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BORRACHA NATURAL: CENÁRIO DE RISCO E AS SOLUÇÕES DE CURTO E LONGO PRAZO

Ésabido que a maior parte da produção da Borracha Natural Brasileira concentra-se nas regiões do Sudeste e Centro-Oeste. São Paulo lidera o ranking dos principais Estados produtores, com 65%. O Brasil possui, nas regiões aptas a produção de borracha, cerca de 31 milhões de hectares de pastos degradados que se beneficiariam ambientalmente, socialmente e economicamente do cultivo de seringueira; e mais: já tem produtividade entre as mais altas do mundo e expertise e tecnologia nacionais para se tornar competitivo no cenário internacional, com capacidade instalada para beneficiar a borracha nacional com qualidade e performance internacionais, atendendo as principais indústrias pneumáticas que possuem plantas industriais no país.

Por aqui, são quase 100 mil pessoas trabalhando diretamente no campo na produção de borracha. Outros quase 100 mil postos de trabalho estão distribuídos ao longo da cadeia produtiva, empregando 200 mil pessoas diretamente e outras 600 mil indiretamente. Toda a cadeia produtiva está instalada no país, desde a produção até a indústria de pneus e artefatos de borracha, que atingem mais de 40 mil itens estratégicos para a economia e a vida da sociedade. Todas com capacidade para atender o mercado interno e exportar, o que configura retorno exponencial em emprego, renda e impostos para a sociedade brasileira.

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Hoje, a atual crise na demanda por borracha natural tem tirado o sono de muita gente, fruto da alta de 36% nas importações de pneus de carga em 2022, o que elevou os estoques nacionais, reduziu as vendas das fábricas brasileiras e, consequentemente, derrubou o consumo de borracha natural em 2023. Com o encolhimento do mercado pneumático nacional frente às importações, houve severa redução nos volumes de compra, alongamento de prazos e redução nos “premiuns” pagos sobre as fórmulas de preço nas indústrias. Em um efeito dominó, as participações no campo e, consequentemente, os preços, desabaram abaixo do custo operacional estipulado pela CONAB, de R$ 4,46.

Estamos nos aproximando do pico de safra da produção de borracha no país, que concentra quase 50% de toda a produção anual. São 200 milhões de quilos na produção anual, com R$2,00 de equalização de preço. No atual valor de mercado, se não for executada a PGPM, será gerado prejuízo para os seringueiros da ordem de R$200 milhões. É necessário orçamento suficiente para reverter este quadro.

Diante deste cenário, é urgente acionarmos todas as medidas anticíclicas disponíveis para a mitigação do risco de desmantelamento da Cadeia Produtiva Nacional. Nas ações de curto prazo – enquanto aguardamos os efeitos das ações de longo prazo – o PGPM trará garantia de renda no campo para evitar substituição dos seringais por outras culturas e migração da mão de obra para outros mercados. Essa questão já caminha, inclusive com a assinatura da portaria e a espera da execução pelo Ministério do Desenvolvimento Agrícola. Seguimos focados em atender essa urgência!