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7.5 Tétano
7.5. TÉTANO
Clostridium tetani é uma bactéria que se multiplica em ambientes sem oxigênio (anaeróbias) e, caso presente, produz uma forma inativa muito resistente aos desinfetantes e à exposição ambiental, a qual está presente em todo ambiente: o esporo. Lesões do tipo puntiforme, fraturas expostas e mordidas inoculam esporos presentes do ambiente no corpo do animal. Essas lesões têm baixa quantidade de oxigênio, o que possibilita o esporo passar para forma vegetativa e produzir a toxina tetanoespasmina, responsável pela doença conhecida como tétano. Essa patologia pode surgir poucos dias e até meses após a inoculação do esporo, dificultando a localização da ferida por já estar cicatrizada.
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Um dos principais sinais dessa doença é o “sorriso sardônico”, que ocorre pela contração dos músculos faciais causando rigidez da região da boca, olhos pequenos, orelhas eretas formando pregas entre elas, dificuldade de engolir e salivação. O cão primeiramente
tem um andar rígido e fica “em postura de cavalete” e, em um segundo momento, evolui, ficando somente deitado de lado. Ocorrem contrações musculares localizadas e depois generalizadas, permanentes, dolorosas, intermitentes e reativas aos estímulos
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luminosos e sonoros de todos os músculos, aumentando a temperatura corporal. Essas contrações podem ser tão fortes que podem fraturar ossos longos e levar à paralisia da musculatura respiratória provocando a morte do animal. Normalmente a paralisia rígida é ascendente a partir do local da lesão, devido ao transporte pelos neurônios de forma retrógrada. A incidência em cães é bem baixa, pois é uma espécie relativamente resistente, diferente da espécie humana.
O tratamento é hospitalar com ambiente tranquilo e escuro, controle da temperatura, antibioticoterapia, limpeza, debridamento e oxigenação da ferida; inclusive o suporte nutricional e hídrico. É indicado o uso de soro antitetânico o mais rápido possível após o diagnóstico para neutralizar a toxina circulante e antibioticoterapia específica para destruir as formas ativas da bactéria. Os sinais podem desaparecer em 3 a 4 semanas e a reabilitação ocorre de forma lenta necessitando fisioterapia para recuperar os movimentos dos membros. A principal forma de prevenção é o debridamento e a limpeza das feridas, principalmente as puntiformes, de forma precoce com água oxigenada.
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