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Nova série Sandman atualiza de forma criativa a HQ de

Neil Gaiman

Originalmente uma história em quadrinhos, escrita por Neil Gaiman e publicada pela Vertigo, somos conduzidos a ver o universo Sandman pelo ponto de vista de um dos 7 perpétuos, o Sonho. No início de toda a história, a versão antropomórfica dos sonhos é capturada por engano por um grupo de humanos que inicialmente pretendia capturar a sua irmã mais velha, a Morte, para tomar controle dos seus poderes.

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Mais tarde, o sonho de muitos fãs é realizado 33 anos depois da primeira publicação (vista que a primeira data de publicação é de novembro de 1988, mas a data na capa como Janeiro de 1989), que seria a realização de uma série amplamente distribuída por um veículo de streaming, a Netflix.

A série conta com um grande elenco, com o ator Tom Sturridge como o protagonista, Morpheo, Kirby Howell-Baptiste atuando como Morte, Gwendoline Christie, e Mason Alexander Park que atuou como Desejo. Assim como nos quadrinhos, fala sobre diversas questões atuais, como sexualidade, etnia, classe e relações de gênero, como também, existencialistas, como para onde vamos quando morremos e no que nossos sonhos são capazes de influenciar em nossas vidas.

A obra, além de ga- nhar muitos elogios pela sua estética e construção dos personagens, também é considerada à frente de seu tempo, uma vez que são também retratadas diversas personagens LGBTQIA+ em suas publicações, como no caso da personagem transsexual Wanda, que nasce em uma família conservadora que não a aceita até seu último momento na terra, quando realizam seu sepultamento com seu nome masculino colocado por seus pais escrito na lápide, porém momentos depois, sua amiga retira o batom preferido de Wanda da bolsa e risca o nome de que colocaram na lápide para escrever seu verdadeiro nome acima e que dá título ao capítulo, “Meu nome ver- dadeiro é Wanda!”.

O ponto mais forte da adaptação para o audiovisual, foi o quanto a série atualizou a ambientação de suas narrativas. Como exemplo disso, foi colocada uma atriz negra para fazer o papel da entidade Morte, que originalmente é uma figura pálida e de cabelos lisos, porém, amudança cumpriu totalmente seu propósito ao retratar que a morte teria que ser vista comouma pessoa comum, pois é algo natural que faz parte da vida dos seres vivos, incluindo doshumanos. Ou quando na retratação do capítulo “24 horas”, as roupas e o celular da personagem Judy, são atualizados para os dias de hoje, mas o contexto seria o mesmo, sem esconder que a personagem seria lésbica.

A criatividade da série não deixa nada a desejar, mesmo que alguns fãs tenham sentido falta do traço e da identidade visual das HQ’s que faziam com que tudo ali se tornasse mais bonito, não faltam críticas positivas a como são retratados os temas e as histórias das publicações impressas.