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6.7 Ingestão de água

Há alguns estudos com ossos específicos (fêmur bovino) que demonstram ser altamente eficientes para a remoção de tártaro dentário em cães. No entanto, está bem alertado nas publicações que os ossos utilizados foram cortados em pedações maiores que o fucinho dos cães, foram oferecidos e trocados diariamente, tendo os cães supervisão durante todo o período que estiveram com os ossos. Não foram observadas lesões de raízes e de esmalte

dentários durante 14 dias em que os cães estiveram com os ossos. Porém foi observado que as partes provenientes da cabeça do fêmur, que é um osso esponjoso, podem deixar resíduos de ossos entre os dentes que acabam por produzir lesões gengivais e exposição da raiz dentária. Portanto, o uso deve ser muito cauteloso e assistido (Marx et al., 2016; Pinto et al., 2020).

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6.7. INGESTÃO DE ÁGUA

A água é um nutriente essencial. Talvez um dos mais importantes, uma vez que na ausência da ingestão os quadros de desidratação se instalam e em poucos dias a morte ocorre. A água deve ser provida sempre à vontade. Em hipótese alguma deve ser restrita. Animais em alta atividade física e em épocas quentes necessitam de maior ingestão. No frio é altamente requerida, uma vez que a desidratação é muito rápida. Ela é responsável pela

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termorregulação. Apesar dos cães não apresentarem perdas significativas pelo suor, eles apresentam significativas perdas hídricas pelas vias respiratórias (evaporativa), urinária, além das perdas salivares. Nos ambientes frios e gelados (temperaturas menores que zero grau as perdas evaporativas em cães de trabalho são maiores devido a ofegação). A desidratação deve ser controlada com o oferecimento de água líquida ou aquecida, nestes casos. Em climas quentes a água refrigerada ajuda no controle térmico.

6.8. COMO ESTIMAR A NECESSIDADE DE ALIMENTO PARA CADA CÃO

Qualquer espécie possui necessidade de ingestão de nutrientes que sejam oferecedores de energia. Os nutrientes que fornecem energia pertencem as classes dos carboidratos, das gorduras e das proteínas. Mediante o reconhecimento da quantidade presente de cada uma destas classes nutricionais em um kg de dieta é possível estimar o conteúdo total de energia. Há um conjunto de equações que permitem determinar a quantidade de energia na dieta. Esta estimativa parece apesentar uma boa correlação com os dados de avaliação de energia feita em animais mediante a coleta de fezes e urina. Desta forma, dietas que não apresentam conteúdo de

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energia metabolizável explícito no rótulo do produto podem ter seu valor calculado pelos dados constantes na embalagem. As equações estão disponíveis no NRC (2006) e se baseiam no conteúdo de proteína, gordura e carboidratos sendo que a fibra da dieta se apresenta como um fator redutor na quantidade de energia disponibilizada ao animal. Reconhecer a quantidade de energia no alimento é fundamental. Mas para nutrir o animal precisamos reconhecer a quantidade de energia que cada animal precisa receber. Segundo o NRC (2006) e o guia da FEDIAF (2020), as necessidades dos cães são categorizadas como: animais em crescimento, animais adultos, gestantes e lactantes. O guia da FEDIAF ainda traz uma diferenciação para cães e gatos que necessitam de menor conteúdo energético para a sua mantença, como raças específicas e animais castrados que possuem baixo requerimento de energia de mantença. Dependendo da literatura as demandas de nutrientes para cães em gestação e lactação são iguais àquelas determinadas para cães em crescimento (NRC, 2006), porém variam as quantidades fornecidas que devem estar de acordo com a categoria e o peso dos animais. Cães adultos, em regime de manutenção, apresentam uma média de consumo de energia metabolizável (EM) de 130 kcal EM/kg 0,75 ,

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mas existem variações entre raças. Cães da raça Dog Alemão podem exigir até 200 kcal EM/kg0,75 e raças como Labrador exigem cerca de 90 kcal/kg0,75. No entanto, muitos outros fatores interferem nesta necessidade: intensidade de atividade física diária, temperatura ambiental, se vivem num pátio ou dentro de um apartamento, se são castrados ou não, entre outros fatores que podem ser inerentes ao cão. Por isso é necessária a avaliação de cada indivíduo, para determinar com mais exatidão as quantidades de alimento necessárias para ele. Um importante fator considerado neste processo é o escore de condição corporal do animal. Cães devem ser avaliados individualmente para determinar se devem manter, perder ou ganhar peso. O escore é feito mediante a escala determinada por Laflamme (1993), na qual a pontuação dos cães varia de 1 a 9,

sendo o “1 “ o animal caquético e o “9“ o animal obeso. O escore 4 e 5 são determinados como ideais para cães, o que deixa o animal com uma ligeira aparência de cão magro. Para determinar as exigências de cães em crescimento, gestação e lactação deve-se recorrer às fórmulas presentes no NRC (2006). Para o crescimento há uma estimativa baseada no peso do animal em crescimento e do peso do cão quando adulto. Para determinar

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