Em 2017

publicou o livro «O doce livro dos beijos poéticos» onde reúne Aikais de sua autoria. Conheci pessoas incríveis. Algumas consegui

manter próximas e outras vi a vida delas me afastar. Vivi muitas coisas. Mas, não quero viver arrependido por nada ter feito diante da marcha da insensatez que vem corroendo a humanidade.

Carta aos cidadãos do Mundo, aos amantes da liberdade.

Hà muito já passei da metade do tempo de vida.

Vivi tristezas, vivi muitas alegrias. Como todo mundo, sei que me espera o bom e o ruim.

Sigo trabalhando, estudando, aprendendo, ensinando, praticando, escrevendo, chorando e rindo. Sigo buscando me tornar uma pessoa melhor a cada dia. Buscando entender o outro, com empatia. Já feri e já fui ferido. Já perdoei e já fui perdoado. Vi a justiça e fui injustiçado. Busco praticar Justiça.

Aprendi a força da compaixão e o enorme poder do amor.

Também aprendi como é bom respeitar e lutar pela natureza, respeitar as regras do meio ambiente, que são as regras da vida. Como é bom respirar o ar puro, beber água limpa, evitar produzir lixo, evitar desperdícios e contemplar belas paisagens. Quero ver oceanos limpos e terras verdes e férteis preservadas.

Já vi muito e espero ver muito mais. Já viajei meio mundo e para outro meio mundo quero viajar.

Não quero ver mais sofrimento em qualquer que seja o povo.

Não quero ver mais empobrecimento. Muito menos ampliação das desigualdades econômicas e sociais.

Não quero ver ditaduras, nem quero ver torturas.

Quero ver líderes e não me submeter a falsas autoridades. Que os falsos profetas fiquem restritos às páginas dos livros de ficção.

Quero meu pensamento livre e quero poder entrar no debate.

Quero ver crianças felizes, bem alimentadas, vacinadas e educadas. Que tenham uma educação libertadora. Sem que lhes obriguem disciplinas militares, mas a construção da inteligência a partir de Piagets e Montessoris.

Quero ver idosos bem tratados e bem cuidados, atuantes e tranquilos, transmitindo velhas e boas mensagens e recebendo novos conhecimentos. Que lhes seja oferecida muita saúde, paz, respeito e convívio harmonioso.

Que seja valorizada a cultura e o lazer, para todos e todas. Que a música seja tocada e que a poesia fale aos corações. Que tenhamos o eterno renascer das artes.

Não quero ver preconceitos, muito menos desprezo para com os humildes e os fracos.

Não quero conviver com a opressão e nem com os opressores.

Quero viver com gente que vibre, com os que produzem vitórias, aceitem as derrotas, mas que lutem uma luta justa, digna, honesta e democrática. Aprendi que não se vence sempre e que se ganha a guerra, na última batalha. Então, aprendi a não desistir.

Quero ver as vilas e favelas sorrindo, livres de violência, com acesso a tudo o que têm direito. Não quero ver mais armamentos, nem mais agressão de inocentes.

Não quero mais as guerras. Não quero ver penas de morte espalhadas no ar.

Não quero ver a juventude pobre encarcerada ou destruída.

Quero ver as mulheres cada vez mais protagonistas de suas vidas. Que tenham salários iguais e que sigam empreendendo e nos encantando com suas boas batalhas, com inteligência e dignidade. Que as diferenças, onde existirem, nos completem.

Quero ver políticos comprometidos com as pessoas que representam. Ganhando salários compatíveis com o que for necessário para qualquer cidadão de bem ter uma vida digna e simples. Que fiscalizem e que proponham boas leis que ajudem a melhor organizar a sociedade, sem defender os interesses de poucos poderosos.

Não quero ver o que é público tomado por interesses meramente privados. Nem quero continuar vendo o sistema financeiro abocanhar a maior parte dos recursos da sociedade cobrando juros extorsivos.

Que as pessoas tenham empregos dignos e que um dia possam se aposentar condignamente.

Quero ver igualdade de oportunidades para todos e políticas públicas que compensem distâncias produzidas por injustiças sociais históricas.

Que ninguém fique impossibilitado de estudar por questões sociais ou financeiras.

Não quero ver pessoas sem atendimento médico e nem passando fome. Não quero ver meus irmãos e irmãs sem teto para morar.

