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movimento O marco do
sua representatividade. “A Karla, depois que fez uma avaliação, me chamou a atenção para a relevância da demanda daquele cidadão”, completa Moura.
A resposta da Claro ao ofício, enviada em 15 de setembro de 2009, limitou-se a justificar a inviabilidade do investimento financeiro para a realocação das antenas. Sem nenhuma menção à questão do impacto ao patrimônio.
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Cumpre ressaltar que o projeto e a instalação de uma estação rádio-base (ERB) demandam vultuoso investimento pela Claro, não só na construção da antena, mas também na pesquisa de local adequado para o funcionamento da mesma (CLARO, 2009).
E segue, alegando outros motivos:
O movimento para a realocação das antenas entrou na pauta política. Depois de muitas reuniões de Domingos Xavier com a advogada Karla Roque e com o então Deputado Carlin Moura, a ALMG encaminhou ofícios às empresas operadoras de celular Claro e Oi. “Primeiro, foi preciso confirmar se a demanda pela realocação era realmente um desejo coletivo da comunidade e entender os impactos que as antenas causavam naquele patrimônio. Após a apuração, ficou claro que era uma agressão à cultura local”, lembra-se Carlin Moura. Karla Roque, que avaliou em detalhes o movimento e as ações de Domingos Xavier, conta que ele sempre fez uma abordagem firme e respeitosa, usando as instâncias corretas para ter a
A realocação dos equipamentos, ainda que possível, geraria enorme transtorno e novos investimentos para a Claro, em virtude da desmobilização de todo o equipamento e da necessidade de novas pesquisas, a fim de que se encontre um lugar adequado, com a mesma viabilidade técnica para a instalação da ERB (CLARO, 2009).
Na resposta, assinada pelo Diretor Regional de Minas Gerais, Ricardo César de Oliveira, a operadora também coloca em questão o risco da realocação.
Lembramos, ainda, que a realocação dos equipamentos poderia prejudicar a qualidade do sinal de telefonia transmitido na cidade de Dom Joaquim (CLARO, 2009).
Carlin Moura: “A carta do Seu Domingos para a Assembleia foi um ato transformador de cidadania”
A ameaça não se concretizou. Desde que foram realocadas as antenas, não houve nenhum impacto na qualidade do sinal de celular no município. E o diretor encerra a carta com a recusa enfática.
Por todo o exposto, servimo-nos da presente para informar que, hoje, a Claro não tem interesse em realocar os seus equipamentos (CLARO, 2009).
“Não me intimidei com as negativas. Isso me deu força para seguir com o movimento para a realocação”, conta Xavier. Também foram enviados ofícios ao Secretário Estadual de Cultura, à época, Paulo Brant, e ao então Presidente do IEPHA/MG, Carlos Roberto Noronha, com o pedido para interceder junto às operadoras, visando à preservação do patrimônio.
Em novembro de 2009, o IEPHA fez uma vistoria na Capela do Padre Bento e encaminhou nota técnica às operadoras, assinada pelo Diretor de Conservação e Restauração, Renato César José de Souza.

Segundo o IEPHA (2009), as torres instaladas inadequadamente vinham criando um clima de perplexidade e revolta na população da cidade. “O local, além de constituir um símbolo religioso de grande valor sentimental, é uma área de manifestações religiosas e de lazer. O impacto visual é estarrecedor, comprometendo a relação da cidade com o seu entorno natural”. O texto concluiu: “Como a intervenção é comprovadamente agressiva, real e descaracterizante, afirmamos que a negativa para a retirada de todas as torres não deve ser tratada como um fato consumado e definitivo. A transferência dessas torres para outro local é um fato tecnicamente aprovado e possível, devendo ser feita com a máxima urgência”.
A vistoria e elaboração da nota técnica contaram com a participação de Joacir Silva Concelos, Analista de Gestão, Proteção e Restauro, e de Daniele Rossato Silva, da Gerência de Ação Preventiva –ambos do IEPHA. A nota técnica determinava ainda que, após a retirada, deveria ser feita a recomposição da área danificada e o tratamento paisagístico do local.
As operadoras seguiam implacáveis. “Elas se apropriaram de um cartão-postal da nossa cidade”, afirma o professor Benoni. Mas a população não desanimava e mantinha a força rumo à retirada das antenas. Domingos Xavier produzia cartazes, faixas e seguia com o engajamento da sociedade.
Dia do marco do movimento para a mudança do local de instalação das antenas