Que todos e todas possam pensar, ler, entender e participar.

Que ninguém seja submetido a dor, humilhação e nem a injustiça.

Que os conflitos sejam decididos no âmbito do Direito e que as leis sejam elaboradas com ampla participação, aplicadas com justiça e que sejam iguais para todos.

Que todos os países respeitem as diferenças. Que respeitem as múltiplas formas de adorar a Deus, e até mesmo que respeitem aqueles que não acreditam em Deus. Não quero ver “guerras santas”.

Quero um mundo de notícias reais. Um mundo de jornalistas fiéis às suas convicções, mas conscientes que a liberdade de imprensa é um dos pilares da democracia. Quero ver o compromisso com a verdade. Não quero ver as pessoas acreditando em suas falsas convicções, muito menos destruindo o outro por suas ideias contrárias.

Quero ver um mundo mais democrático e participativo.

Não quero ver a volta de tempos sombrios.

E que possamos celebrar todos os dias a vida no planeta azul que chamamos Terra.

Paulo Roberto Bretas

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CULTIVE Suíça

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FESTA DA ESCALADE EM GENEBRA

sores foram vencidos.

A comemoração dessa vitoria começou no ano de 1603, entre 1795 e 1815. A comemoração fez uma pausa e recomeçou em 1815 em forma de bailes mascarados. Hoje é considerada uma festa nacional Genevoise e termina com uma fogueira na frente da Catedral Saint Pierre.

Hoje a festa da escalade é plena de comemoração, as crianças se fantasiam e cantam «Ce Qu’é l’ainô» nas portas das casas e ganham bombons. A tradição das festas fantasiadas terminando com o desfile da companhia 1602 criada em 1970 faz parte do calendário de Genebra.

O desfile começa na praça do Molarde e termina na catedral Saint Pierre. No desfile os membros da companhia 1602 vestem-se com os mesmas vestimentas da época e fazem uma representação de tiro de pólvora, uma fogueira. No final quebram uma marmita feita de chocolate cheia de legumes de marzipã.

Em Genebra todos os anos no dia 12 de dezembro comemoramos a vitória das tropas protestantes sobre as tropas do duc de Savoie Charles Emanuel 1° na ocasião do ataque do dia 11 a 12 de dezembro no calendário gregoriano.

gravura que mostra o combate em Genebra

O nome Escalade dá-se a tentativa de escalar as muralhas da vila de Genebra usando escadas de madeira desmontavéis num ataque de surpresa, mas os habitantes de Genebra foram avisados por um vigilante que tocou o sino. Uma senhora que se chamava Mere (dona)Royamme que estava preparando um caldeirão de sopa jogou-o sobre os soldados. Os inva-

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Cultive Literatura

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Semear e Cultivar para colher bons frutos

«Certo homem saiu para semear. Enquanto semeava, uma parte das sementes caiu à beira do caminho e os pássaros vieram e as comeram. Outra parte caiu no meio de pedras, onde havia pouca terra. Essas sementes brotaram depressa pois a terra não era funda, mas, quando o sol apareceu, elas secaram, pois não tinham raízes. Outra parte das sementes caiu no meio de espinhos, os quais cresceram e as sufocaram. Uma outra parte ainda caiu em terra boa e deu frutos, produzindo 30, 60 e até mesmo 100 vezes mais do que tinha sido plantado. Quem pode ouvir, ouça.» Mateus 13

Por vezes uma caneta e um pedaço de papel fazem a criação. Eu vi em museus desenhos e escritos maravilhosos feitos sobre cartão, madeira, pedaço de toalha rasgada, guardanapo, papel de embrulho. Não precisamos ser um Renoir ou Lautrec, Monet ou Marcel Proust, Victor Hugo, Jorge Amado ou Machado de Assis. Que sejamos apenas nós sem medir tamanho, nem importância, mas sejamos!

Que possamos crescer no nosso conhecimento usando as armas que a tecnologia nos oferece para ascessar o desconhecido e viajar sem pegar o avião

Apesar de todas as dificuldades que a modernidade apresenta temos muitas outras facilidades. A tecnologia nos auxilia a conhecer, a aprender, a ensinar, a contactar, a comunicar a adquirir, a vender sem sairmos de casa. Essa abertura de fronteiras pode nos levar a qualquer lugar da terra ou do nosso quinhão e esse é o momento de utilizarmos, cada um, a nossa inteligência em prol do crescimento pessoal e social. Aprendendo e ensinando, e divulgando

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esse saber, e arrebatando mais e mais membros para o clube dos sabios, e despertando-lhes o interesse para o que temos a oferecer como idéia e saber, essa é a única maneira de fazer movimentar essa onda ainda fraca de energia.

A vida sem a arte é uma coisa insípida, sem brilho, sem sabor e pobre.

Nosso país é um país de talento, de criatividade, de pessoas com uma capacidade de versatilidade inigualável. Esse é o momento de aprendermos, mas não podemos esquecer de transmitir, divulgar o que aprendemos, de trocar informações, quem não divulga o saber é mesquinho e vai morrer engasgado. O saber solitário não evolui, não profilera e não será contestado e sem contestação ele não existe. É imprescindível trocar idéias, falar, mostrar, transmitir, só assim nosso trabalho deixará um rastro.

Unir é o verbo, transmitir é a

ação.Cabe a nós, intelectuais e artistas, a parte do trabalho de transmissão. Esse trabalho voluntário e enriquecedor deixará sua marca, ensinará aos nossos jovens o amor pela cultura e os desviará dos caminhos da mediocridade e da ignorância.

O Saber traz responsabilidade conosco e com o outro.

Temos um poder nas mãos, um poder silencioso aparentemente inócuo aos detentores do poder. Mas essa arma poderosa e pacífica está em nossas mãos e ninguém pode nos tirar, a nós de distribuir seus filamentos e cultivarmos uma floresta de ávores do saber.

Estamos indo devagar, estamos arando a terra do Brasil e plantando sementes www.cultive-org.com do saber, assas

plantas precisam de muita atenção e muito trabalho e persistência mas uma vez plantadas, essas sementes vão vingar e germinar, cada uma no seu tempo. Essas são as sementes que o divino nos deu e que tem o poder de germinar em solos áridos e secos.

Graças ao trabalho dos intelectuais brasileiros contemporâneos que fazem um trabalho de divulgação da literatura, semeiam o amor pelas letras e a valorização dos escritores no Brasil.

Vemos um número crescente de associações literárias e artistícas surgindo por todo o país gerando, assim, uma oportunidade aos amantes das letras e da cultura de se unirem divulgarem e espalharem essa semente rica e fértil que é a literatura, arte, a músia, o cinema e o teatro.

Esse movimento que atinge o nosso gigante país está se enraizando, atingindo cidades, metrópoles, vilarejos, sertões, brejos, caatingas, alagados, tribos, ricos e pobres. A união lenta e muda da única força, que ao meu ver, é capaz de colocar o homem em um patamar de igualdade, nesse pedestal do saber que não é preciso ter para fazer parte, onde a moeda com a qual se paga o ascesso é o saber, é o conhecimento, é a sensibilidade da criação está crescendo, adentrando mesmo nos recantos mais difíceis do país.

O don da criação e da arte que nascemos com ele e que basta um pouco de exercício e pouco material para construir um objeto de valor cultural deve e está sendo explorado, eis a esperança para um futuro digno no nosso país. E nós devemos nos orgulhar de sermos os cultivadores dessas sementes, sem esquecer que o trabalho nunca termina, porque devemos estar atentos à terra em que as sementes são plantadas como a parábola do semeador nos ensina.

Valquiria Imperiano

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VALQUIRIA

IMPERIANONasceu em João Pessoa - Brasil. Diplomada em Letras. Professora de língua portuguesa em escolas públicas e privadas no Brasil, lecionou português para estrangeiro em Genebra. É artista plástica. Publicações solo : Souhtendon-sea Exhibition, Cofre Aberto, Espelho meu Espelho e A vingança dos Deuses, Navegando em Ondas Altas, O rosa e o Azul e co-autora em mais de 40 Antologias. Presidente da Associação CULTIVE Art, littérature e solidarité e da RVISTA CULTIVE, criou e organiza o projeto “Um dia de felicidade” (campanha para as carentes do Brasil). Organizadora da FEC- CAN ( Festival Cultural Cultive Alagoa Nova) Criadora e diretora da REVISTA IMPRESSA ARTPLUS. Orgainzadora do Evento Cultive no SALÃO DO LIVRO DE GENEBRA e

Site: www.arts-imperiano.com www.cultive-org.com

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Cultive Arte

Louvre louva Cristo

Hoje a sessão de pintura apresenta uma coleção da pintura françesa do fim do século XVI, XIV e XV , XVII XVIII;Flandres; pinturas italienas séculoXVI, XIII, XIV e XV ; pinturas flamandes et hollandaises do séculoXVII e XVIII ; pinturas britânica e americana; / Escolas alemã - austriaca e suíça / Escolas holandesas et belgas do século XIX / Escolas escandinavas e russas ; pinturas espanholas, portuguesas e latino america nas; Holanda do século XV e XVI, XVII/ ; Icônes grecques et

russes.

Um grande acervo de obras sacras retratam a crucificação e o nascimento de Jesus. A Virgem Maria, São José e outros santos retrados por artistas famosos estão expostos nos muros do Louvre. E como a época é Natal aproveitamos para mostrar aqui algumas obras sacras que estão expostas no Museu do Louvre em Paris que louvam Cristo.

Museu do Louvre, o maior museu de arte do mundo e monumento histórico em Paris, França. Aproximadamente 38.000 objetos, da pré-história ao século XXI, são exibidos em uma área de 72.735 metros quadrados. Em 2017, o Louvre foi o museu de arte mais visitado do mundo, recebendo 8,1 milhões de visitantes.

Palácio do Louvre originalmente construído como uma fortaleza no final do século XII ao XIII sob o reinado de Filipe II. A fortaleza perdeu sua função defensiva e em 1546 foi convertida por Francisco I em residência principal dos reis franceses. O prédio foi ampliado muitas vezes até formar o atual Palácio do Louvre. Em 1682, Luís XIV escolheu o Palácio de Versalhes como sua residência, deixando o Louvre, a partir de 1692, principalmente como um lugar para exibir a coleção real, incluindo, uma coleção de esculturas antiga grega e romana. Em 1692, o edifício foi ocupado pela Académie des Inscriptions et Belles-Lettres e pela Academia Real de Pintura e Escultura. A Académie permaneceu no Louvre por 100 anos. Durante a Revolução Francesa, a Assembleia Nacional Constituinte decretou que o Louvre deveria ser usado como um museu para exibir as obras-primas da nação.

O museu foi inaugurado em 10 de agosto de 1793 com uma exposição de 537 pinturas

. A maioria das obras eram obras da realeza ou de propriedades confiscadas. Em 1796 até 1801 o museu foi fechado. Sob o governo de Napoleão a coleção foi aumentada e o museu foi renomado «Museu Napoleão».Após a sua abdicação, muitas obras apreendidas pelo exército napoleônico foram devolvidas aos seus proprietários originais.

Durante os reinados de Luís XVIII e CarlosX a coleção retoma crescimento, e aumenta ainda mais durante o segundo Império Francês com 20 mil peças. Acoleção cresceu constantemente através de doações e legados desde a Terceira República. A coleção do Louvre é dividida entre oito departamentos curadores: antiguidades egípcias; antiguidades do Oriente Médio; antiguidades gregas, etruscas e romanas; arte islâmica; escultura; artes decorativas; pinturas; impressões e desenhos.

O Louvre guarda uma grande coleção de pinturas. Dois terços do total enfatiza a arte francesa, mas as seções de pintura do norte da Europa e da Itália são extremamente significativas. O conjunto começou a ser reunido por Francisco I com a aquisição de obras-primas de Rafael Sanzio e Michelangelo.Foi nessa época que Leonardo da Vinci veio para a corte francesa a convite do Rei Francisco I amante da arte, trazendo consigo a famosa Monalisa ainda inacabada. O Louvre era então uma fortaleza.

Giorgio Vasari L’Annonciation 1564 -1567

Giovanni Francesco PENNI, dito IL FAT- TORE

La Vierge à l’enfant avec le petit Saint Jean dito La vierge au voile ou la vierge au diadème bleu. Raffaello Santi ou Rafael 1520 Roma 1, comprado ao principe de CArignan por Louis XV 1742, o ultimo quadro de Rafael que entrou na coleção Real

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Exposição Exposição ArtPlus

ARTEExponha na GART PlUS

Galerie d’Art em Genebra Revue Cultive cultivelitterature@gmail.com

ArtPPlus

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Cultive Exposição

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L’HOMME OISEAU Acrylique , feuille de l’or sur toile 80x100

Benjamin óleo sobre tela e folha de ouro

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